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Representação no Congresso não corresponde à proporção de
negros na população
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19/01/2013 - 16h00
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Akemi Nitahara
Repórter da Agência Brasileira
Rio de Janeiro – Enquanto no Brasil a proporção de negros na
população ultrapassa os 50%, entre pretos e pardos, na Câmara
dos Deputados a proporção fica em 8,9%, com 46 dos 513
representantes do povo. Apesar de ruim, o quadro melhorou nas
últimas décadas.
De acordo com o primeiro Relatório Anual das Desigualdades
Raciais no Brasil, publicado em 2008, na legislatura de 1983 a
1987 havia apenas quatro deputados negros. O número passou
para 10 de 1987 a 1991, para 16 entre 1991e 1995 e caiu para
15 entre 1995 e 1998. O levantamento feito com base nos empossados em janeiro de 2007 mostra 11
deputados pretos, dos quais uma mulher, e 35 pardos, com duas mulheres. A publicação ressalta que 8,9%
dos deputados eram negros, quando a proporção na população em 2006 era 49,5%.
No Senado, de 1987 a 1994 o único representante negro foi Nelson Carneiro. De 1994 a 1998 assumiu o
mandato Abdias Nascimento e, de 1995 a 2002, a casa contou com Benedita da Silva e Marina Silva, as
primeiras senadoras afrodescendentes do Brasil. Em 2007, haviam quatro senadores pardos e um preto. Na
legislatura atual, entre os 81 senadores, o único que se autodeclara negro é Paulo Paim.
Um dos organizadores do relatório, o coordenador do Laboratório de Análises Econômicas, Históricas, Sociais e
Estatísticas das Relações Sociais (Laeser) do Instituto de Economia (IE) da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ), Marcelo Paixão, explica que a análise apresentada no relatório foi feita com base em registro
fotográfico, mas que não houve qualquer contestação ao método ou ao resultado.
“Não há contestação ao fato de que 92% do Congresso Nacional são formados por pessoas de pele clara, isso
é uma coisa óbvia, você olha do alto do plenário do Congresso e vê os que estão lá presentes”. De acordo
com ele, esse levantamento não foi feito na publicação seguinte, lançada em 2011, mas a realidade não
mudou muito nesse período.
“Talvez não me surpreenderia se a realidade mostrada em 2008 tenha ficado ainda pior. A gente está
começando a ter uma carência no Brasil de personalidades negras com capacidade efetiva de se eleger, de
terem mais espaço na cena pública, com maior visibilidade. Nomes como Paim, Vicentinho, Benedita, todos
recuaram muito. Veio a figura do Joaquim Barbosa, mas em outro eixo, uma outra forma, não dá para
comparar muito o contexto. Então, a realidade descrita ali [no relatório] continua válida”.
De acordo com a deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ), atualmente há 30 negros na Câmara. Para ela,
o problema atual da baixa representação vem de um processo histórico que começou com a escravidão.
“Mas isso não é uma coisa que a gente possa construir facilmente. Tem todo um processo que nós
entendemos como sendo fatores que implicaram a pouca presença da comunidade negra, principalmente
nesses espaços políticos, que são espaços de decisões e, sendo [assim], não são espaços caracterizados para
negros ou afrodescendentes”.
Ela lembra das lutas desde Zumbi dos Palmares, a Revolta da Chibata, a dos Alfaiates e movimentos
abolicionistas que levaram, pouco a pouco, à conquista de espaço.
“Hoje, na República, por exemplo, nós vamos encontrar o negro não só lutando por sua cultura, por sua
http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-01-19/representacao-no-congresso-nao-corresponde-proporcao-de-negros-na-populacao[21/01/2013 16:33:52]
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identidade, mas por um espaço mais de poder, mais de decisão. E é evidente que essa construção está sendo
feita. Hoje você tem, são poucos, mas você tem alguns negros que conseguiram superar essas fases e já
estão aí nesses espaços construindo possibilidades e pautando esse caminho”.
Para a secretária de políticas de ações afirmativas da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial
(Seppir), Ângela Nascimento, o problema da representatividade é ainda mais grave entre as mulheres. Ela
acha que são necessárias ações afirmativas para corrigir as desigualdades.
“A gente compreende que, diante da participação da população negra, do significado da população negra na
história deste país, é necessário que haja medidas que corrijam a sub-representação das mulheres negras nos
cargos políticos. É fundamental que a gente atue para que elas tenham uma participação capaz de reverter
esse quadro de desigualdade”.
Segundo levantamento do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp) da Universidade do Estado do Rio de
Janeiro (Uerj), as mulheres pretas, pardas e indígenas são a maioria entre os 5,3 milhões de jovens de 18 a
25 anos que não trabalham nem estudam no país. Elas somam 2,2 milhões, correspondente a 41,5% desse
grupo. Do total de jovens brasileiros nessa faixa etária (27,3 milhões), as negras e indígenas representam
8%, enquanto as brancas na mesma situação chegam a 5% (1,3 milhão).
Edição: Tereza Barbosa
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