INSTITUTO POLITÉCNICO DE LISBOA ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA DA SAÚDE DE LISBOA A INFLUÊNCIA DO LOCAL DE ESTIMULAÇÃO VENTRICULAR NA INCIDÊNCIA DE TAQUIARRITMIAS AURICULARES EM DOENTES COM PACEMAKER PERMANENTE DIANA RITA DIAS MESTRE ORIENTADOR: DR. JOÃO DE SOUSA, CENTRO HOSPITALAR LISBOA NORTE - HOSPITAL DE SANTA MARIA, EPE MESTRADO EM TECNOLOGIA DE DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÃO CARDIOVASCULAR – II EDIÇÃO LISBOA, 2013 INSTITUTO POLITÉCNICO DE LISBOA ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA DA SAÚDE DE LISBOA A INFLUÊNCIA DO LOCAL DE ESTIMULAÇÃO VENTRICULAR NA INCIDÊNCIA DE TAQUIARRITMIAS AURICULARES EM DOENTES COM PACEMAKER PERMANENTE DIANA RITA DIAS MESTRE ORIENTADOR: DR. JOÃO DE SOUSA, CENTRO HOSPITALAR LISBOA NORTE - HOSPITAL DE SANTA MARIA, EPE JÚRI PRESIDENTE: PROF. DOUTOR FAUSTO J. PINTO – FACULDADE UNIVERSIDADE DE LISBOA – FMUL DE MEDICINA DA ARGUENTE: DR. PEDRO SILVA CUNHA – CENTRO HOSPITALAR LISBOA CENTRAL – HOSPITAL DE SANTA MARTA, EPE MESTRADO EM TECNOLOGIA DE DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÃO CARDIOVASCULAR – II EDIÇÃO LISBOA, 2013 A INFLUÊNCIA DO LOCAL DE PACING VENTRICULAR NA INCIDÊNCIA DE TAQUIARRITMIAS AURICULARES PENSAMENTO Strength and growth come only through continuous effort and struggle. (Napoleon Hill) ii A INFLUÊNCIA DO LOCAL DE PACING VENTRICULAR NA INCIDÊNCIA DE TAQUIARRITMIAS AURICULARES AGRADECIMENTOS Ao Dr. João de Sousa pelo apoio prestado na orientação estatística da investigação. Ao Dr. Luís Duarte e à Drª Maria José Duarte pelos seus contributos na minha aprendizagem e evolução. À Sandra Vicente e Elsa Rodrigues pelo contributo, disponibilidade e paciência infindável que permitiam-me realizar a recolha dos dados. À minha colega Raquel Silveira pelo apoio contínuo e força moral prestadas que me permitiram levar em frente este projeto. Aos meus amigos e família que me ajudaram e apoiaram nos momentos mais complicados. iii A INFLUÊNCIA DO LOCAL DE PACING VENTRICULAR NA INCIDÊNCIA DE TAQUIARRITMIAS AURICULARES RESUMO Introdução: No pacing cardíaco, o elétrodo ventricular direito é convencionalmente implantado no ápex. No entanto, recentemente, evidência científica tem salientado o papel deletério, na função ventricular esquerda, decorrente da estimulação elétrica neste local. Para combater esta tendência surgiu o interesse em locais de pacing alternativos, nomeadamente o pacing septal. Os estudos existentes sobre este tipo de pacing ventricular, considerado mais fisiológico, apresentam resultados contraditórios. Contudo, nenhum deles demonstrou a relação entre o pacing septal e a incidência de taquiarritmias auriculares, nomeadamente FA. Objetivo: Avaliar e comparar a incidência de FA consoante o local estimulação do elétrodo ventricular direito (apical ou septal). Métodos: Estudo descritivo-correlacional de carácter longitudinal retrospetivo. A amostragem é do tipo não probabilístico de conveniência, com uma amostra total de 121 doentes. Foi selecionada uma subamostra A, que incluiu os 74 doentes que compareceram à primeira consulta e à consulta anual de follow-up. Avaliou-se a carga arrítmica (tempo em FA em horas), nestas amostras, consoante o local de estimulação ventricular, e dentro destas, foram avaliados os doentes consoante indicação para implante (DNS e BAV) e presença de antecedentes de FA. Resultados: Na amostra total e na subamostra A, comprovou-se não existir relação entre o local de estimulação ventricular e a carga arrítmica auricular (p>0,05). Quando analisados os doentes de acordo com critério de implantação (DNS e DNAV) e história prévia de FA, verificou-se que não existiam diferenças estatísticas significativas entre os dois locais de estimulação (p>0,05). No entanto, determinou-se que a existência de antecedentes de FA possui está relacionada com a carga arrítmica auricular tanto na amostra total (X2=12,62; IC=95%; p≤0,05) como na subamostra A (1ª consulta: X2=22,46; IC=95%; p≤0,05 e 2ª consulta: X2=16,73; IC=95%; p≤0,05), independentemente da localização do elétrodo ventricular. Conclusões: Neste estudo pode extrapolar-se que não existe benefício da estimulação ventricular septal em relação à apical a nível da carga arrítmica auricular. Palavras-chave: Pacing septal, fibrilhação auricular, carga arrítmica auricular, disfunção nódulo sinusal, disfunção do nódulo AV. iv A INFLUÊNCIA DO LOCAL DE PACING VENTRICULAR NA INCIDÊNCIA DE TAQUIARRITMIAS AURICULARES ABSTRACT Introduction: In cardiac pacing, the right ventricular lead is conventionally implanted in the apex. At the same time, scientific evidence has highlighted the deleterious role in left ventricular function, resulting from electrical stimulation at this site. To combat this trend the interest in alternative pacing sites has emerged, namely septal pacing. The existing studies on this type of ventricular pacing, considered more physiological, presents contradictory results. However, none of them show the relationship between septal pacing and the incidence of atrial tachyarrhythmias, namely AF. Objective: To evaluate and compare the incidence of AF depending on the location of implantation of the right ventricular pacing lead (apical or septal). Methods: This study is of descriptive-correlational nature and is of longitudinal retrospective character. The sampling is non probabilistic by convenience with a total sample of 121 patients. A sub-sample A was chosen, which included the 74 patients who attended the two follow-up appointments. The atrial burden (hours in AF) was first evaluated, in both samples, depending on pacing site, and then according implant criteria (SNS and AVND) and AF history. Results: In the total sample and in sub-sample A, there was no relation between ventricular pacing site and atrial burden (p>0,05). When analyzing patients according to implant criteria (SND and AVND) and history of AF, there were no statistical significant differences between the two pacing sites (p>0,05). However, it was determined that the existence of history of AF is related to atrial burden in both the total sample (X2 = 12.62, CI = 95%, p ≤ 0.05) and in the sub-sample A (1st consultation: X2 = 22.46, CI = 95%, p ≤ 0.05 and 2 nd consultation: X2 = 16.73, CI = 95%, p ≤ 0.05), regardless of the location of the ventricular lead. Conclusions: In this study it can be extrapolated that there is no benefit in atrial burden in patients with septal lead when compared to apical lead. Keywords: Septal pacing, atrial fibrillation, atrial burden, sinus node dysfunction, AV node dysfunction. v A INFLUÊNCIA DO LOCAL DE PACING VENTRICULAR NA INCIDÊNCIA DE TAQUIARRITMIAS AURICULARES ÍNDICE GERAL Pensamento.................................................................................................................. ii Agradecimentos ............................................................................................................iii Resumo ....................................................................................................................... iv Abstract ........................................................................................................................ v Índice Geral .................................................................................................................vii Índice de tabelas .......................................................................................................... ix Índice de figuras .......................................................................................................... xi Lista de abreviaturas, siglas e símbolos......................................................................xiv 1. Introdução.............................................................................................................. 1 1.1. Problema de Investigação .................................................................................. 2 1.2. Objectivos e hipóteses de investigação .............................................................. 2 1.3. Justificativos ....................................................................................................... 3 2. Enquadramento teórico.......................................................................................... 4 3. Metodologia ......................................................................................................... 10 3.1. Método de abordagem ..................................................................................... 10 3.2. Local de estudo ................................................................................................ 10 3.3. Duração e período de estudo ........................................................................... 10 3.4. Tipologia de estudo .......................................................................................... 11 3.5. População de estudo ........................................................................................ 11 3.6. Tipo, técnica de amostragem e dimensão da amostra...................................... 12 3.7. Definição das variáveis de estudo .................................................................... 12 3.8. Método, técnicas e instrumento de recolha de dados ....................................... 13 3.9. Método de tratamento e análise de dados ........................................................ 14 3.10. Cronograma de actividades ............................................................................ 15 3.11. RECURSOS ...................................................................................................... 16 3.12. Considerações éticas e legais ........................................................................ 16 4. Resultados........................................................................................................... 17 4.1. Caracterização da população ........................................................................... 17 4.1.1. Análise descritiva da população ................................................................. 17 4.1.2. Análise comparativa ................................................................................... 21 vii A INFLUÊNCIA DO LOCAL DE PACING VENTRICULAR NA INCIDÊNCIA DE TAQUIARRITMIAS AURICULARES 5. Discussão ............................................................................................................ 29 5.1. Discussão de resultados................................................................................... 29 5.2. Limitações ao estudo ........................................................................................ 31 6. Considerações finais............................................................................................ 32 7. Bibliografia ........................................................................................................... 34 viii A INFLUÊNCIA DO LOCAL DE PACING VENTRICULAR NA INCIDÊNCIA DE TAQUIARRITMIAS AURICULARES ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1 - Cronograma de atividades ......................................................................... 15 Tabela 2 - Caracterização geral da amostra ............................................................... 17 Tabela 3 - Caracterização geral da sub-amostra A ..................................................... 20 Tabela 4 - Teste de normalidade e variância para a amostra geral ............................. 21 Tabela 5 - Teste de normalidade e variância para a sub-amostra A ........................... 21 Tabela 6 - Análise quantitativa do tempo em FA consoante a localização do elétrodo ventricular, na amostra geral....................................................................................... 22 Tabela 7 - Análise quantitativa do tempo em FA consoante a localização do elétrodo ventricular de acordo com o critério de implante e a presença de antecedentes de FA, na amostra geral ......................................................................................................... 22 Tabela 8 - Análise quantitativa do tempo em FA de acordo com presença de antecedentes de FA, na amostra geral ....................................................................... 23 Tabela 9 - Análise quantitativa do tempo em FA consoante a localização do elétrodo ventricular, na sub-amostra A ..................................................................................... 24 Tabela 10 - Análise quantitativa do tempo em FA consoante a localização do elétrodo ventricular de acordo com o critério de implante e a presença de antecedentes de FA, na sub-amostra A ....................................................................................................... 25 Tabela 11 - Análise quantitativa do tempo em FA de acordo com presença de antecedentes de FA, na sub-amostra A ...................................................................... 26 Tabela 12 - Tabela de categorização das variáveis em estudo ................................... 43 ix A INFLUÊNCIA DO LOCAL DE PACING VENTRICULAR NA INCIDÊNCIA DE TAQUIARRITMIAS AURICULARES x A INFLUÊNCIA DO LOCAL DE PACING VENTRICULAR NA INCIDÊNCIA DE TAQUIARRITMIAS AURICULARES ÍNDICE DE GRÁFICOS E FIGURAS Gráfico 1 - Gráfico de valor de limiar de onda R no implante consoante o local de estimulação ventricular, na amostra geral ................................................................... 18 Gráfico 2 - Gráfico de valor de limiar de pacing no implante consoante o local de estimulação ventricular, na amostra geral ................................................................... 19 Ilustração 1 - Pedido de autorização de empréstimo do programador da Sorin Group 56 Ilustração 2 - Pedido de autorização para realização do projeto de investigação na Unidade de Arritmologia Invasiva do Serviço de Cardiologia do CHLN-HSM (Frente) 58 Ilustração 3 - Pedido de autorização para realização do projecto de investigação na Unidade de Arritmologia Invasiva do Serviço de Cardiologia do CHLN-HSM (Verso) . 59 xi A INFLUÊNCIA DO LOCAL DE PACING VENTRICULAR NA INCIDÊNCIA DE TAQUIARRITMIAS AURICULARES ÍNDICE DE ANEXOS Tabela de variáveis ................................................................................................. 42 Formulário ............................................................................................................... 49 Pedido de autorização de empréstimo de programador da Sorin Group ................. 55 Pedido de autorização para a realização do Projeto de Investigação ...................... 57 xiii A INFLUÊNCIA DO LOCAL DE PACING VENTRICULAR NA INCIDÊNCIA DE TAQUIARRITMIAS AURICULARES LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS AE – Aurícula Esquerda AV – Auriculoventricular AVC – Acidente vascular cerebral BAV – Bloqueio Auriculoventricular BCRE – Bloqueio completo de ramo esquerdo BIRD – Bloqueio incompleto de ramo direito BCRD – Bloqueio completo de ramo direito CDI – Cardioversor-desfibrilhador implantável CHLN-HSM – Centro Hospitalar Lisboa Norte – Hospital de Santa Maria CSVD – Câmara de Saída do Ventrículo Direito DNAV - Disfunção do Nódulo Auriculoventricular DNS – Disfunção do Nódulo Sinusal ECG – Eletrocardiograma FA – Fibrilhação Auricular FA/TA – Fibrilhação Auricular / Taquicardia Auricular FEj – Fração de Ejeção Ventricular Esquerda IC – Insuficiência Cardíaca ICC – Insuficiência Cardíaca Congestiva NAV – Nódulo Auriculoventricular NS – Nódulo Sinusal PPE – Proposta de Project-Estágio PVA – Pacing Ventricular Apical PVS – Pacing Ventricular Septal RS – Ritmo sinusal SIV – Septo Interventricular TA – Taquicardia auricular TRC – Terapia de Ressincronização Cardíaca VD – Ventrículo Direito VE – Ventrículo Esquerdo %VP – Percentagem de Pacing Ventricular xiv A INFLUÊNCIA DO LOCAL DE PACING VENTRICULAR NA INCIDÊNCIA DE TAQUIARRITMIAS AURICULARES 1. INTRODUÇÃO Desde o aparecimento do primeiro pacemaker artificial em 1932 que imensos têm sido os desenvolvimentos tecnológicos e clínicos dentro desta área, resultando na melhoria da qualidade de vida dos doentes, assim como na diminuição da morbilidade e mortalidade.(1-18) De entre os possíveis locais para estimulação ventricular, o ápex do ventrículo direito é considerado o local de implante convencional. No entanto, foi comprovado em diversos estudos que a estimulação elétrica no ápex do VD cria uma sequência de ativação elétrica ventricular não fisiológica, que pode ocasionar hemodinâmicas, estruturais e funcionais da função ventricular esquerda. alterações (3,17,19-38) A FA é a arritmia mantida mais frequente. Esta é uma patologia que está associada a elevada mortalidade e morbilidade devidas a um elevado risco de incidência de AVC e de insuficiência cardíaca.(3,8,11,12,19,23,25,28-30,32-34, 39-42) Tendo em consideração o efeito deletério do pacing ventricular apical, surgiu recentemente uma nova técnica: a implantação do elétrodo ventricular em posição septal.(21,27,33,43,44,45) Este local alternativo de pacing tem sido alvo de muitos estudos que, no entanto, apresentaram resultados contraditórios. Apesar de tudo, nenhum destes estudos demonstrou concretamente a relação entre o pacing septal e o desenvolvimento de taquiarritmias auriculares, nomeadamente na diminuição da sua incidência.(3,20-24,26,28-32,34,43,45-52,54-61,63) A presente investigação pretendeu assim avaliar e comparar a incidência de taquiarritmias auriculares em doentes portadores de pacemaker dupla câmara e cujo elétrodo ventricular se encontra em posição septal ou apical. Este estudo foi realizado no Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar Lisboa Norte, e é do tipo descritivo-correlacional. A duração do estudo englobou o 3º semestre do Mestrado de Tecnologias de Diagnóstico e Intervenção Cardiovascular. A população em estudo é constituída pelos doentes que foram submetidos a primeira implantação de pacemakers de dupla câmara. O tipo e técnica de amostragem é, respetivamente, do tipo não probabilístico de conveniência. Quanto ao coorte o estudo é de carácter longitudinal retrospetivo. 1 A INFLUÊNCIA DO LOCAL DE PACING VENTRICULAR NA INCIDÊNCIA DE TAQUIARRITMIAS AURICULARES Como referido anteriormente, este estudo pretendeu auferir se a estimulação septal versus apical do ventrículo direito reduz a incidência de FA em portadores de pacemakers permanente. 1.1. PROBLEMA DE INVESTIGAÇÃO Desde o aparecimento do pacing cardíaco no tratamento de bradiarritmias que vários têm sido os avanços tecnológicos e clínicos dentro desta área, resultando na melhoria da qualidade de vida dos doentes, assim como na diminuição da morbilidade e mortalidade. Baseado em vários estudos que provaram o efeito deletério do pacing ventricular apical na função ventricular esquerda, surgiu recentemente uma nova técnica: a implantação do elétrodo ventricular em posição septal através da sua fixação ativa. Presentemente, este local alternativo de pacing tem sido alvo de investigação, sobretudo para determinar se o pacing septal diminui a incidência de dessincronia intra e interventricular. No entanto, nenhum deles avaliou a relação entre o pacing septal e o aparecimento e/ou desenvolvimento de taquiarritmias auriculares, nomeadamente a sua incidência. A presente investigação pretende então avaliar a incidência de taquiarritmias auriculares em doentes com pacemaker dupla câmara e cujo elétrodo ventricular se encontra em posição septal ou apical. 1.2. OBJETIVOS E HIPÓTESES DE INVESTIGAÇÃO O objetivo deste estudo é avaliar a incidência de taquiarritmias auriculares em doentes que implantaram pacemaker dupla câmara (primeira implantação) e cujo elétrodo ventricular se encontra em posição septal ou apical. Foram ainda consideradas de modo diferenciado a indicação para implantação: disfunção do nódulo sinusal versus disfunção do nódulo AV e a presença de antecedentes de FA paroxística. 2 A INFLUÊNCIA DO LOCAL DE PACING VENTRICULAR NA INCIDÊNCIA DE TAQUIARRITMIAS AURICULARES H1 – Os doentes com pacing apical têm maior carga arrítmica que os doentes com pacing septal. H1.1. – Na amostra total, os doentes com pacing apical têm maior carga arrítmica que os doentes com pacing septal. H1.2. – Nos doentes com disfunção do nódulo sinusal, os doentes com pacing apical têm maior carga arrítmica que os doentes com pacing septal. H1.3. – Nos doentes com indicação de implante por bloqueio auriculoventricular, a carga arrítmica é superior nos doentes com pacing apical em relação aos com elétrodo em posição septal. H1.4. – Nos doentes com antecedentes de FA paroxística, a carga arrítmica é superior nos doentes com pacing apical em relação aos com elétrodo em posição septal. 1.3. JUSTIFICATIVOS A investigação dos efeitos do pacing septal tem sido motivo de recente controvérsia no mundo do pacing. Muitos têm sido os estudos que têm incidido sobre esta problemática. No entanto, em nenhum é descrito o efeito do pacing septal na incidência de taquiarritmias auriculares. Tendo em consideração que a fibrilhação auricular está associada a uma elevada morbilidade e mortalidade e que possui um papel fulcral no risco de acidentes cardioembólicos assim como no aparecimento e desenvolvimento de insuficiência cardíaca, é de maior interesse investigar se existe uma diminuição da incidência de FA nos doentes com pacing septal. 3 A INFLUÊNCIA DO LOCAL DE PACING VENTRICULAR NA INCIDÊNCIA DE TAQUIARRITMIAS AURICULARES 2. ENQUADRAMENTO TEÓRICO Atualmente, os pacemakers representam o único tratamento efetivo para bradicardia sintomática causada por disfunção do nódulo sinusal ou por bloqueio auriculoventricular.(1-3,19,35,39) De entre os possíveis locais para estimulação ventricular, o ápex do ventrículo direito é considerado o local de implante convencional devido à sua facilidade de acesso e pela estabilidade que proporciona ao elétrodo e aos reduzidos valores de limiar de estimulação.(3,19-27) Apesar das suas vantagens, foi comprovado que o pacing no ápex do VD cria uma sequência anormal de ativação elétrica e mecânica dos ventrículos, que pode originar alterações metabólicas, hemodinâmicas, estruturais e funcionais do coração. Este é demonstrado pelo QRS de pacing cardíaco com morfologia semelhante à do bloqueio de ramo esquerdo no ECG de superfície. (3,19-22,24-40) No BCRE a ativação elétrica do VD precede a do VE, mas com o estímulo original a percorrer o sistema de His-Purkinje. Durante o pacing apical do ventrículo direito, a condução do estímulo de pacing ocorre através do miocárdio ventricular, fazendo um bypass ao sistema de condução His-Purkinje. Consequentemente, a frente de ativação alastra-se com maior heterogeneidade e induz uma ativação elétrica dos ventrículos de forma mais lenta, à semelhança do que acontece na presença de bloqueio completo de ramo esquerdo do feixe de His. Assim sendo, verifica-se que o VD é originalmente ativado antero-apicalmente, seguido por ativação transeptal do VE. O restante do VE é despolarizado lentamente, terminando com a ativação da base ínfero-posterior do VE.(3,19,25-28,35,38,39) A dessincronia elétrica resultante gera um QRS de duração prolongada, devido à condução miocárdica lenta, tal como o existente no BCRE. O impacto do pacing no padrão de ativação ventricular depende também da presença de distúrbios de condução intrínsecos.(3,19,20,25-28,30,36,38) De igual forma ao que acontece na frente de ativação elétrica, a contração mecânica dos ventrículos também está alterada durante o pacing apical, nomeadamente pela contração regional precoce das zonas proximais ao local de estimulação, resultando no estiramento das fibras das zonas de ativação tardia. Este padrão de contração assíncrono do VE tem como consequência a ausência de uma 4 A INFLUÊNCIA DO LOCAL DE PACING VENTRICULAR NA INCIDÊNCIA DE TAQUIARRITMIAS AURICULARES sístole eficaz, resultando a longo prazo em alterações estruturais e no remodeling do VE.(3,19,20,23,26,30,35,38) Em suma, a longo prazo, o pacing no ápex do VD resulta em: - Alterações no metabolismo e perfusão (alteração da perfusão regional e do consumo de oxigénio do miocárdio); - Remodeling ventricular (hipertrofia ventricular assimétrica, alterações histopatológicas, dilatação ventricular e insuficiência mitral); - Alterações hemodinâmicas (fração de ejeção diminuída e aumento das pressões de enchimento do VE); - Alterações funcionais (alterações no strain miocárdico e dessincronia mecânica intra e interventricular); e - Desenvolvimento de taquiarritmias auriculares (FA) e ventriculares.(3,17, 19,20,25,26,30,35,36,38) Existem poucos estudos que demonstrem a relação direta entre a dessincronia ventricular esquerda, induzida por estimulação ventricular direita apical, e o agravamento da insuficiência cardíaca. Por outro lado, existem estudos (MADIT CRT, COMPANION, CARE-HF, REVERSE) que apoiam que restaurar ativação elétrica normal e a sincronia mecânica interventricular com terapia de ressincronização cardíaca (TRC) resulta numa melhoria da função ventricular esquerda. (17,19,26,33,35) A fibrilhação auricular é considerada a arritmia mais frequente. Está demonstrado que a sua prevalência aumenta com a idade e está associada a elevada mortalidade e morbilidade, proporcionando um maior risco de acidentes vasculares e insuficiência cardíaca.(3,19,23,29-31,33-35,40,41) O avanço tecnológico dos pacemakers permite atualmente a deteção e registo em memória de taquiarritmias auriculares, providenciando informação sobre a carga arrítmica auricular constituindo assim uma ferramenta indispensável para a condução adequada e otimizada da consulta de follow-up. (13-16,18,43,64) A FA é uma co morbilidade frequentemente associada aos portadores de pacemakers com elétrodo ventricular implantado, como demonstrado por Andersen et al (7), que comparou os modos de pacing AAI e VVI, e sua influência na ocorrência de FA. Verificou-se que no pacing auricular existia uma menor predisposição à ocorrência de episódios de FA. (7-11,37,39,42,43,53,54) Israel et al (2004), num estudo que envolvia doentes com pacemakers dupla câmara (elétrodo apical) com história prévia de FA paroxística ou persistente (critérios 5 A INFLUÊNCIA DO LOCAL DE PACING VENTRICULAR NA INCIDÊNCIA DE TAQUIARRITMIAS AURICULARES de implante BAV e DNS) verificou que uma elevada percentagem de doentes revelava episódios de FA apesar da terapêutica antiarrítmica otimizada.(12) O estudo dinamarquês (Andersen, et al) foi o primeiro estudo prospetivo randomizado a suportar o conceito de que a escolha adequada do modo de pacing pode melhorar o prognóstico dos doentes com DNS. O estudo MOST (Mode Selection Trial) demonstrou que a percentagem cumulativa de pacing (apical) no ventrículo direito (%VP) estava diretamente relacionada com o risco de hospitalizações por agudização de IC e por FA.(3,6,7,17,19,21,23,33,34,40,42) Nos estudos DAVID e MADIT II verificou-se uma elevada incidência de fibrilhação e flutter auricular nos portadores de CDI, tendo sido evidenciado a relação deletéria entre o pacing ventricular direito apical e a insuficiência cardíaca. (3,6,17,19,21,23,33,34,40) Nos últimos anos, de forma a evitar o declínio da função cardíaca dos doentes portadores de pacemakers e para que seja mantida uma ativação ventricular mais fisiológica, locais alternativos para pacing têm sido estudados nomeadamente o pacing septal.(3,21-26,30-32,35) A informação existente sobre os benefícios deste local de pacing ventricular é contraditória. Existem vários estudos que sugerem que os efeitos hemodinâmicos do pacing septal são menos deletérios que os do pacing apical, visto que constitui uma estimulação mais fisiológica do ventrículo, nomeadamente através de um QRS de pacing com menor duração, na preservação da fração de ejeção ventricular e na diminuição da insuficiência mitral.(3,20,23,26-28,30,31,35,46) O termo pacing ventricular septal tem sido amplamente utilizado para descrever uma panóplia variada de locais de estimulação VD, nomeadamente, CSVD, SIV “alto”, SIV médio, SIV “anterior” e SIV para-hisiano. Esta confusão persiste na literatura apesar da tentativa de padronizar o local mais adequado de inserção do elétrodo septal. O pacing não apical apenas se tornou possível com o desenvolvimento dos elétrodos endocárdicos de fixação ativa. Em termos práticos, estudos reportaram que a colocação de elétrodo no SIV apresenta estabilidade a longo termo, viabilidade, menor probabilidade de perfuração miocárdica e de estimulação diafragmática e sendo também elétrodos fáceis de extrair. Os estudos efetuados por Vlay (2006) e por Medi & Mond (2009), demonstraram estabilidade a longo prazo, em relação aos valores de limiar de estimulação, de sensing da onda R, de impedância do elétrodo e ausência de complicações dos eletrocatéteres colocados na câmara de saída do VD (CSVD). Em 6 A INFLUÊNCIA DO LOCAL DE PACING VENTRICULAR NA INCIDÊNCIA DE TAQUIARRITMIAS AURICULARES 2007, Burri et al, mostraram que os valores de sensing de onda R e de limiar de estimulação foram semelhantes em doentes com elétrodo de fixação ativa em posição septal e apical, apresentando ainda menor risco de deslocamento nos elétrodos septais. (28,31,45,50) Segundo Takemoto et al (2009), num estudo de aproximadamente quatro anos em que seguiu retrospetivamente 55 doentes com pacemakers dupla câmara, verificou que a fração de ejeção em doentes com elétrodo ventricular apical sofria uma diminuição acentuada, ao contrário do que acontecia nos doentes com pacing septal. Mostrou também que a duração dos complexos QRS de pacing era significativamente menores nestes que nos elétrodos apicais.(26) Victor et al (2006), num estudo a curto prazo (3 meses) em 28 doentes com FEj≤45%, a função VE mantinha-se preservada nos doentes com pacing septal ao contrário dos doentes com pacing apical. (23) Segundo Yu et al (2007), num estudo realizado 72 horas após implantação de pacemaker que reuniu 42 doentes sem doença estrutural, o pacing septal apresentou menor tempo de despolarização, menor dessincronia, melhor performance mecânica e resposta cronotrópica preservada na contração miocárdica, quando comparado com o pacing apical. (62) Segundo Inoue et al (2010), num estudo que incidia em 46 doentes com DNS e função ventricular esquerda preservada, o pacing septal resultou numa diminuição da dessincronia ventricular esquerda e de um melhor movimento torsional do que o pacing apical, aos 7 dias de follow-up.(47) Em 2011, num estudo prospetivo em 103 doentes com bradiarritmia sintomática e função VE preservada, demonstrou ainda que a FEj (também com 7 dias de follow-up), obtida por ecocardiograma com speckle tracking, estava preservada nos doentes com elétrodo septal ao invés dos apicais, no qual a contração VE longitudinal deteriorou. (30) O estudo a curto prazo (até uma semana após implantação de pacemaker dupla câmara) realizado por Yoshikawa et al (2010), mostrou que os doentes com elétrodo no SIV alto possuem menor dessincronia VE quando comparados com o local convencional de implante do elétrodo VD.(58) Tse et al (2002), avaliou a função VE e ainda a perfusão miocárdica através da cintigrafia de perfusão miocárdica por tálio e ventriculografia por radionuclídeo, tendo obtido como resultados a 6 e 18 meses diferenças significativas entre o pacing septal e apical, sendo que o primeiro apresentava menor défice de perfusão miocárdica, menor percentagem de defeitos de contração VE e melhor FEj.(65) 7 A INFLUÊNCIA DO LOCAL DE PACING VENTRICULAR NA INCIDÊNCIA DE TAQUIARRITMIAS AURICULARES No estudo a curto prazo de Yamano et al (2010), que englobava 20 doentes, o pacing da CSVD apresentava melhores valores de função VE e da dinâmica do fluxo coronário do que o pacing apical.(61) Segundo Cano et al (2010), num estudo que envolvia 93 doentes sem doença estrutural, ao analisar os doentes com pacing septal e apical ≥ 10%, tirou como conclusões que o pacing apical possui maior dessincronia intra e interventricular aos 12 meses de follow-up.(20) No estudo realizado por Menezes Júnior et al (2011), que comparou o algoritmo de minimização de pacing ventricular em associação ao local de estimulação elétrica ventricular, verificou que apesar de não registar alterações na qualidade de vida dos doentes e na fração de ejeção VE ao fim de 30 meses de follow-up, existiu uma diminuição significativa da carga arrítmica auricular (AT-AF burden) e das dimensões da AE por remodelamento reverso, nos doentes com pacing septal.(55) Segundo Wang et al (2012), em 60 doentes com BAV e FEj normal, num follow-up de um ano, o pacing septal apresentou melhores resultados em termos de performance da contração VE, mas sem diferenças na dessincronia intraventricular e nos volumes do VE.(60) Uma metanálise publicada por Shimony et al (2012), demonstrou existirem bons resultados a curto, médio e longo prazo do pacing ventricular não apical, especialmente quando a duração do estudo é superior a um ano. Identificou, também, que a função ventricular esquerda de base é um fator preditivo positivo importante do efeito do pacing não apical na função ventricular esquerda, em particular nos doentes com FEj preservada no início do estudo. Nos doentes com FEj<40-45%, o pacing não apical apresentava melhor valor de FEj no final do follow-up, no entanto, não existiam diferenças entre os no final do follow-up entre os doentes com FEj preservada de base.(54) Por outro lado, Stambler et al (2003), descreveram que os doentes com FA crónica, IC e disfunção ventricular esquerda sistólica (FEj≤40%), a 3 meses o pacing da CSVD diminui a duração do QRS, mas não apresentou melhoria na qualidade de vida quando comparado com o pacing apical. Entre os 6 e 9 meses de follow-up, o pacing apical apresentava melhor FEj que o pacing septal.(44) No estudo realizado por Kypta et al (2008), que envolveu 98 doentes com DNAV, avaliados aos 3 dias, 3 meses e 18 meses, apesar de ser tido em consideração os diferentes níveis de ICC, o pacing septal não apresentou valores superiores de FEj e capacidade de exercício que os doentes com pacing apical.(59) 8 A INFLUÊNCIA DO LOCAL DE PACING VENTRICULAR NA INCIDÊNCIA DE TAQUIARRITMIAS AURICULARES Ng et al (2009), num estudo a longo prazo, mostrou que o pacing septal estava associado a menor fração de ejeção ventricular esquerda, maior índice de volume ventricular esquerdo telediastólico, maior índice de massa ventricular esquerda, menor strain circunferencial e maior dessincronia circunferencial. (35) Leong et al (2010), num estudo realizado em 58 doentes (32 com PVA e 28 PVS), num follow-up a longo prazo (28±10 meses) verificou que o pacing na câmara de saída do VD está associado a QRS de menor duração, índices estruturais e funcionais do VE (dimensão, volume e FEj) que no pacing apical, sendo associado também a menor efeito de remodeling negativo.(53) Ten Cate et al (2008), num estudo a curto prazo em 14 doentes com DNS, apresentaram resultados ecocardiográficos negativos tanto para o pacing apical como para a CSVD, dado que ambos apresentavam deterioração da motilidade das paredes do VE e do strain longitudinal, apesar de nenhum apresentar dessincronia. (63) No estudo realizado em 2010 por Liu et al, em 36 doentes com disfunção do nódulo sinusal e condução AV preservada, quando avaliados na fase aguda após implantação (1-18 dias), verificou-se que o pacing da CSVD provoca um efeito adverso na função VE e aumenta a dessincronia intraventricular. (57) Domenichini et al (2012), num estudo prospetivo a longo prazo (4 anos), avaliou 59 doentes por ecocardiografia, e verificou que o pacing septal não confere vantagens relativamente ao pacing apical, em termos de função ventricular esquerda. Em adição, se o elétrodo for colocado numa posição mais anterior em vez do SIV médio ainda confere uma diminuição da FEj. (56) Como se depreende dos estudos acima mencionados, a maioria incide sobre as alterações ecocardiográficas, em especial na função ventricular esquerda, com resultados contraditórios entre eles, ou até sem manifestação de disparidades entre os dois grupos. Apenas um abrange a incidência de taquiarritmias auriculares, manifestando uma diminuição do número de indivíduos com episódios de FA nos doentes com pacing septal. (55) Tendo em consideração este facto, o objetivo deste estudo é exatamente determinar a influência do local de pacing ventricular direito na incidência de taquiarritmias auriculares. 9 A INFLUÊNCIA DO LOCAL DE PACING VENTRICULAR NA INCIDÊNCIA DE TAQUIARRITMIAS AURICULARES 3. METODOLOGIA 3.1. MÉTODO DE ABORDAGEM Em relação ao método de abordagem este é do tipo hipotético-dedutivo visto que após a eleição de hipóteses (premissas hipotéticas), as quais possuem alguma viabilidade para responder a um problema de natureza científica e com base em pressupostos práticos. Após a construção destas hipóteses busca-se o falseamento destas, de forma a comprovar a sua veracidade e sustentabilidade. O método encerrase então com a comprovação das hipóteses enunciadas. 3.2. LOCAL DE ESTUDO Os dados recolhidos são provenientes do Serviço de Cardiologia I do Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar Lisboa Norte. Foi escolhido este centro por conveniência da mestranda e do orientador, tendo sido ainda o local onde ocorreu o estágio curricular exigido no Mestrado de Tecnologia de Investigação Cardiovascular. Além disso, trata-se de um Centro com elevada casuística de pacing permanente e com experiência na implantação de eletrocatéteres em locais alternativos ao ápex do VD. 3.3. DURAÇÃO E PERÍODO DE ESTUDO A duração do estudo foi de um semestre e o período de estudo correspondeu ao tempo necessário para a recolha dos dados o que abrangeu os meses de Março de 2012 a Abril de 2013. 10 A INFLUÊNCIA DO LOCAL DE PACING VENTRICULAR NA INCIDÊNCIA DE TAQUIARRITMIAS AURICULARES 3.4. TIPOLOGIA DE ESTUDO O estudo em questão é do tipo observacional, uma vez que o investigador não tem uma participação ativa, limitando-se a adotar um papel de observador. O estudo é do tipo descritivo-correlacional pois para além de descrever as variáveis, o investigador pretende verificar se existe relação entre elas, e caso exista, identificar e descrever essa mesma relação. Quanto ao coorte o presente estudo é de carácter longitudinal restrospetivo. 3.5. POPULAÇÃO DE ESTUDO A população do estudo foi constituída por indivíduos que cumprissem todos os critérios de inclusão e nenhum dos de exclusão. Critérios de inclusão: - Indicação classe I ou II para colocação de pacemaker dupla câmara; - Primeira implantação de pacemaker; - Doentes que implantaram pacemaker entre 01 de Janeiro de 2010 e 30 de Setembro de 2011; - Gerador com capacidade de registo intracardíaco de arritmias auriculares; - Doente ter comparecido à primeira (realizada entre 1 a 4 meses após a implantação) e/ou à segunda consulta de follow-up do dispositivo (realizada entre 10 a 14 meses após a implantação). Critério de exclusão: - Idade inferior a 18 anos; - Não comparecerem às consultas de follow-up; - Implante anterior de pacemaker, CDI ou TRC; - Doentes em que após o implante fosse necessário reposicionar e/ou substituir elétrodo ventricular e/ou auricular devido a deslocamento ou fratura deste(s); - Pacientes submetidos a isolamento das veias pulmonares por FA; - Pacientes candidatos a CDI ou TRC. 11 A INFLUÊNCIA DO LOCAL DE PACING VENTRICULAR NA INCIDÊNCIA DE TAQUIARRITMIAS AURICULARES 3.6. TIPO, TÉCNICA DE AMOSTRAGEM E DIMENSÃO DA AMOSTRA Neste estudo, relativamente ao tipo da amostra, este é não probabilístico, tendo sido utilizada uma técnica de amostragem de conveniência. A amostra é constituída então pelos doentes seguidos na consulta de programação de pacemakers do Serviço de Cardiologia I do CHLN – HSM que obedeceram aos critérios de inclusão e exclusão previamente mencionados, perfazendo um total de 121 doentes. 3.7. DEFINIÇÃO DAS VARIÁVEIS DE ESTUDO Todas as variáveis do estudo foram classificadas em quantitativas contínuas e qualitativas nominais ou ordinais. Está disponível no anexo I uma tabela com uma análise detalhada de todas as variáveis utilizadas neste estudo. As variáveis são quantitativas quando expressas numericamente, tornando-as mensuráveis ou referenciáveis, como, por exemplo: idade, tempo total em FA em horas, % de pacing ventricular, entre outras. De forma a permitir uma análise estatística mais precisa da carga arrítmica, foi criada uma nova variável ordinal nomeadamente, tempo total em FA (em categorias), que será referida somente como tempo em FA. Esta foi construída segundo o estudo realizado por Capucci et al (2005) que verificou que o risco de acidentes cardioembólicos era superior nos doentes que cujos pacemakers registavam valores tempo em FA superior a 24 horas. Segundo Andrikopoulos et al (2010), o registo de FA superior a um dia pode ser utilizado como parâmetro guia para a introdução de terapêutica anticoagulante. Para além desta categoria foram criadas duas outras, nomeadamente, 0 horas em FA, que determina a ausência de episódios de FA registados pelo pacemaker; e ainda, uma categoria referente a valores tempo em FA superior a 100 horas, visto que um dos programadores utilizados não tem capacidade de registo de tempo total em taquiarritmia auricular (FA) acima deste valor. Em suma, esta variável é constituída pelas seguintes categorias: 0 horas; > 0 a < 24 horas, ≥ 24 a < 100 horas e ≥ 100 horas. 12 A INFLUÊNCIA DO LOCAL DE PACING VENTRICULAR NA INCIDÊNCIA DE TAQUIARRITMIAS AURICULARES Algumas famílias de geradores como Reply, Identity, Accent, Zephyr, entre outras dispõem dessa informação. Nos dispositivos que apenas dispõem da percentagem de tempo em FA foi efetuada a conversão para tempo em FA em horas (arredondado a uma casa decimal) através do tempo desde implantação (variáveis: 1ª e 2ª consulta após o implante em dias) e da percentagem de FA registada. Em relação às variáveis qualitativas, estas distinguem-se por serem passivas de distribuição em determinado número de categoriais mutuamente exclusivas; podendo ser nominais ou ordinais. São nominais quando são identificadoras de atributos, como é o caso dos sintomas, indicação para implante, marca e família do gerador, local implantação do elétrodo. As variáveis são ordinais quando se referem a ordens de grandeza hierárquica. De forma a permitir uma análise estatística mais precisa, foram criadas novas variáveis ordinais nomeadamente, a variável Critérios ECG de implantação – Doença do NAV ou do NS, que selecionou os doentes com doença do NAV e do NS, sem distinção do tipo específico de disfunção. Todas as variáveis acima referidas foram avaliadas ao nível da consulta anual de follow-up, na amostra no total, realizada entre os 10 e 14 meses após implantação. Para uma avaliação da evolução temporal foram selecionados os doentes que cumpriram com a primeira (realizada entre o primeiro e o quarto mês após o implante) e a segunda consultas, e avaliadas as variáveis anteriormente referidas. 3.8. MÉTODO, TÉCNICAS E INSTRUMENTO DE RECOLHA DE DADOS Para este estudo foi desenvolvido um formulário para proceder à recolha de informação existente nos processos clínicos dos doentes, de onde foram extraídas as variáveis para análise, referentes ao implante, primeira consulta e consulta anual de follow-up, o qual se encontra em anexo (anexo II). O período de recolha dos dados em estudo decorreu de Maio de 2012 ao final do mês de Dezembro de 2012. 13 A INFLUÊNCIA DO LOCAL DE PACING VENTRICULAR NA INCIDÊNCIA DE TAQUIARRITMIAS AURICULARES 3.9. MÉTODO DE TRATAMENTO E ANÁLISE DE DADOS Após a recolha das variáveis, obtidas através do preenchimento do formulário, estas foram extrapoladas para uma matriz de dados no software estatístico SPSS 19.0 com o intuito do posterior tratamento dos dados. Através deste foi possível realizar numa primeira instância, uma análise descritiva simples das variáveis sociodemográficas, clínicas e de caracterização das consultas de follow-up. Nestas, as variáveis quantitativas foram descritas através de medidas de localização central (média) e de dispersão (desvio padrão). Em relação às variáveis qualitativas (nominais e ordinais), foram apresentadas as frequências absolutas (n) e a percentagem.(67-73) Em todas as variáveis sociodemográficas, clínicas e de caracterização das consultas foi determinada a existência de discrepâncias entre os dois grupos em estudo (apical vs. septal) obtida através dos respetivos testes estatísticos (MannWhitney, X2 para amostras independentes, tratando-se de variáveis não paramétricas, ou dos testes paramétricos homólogos, quando aplicável). Foram criadas duas amostras, uma amostra geral que continha os doentes que compareceram à consulta anual de follow-up e uma subamostra A, que incluía os doentes que compareceram a ambas as consultas. Com esta divisão da amostra pretendeu-se, numa primeira instância avaliar os dados a médio prazo, nomeadamente, determinar se existe uma diminuição do remodeling negativo causado pelo pacing ventricular e, por sua vez, diminuição da carga arrítmica auricular (tempo em FA) nos doentes com estimulação septal ao invés de apical. Ao avaliarem-se os doentes na primeira consulta de follow-up e posteriormente na consulta anual (subamostra A) pretendeu-se também avaliar a evolução temporal da FA. Em adição, tencionou-se avaliar a viabilidade e estabilidade da técnica de implantação do elétrodo ventricular em posição septal e compara-la com apical, pelo que a foram avaliados os parâmetros de implante em função do local de estimulação ventricular. 14 3.10. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES Tabela 1 - Cronograma de atividades 2012 JANEIRO REVISÃO 2013 FEVEREIRO MARÇO ABRIL MAIO JUNHO JULHO AGOSTO SETEMBRO OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO JANEIRO FEVEREIRO X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X MARÇO ABRIL BIBLIOGRÁFICA ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL CONSTRUÇÃO DO FORMULÁRIO PPE X PERÍODO DE X ESTÁGIO RECOLHA DE X DADOS TRATAMENTO DE DADOS ANÁLISE DE X DADOS RELATÓRIO DE X ESTÁGIO RELATÓRIO FINAL X ENTREGA DA DISSERTAÇÃO X 15 A INFLUÊNCIA DO LOCAL DE PACING VENTRICULAR NA INCIDÊNCIA DE TAQUIARRITMIAS AURICULARES 3.11. RECURSOS Em relação aos recursos humanos, não foi utilizado mais nenhum para além da esquipa de investigação, composta pela investigadora mestranda Diana Mestre e o orientador Dr. João de Sousa. Em adição, foram necessários recursos materiais gerais, tais como: computador, pen, papel, dossiers, canetas. São considerados os recursos técnicos necessários à investigação: a consulta de processos clínicos e a respetiva folha de recolha de dados (anexo II), desenvolvida pela investigadora, e o programador da Sorin Group (pedido de empréstimo do programador - anexo III). 3.12. CONSIDERAÇÕES ÉTICAS E LEGAIS A equipa de investigação, é constituída pela mestranda Diana Mestre e pelo orientador Dr. João de Sousa. À primeira cabe a responsabilidade de recolher, organizar e tratar dos dados estatísticos. Ao segundo cabe a responsabilidade de orientar, tutelar e supervisionar todo o processo de investigação. Durante todo o estudo foram cumpridas as disposições éticas inerentes a estes tipos de estudo. Foi garantido o anonimato e a confidencialidade dos dados pessoais recolhidos pela investigadora. É ainda de referir que este estudo não tem qualquer tipo de fim comercial ou lucrativo por parte do investigador, mas sim fim académico ou curricular. Foi efetuado um pedido de recolha de dados ao diretor do Serviço de Cardiologia I do Hospital de Santa Maria, o Professor Dr. António Nunes Diogo, o qual foi autorizado no dia 8 de Março de 2012, e se encontra em anexo (anexo IV). Dado tratar-se de um estudo restrospetivo de avaliação de dados obtidos nas consultas de follow-up de pacing não se considerou necessário de solicitar a aprovação da Comissão de Ética. 16 A INFLUÊNCIA DO LOCAL DE PACING VENTRICULAR NA INCIDÊNCIA DE TAQUIARRITMIAS AURICULARES 4. RESULTADOS 4.1. CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO Foram avaliados 621 portadores de pacemakers dupla câmara, dos quais foram excluídos 500 doentes por não cumprirem com todos os critérios de inclusão ou por apresentarem critérios de exclusão, finalizando num total de 121 doentes. 4.1.1. ANÁLISE DESCRITIVA DA POPULAÇÃO A amostra em estudo foi constituída pelos 121 doentes que compareceram à consulta anual de follow-up. Destes doentes 47,1% têm elétrodo implantado no ápex do VD, com uma média de idades de 76 ± 11 para estes e de 71 ± 12 para os com elétrodo no SIV. Existem 41,3% de indivíduos do sexo feminino e 12,4% da amostra possuem antecedentes de FA. Os geradores Reply DR da Sorin Group detêm 51,1% de prevalência. Tabela 2 - Caracterização geral da amostra VARIÁVEIS APICAL LOCALIZAÇÃO DO ELÉTRODO VENTRICULAR - N (%) 2ª CONSULTA APÓS IMPLANTE EM DIAS 57 (47,1%) 378 ± 37 IDADE SIV P 64 (52,9%) 371 ± 31 0,27 76 ± 11 71 ± 12 0,43 26 (21,5%) 31 (25,6%) 25 (20,7%) 32 (26,4%) 24 (19,8%) 40 (33,1%) 26 (21,5%) 38 (31,4%) ANTECEDENTES DE FA 6 (5,0%) 9 (7,4%) 0,56 ONDA R NO IMPLANTE (MV) 12,31 ± 25,90 10,66 ± 26,10 0,03 LIMIAR DE ESTIMULAÇÃO VENTRICULAR NO IMPLANTE 0,44 ± 0,80 0,64 ± 1,10 0,00 %VP (2ª CONSULTA) 55,18 ± 44,40 54,78 ± 44,98 0,66 TEMPO TOTAL EM FA EM HORAS (2ª CONSULTA) 86,4 ± 451,2 194,4 ± 1074,3 0,80 MEDTRONIC ADAPTA 2 (1,7%) 8 (6,5%) MEDTRONIC ENRHYTHM MEDTRONIC ADVISA VITATRON C60 DR 2 (1,7%) 0 (0,0%) 1 (0,8%) 2 (1,7%) 4 (3,3%) 0 (0,0%) FEMININO MASCULINO DNS DNAV GÉNERO CRITÉRIO ECG DE IMPLANTE M ARCA E FAMÍLIA DO GERADOR 17 0,37 0,72 A INFLUÊNCIA DO LOCAL DE PACING VENTRICULAR NA INCIDÊNCIA DE TAQUIARRITMIAS AURICULARES VITATRON T60 DR VITATRON T70 DR ST JUDE MEDICAL IDENTITY ADX XL DR ST JUDE MEDICAL ACCENT DR ST JUDE MEDICAL ZEPHYR XL DR BOSTON SCIENTIFIC ALTRUA 50 BOSTON SCIENTIFIC ALTRUA 60 SORIN GROUP REPLY DR BIOTRONIK EVIA DR-T BIOTRONIK PHILLOS II DR-T 0 (0,0%) 1 (0,8%) 2 (1,7%) 0 (0,0%) 2 (1,7%) 2 (1,7%) 2 (1,7%) 5 (4,2%) 3 (2,5%) 1 (0,8%) 5 (4,2%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 33 (27,2%) 6 (4,9%) 0 (0,0%) 29 (23,9%) 10 (8,2%) 1 (0,8%) Dado o facto de existir significância estatística (p<0,05), obtida através do teste de U de Mann-Whitney, entre os valores de onda R e o limiar de pacing ventricular na implantação (p<0,05) quando analisados em função do local de estimulação ventricular, foram criados os gráficos 1 e 2 de forma a permitir visualizar o seu comportamento. Gráfico 1 - Gráfico de valor de limiar de onda R no implante consoante o local de estimulação ventricular, na amostra geral 18 A INFLUÊNCIA DO LOCAL DE PACING VENTRICULAR NA INCIDÊNCIA DE TAQUIARRITMIAS AURICULARES Gráfico 2 - Gráfico de valor de limiar de pacing no implante consoante o local de estimulação ventricular, na amostra geral Os gráficos 1 e 2 revelam que a técnica de implante septal possui valores semelhantes aos da técnica convencionalmente utilizada, ou seja, que é uma técnica que apresenta viabilidade e estabilidade do elétrodo ventricular ao longo do tempo. Desta população, apenas 74 doentes compareceram a ambas as consultas. Este grupo a qual denominou-se subamostra A e procedeu-se, tal como anteriormente, à descrição desta amostra. A subamostra foi constituída por 40,6% doentes do sexo feminino com uma média de idades de 76±9 para PVA e 72±12 para PVS. Apenas 11 doentes (14,9%) possuíam antecedentes de FA paroxística. Em relação à localização do elétrodo ventricular, 55,4% dos doentes possuíam o elétrodo ventricular direito implantado no septo. A maioria dos doentes implantou geradores Reply da Sorin Group (49,8%). 19 A INFLUÊNCIA DO LOCAL DE PACING VENTRICULAR NA INCIDÊNCIA DE TAQUIARRITMIAS AURICULARES Tabela 3 - Caracterização geral da subamostra A VARIÁVEIS APICAL SIV LOCALIZAÇÃO DO ELÉTRODO VENTRICULAR 33 (44,6%) 41 (55,4%) 1ª CONSULTA APÓS IMPLANTE EM DIAS 96± 6 102 ± 4 0,42 2ª CONSULTA APÓS IMPLANTE EM DIAS 378 ± 37 371 ± 31 0,24 IDADE 72 ± 12 0,15 FEMININO 76 ± 9 15 (20,3%) 15 (20,3%) MASCULINO 18 (24,3%) 26 (35,1%) DNS 15 (20,3%) 21 (28,4%) DNAV 18 (24,3%) 20 (27,0%) ANTECEDENTES DE FA 7 (9,5%) 4 (5,4%) 0,55 %VP (1ª CONSULTA) 56,53 ± 42,82 49,82 ± 42,62 0,75 %VP (2ª CONSULTA) 57,70 ± 45,55 49,87 ± 44,22 0,53 TEMPO EM FA (1ª CONSULTA) 107,5 ± 556,2 62,9 ± 286,3 0,86 TEMPO EM FA (2ª CONSULTA) 140,9 ± 590,3 295,5 ± 1336,8 0,99 MEDTRONIC ADAPTA 1 (1,4%) 2 (2,7%) MEDTRONIC ENRHYTHM 1 (1,4%) 2 (2,7%) MEDTRONIC ADVISA 0 (0,0%) 4 (5,3%) VITATRON C60 DR 1 (1,4%) 0 (0,0%) VITATRON T60 DR 0 (0,0%) 1 (1,4%) VITATRON T70 DR 1 (1,4%) 0 (0,0%) 2 (2,7%) 2 (2,7%) 1 (1,4%) 1 (1,4%) 2 (2,7%) 1 (1,4%) BOSTON SCIENTIFIC ALTRUA 50 3 (4,1%) 0 (0,0%) BOSTON SCIENTIFIC ALTRUA 60 0 (0,0%) 0 (0,0%) SORIN GROUP REPLY DR 16 (21,5%) 21 (28,3%) BIOTRONIK EVIA DR-T 5 (6,7%) 7 (9,4%) BIOTRONIK PHILLOS II DR-T 0 (0,0%) 0 (0,0%) GÉNERO CRITÉRIO ECG DE IMPLANTE ST JUDE MEDICAL IDENTITY ADX M ARCA E FAMÍLIA DO GERADOR XL DR ST JUDE MEDICAL ACCENT DR ST JUDE MEDICAL ZEPHYR XL DR P 0,44 0,62 As tabelas 2 e 3, referentes à caraterização da amostra geral e subamostra A, demonstram que, quando analisadas as variáveis que podem influenciar o outcome deste estudo (como, por exemplo, idade, sexo e %VP), não existem diferenças entre o local de estimulação ventricular. 20 A INFLUÊNCIA DO LOCAL DE PACING VENTRICULAR NA INCIDÊNCIA DE TAQUIARRITMIAS AURICULARES 4.1.2. ANÁLISE COMPARATIVA Na amostra geral e subamostra A, foram aplicados os testes estatísticos de normalidade e variância das variáveis quantitativas (tabelas 4 e 5), de forma a verificar os parâmetros de aplicação de testes paramétricos, para IC=95% e p≤0,05. Como não se verificaram os pressupostos, serão aplicados testes não paramétricos. (67-73) De forma a facilitar a compreensão da análise estatística efetuada procedeu-se ao estudo da amostra geral e seguidamente ao da subamostra A. Tabela 4 - Teste de normalidade e variância para a amostra geral VARIÁVEL IDADE TEMPO EM FA EM HORAS NA 2ª CONSULTA %VP 2ª CONSULTA TESTE DE KOLMOGOROVSMIRNOV TESTE DE LEVENE K P F P 0,11 0,00 0,22 0,64 0,47 0,00 1,91 0,17 0,25 0,00 0,13 0,72 Tabela 5 - Teste de normalidade e variância para a subamostra A VARIÁVEL IDADE TEMPO EM FA EM HORAS NA 1ª CONSULTA TESTE DE KOLMOGOROVSMIRNOV K P 0,12 0,01 TESTE DE LEVENE W 2,34 P 0,13 0,47 0,00 0,93 0,34 %VP 1ª CONSULTA 0,19 0,00 0,02 0,96 TEMPO EM FA EM HORAS NA 2ª CONSULTA 0,47 0,00 1,46 0,23 %VP 2ª CONSULTA 0,24 0,00 0,15 0,70 21 A INFLUÊNCIA DO LOCAL DE PACING VENTRICULAR NA INCIDÊNCIA DE TAQUIARRITMIAS AURICULARES Na amostra geral, foi realizado o teste de X2 para amostras independentes com o intuito de determinar se relevância estatística entre a carga arrítmica (tempo em FA) e os dois locais de estimulação ventricular, não tendo sido observadas diferenças estatísticas significativas (X2=0,83; IC=95%; p=0,84). Na tabela 6, verifica-se que dos 121 doentes em estudo apenas 17 possuem registo de tempo em FA superior a 24 horas (7 no PVA e 10 no PVS). Tabela 6 - Análise quantitativa do tempo em FA consoante a localização do elétrodo ventricular, na amostra geral LOCALIZAÇÃO DO ELÉTRODO VD TEMPO EM FA NA 2ª ÁPEX SIV 34 (59,6%) 40 (62,5%) 16 (28,1%) 14 (21,9%) 4 (7,0%) 5 (7,8%) 3 (5,3%) 5 (7,8%) CONSULTA 0 HORAS > 0 HORAS - <24 HORAS 24 HORAS - < 100 HORAS ≥ 100 HORAS Seguidamente foi efetuada a mesma análise com o teste de X 2 para amostras independentes, incidindo nos doentes com doença do nódulo sinusal (X 2=1,14; IC=95%, p=0,77), nos com doença no nódulo AV (X 2=0,22; IC=95%, p=0,97) e nos com antecedentes de FA (X2=0,42; IC=95%, p=0,94), não tendo sido encontradas diferenças estatísticas no tempo em FA consoante o local de pacing ventricular. Tabela 7 - Análise quantitativa do tempo em FA consoante a localização do elétrodo ventricular de acordo com o critério de implante e a presença de antecedentes de FA, na amostra geral DNS TEMPO EM FA NA 2ª CONSULTA 0 HORAS > 0 HORAS - <24 HORAS 24 HORAS - < 100 HORAS ≥ 100 HORAS DNAV ANTECEDENTES DE FA ÁPEX SIV ÁPEX SIV ÁPEX SIV 12 (48,0%) 14 (53,8%) 22 (68,8%) 26 (68,4%) 2 (33,3%) 4 (44,4%) 9 (36,0%) 6 (23,1%) 7 (21,9%) 8 (21,1%) 1 (16,7%) 2 (22,2%) 2 (8,0%) 3 (11,5%) 2 (6,3%) 2 (5,3%) 1 (16,7%) 1 (11,1%) 2 (8,0%) 3 (11,5%) 1 (3,1%) 2 (5,3%) 2 (33,3%) 2 (22,2%) 22 A INFLUÊNCIA DO LOCAL DE PACING VENTRICULAR NA INCIDÊNCIA DE TAQUIARRITMIAS AURICULARES Na tabela 7, está presente a análise do tempo em FA na segunda consulta consoante o local de pacing ventricular nas variáveis critérios de ECG (DNS e DNAV) e antecedentes de FA paroxística. É evidente o número limitado de doentes que possuem valores de tempo em FA superiores a 24 horas, sendo também evidente que a maioria dos doentes, em qualquer das variáveis analisadas, não apresenta episódios de FA no follow-up. Em adição, nos doentes com antecedentes de FA verifica-se que existem apenas 6 doentes com o elétrodo implantado no ápex do VD e 9 no SIV, limitando a análise estatística desta variável. Tabela 8 - Análise quantitativa do tempo em FA de acordo com presença de antecedentes de FA, na amostra geral ANTECEDENTES DE FA 0 HORAS TEMPO EM FA NA 2ª > 0 HORAS - <24 HORAS CONSULTA 24 HORAS - < 100 HORAS ≥ 100 HORAS NÃO SIM 68 (64,2%) 6 (40,0%) 27 (25,5%) 3 (20,0%) 7 (6,6%) 2 (13,3%) 4 (3,8%) 4 (26,7%) Através do teste de X2 para amostras independentes, foi efetuada uma análise da evolução da FA ao longo do tempo, nos doentes com antecedentes de FA, independentemente da localização do elétrodo ventricular, tendo sido obtida significância estatística (X2=12,62; IC=95%; p=0,01). Estes resultados abonam a favor de que a presença de antecedentes de FA influência o tempo em FA registado a médio prazo, independentemente da localização do elétrodo ventricular (tabela 8). 23 A INFLUÊNCIA DO LOCAL DE PACING VENTRICULAR NA INCIDÊNCIA DE TAQUIARRITMIAS AURICULARES Tal como referido anteriormente, foi efetuada a mesma análise estatística na subamostra A que na amostra geral. Foi realizado o teste de X 2 para amostras independentes, de forma a determinar se existe relação entre o local de estimulação ventricular e o tempo em FA na primeira e segunda consultas de follow-up. Do teste aplicado verificou-se não existirem diferenças no tempo em FA consoante o local de pacing ventricular (na 1ª consulta: X2=3,19; IC=95%; p=0,36; e na 2ª consulta: X2=1,53; IC=95%; p=0,68). Na tabela 9 está disposto detalhadamente o número de doentes consoante o tempo em FA e a localização do elétrodo ventricular. Tabela 9 - Análise quantitativa do tempo em FA consoante a localização do elétrodo ventricular, na subamostra A LOCALIZAÇÃO DO ELÉTRODO VD 0 HORAS TEMPO EM FA NA 1ª > 0 HORAS - <24 HORAS CONSULTA 24 HORAS - < 100 HORAS ≥ 100 HORAS 0 HORAS TEMPO EM FA NA 2ª > 0 HORAS - <24 HORAS CONSULTA 24 HORAS - < 100 HORAS ≥ 100 HORAS ÁPEX SIV 19 (57,6%) 27 (65,9%) 12 (36,4%) 9 (22,0%) 0 (0,0%) 2 (4,9%) 2 (6,1%) 3 (7,3%) 19 (57,6%) 25 (61,0%) 10 (30,3%) 8 (19,5%) 2 (6,1%) 4 (9,8%) 2 (6,1%) 4 (9,8%) Foi determinado, através do teste de X 2 para amostras independentes, se existiam diferenças estatisticamente significativas de tempo em FA consoante o local de pacing, tendo em consideração o critério de implante e a presença de antecedentes de FA paroxística a priori da implantação. Em nenhuma das variáveis, nomeadamente, DNS (1ª consulta: X2=3,00; IC=95%; p=0,39; 2ª consulta: X2=0,75; IC=95%; p=0,86), DNAV (1ª consulta: X2=2,05; IC=95%; p=0,56; 2ª consulta: X2=1,73; IC=95%; p=0,63) e antecedentes de FA (1ª consulta: X2=1,06; IC=95%; p=0,59; 2ª consulta: X2=1,28; IC=95%; p=0,74), se apresentou diferenças significativas tanto na primeira como na segunda consultas de follow-up. 24 A INFLUÊNCIA DO LOCAL DE PACING VENTRICULAR NA INCIDÊNCIA DE TAQUIARRITMIAS AURICULARES Tabela 10 - Análise quantitativa do tempo em FA consoante a localização do elétrodo ventricular de acordo com o critério de implante e a presença de antecedentes de FA, na subamostra A DNS 0 HORAS TEMPO EM > 0 HORAS - FA NA 1ª <24 HORAS CONSULTA 24 HORAS - < 100 HORAS ≥ 100 HORAS 0 HORAS TEMPO EM > 0 HORAS - FA NA 2ª <24 HORAS CONSULTA 24 HORAS - < 100 HORAS ≥ 100 HORAS DNAV ANTECEDENTES DE FA ÁPEX SIV ÁPEX SIV ÁPEX SIV 6 (40,0%) 13 (61,9%) 13 (72,2%) 14 (70,0%) 1 (25,0%) 1 (14,3%) 7 (46,7%) 5 (23,8%) 5 (27,8%) 4 (20,0%) 1 (25,0%) 4 (57,1%) 0 (0,0%) 1 (4,8%) 0 (0,0%) 1 (5,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 2 (13,3%) 2 (9,5%) 0 (0,0%) 1 (5,0%) 2 (50,0%) 2 (28,6%) 7 (46,7%) 10 (47,6%) 12 (66,7%) 15 (75,0%) 1 (25,0%) 3 (42,9%) 5 (33,3%) 5 (23,8%) 5 (27,8%) 3 (15,0%) 0 (0,0%) 1 (14,3%) 1 (6,7%) 3 (14,3%) 1 (5,6%) 1 (5,0%) 1 (25,0%) 1 (14,3%) 2 (13,3%) 3 (14,3%) 0 (0,0%) 1 (5,0%) 2 (50,0%) 2 (28,6%) Na tabela acima, está disposta uma caracterização quantitativa do tempo em FA registado de acordo com a localização do elétrodo VD, consoante o critério de implante e a presença de antecedentes de FA. Nesta tabela, tanto para os doentes com DNS como para os com DNAV, não existe um número significativo de doentes com mais de 24 horas em FA. No entanto, nos doentes com DNS e elétrodo septal, pode visualizar-se um incremento ligeiro do número de doentes com carga arrítmica superior a 24 horas. No caso da variável antecedentes de FA, o número de casos incluídos, limita-se a 4 doentes com estimulação apical e 7 com estimulação septal, o que explica a ausência de diferenças estatísticas relevantes entre os dois grupos. Em termos de análise quantitativa, não existem diferenças entre os dois locais de pacing. 25 A INFLUÊNCIA DO LOCAL DE PACING VENTRICULAR NA INCIDÊNCIA DE TAQUIARRITMIAS AURICULARES Tal como na amostra geral, foi efetuado o teste de X2 para amostras independentes, de forma a evidenciar se a presença de antecedentes de FA está relacionada com o tempo em FA, sem ter em consideração a localização do elétrodo ventricular. Novamente obteve-se significância estatística (1ª consulta: X2=22,46; IC=95%; p=0,00; 2ª consulta: X2=16,73; IC=95%; p=0,00). Estes resultados favorecem de que a presença de antecedentes de FA influência diretamente a carga arrítmica auricular (tempo em FA) ao longo do tempo, tal como é possível verificar na tabela 11. Tabela 11 - Análise quantitativa do tempo em FA de acordo com presença de antecedentes de FA, na subamostra A ANTECEDENTES DE FA 0 HORAS TEMPO EM FA NA 1ª > 0 HORAS - <24 HORAS CONSULTA 24 HORAS - < 100 HORAS ≥ 100 HORAS 0 HORAS TEMPO EM FA NA 2ª > 0 HORAS - <24 HORAS CONSULTA 24 HORAS - < 100 HORAS ≥ 100 HORAS 26 NÃO SIM 44 (69,8%) 2 (18,2%) 16 (25,4%) 5 (45,5%) 2 (3,2%) 0 (0,0%) 1 (1,6%) 4 (36,4%) 40 (63,5%) 4 (36,4%) 17 (27,0%) 1 (9,1%) 4 (6,3%) 2 (18,2%) 2 (3,2%) 4 (36,4%) A INFLUÊNCIA DO LOCAL DE PACING VENTRICULAR NA INCIDÊNCIA DE TAQUIARRITMIAS AURICULARES Após o estudo das amostra geral e da subamostra A, foram avaliados os resultados sumariamente consoante as hipóteses enunciadas anteriormente. H1 – OS DOENTES COM PACING APICAL TÊM MAIOR CARGA ARRÍTMICA QUE OS DOENTES COM PACING SEPTAL. H1.1. – Na amostra total, os doentes com pacing apical têm maior carga arrítmica que os doentes com pacing septal. Nas duas amostras apresentadas, quando analisada a carga arrítmica consoante o local de estimulação ventricular, em nenhuma foi registada diferenças estatísticas significantes. H1.2. – Nos doentes com disfunção de nódulo sinusal, os doentes com pacing apical têm maior carga arrítmica que os com pacing septal. Quando analisados os doentes que implantaram pacemaker dupla câmara por disfunção do nódulo sinusal, tanto na amostra geral como na subamostra A não apresentaram diferenças estatísticas relevantes a nível das consultas de follow-up. H1.3. – Nos doentes com indicação de implante por bloqueio auriculoventricular, a carga arrítmica é superior nos doentes com pacing apical em relação aos com elétrodo em posição septal. Tal como na hipótese anterior, na amostra geral e na subamostra A não existem diferenças estatísticas relevantes a nível das consultas de follow-up. 27 A INFLUÊNCIA DO LOCAL DE PACING VENTRICULAR NA INCIDÊNCIA DE TAQUIARRITMIAS AURICULARES H1.4. - Nos doentes com antecedentes de FA paroxística, a carga arrítmica é superior nos doentes com pacing apical em relação aos com elétrodo em posição septal. Esta hipótese de estudo também não revelou diferenças estatísticas nas duas amostras. O número muito limitado de doentes com antecedentes de FA exerceu influência nos resultados obtidos, não sendo possível uma análise quantitativa fidedigna desta variável. Porém, verificou-se que a presença de antecedentes de FA influência o tempo em FA registado nas consultas de follow-up sem ter em consideração a localização do elétrodo ventricular, abonando a favor de que este é um processo inerente à evolução da FA e independente do local de pacing ventricular. 28 A INFLUÊNCIA DO LOCAL DE PACING VENTRICULAR NA INCIDÊNCIA DE TAQUIARRITMIAS AURICULARES 5. DISCUSSÃO 5.1. DISCUSSÃO DE RESULTADOS O presente estudo observacional de carácter retrospetivo teve como objetivo averiguar se existe uma diminuição da incidência de fibrilhação auricular, que está associada a uma elevada taxa de mortalidade e morbilidade e de risco de AVC e insuficiência cardíaca, em doentes com elétrodo de pacing implantado no septo interventricular. A amostra em estudo foi constituída por um total de 121 doentes, dos quais 71 são do sexo masculino (58,7%), com 75±11 anos de idade. Verificou-se que 52,9% possuíam o elétrodo ventricular implantado no SIV. Dos geradores implantados, 14,9% pertencem à Medtronic, 3,3% à Vitatron, 12,6% à St. Jude Medical, 4,2% à Boston Scientific, 13,9% à Biotronik e 51,1% à Sorin Group. Em relação ao critério de implante, 93 doentes implantaram por DNAV (59,8%) e 68 (40,2%) por DNS. Apenas 15 doentes (12,4%) apresentaram antecedentes de FA paroxística. Foram formuladas várias hipóteses baseadas em estudos científicos prévios para testar a veracidade do pressuposto, que foram posteriormente testadas com os dados recolhidos na primeira e/ou segunda consulta de follow-up. A amostra geral avaliou apenas o efeito da carga arrítmica a médio prazo (consulta de follow-up anual). A subamostra A, permitiu avaliar estes dois períodos de tempo e delinear a evolução temporal da carga arrítmica auricular. Apesar de não existirem estudos que mostrem a incidência de taquiarritmia (FA) no pacing não apical, tendo em consideração todas as alterações metabólicas, hemodinâmicas, estruturais e funcionais que o pacing ventricular direito apical propicia, nomeadamente através do remodeling negativo do VE, podemos comparar os resultados obtidos no presente estudo em termos de ocorrência e incidência de taquiarritmias auriculares com os resultados obtidos nos variados estudos ecocardiográficos. (3,17,19-22,24-35,37-39) Em relação aos resultados obtidos neste estudo, quando analisada a amostra total em estudo não se verificaram diferenças do tempo em FA entre os dois grupos de pacing quer a curto prazo quer a médio prazo (na amostra geral e na subamostra A). Estes resultados vão de encontro com o determinado pelos estudos a curto prazo de Stambler et al (2003), e ainda, a longo prazo, por Domenichini et al (2012), Ng et al 29 A INFLUÊNCIA DO LOCAL DE PACING VENTRICULAR NA INCIDÊNCIA DE TAQUIARRITMIAS AURICULARES (2009) e Leong et al (2010). Nestes estudos, como já referido anteriormente, analisaram a amostra em geral, independentemente do critério de implante (DNS ou DNAV), não tendo ocorrido melhoria na função ventricular esquerda com o pacing septal. O segundo estudo referenciado, evidenciava que para além de não apresentar melhoria na FEj, caso o elétrodo fosse não fosse implantado no SIV médio ainda apresentava decréscimo da função ventricular esquerda. A metanálise publicada por Shimony et al (2012), auferiu que os benefícios do pacing septal manifestavam-se com maior evidência em estudos com duração superior a um ano de follow-up, o que justifica a ausência de diferenças de carga arrítmica nos dois locais de estimulação ventricular. Nos doentes com disfunção do nódulo sinusal, não foram identificadas diferenças estatísticas relevantes na carga arrítmica (tempo em FA) consoante o local de estimulação ventricular, tanto a curto como a médio prazo. Esta informação vai de encontro ao apresentado por ten Cate et al (2008) que, apesar de ser um estudo realizado a curto prazo, regista decréscimo da função VE nos doentes com elétrodo não apical. Ao analisarem-se os doentes com DNAV, tanto na primeira como na consulta anual, verificou-se que os dois locais de estimulação ventricular não apresentam diferença estatística do tempo em FA. Estes resultados estão de acordo com o afirmado por Kypta et al (2008), num estudo realizado a curto e longo prazo, não obtém diferenças entre pacing septal e apical nos vários parâmetros testados para analisar a ICC. E ainda com o apresentado por Zhang et al (Feb 2008), num estudo a longo prazo (7,8 anos) em doentes com BAV e FEj preservada (pacing apical), as alterações a nível da ICC apenas ocorreram após 3 anos de follow-up, o que pode explicar também a ausência de diferenças entre os dois locais de pacing, para ambas as amostras em estudo. Nos doentes com antecedentes de FA, não há diferenças significativas de carga arrítmica, dada pelo tempo em FA, entre os dois locais de estimulação ventricular. Deve ter-se em consideração que os resultados obtidos podem ter sido influenciados pelo número muito limitado de doentes com antecedentes de FA. Porém, verifica-se que este cluster de doentes tem maior incidência de FA tanto a curto como a médio prazo, independentemente do local pacing ventricular. De acordo com evidência científica existe uma evolução natural da FA paroxística para persistente ou permanente e que está associada ao desenvolvimento subsequente do substrato arritmogénico inerente a esta patologia (“AF begets AF”).(15,41,74-77) 30 A INFLUÊNCIA DO LOCAL DE PACING VENTRICULAR NA INCIDÊNCIA DE TAQUIARRITMIAS AURICULARES 5.2. LIMITAÇÕES AO ESTUDO Com o decorrer da investigação, foram determinadas algumas limitações ao estudo. O facto de este ser um estudo longitudinal de carácter restrospetivo, limitou a aquisição de informação dos vários doentes ao que constava no processo dos doentes e, quando possível, à informação registada nos respetivos programadores. Desta forma, foram excluídos todos os doentes que não possuíam informação relativa à carga arrítmica e/ou percentagem de pacing ventricular, em adição à exclusão dos doentes que não cumpriam com os critérios de inclusão e abrangiam critérios de exclusão. O facto de este tratar-se de um estudo a curto e médio prazo, acarreta algumas limitações quanto à evolução real da incidência de taquiarritmias consoante o local de pacing ventricular. O número muito limitado de doentes com antecedentes de FA incluídos no estudo e as baixas percentagens de pacing ventricular podem ter influenciado os resultados obtidos. Na maioria dos doentes, não existia informação da classe funcional dos doentes nem constou informação ecocardiográfica (FEj do VE é um dado muito importante a ter em conta, como referido em múltiplos estudos, antes da implantação e a cada consulta de follow-up). Da mesma forma, deve ter-se em consideração à ausência de informação sobre a terapêutica farmacológica antiarrítmica em uso pelo doente, mas estima-se que seja otimizada. Vários estudos reportam a influência do local de implantação no SIV nos resultados obtidos. Neste estudo desconhece-se a localização exata do elétrodo septal (CSVD, SIV “alto”, médio, “anterior” e para-hisiano). Deve ter-se em atenção que foram avaliados geradores de pacemakers de diferentes famílias e empresas, os quais têm algoritmos diferentes e, por sua vez, comportamentos diferentes. Tendo em consideração este pressuposto, não foi analisado o efeito das terapias de prevenção e tratamento de taquiarritmias auriculares, as quais têm influência na incidência de FA. 31 A INFLUÊNCIA DO LOCAL DE PACING VENTRICULAR NA INCIDÊNCIA DE TAQUIARRITMIAS AURICULARES 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Existem diversos estudos que avaliam e comparam as repercussões cardíacas do pacing apical em relação ao pacing não apical. Todos esses estudos apresentam resultados contraditórios, não existindo um que avalie concretamente a incidência de taquiarritmias auriculares no contexto do pacing septal. Na amostra avaliada neste estudo pode extrapolar-se que o pacing septal não apresentou benefícios em relação ao pacing apical quando avaliada a carga arrítmica auricular, dada pelo tempo em FA. Quando avaliados os doentes conforme os critérios de implantação (DNS vs. DNAV) e a presença de antecedentes de FA, não ocorreram diferenças estatisticamente relevantes de carga arrítmica entre os dois locais de estimulação. No entanto, verificou-se que a presença de FA a priori da implantação do pacemaker é um fator determinante na incidência de FA ao longo do tempo, independentemente do local de estimulação do elétrodo ventricular. Seria de extremo interesse a realização de um estudo prospetivo a longo prazo e que incida numa maior amostra, e no qual haja um maior controlo de todas limitações anteriormente mencionadas. 32 A INFLUÊNCIA DO LOCAL DE PACING VENTRICULAR NA INCIDÊNCIA DE TAQUIARRITMIAS AURICULARES 7. 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Clinical arrhythmology and electrophysiology: a companion to Braunwald’s heart disease. 1st ed. Philadelphia: Elsevier; 2009. 41 ANEXO I TABELA DE VARIÁVEIS Tabela 12 - Tabela de categorização das variáveis em estudo Dimensão Categoria Variáveis Características sociodemográficas Características demográficas Idade Sexo Sintomatologia primária Tipo Quantitativa discreta Qualitativa nominal Escala Indicador Métrica Idade na altura de implantação expressa em anos Nominal Opções: (1) Feminino, (2) Masculino Opções: (1) Não especificado; (2) Não codificado; (3) Síncope; (4) Tonturas; (5) Bradicardia Qualitativa nominal Nominal Características ECG primárias Qualitativa nominal Nominal Opções: (1) Ritmo não especificado; (2) Ritmo não codificado; (3) RS normal; (4) RS + ES anormais; (5) BAV 1º Grau; (6) BAV não especificado; (7) BAV 2º Grau – Wenckbach; (8) BAV 2º Grau Mobitz II; (9) BAV 3º Grau não especificado; (10) BAV 3º Grau QRS estreitos; (11) BAV 3º Grau QRS largos; (12) FA; (13) Bloqueio de ramo não especificado; (14) BIRD; (15) BCRD; (16) BCRE; (17) Hemibloqueio anterior esquerdo; (18) Hemibloqueio posterior esquerdo; (19) BCRD+HBAE+PR normal; (20) BCRD+HBPE+PR normal; (21) BCRD+HBAE+BAV 1º Grau; (22) BCRD+HBPE+BAV 1º Grau; (23) BCRE+BAV 1º Grau; (24) BCRE/BCRD (alternante); (25) DNS não especificado; (26) DNS – Bloqueio de saída do NS; (27) DNS – Pausa sinusal; (28) DNS – Bradicardia; (29) DNS – Bradi/Taqui; (30) FA / Bradicardia. Características ECG primárias (BAV / DNS) Qualitativa nominal Nominal Opções: (1) DNAV; (2) DNS. Qualitativa nominal Nominal Opções: (1) Não especificada; (2) Não codificada; (3) Desconhecida; (4) Doença dos tecidos de condução; (5) Isquémica; (6) Pós enfarte agudo do miocárdio; (7) Congénita; (8) Complicação cirúrgica; (9) Cirúrgica; (10) Ablação; (11) Induzida por fármacos; (12) Síncope carotídea; (13) Síndrome vasovagal; (14) Hipotensão ortostática; (15) Miocardiopatia não especificada; (16) Miocardiopatia hipertrófica; (17) Miocardiopatia dilatada; (18) Miocardite; (19) Doença valvular; (20) Endocardite. Qualitativa nominal Nominal Opções: (0) Não; (1) Sim Qualitativa nominal Nominal Opções: (0) Não; (1) Sim Qualitativa nominal Nominal Opções: (0) Não; (1) Sim Dados de indicação para implante Características clínicas Etiologia primária História clínica Antecedentes de enfarte agudo de miocárdio Antecedentes de doença valvular Antecedentes de HTA 43 Antecedentes de ICC Antecedentes de dislipidémia Características do gerador Nominal Opções: (0) Não; (1) Sim Qualitativa nominal Nominal Opções: (0) Não; (1) Sim Qualitativa nominal Nominal Antecedentes de AIT Antecedentes de AVC Antecedentes de doença de Parkinson Antecedentes de doença renal crónica Antecedentes de patologia vascular periférica Antecedentes de neoplasia maligna Antecedentes de tabagismo Antecedentes de doença respiratória obstrutiva Antecedentes de PTCA Antecedentes de CABG Antecedentes de ablação auricular Antecedentes de cirurgia valvular Antecedentes de FA paroxística Antecedentes de flutter auricular Qualitativa nominal Nominal Opções: (0) Não; (1) Diabetes mellitus tipo I – Não insulinodependente; (2) Diabetes mellitus tipo I – Insulinodepente; (3) Diabetes mellitus tipo II – Não insulinodependente; (4) Diabetes mellitus tipo II – Insulinodependente. Opções: (0) Não; (1) Sim Qualitativa nominal Nominal Opções: (0) Não; (1) AVC isquémico; (2) AVC hemorrágico Qualitativa nominal Nominal Opções: (0) Não; (1) Sim Qualitativa nominal Nominal Opções: (0) Não; (1) Sim Qualitativa nominal Nominal Opções: (0) Não; (1) Sim Antecedentes de Qualitativa nominal Nominal Opções: (0) Não; (1) Sim Qualitativa nominal Nominal Opções: (0) Não fumador; (1) Fumador; (2) Ex-fumador Qualitativa nominal Nominal Opções: (0) Não; (1) Sim Qualitativa nominal Nominal Opções: (0) Não; (1) Sim Qualitativa nominal Nominal Opções: (0) Não; (1) Sim Qualitativa nominal Nominal Opções: (0) Não; (1) Sim Qualitativa nominal Nominal Opções: (0) Não; (1) Sim Qualitativa nominal Nominal Opções: (0) Não; (1) Sim Qualitativa nominal Nominal Opções: (0) Não; (1) Sim Gerador Qualitativa nominal Nominal Família do gerador Qualitativa nominal Nominal Antecedentes de diabetes mellitus Características do sistema de pacing Qualitativa nominal 44 Opções: (1) Medtronic, (2) Vitatron; (3) St Jude Medical; (4) Sorin Group; (5) Boston Scientific; (6) Biotronik. Opções: (1) Adapta DR; (2) Sensia DR; (3) EnRhythm DR; (4) Ensura Características do eléctrodo aurícular Posição da loca Qualitativa nominal Nominal Eléctrodo auricular Qualitativa nominal Nominal Qualitativa nominal Nominal Opções: (1) Veia cefálica; (2) Veia subclávia. Qualitativa nominal Nominal Opções: (1) Unipolar; (2) Bipolar. Qualitativa nominal Nominal Opções: (1) Fixação activa; (2) Fixação passiva. Qualitativa nominal Nominal Opções: (1) Poliuretano; (2) Silicone; (3) Duplo (Poliuretano + Silicone) Qualitativa nominal Nominal Opções: (1) Esteróide; (2) Não esteróide; (3) Nenhum. Métrica mV Métrica Valor da impedância auricular em Ohms (Ω) no implante Métrica Valor do limiar auricular em V (Volts) no implante Via de acesso auricular Polaridade do eléctrodo auricular Mecanismo de fixação auricular Material de isolamento do eléctrodo auricular Fármaco do eléctrodo auricular Impedância do eléctrodo auricular Limiar auricular no implante Quantitativa discreta Quantitativa discreta Quantitativa discreta Eléctrodo ventricular Qualitativa nominal Nominal Opções: (1) Medtronic, (2) Vitatron; (3) St Jude Medical; (4) Sorin Group; (5) Boston Scientific; (6) Biotronik. Qualitativa nominal Nominal Opções: (1) Veia cefálica; (2) Veia subclávia. Qualitativa nominal Nominal Opções: (1) Apical; (2) Septal. Qualitativa nominal Nominal Opções: (1) Unipolar; (2) Bipolar. Qualitativa nominal Nominal Opções: (1) Fixação activa; (2) Fixação passiva. Qualitativa nominal Nominal Opções: (1) Poliuretano; (2) Silicone; (3) Duplo (Poliuretano + Silicone) Qualitativa nominal Nominal Opções: (1) Esteróide; (2) Não esteróide; (3) Nenhum. Valor de onda P Características do eléctrodo ventricular DR; (5) Advisa DR; (6) Reply DR; (7) C50 DR; (8) C60 DR; (9) T60 DR; (10) T70 DR; (11) Evia DR-T; (12) Effecta DR; (13) Phillos II DR-T; (14) Accent DR; (15) Identity ADx XL DR; (16) Zephyr XL DR; (17) Altrua 50 DR; (18) Altrua 60 DR. Opções: (1) Peitoral esquerdo subcutâneo; (2) Peitoral direito subcutâneo. Opções: (1) Medtronic, (2) Vitatron; (3) St Jude Medical; (4) Sorin Group; (5) Boston Scientific; (6) Biotronik. Via de acesso ventricular Localização do eléctrodo ventricular Polaridade do eléctrodo ventricular Mecanismo de fixação ventricular Material de isolamento do eléctrodo ventricular Fármaco do eléctrodo 45 ventricular Valor de onda R Carga arrítmica auricular Parâmetros monitorizados pelo pacemaker na primeira consulta Percentagem de pacing e sensing Impedância do eléctrodo ventricular Limiar ventricular no implante 1ª consulta desde implante em dias Modo switch na primeira consulta Número de modo switch na primeira consulta Horas em modo switch na 1ª consulta % Tempo em FA na 1ª consulta %AP na 1ª consulta (numérica) %AS na 1ª consulta (numérica) %VP na 1ª consulta (numérica) %VS na 1ª consulta (numérica) Onda P na 1ª consulta Impedância do elétrodo auricular na 1ª consulta Valor de limiar auricular na 1ª consulta (amplitude) Valor de limiar auricular na 1ª consulta (duração) Onda R na 1ª consulta Quantitativa discreta Quantitativa discreta Quantitativa discreta Quantitativa discreta Métrica Valor da impedância ventricular em Ohms (Ω) no implante Métrica Valor do limiar ventricular em V (Volts) no implante Métrica V (Volts) Métrica Número de dias desde o implante do pacemaker Qualitativa nominal Nominal Opções: (0) Não; (1) sim. Quantitativa discreta Métrica Número de modo switch registados Quantitava discreta Métrica Número de horas em modo switch na primeira consulta Quantitava discreta Métrica % de tempo em FA na primeira consulta Quantitava discreta Métrica % tempo em pacing auricular na 1ª consulta Quantitava discreta Métrica % tempo em sensing auricular na 1ª consulta Quantitava discreta Métrica % tempo em pacing ventricular na 1ª consulta Quantitava discreta Métrica % tempo em sensing ventricular na 1ª consulta Quantitava discreta Métrica Valor de onda P na 1ª consulta (mV) Quantitava discreta Métrica Valor da impedância auricular em Ohms (Ω) na primeira consulta Quantitava discreta Métrica Valor do limiar auricular em V (Volts) na primeira consulta Quantitava discreta Métrica Valor do limiar auricular em ms na primeira consulta Quantitava discreta Métrica Valor de onda R na 1ª consulta (mV) 46 Carga arrítmica aurícular Parâmetros monitorizados pelo pacemaker na segunda consulta Percentagem de pacing e sensing Impedância do eléctrodo ventrícular na 1ª consulta Valor de limiar ventrícular na 1ª consulta (amplitude) Valor de limiar ventrícular na 1ª consulta (duração) 2ª consulta desde implante em dias Modo switch na segunda consulta Número de modo switch na segunda consulta Horas em modo switch na 2ª consulta % Tempo em FA na 2ª consulta %AP na 2ª consulta (numérica) %AS na 2ª consulta (numérica) %VP na 2ª consulta (numérica) %VS na 2ª consulta (numérica) Onda P na 2ª consulta Impedância do eléctrodo auricular na 2ª consulta Valor de limiar auricular na 2ª consulta (amplitude) Valor de limiar auricular na 2ª consulta (duração) Quantitava discreta Métrica Valor da impedância ventrícular em Ohms (Ω) na primeira consulta Quantitava discreta Métrica Valor do limiarventrícular em V (Volts) na primeira consulta Quantitava discreta Métrica Valor do limiar ventrícular em ms na primeira consulta Quantitativa discreta Métrica Número de dias desde o implante do pacemaker Qualitativa nominal Nominal Opções: (0) Não; (1) sim. Quantitativa discreta Métrica Número de modo switch registados na segunda consulta Quantitava discreta Métrica Número de horas em modo switch na segunda consulta Quantitava discreta Métrica % de tempo em FA na segunda consulta Quantitava discreta Métrica % tempo em pacing auricular na 2ª consulta Quantitava discreta Métrica % tempo em sensing auricular na 2ª consulta Quantitava discreta Métrica % tempo em pacing ventricular na 2ª consulta Quantitava discreta Métrica % tempo em sensing ventricular na 2ª consulta Quantitava discreta Métrica Valor de onda P na 2ª consulta (mV) Quantitava discreta Métrica Valor da impedância auricular em Ohms (Ω) na segunda consulta Quantitava discreta Métrica Valor do limiar auricular em V (Volts) na segunda consulta Quantitava discreta Métrica Valor do limiar auricular em ms na segunda consulta 47 Onda R na 2ª consulta Impedância do eléctrodo ventrícular na 2ª consulta Valor de limiar ventrícular na 2ª consulta (amplitude) Valor de limiar ventrícular na 2ª consulta (duração) Quantitava discreta Métrica Valor de onda R na 2ª consulta (mV) Quantitava discreta Métrica Valor da impedância ventrícular em Ohms (Ω) na segunda consulta Quantitava discreta Métrica Valor do limiarventrícular em V (Volts) na segunda consulta Quantitava discreta Métrica Valor do limiar ventrícular em ms na segunda consulta 48 ANEXO II FORMULÁRIO PACEMAKER Nº _____________________ NOME: _____________________________________________________ Nº PROCESSO ____________________ DATA DE NASCIMENTO: ____ / ____ / ______ (____ ANOS) DATA DE IMPLANTAÇÃO: ____ / ____ / ______ SINTOMAS: ___ ___ / ___ ___ SEXO: F M MÉDICO ________________________________________ ECG: ___ ___ / ___ ___ ETIOLOGIA: ___ ___ / ___ ___ NYHA: _____ /IV HISTORIAL MÉDICO: ANTECEDENTES DE EAM AVC ISQUÉMICO DOENÇA VALVULAR ________________________ DOENÇA DE PARKINSON HTA DOENÇA RENAL CRÓNICA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA _____________________ PATOLOGIA VASCULAR PERIFÉRICA OUTRA DOENÇA CARDIOVASCULAR NEOPLASIA MALIGNA ______________________________________ DPOC DISLIPIDÉMIA FUMADOR / EX-FUMADOR DIABETES _______________________________ FEVE __________________________________ AIT OUTRA _________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ HISTÓRIA DE INTERVENÇÃO CARDIOVASCULAR: SIM NÃO INFORMAÇÃO NÃO DISPONÍVEL PTCA - _________________________________ ABLAÇÃO _______________________________ ATERECTOMIA CIRURGIA VALVULAR ________________________ CABG - ________________________________ OUTRA _________________________________ SUBSTRACTO ARRITMOLÓGICO VENTRICULAR: SIM NÃO TVNM OUTRO ESV SUBSTRACTO ARRITMOLÓGICO AURICULAR: INFORMAÇÃO NÃO DISPONÍVEL _________________________________________ SIM NÃO INFORMAÇÃO NÃO DISPONÍVEL FIBRILHAÇÃO AURICULAR PAROXÍSTICA ESSV FIBRILHAÇÃO AURICULAR PERSISTENTE OUTRO _________________________________ FLUTTER AURICULAR ________________________ Nº DE EPISÓDIOS (ÚLTIMOS 12 MESES) ___________ TAQUICARDIA AURICULAR ____________________ CARDIOVERSÕES (ÚLTIMOS 12 MESES) ___________ TAQUICARDIA JUNCIONAL AV 50 INDICAÇÃO PRIMÁRIA PARA IMPLANTE: BLOQUEIO AV DE 1º GRAU DISFUNÇÃO DO NÓDULO SINUSAL - BRADICARDIA BLOQUEIO AV DE 2º GRAU – WENCKEBACH DISFUNÇÃO DO NÓDULO SINUSAL – BRADI / TAQUI BLOQUEIO AV DE 2º GRAU – MOBITZ II INCOMPETÊNCIA CRONOTRÓPICA BLOQUEIO AV DE 3º GRAU – QRS ESTREITOS BRADICARDIA INDUZIDA POR FÁRMACOS BLOQUEIO AV DE 3º GRAU – QRS LARGOS SÍNDROME DE HIPERSENSIBILIDADE DO SEIO CAROTÍDEO DISFUNÇÃO DO NÓDULO SINUSAL – PAUSA SINUSAL OU SÍNCOPE NEUROMEDIADA OUTRA _________________________________ BLOQUEIO SINUSAL SINTOMAS: SÍNCOPE FADIGA VERTIGENS MORTE SÚBITA INTERROMPIDA BRADICARDIA SÍNDROME DE HIPERSENSIBILIDADE DO SEIO CAROTÍDEO DISPNEIA / INSUFICIÊNCIA CARDÍACA SÍNCOPE NEUROMEDIADA DOR PRECORDIAL OUTRA _________________________________ PALPITAÇÕES MEDICAÇÃO CARDIOVASCULAR: SIM NÃO INFORMAÇÃO NÃO DISPONÍVEL IECA DIGITÁLICOS AMIODARONA DIURÉTICOS BLOQUEADORES FLECAINA ANTICOAGULANTES NITRATOS ASPIRINA PROPAFENONA BETA-BLOQUEADORES SOTALOL ANTAGONISTAS DE CÁLCIO ESTATINAS CLOPIDOGREL OUTROS ________________________________ 51 INFORMAÇÃO DO DISPOSITIVO E IMPLANTE GERADOR: MEDTRONIC ST JUDE MEDICAL BOSTON SCIENTIFIC / GUIDANT VITATRON SORIN GROUP BIOTRONIK MODELO: _________________________________ N.S.:________________________________________ POSIÇÃO: PEITORAL ESQUERDO SUBCUTÂNEO OUTRO _______________________________ PEITORAL DIREITO SUBCUTÂNEO ELÉTRODO AURICULAR FABRICANTE ELÉTRODO VENTRICULAR MEDTRONIC MEDTRONIC VITATRON VITATRON ST JUDE MEDICAL ST JUDE MEDICAL SORIN GROUP SORIN GROUP BIOTRONIK BIOTRONIK BOSTON SCIENTIFIC / GUIDANT BOSTON SCIENTIFIC / GUIDANT APÊNDICE AURICULAR ÁPEX PAREDE LATERAL LIVRE SEPTAL OUTRO ________________________ OUTRO ________________________ VEIA CEFÁLICA VEIA SUBCLÁVIA VEIA CEFÁLICA VEIA SUBCLÁVIA UNIPOLAR MULTIPOLAR UNIPOLAR MULTIPOLAR MODELO LOCALIZAÇÃO VIA DE ACESSO POLARIDADE MECANISMO DE FIXAÇÃO MATERIAL DE ISOLAMENTO FÁRMACO BIPOLAR ATIVA POLIURETANO BIPOLAR PASSIVA ATIVA DUPLO (P+S) POLIURETANO SILICONE ESTERÓIDE PASSIVA DUPLO (P+S) SILICONE NENHUM ESTERÓIDE NÃO-ESTERÓIDE NENHUM NÃO-ESTERÓIDE ONDA P / R MV MV IMPEDÂNCIA Ω Ω DURAÇÃO DO IMPULSO MS MS LIMIAR AGUDO A / V V V 52 CONSULTA DE FOLLOW-UP CONSULTA Nº _____ (_____ / _____ / _______) - CONSULTA _________ MESES EPISÓDIOS DE ARRITMIAS REGISTADOS: 1) MODO SWITCH Nº EPISÓDIOS _______________ 2) CARGA ARRÍTMICA SIM NÃO TEMPO TOTAL EM MODO SWITCH ______________________________ ___________ H/DIA (___________ %) PAC __________ (_______ %) PVC __________ (_______ %) AF/AT __________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ AP _________ % AS-VS ________ % AS _________ % VP _________ % AS-VP________ % AP-VS ________ % VS _________ % AP-VP ________ % TESTES: ELÉTRODO AURICULAR ELÉTRODO VENTRICULAR ONDA P / R MV MV IMPEDÂNCIA Ω Ω LIMIAR PA (AMPLITUDE) V V LIMIAR PW (DURAÇÃO) MS MS PROGRAMAÇÃO FINAL: MODO AV DELAY MS FREQUÊNCIA DE BASE BPM PVARP MS FREQUÊNCIA DE REPOUSO / NOTURNA BPM PVAB MS FREQUÊNCIA MÁXIMA BPM PAVB MS FREQUÊNCIA MÁXIMA DE SENSOR BPM PMT HISTERESIS AVD REPOUSO VENTRICULAR INTRINSIC PREFERENCE MS MODO SWITCH PVC RESPONSE AUTOCAPTURA 53 INTERVALO AV DE PACING MS INTERVALO AV DE SENSING MS AF TERAPIES ALGORITMOS ATIVADOS ELÉTRODO AURICULAR SENSIBILIDADE ELÉTRODO VENTRICULAR MV MV AMPLITUDE DO ESTÍMULO (PA) V V DURAÇÃO DO ESTÍMULO (PW) MS MS POLARIDADE PACING UNIPOLAR BIPOLAR UNIPOLAR BIPOLAR POLARIDADE SENSING UNIPOLAR BIPOLAR UNIPOLAR BIPOLAR MEDICAÇÃO CARDIOVASCULAR: SIM NÃO INFORMAÇÃO NÃO DISPONÍVEL IECA DIGITÁLICOS AMIODARONA DIURÉTICOS BLOQUEADORES FLECAINA ANTICOAGULANTES NITRATOS ASPIRINA PROPAFENONA BETA-BLOQUEADORES SOTALOL ANTAGONISTAS DE CÁLCIO ESTATINAS CLOPIDOGREL OUTROS ________________________________ PRÓXIMA CONSULTA: ____ / ____ / ______ 54 ANEXO III PEDIDO DE AUTORIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMO DE PROGRAMADOR DA SORIN GROUP Ilustração 1 - Pedido de autorização de empréstimo do programador da Sorin Group 56 ANEXO IV PEDIDO DE AUTORIZAÇÃO PARA A REALIZAÇÃO DO PROJETO DE INVESTIGAÇÃO Ilustração 2 - Pedido de autorização para realização do projeto de investigação na Unidade de Arritmologia Invasiva do Serviço de Cardiologia do CHLN-HSM (Frente) 58 Ilustração 3 - Pedido de autorização para realização do projeto de investigação na Unidade de Arritmologia Invasiva do Serviço de Cardiologia do CHLN-HSM (Verso) 59