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A.C.Camargo Cancer Center
Tópico: A.C.CAMARGO
CANCER CENTER
Veículo: Folha Web - PR
Data: 30/03/2015
Página: 00:00:00
Editoria: Folha Saúde
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Cirurgia preventiva de Angelina Jolie não é para todos
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Mutação nos genes que aumentam o risco de câncer de mama e ovário acomete uma minoria de pacientes; testes são indicados em casos de
histórico familiar significativo
A atriz causou nova polêmica ao anunciar ter se submetido a mais uma cirurgia preventiva, desta vez, para retirar ovários e trompas
Mais uma vez, a atriz norte-americana Angelina Jolie gerou uma polêmica ao se submeter a uma cirurgia preventiva para retirar os ovários e as
trompas de Falópio.
O anúncio foi feito na semana passada, quase dois anos após ter realizado uma dupla mastectomia, também preventiva. A atriz relatou que o
resultado de um exame genético apontou uma mutação no gene BRCA1, o que representa um risco muito alto de desenvolver câncer de mama
e de ovário.
Angelina passou a monitorar a saúde com maior preocupação após perder a mãe, a avó e uma tia para o câncer. É justamente nesse sentido
que o caso da atriz serve como exemplo.
Especialistas afirmam que o procedimento não é para todos, já que a mutação dos genes BRCA1 e BRCA2, ocorre em uma minoria da
população.
Esses dois genes específicos estão relacionados com a síndrome de mama e ovário hereditário e quando sofrem mutação, aumentam o risco
da pessoa desenvolver esses dois tipos de câncer.
Na mulher que apresenta essa mutação, como a atriz Angelina Jolie, o risco aumenta de 40% a 80% (mama) e de 15% a 40% (ovário). Os
homens também pode ser afetados, com risco para tumores de próstata e também de mama.
"Todo mundo tem esses genes. Eles devem funcionar adequadamente porque são responsáveis pela produção de proteínas que têm a função
de supressão tumoral", explica a médica geneticista Maria Isabel Achatz, diretora de Oncogenética do A.C. Camargo Cancer Center, em São
Paulo. Isso significa que elas desempenham um papel importante, ajudando a prevenir o crescimento e a proliferação de células cancerígenas.
A forma de avaliar isso é por meio de testes genéticos. Segundo a médica, o exame vai observar se no DNA, a sequência desse gene está
correta ou se tem alguma mutação que faça com que ele não funcione adequadamente.
Porém, ela ressalta que o teste em questão é específico para detectar alterações nos genes BRCA1 e BRCA2. "Hoje existem pelo menos 500
testes genéticos diferentes e não necessariamente relacionados ao câncer", comenta.
RARIDADE
Um ponto a ser esclarecido é que apenas uma parcela pequena da população mundial tem menos de 0,1% de chance de ter essa mutação.
Porém, com a divulgação do caso de Angelina Jolie, muitas pessoas passaram a ficar receosas com a possibilidade de ter que se submeter à
retirada de mama ou ovários, por terem um caso de câncer na família.
"Somente quando encontramos a mutação é que temos a possibilidade de indicar e realizar a cirurgia preventiva. Mesmo assim, é uma decisão
que depende de cada mulher", cita a médica geneticista. Além disso, é uma atitude importante que deve ser considerada em conjunto com a
equipe médica interdisciplinar e a família.
O médico oncologista clínico Alexandre Chiari, que atua na Oncomed BH, em Belo Horizonte, reforça que as mulheres que podem ter uma
desconfiança são aquelas que possuem na família, uma incidência muito elevada de câncer de mama e de ovário, principalmente com casos
abaixo dos 50 anos de idade. Foi o caso da atriz norte-americana.
Se isso for confirmado, é válido buscar um oncogeneticista. Essa área da medicina pode justamente avaliar se há um alto risco de
desenvolvimento de câncer, identificar qual será o teste genético e qual gene deverá ser analisado.
Tudo se inicia com um aconselhamento no qual o especialista abordará informações referentes à saúde do paciente, seus hábitos e
informações sobre seus familiares de primeiro e segundo graus. Certos agrupamentos de tumores podem indicar a existência de alterações
genéticas hereditárias e os conceitos genéticos poderão ser explicados neste momento.
É fundamental que antes da consulta, o paciente busque o maior número de informações sobre os tumores ocorridos na famílias. Ainda neste
processo, é traçado o heredograma, uma árvore genealógica que mostra a distribuição de casos de câncer na família, possibilitando identificar
qual é a possível síndrome hereditária a ser investigada.
A próxima etapa então, quando há indicação e disponibilidade é feito o diagnóstico molecular por meio do teste genético, realizado a partir de
coleta de sangue ou saliva. O resultado poderá apontar se o paciente herdou ou não uma alteração genética relacionado ao câncer.
Porém, vale dizer que a hereditariedade não é a principal causa para o desenvolvimento de câncer. Isso acontece em cerca de 5% a 10% dos
casos. Em outros números, isso representa 1 a cada 10 dos 576 mil novos casos de câncer para este ano no Brasil. No A.C. Camargo Câncer
Center, cerca de 2.400 pessoas são acompanhadas no departamento de Oncogenética anualmente.
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