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Hospital AC Camargo
Tópico: HOSPITAL AC
CAMARGO
Veículo: Portal G1 - SP
Data: 14/05/2013
Página: 14:28:00
Editoria: Bem Estar
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Exame genético serve para quem tem câncer na família, dizem especialistas
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(Eduardo Carvalho)
Análise feita por Angelina Jolie apontou mutação que pode provocar doença.
Preço de sequenciamento genético feito no Brasil pode custar até R$ 6.700.
A atriz Angelina Jolie declarou nesta terça-feira (14) ter feito uma mastectomia (cirurgia para retirar os dois seios) como forma de prevenir o
desenvolvimento de câncer de mama. A atriz optou pela medida após realizar um exame de sequenciamento genético, que detectou uma
mutação no gene BRCA1.
De acordo com geneticistas e médicos oncologistas ouvidos pelo G1, a presença desta mutação, que é hereditária, aumenta em 87% o risco
de uma mulher desenvolver câncer de mama e em 50% o risco de ter câncer de ovário. No caso de Angelina, sua mãe havia morrido de câncer
em 2007.
Segundo os especialistas, a análise genética de um paciente pode ajudar a prevenir o desenvolvimento do câncer, mas ela só é recomendada
para pessoas enquadradas no grupo de risco -- ou seja, com histórico de incidência de câncer precoce na família, quando a doença surge
antes dos 40 anos.
No Brasil, o sequenciamento genético é feito atualmente em grandes hospitais ou clínicas especializadas. O exame estuda uma porção
genética específica -- como os genes BRCA1 e BRCA2, os mais verificados atualmente --, de acordo com Maria Isabel Achatz, diretora de
Oncogenética do Hospital A.C. Camargo, especializado no tratamento de tumores, em São Paulo.
"Angelina prestou um serviço incrível. Um em cada dez casos de mulheres com câncer de mama é por motivo hereditário. A paciente,
possivelmente, tem uma mutação genética que, se pudesse ter sido encontrada precocemente, permitiria a prevenção", explica.
Ela disse que é válido realizar uma avaliação com geneticistas em casos de pessoas com histórico de câncer na família antes dos 40 anos,
sejam carcinomas na mama ou nos ovários. "Se a pessoa descobrir que possui essa mutação, ela pode começar a fazer exames mais cedo e
encontrar tumores que poderão ser tratados sem a necessidade de quimioterapia”, explica a médica.
Exame caro
De acordo com a geneticista Mayana Zatz, diretora do Centro de Estudos do Genoma Humano da Universidade de São Paulo (USP), o exame
de sequenciamento genético no exterior custa aproximadamente US$ 1.000 (pouco mais de R$ 2.000).
No Brasil, de acordo com especialistas consultados pelo G1, este mapeamento pode chegar a custar até R$ 6.700. A atriz Angelina Jolie disse
ter pagado cerca de US$ 3 mil para realizar o exame que detectou a mutação genética BRCA1.
Mayana diz que tem havido um aumento na busca por esse tipo de exame. No entanto, ela ressalta que ainda há uma preocupação com os
resultados obtidos com o sequenciamento, que podem apresentar uma série de mutações ligadas ou não a doenças genéticas.
“Fazer o sequenciamento pode dar margem a várias dúvidas. Há mutações que conhecemos, mas tem outras que não sabemos a causa. Nós
recomendamos esse exame apenas nos casos de câncer na família com início precoce, antes dos 40 anos”, explica a especialista.
Câncer de mama
O câncer de mama é o carcinoma mais comum em mulheres, respondendo por 22% do total de casos novos a cada ano no Brasil, segundo o
Instituto Nacional de Câncer (Inca). Estimativa do instituto aponta que o país registrou 52.680 novos casos da doença apenas em 2012.
Os dados mais recentes de óbitos divulgados pelo instituto apontam que, em 2010, morreram no Brasil 12.852 pessoas devido ao câncer de
mama, sendo 147 homens e 12.705 mulheres.
São considerados fatores de risco, tanto para homens quanto para mulheres, histórico familiar, obesidade, sedentarismo e antecedente de
patologias mamárias.
Além disso, ginecomastia ou crescimento de mamas nos homens (isso pode ocorrer com aplicações de hormônio), hiperestrogerismo, doença
testicular, doença hepática, fratura óssea acima de 45 anos e a síndrome de Klinefelter podem também ser perigosos. Estima-se que por meio
da alimentação, nutrição e atividade física é possível reduzir em até 28% o risco de a mulher desenvolver câncer de mama.
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