Cotidianamente usamos a palavra depressão para definir a tristeza normal, que todos nós já experimentamos em momento difíceis de nossas vidas.E ssa utilização generalizada tem contribuído para a banalização dessa palavra, pois apesar de tratar-se de um dos distúrbios psiquiátricos que mais atingem pessoas no mundo, poucos sabem da gravidade e do grande sofrimento que a depressão causa ao portador. A pessoa deprimida fica melancólica, angustiada e desanimada, sente falta de energia, tristeza profunda, tédio e apatia. Em conseqüência do desconhecimento e da dificuldade de terceiros compreenderem o sofrimento que esta doença causa, é comum a demora do diagnóstico, o que acaba por atrasar o inicio do tratamento, pois o portador da depressão geralmente não sabe como, onde ou com quem procurar auxílio. Diante do exposto consideramos de suma importância a divulgação de informações a respeito dos sintomas da depressão, pois existe tratamento e não há necessidade dos portadores de depressão tolerarem tamanha dor e sofrimento em silêncio. Com o que não deve ser confundida A depressão não é "frescura", fraqueza, preguiça ou loucura e como qualquer doença não surge por culpa ou desejo do portador. Também não é uma tristeza comum e por isso, embora força de vontade ajude, não é suficiente para a melhora do paciente. Essa não escolhe momento, raça ou condição sócioeconômica. Sintomas A pessoa deprimida tende a perder o interesse por atividades que no passado lhe eram prazerosas, ficar mal-humorada e irritadiça. Outros sintomas comuns são: Ansiedade; Desânimo e cansaço mental; Dificuldade de concentração e esquecimento; Tendência ao isolamento tanto social quanto familiar; Apatia, desinteresse, falta de motivação, sentimento de medo, insegurança, desespero e vazio; Pessimismo, idéias de culpa, baixa auto-estima; Crença de que falta sentido à sua vida, considerando-se inútil ou fracassada; Idéias suicidas; Manifestações psicossomáticas comuns como cefaléia, sintomas gastrintestinais, dores pelo corpo e pressão no peito; Alteração do apetite; Redução da libido; Alteração do sono (aumento ou diminuição). Os sintomas tendem a se agravar quando: 1. O paciente não tem um diagnóstico, pois a luta contra um inimigo desconhecido rouba a pouca energia que lhe resta, deixando-o ainda mais desanimado, impaciente e desesperançado. 2. As pessoas próximas desconhecem o quadro clínico do paciente, classificando a situação como "frescura" e tratando o paciente com preconceito. Esse procedimento pode diminuir ainda mais a auto-estima do indivíduo, que acrescenta a sua já numerosa lista de preocupações pessimistas o sentimento de incompreensão, já que, melhor do que ninguém sabe que seus sentimentos diferem de qualquer tristeza anteriormente sentida. 3. A pessoa com depressão percebe não estar bem, mas não aceita o diagnóstico e conseqüentemente o tratamento. Tratamento Os resultados mais rápidos e eficazes contra a depressão tem sido observados quando o psicólogo trabalha em parceria com o psiquiatra, o que possibilita a combinação de psicoterapia com medicamentos antidepressivos. Por isso, visando o melhor benefício do paciente, o trabalho multidisciplinar é aconselhável, incluindo também familiares e amigos do paciente. Os profissionais envolvidos no tratamento devem informar os familiares e amigos de que apoio e compreensão são fundamentais para a recuperação do indivíduo deprimido. A família pode contribuir com o sucesso do tratamento incentivando o paciente a aderir e dar continuidade ao tratamento, acompanhando-a nas consultas quando necessário, se conscientizando e procurando conscientizar o parente deprimido de que os resultados podem demorar algum tempo, mas serão positivos. Você possui recorrentes pensamentos de morte ou suicídio? Informe imediatamente seu médico, terapeuta, um amigo ou familiar. Identificou-se com um ou mais dos sintomas relatados? Procure um especialista o quanto antes. Lembre-se: Depressão tem tratamento. Acha que um familiar ou amigo apresenta um ou mais dos sintomas descritos? Entenda que a depressão é uma doença e ninguém fica doente por escolha própria. Seu carinho, apoio e compreensão ajudarão mais que críticas ou "broncas". Procure incentivar a pessoa a procurar um profissional, que poderá fazer um diagnóstico e se confirmar a hipótese oferecer tratamento adequado.