2015/2 - Alexandre B. Cunha

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UFRJ Economia Internacional (diurno)
Prof. Alexandre B. Cunha
P1
2015/2
Resolva 2 (duas) das 3 (três) questões.
(1) Suponha que exatamente daqui a um ano você precisará efetuar um pagamento de
US$ 10 mil. Sabe-se que R = 20%, R∗ = 2%, E₀ = 4 e F₁ = 5. Monte duas operações de
hedge que cubram o seu risco cambial e identifique por qual das duas operações você
deve optar.
(2) Utilize a análise gráfica desenvolvida em KO e em aula para discutir os efeitos de
curto prazo de uma expansão monetária sobre E. Mantenha Y constante ao longo da sua
análise.
(3) Considere a versão básica modelo monetário do balanço de pagamentos discutida
em KO e em aula. Enuncie as equações constituintes desse modelo. Em seguida obtenha
a sua equação fundamental.
Gabarito Sintético
(1) Operação A: compre US$ 10.000,00 a termo, você desembolsará R$ 50.000,00 daqui
a um ano. Operação B: obtenha um empréstimo de R$ 39.215,68, você desembolsará R$
47.058,82 daqui a um ano; compre US$ 9.803,92 no mercado à vista e aplique esses
dólares à taxa de 2%; você resgatará US$ 10.000,00 daqui a um ano. Opte por B, pois
47.058,82 < 50.000,00.
(2)
Observação: é preciso explicar o gráfico.
(3) Equações constituintes: E = P/P* ;
Equação fundamental: = ெ ௅(ோ ∗ ,௒ ∗ )
ெ ∗ ௅(ோ,௒)
P = M/L(R,Y) ; P* = M*/L(R*,Y*) .
.
UFRJ Economia Internacional (diurno)
Prof. Alexandre B. Cunha
P2
2015/2
Resolva 2 (duas) das 3 (três) questões.
(1) Considere uma pequena nação que toma a taxa internacional de juros como dada.
Assuma que a oferta agregada de curto prazo é positivamente inclinada. Utilize o
modelo IS-LM-BP para discutir os impactos de curto prazo e de longo prazo de uma
expansão em G sobre os valores de equilíbrio de Y, R e P no regime de câmbio fixo
quando há perfeita mobilidade de capital.
(2) Considere uma pequena nação que toma a taxa internacional de juros como dada.
Utilize o modelo Mundell-Fleming para discutir os impactos de uma redução na oferta
de moeda sobre os valores de equilíbrio de Y, R e P no regime de câmbio fixo quando
há perfeita mobilidade de capital.
(3) Suponha que o mundo é composto somente por dois grandes países, H e F. Há
perfeita mobilidade de capitais entre as duas nações. O país F segue uma política de
câmbio fixo, ao passo que o governo da outra nação não tem qualquer preocupação com
a taxa de câmbio. Assuma que ambas as ofertas agregadas são perfeitamente elásticas.
Utilize o modelo Mundell-Fleming para discutir os efeitos de uma expansão fiscal em H
sobre o produto (de ambos os países) e a taxa de juros.
RespostasSintético
(completas)
Gabarito
(1)
As curvas relevantes na situação inicial (ou seja, antes da expansão fiscal) estão
indexadas por 0. Observe que a economia parte de um equilíbrio de longo prazo
representado pelos pontos A0 e B0. A elevação em G faz com que a curva IS se desloque
෩ ). Como o câmbio está fixo, o banco central é obrigado a
para direita (de IS0 para IS
intervir no mercado comprando a moeda estrangeira e, consequentemente, expandindo a
oferta monetária. Essas operações cambiais fazem com que a curva LM se desloque
෪ ). Os deslocamentos de IS e LM fazem com que a curva
para a direita (de LM0 para LM
DA se desloque para a direita (de DA0 para DA1). Temos então um novo equilíbrio de
curto prazo (ponto B1) no gráfico inferior. A elevação do nível de preços de P0 para P1
෩ para IS1). A curva LM
faz com que a curva IS se desloque para a esquerda (de IS
෪ para LM1). Esse deslocamento é devido ao
também se move para a esquerda (de LM
crescimento de P e, muito provavelmente, às novas intervenções do Banco Central no
mercado de câmbio. Concluímos que o ponto A1 no gráfico superior é o equilíbrio de
curto prazo correspondente ao equilíbrio B1 no outro gráfico. Como Y1 > Y̅ , W tende a
crescer. Isso faz com que a curva OA de curto prazo se desloque para esquerda. Esse
processo continua até que a curva em questão seja aquela representada por OACP2. A
análise do gráfico inferior mostra que se atingiu um novo equilíbrio de longo prazo
(ponto B2). Mais uma vez, a elevação em P faz com que IS e LM se desloquem para a
esquerda. Essas curvas passam a ser representadas por IS2 e LM2 (vale ressaltar que o
deslocamento da curva LM muito provavelmente também está associado a intervenções
do banco central no mercado de câmbio). O ponto A2 é o novo equilíbrio de longo prazo
do gráfico Y × R. Ao compararmos os três equilíbrios (ou seja, os equilíbrios indexados
por 0, 1 e 2), verificamos que R permanece constante, que P aumenta no curto e no
longo prazo e que Y aumenta no curto prazo e no longo retorna para o seu valor inicial.
(2)
As curvas relevantes na situação inicial são BP, IS e LM0; a economia está em
equilíbrio no ponto A0. A expansão monetária faz com que a curva LM se desloque para
෪ (para a esquerda, movimento 1). Suponha que a economia atinja a taxa de juros R̃.
LM
Como R̃ > R*, ocorrerá um grande ingresso de capitais estrangeiros. Esse fluxo de
capitais gera uma pressão no sentido de apreciar a moeda doméstica. Como a economia
está no regime de câmbio fixo, o banco central é obrigado a intervir no mercado de
câmbio, comprando divisas estrangeiras e injetando moeda na economia. Essas
operações cambiais fazem com que a curva LM se desloque para a direita; esse processo
continua até que essa curva retorne para a sua posição inicial (movimento 2). Desta
forma, a economia retorna para o equilíbrio A0. Concluímos então que as três variáveis
(Y, R e P) permanecem constantes.
(3)
O fato das ofertas agregadas serem perfeitamente elásticas garante que o nível de preços
de cada país não se alterará, sendo assim desnecessário utilizar os gráficos com as
curvas de oferta e demanda agregada. As curvas relevantes na situação inicial (ou seja,
antes da expansão fiscal em H) são ISH0, LMH, ISF e LMF0. A economia H está em
equilíbrio no ponto A0, ao passo F está em equilíbrio no ponto B0. A expansão fiscal faz
com que a curva IS da nação F se desloque para a direita (de ISH0 para ISH1). Tendo em
vista que RH1 > RF0, ocorre uma fuga de capitais de F para H. Esse movimento gera uma
pressão no sentido de desvalorizar a moeda de F. Porém, como esse país está no regime
de câmbio fixo, o seu banco central será obrigado a vender moeda estrangeira. Desta
forma, a curva LMF se deslocará endogenamente para a esquerda até que RF seja igual a
RH; ou seja, a curva em questão se desloca de LMF0 para LMF1. Podemos então verificar
que a economia H atinge o seu equilíbrio no ponto A1 e F o faz no ponto B1. A
comparação dos equilíbrios indexados por 0 e 1 estabelece que que R e YH cresceram, ao
passo que YF decresceu.
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