A14 mercado HHH ab QuintA-FeirA, 25 De Fevereiro De 2016 MERCADO ABERTO MARIA CRISTINA FRIAS Setor de telemarketing cresce abaixo da inflação em 2015 e deve demitir neste ano As empresas de call center tiveram crescimento nominal de 5% em 2015 —como o valor não está corrigido de acordo com a inflação, o resultado real é de queda. A receita total do setor foi de R$ 45,6 bilhões. Neste ano, a expectativa é de um resultado modesto, com alta nominal de 1,1%, de acordo com Lucas Mancini, presidente da Sintelmark, sindicato do setor. “A retração só não foi pior porque, em períodos de crise, as empresas tendem a cortar o serviço presencial de vendas e investir em call centers como forma de racionalizar os custos.” A alta do dólar é um dos fatores que contribuíram para a retração, já que grande parte da tecnologia e servidores usados pelas empresas é importada. Outro agravante, apontado POSSO AJUDAR? Evolução da receita no setor de call center no país Faturamento total, em R$ bilhões 26,4 28,9 2010 2011 35,1 2012 40,7 2013 fev.2015 em % Muito endividado por Mancini, foi a alta salarial nos últimos anos, que afetou as receitas das empresas. O setor fechou 2015 com 1,7 milhões de empregados, mas a queda no desempenho deve afetar o número de postos de trabalho. Neste ano, a projeção é de retração de 2,16%. O maior efeito da crise vi- Pouco Endividado Não tem dívidas desse tipo Não sabe 0,4 0,2 46,1* 2014 2015 2016 Francesco Renzetti, CEO da empresa de call center no país rá a longo prazo, devido à redução nos investimentos em renovação tecnológica e em capacitação de funcionários, segundo Mancini. “E isso em um momento em que o serviço começa a migrar para o autoatendimento on-line, que exige mão de obra mais qualificada.” DíviDA eternA 9,7 13,8 20,9 21,6 27,2 25,4 Mais ou Menos endividado 45,6 Avener Prado - 25.jul.2015/Folhapress *estimativa Fonte: Sintelmark/E-Consulting NÍVEL DE ENDIVIDAMENTO fev.2014 43,4 [email protected] 41,9 38,9 Fonte: CNC Em fevereiro, o endividamento das famílias aumentou três pontos percentuais em relação a 2015 e chegou a 60,8%. A inadimplência subiu de 17,5% para 23,3%, segundo a CNC (Confederação Nacional do Comércio). A tendência é de alta, pois “há forte correlação com desemprego”, diz Marianne Hanson, economista da CNC. ALÔ DIGITAL A AlmavivA, empresa de telemarketing e informática, vai investir neste ano R$ 40 milhões no país, dos quais 80% serão destinados ao desenvolvimento de novas tecnologias. “Em um momento de crise, os clientes querem cortar custos. Temos de propor novos modelos de gerenciamento dos serviços”, afirma o CEO da empresa no Brasil, Francesco Renzetti. O grupo, que também possui um braço especializado em tecnologia, tem aproveitado as novas soluções desenvolvidas para tornar a área de telemarketing da empresa mais eficiente. Nos últimos quatro anos, a empresa cresceu na faixa dos 40% no Brasil. O faturamento de 2015 deve fechar acima dos R$ 900 milhões. Este ano, a companhia projeta um crescimento de 20% na receita. A insegurança jurídica em relação à terceirização é um fator que bloqueia os investimentos das operadoras no país, diz Renzetti. “Mas é um país com grande potencial, vamos manter nossos investimentos.” 32 MIL é o número de funcionários da AlmavivA no país 11 unidades da empresa, distribuídas em oito cidades Karime Xavier/Folhapress HORA DO CAFÉ VIAGEM DE AFAGO Gilmar Caldeira, diretor-executivo da empresa de turismo A Alatur JTB, uma operadora de turismo, vai lançar uma empresa especializada em viagens de incentivo, que são aquelas dadas por companhias como prêmios para seus funcionários, clientes, fornecedores etc. Os setores em que a operadora já atua, lazer e corporativo, enfrentam quedas na demanda. “No turismo de incentivo, só se dá a viagem quando há dinheiro porque um objetivo comercial foi atingido”, afirma Gilmar Caldeira, que vai ser o diretor-executivo da nova empresa, batizada de Honour. d com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS, TAÍS HIRATA e MÁRCIA SOMAN Medida pode reduzir em R$ 433 mi André Petry vira diretor gasto de empresas com burocracia de Redação da revista ‘Veja’ Decreto eliminará necessidade de autenticar livros contábeis GUSTAvO URIBE vALDO CRUZ DE BRASÍLIA Uma economia de quase meio de bilhão de reais deve ser gerada às empresas, num prazodecincoanos,comofim de gastos em taxas de registro e impressões de livros contábeis, uma prática antiga, mas que ainda existe no país. A medida, que deve ser anunciada e publicada em decreto presidencial nesta quinta-feira (25), acaba com a necessidade de autenticação pelas Juntas Comerciais de livros contábeis enviados à Receita Federal por meio do Sistema Público de Escrituração Digital, o Sped. A estimativa é que, com a desobrigação das taxas de autenticação, a redução de custo chegue a R$ 26 milhões neste ano. Em cinco anos, poderá chegar a R$ 433 milhões, incluindo também o corte de gastos com a impressão dos livros fiscais. A medida foi elaborada pelo programa Bem Mais Simples Brasil, coordenado pelo presidente nacional do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Guilherme Afif Domingos. Segundo ele, será possível liberar mão de obra nas Juntas Comerciais, com aumento de agilidade no processo digital. “Atualmente, há 1,1 milhão de livros digitais enviados por meio do Sped que estão acumulados à espera da autenticação”, ressaltou. “Num mundo cada vez mais digital, não haveria necessidade desses livros físicos, é um gasto inócuo e atrasado.” A equipe de Afif Domingos contratou uma pesquisa para quantificar também, além da economia de gastos para as empresas, os ganhos ambientais com a medida. O governo federal também anunciará medidas para desburocratizar as atividades profissionais de tradutores juramentados e leiloeiros, que poderão atuar em todo o país, e não apenas nos Estados nos quais são registrados. Walter Longo, que atuou no programa ‘O Aprendiz’, será presidente da Abril DE SÃO PAULO O jornalista André Petry é o novo diretor de Redação da revista “Veja”. Ele substitui Eurípedes Alcântara, que está em negociação com a editora Abril —que publica a revista— para saber seu futuro na empresa. A informação foi antecipada nesta quarta-feira (24) na coluna “Mônica Bergamo”. Petry, que era editor especial da revista, trabalha há mais de duas décadas na editora. Foi chefe da Sucursal de Brasília da “Veja”, editor de política e correspondente da revista em Nova York. Além de ter mudado o comando da “Veja”, a editora Abril deverá anunciar nesta quinta-feira (25) que Walter Longo será o seu novo presidente, no lugar de Alexandre Caldini, segundo a Folha apurou. Executivo da comunicação, Longo virou celebridade ao atuar como conselheiro de Roberto Justus no reality show de negócios “O Aprendiz” (TV Record). Atualmente, é mentor de Estratégia e Inovação do Grupo Newcomm (formado por Roberto Justus e pela britânica WPP) e presidente da Grey Brasil —que pertence ao mesmo conglomerado. Caldini estava no comando da editora Abril desde julho de 2014. EvENTO Inserção do Brasil na economia global é tema de debate O Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) e a Folha realizam na próxima segunda-feira (29) novo debate da série Diálogos, ciclo iniciado em novembro do ano passado e que tem como tema geral a conjuntura econômica do Brasil. No próximo encontro, o economista Luiz Carlos BresserPereira, da FGV (Fundação Getulio Vargas), e Mariano Laplane, do CGEE (Centro de Gestão e Estudos Estratégicos), falarão sobre a inserção do Brasil na economia internacional. O debate, das 9h30 às 11h30, tem entrada gratuita e as inscrições devem ser feitas no site eventos.folha.uol.com.br. O local é o auditório da Folha (rua Barão de Limeira, 425, 9º andar), em São Paulo. DE SÃO PAULO -