INSTITUTO BRASILEIRO DE TERAPIA INTENSIVA – IBRATI SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA – SOBRATI MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM TERAPIA INTENSIVA IZAIANY RODRIGUES FERREIRA INTERVENÇÃO DA EQUIPE INTERDISCIPLINAR NA PREVENÇÃO DE PNEUMONIA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA TERESINA-PI 2015 IZAIANY RODRIGUES FERREIRA INTERVENÇÃO DA EQUIPE INTERDISCIPLINAR NA PREVENÇÃO DE PNEUMONIA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA Trabalho de conclusão apresentado ao Mestrado Profissionalizante em Terapia Intensiva pela SOBRATI como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre. Orientador: Prof. Dr. Marttem Costa de Santana TERESINA-PI 2015 RESUMO Uma das complicações mais comuns nos pacientes ventilados mecanicamente é a Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAVM). Por ser um desafio para os profissionais que trabalham nas UTIs a prevenção e o controle da PAVM, é oportuno discutir este estudo, pois é importante para a saúde pública, por trazer benefícios para os pacientes e equipes intensivistas. Objetivou-se investigar, nas produções científicas, as intervenções da equipe interdisciplinar aplicadas na prevenção de PNEUMONIA ASSOCIADA à VENTILAÇÃO MECÂNICA. O interesse pela temática surgiu por ser extremamente expressiva a quantidade de profissionais de saúde que estão atuando nas UTIs com total despreparo sobre a prevenção da PAVM, por serem umas das complicações mais comuns nos pacientes nas terapias. Os profissionais de saúde que fazem intensivismo buscam formas ideais de prevenir e tratar as infecções respiratórias dos pacientes críticos internados em UTIs, que colaboram direta ou indiretamente, de acordo com as necessidades de cada unidade. Trata-se de uma pesquisa descritiva de abordagem qualitativa do tipo revisão de literatura. A busca foi desenvolvida a partir de dados já elaborados, constituídos por artigos científicos disponibilizados da Base de Dados: Scielo (Scientific Electronic Library Online) e em manuais (ANVISA) com recorte temporal de 2001 a 2013 redigidos em língua portuguesa e em inglesa. É importante que os profissionais de saúde estejam inseridos com competência e habilidades nesse contexto para prestar uma assistência segura ao paciente crítico. A partir do estudo, percebeu-se que é importante que os profissionais busquem se aperfeiçoar elaborando propostas educativas, protocolos de atendimento, treinamento em serviço, mudanças de atitudes, educação continuada no processo assistencial e adotar medidas de prevenção da PAVM, a fim de reduzir os riscos para a sua ocorrência. Palavras-chave: Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica, Terapia Intensiva e Equipe de Assistência ao Paciente. ABSTRACT One of the most common complications in mechanically ventilated patients is Ventilatorassociated pneumonia (VAP). Since it is a challenge for professionals who work in ICUs the prevention and control of VAP, it is appropriate to discuss this study as it is important to public health, due to the benefits that it brings to patients and intensive care teams. The objective was to investigate, in the ambit of scientific productions, the interventions of the interdisciplinary team applied to prevent VENTILATOR-ASSOCIATED PNEUMONIA. The interest in the theme arised from the observation of an expressive amount of health professionals who are working in the ICUs with a complete lack of preparation on the prevention of VAP, although that is one of the most common complications in patients in therapy. Health professionals who make intensive care seek ideal ways to prevent and treat respiratory infections of critical ICU patients, these that collaborate directly or indirectly, according to the needs of each unit. It is a descriptive research with a qualitative approach of the review of literature type. The search was developed from previously elaborated data, constituted of scientific articles available on Knowledge Base: Scielo (Scientific Electronic Library Online) and in manuals (ANVISA) with time frame 2001-2013 written in Portuguese and in English. It is important that health professionals are inserted with competence and skills in this context to provide safe care to critical patients. From the study, it was evidenced that it is important that professionals seek improvement through educational proposals, treatment protocols, training in service, attitude changes, continuing education in the care process and adoption of preventive measures of VAP, in order to reduce risks to its occurrence. Keywords: Ventilator-associated pneumonia, Intensive Care and Patient Care Team. SUMÁRIO I INTRODUÇÃO.........................................................................................................06 II FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.........................................................................08 III METODOLOGIA .................................................................................................11 IV RESULTADO E DISCUSSÃO.............................................................................12 V CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................17 REFERÊNCIAS................................ .........................................................................18 I INTRODUÇÃO O uso do suporte ventilatório invasivo, nos últimos 50 anos sem nenhuma dúvida, foi um avanço no tratamento da insuficiência respiratória. A aplicação de uma pressão positiva nos pulmões, através de uma prótese colocada nas vias aéreas, pode gerar uma série de efeitos adversos, apesar de salvar várias vidas (CARVALHO, 2006). Uma das complicações mais comuns nos pacientes ventilados mecanicamente é a Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAVM) nos ambientes de terapia intensiva. A mortalidade em relação a esse problema, o tempo de internação e os custos hospitalares são elevados (KOENIG S; TRUWIT JD, 2006; ANVISA, 2009). Essas consequências da Ventilação Mecânica (VM) são bem reconhecidas como a instabilidade hemodinâmica, principalmente nos pacientes hipovolêmicos; a maior frequência de infecções respiratórias, devido à redução dos mecanismos de defesa locais pela presença do tubo; e, mais recentemente, a lesão induzida pela ventilação mecânica, que está associada às altas pressões alveolares que são atingidas em algumas unidades decorrentes de um pulmão doente, bastante heterogêneo, gerando um aumento dos custos da internação hospitalar, assim como a uma maior mortalidade desses pacientes (CARVALHO, 2006). As causas de PAVM são devido à aspiração de secreções de orofaringe, do condensado formado no circuito do respirador, ou do conteúdo gástrico colonizado por bactérias patogênicas essas causas podem variar dependendo do hospital, tipo de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e população estudada, enfatizando a necessidade de vigilância local permanente (CARRILHO CMDM et al., 2006). Os procedimentos invasivos da PAVM tais como tubo orotraqueal, traqueostomia e ventilação mecânica favorece o crescimento de micro-organismos tanto exógenos quanto endógenos que está relacionado à perda mais comum da proteção das vias aéreas. O paciente intubado e em VM por período superior a 48 horas tem de seis a vinte e uma vezes maior risco de desenvolver PAVM (SBPT, 2007). Existem fatores de risco relacionados a certas condições com a assistência à saúde para a PAVM, tais como: aquelas que aumentam a colonização da orofaringe e/ou estômago por bactérias patogênicas (uso de antimicrobianos, internação em unidades de terapia intensiva), ocasiões que causam a aspiração para o trato respiratório ou refluxo no trato gastrointestinal (intubação ou reintubação orotraqueal, uso de sondas gastrointestinais, permanência da cabeceira da cama elevada a menos de 30 graus, imobilidade devida ao coma, traumas ou cirurgias), uso prolongado da VM e mãos dos profissionais de saúde contaminadas (ANVISA, 2009; TABLAN et al., 2004). Os profissionais de saúde que fazem intensivismo buscam a forma ideal de prevenir e tratar as infecções respiratórias dos pacientes críticos internados em Unidades de Terapias Intensivas (UTIs), com preocupação crescente com os custos pessoais, sociais e econômicos envoltos nessa atividade (ZEITOUN et al., 2001). Por ser um desafio para os profissionais que trabalham nas UTIs a prevenção e o controle da PAVM, é oportuno discutir este estudo, pois é importante para a saúde pública, por trazer benefícios para os pacientes e equipes intensivistas. Este estudo tem como objetivo investigar, nas produções científicas, as intervenções da equipe interdisciplinar aplicadas na prevenção de PNEUMONIA ASSOCIADA à VENTILAÇÃO MECÂNICA. O interesse pela temática surgiu por ser extremamente expressiva a quantidade de profissionais de saúde que estão atuando nas UTIs com total despreparo sobre a prevenção da PAVM. Em uma pesquisa realizada na unidade de terapia intensiva adulto de um hospital mostrou que aproximadamente 50% dos profissionais são qualificados e os outros 50% sem qualificação e/ou com nível baixíssimo de conhecimento sobre o assunto (POMBO; ALMEIDA; RODRIGUES, 2010). Com isso entendemos a importância de divulgar mais o tema, principalmente por serem umas das complicações mais comuns nos pacientes nas terapias intensivas, com taxas que segundo a ANVISA (2013), variam de 20 a 60% a mortalidade global nos episódios de pneumonia associada à ventilação mecânica, refletindo em grande parte a severidade da doença de base destes pacientes, a falência de órgãos e especificidades da população estudada e do agente etiológico envolvido. Estimativas da mortalidade atribuída a esta infecção variam nos diferentes estudos, mas aproximadamente 33% dos pacientes com PAVM morrem em decorrência direta desta infecção. É considerado um problema de saúde que pode gerar uma série de efeitos adversos. Desta maneira, acredita-se que essa premissa justifique o propósito da realização, em caráter exploratório do levantamento sobre a intervenção da equipe interdisciplinar intensivista ao paciente com PAVM. II PNEUMONIA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA A PAVM é definida como aquela que se desenvolve 48 horas a partir do início da ventilação mecânica, sendo considerada até 48 h após a extubação (TABLAN et al., 2004) Os profissionais de saúde que fazem intensivismo buscam formas ideais de prevenir e tratar as infecções respiratórias dos pacientes críticos internados em UTIs, com preocupação crescente com os custos pessoais, sociais e econômicos envoltos nessa atividade. Esses profissionais formam uma equipe composta por médicos, fisioterapeutas, enfermeiros, odontólogos, nutricionistas, técnicos de enfermagem e serviços, que colaboram direta ou indiretamente, de acordo com as necessidades de cada unidade (ZEITOUN et al., 2001). A equipe interdisciplinar desempenha papel fundamental para a prevenção das infecções no âmbito hospitalar, o que exige da equipe de saúde a tomada de medidas preventivas, treinamento em serviço, mudanças de atitudes e educação continuada no processo assistencial (MAGALHÃES et al., 2011). Certos profissionais de saúde não recebem orientação, informação ou treinamento sobre a forma ideal de se prevenir a ocorrência da PAVM. Por isso, a constante busca do conhecimento para uma assistência com mais qualidade é de primordial importância (POMBO; ALMELDA; RODRIGUES, 2010). Com relação ao estudo os profissionais de nível superior estão mais informados que os de nível médio, concluindo-se que esses últimos necessitam de bem mais atenção que os outros profissionais. A VM é um método bastante utilizado em UTI, sendo os profissionais de enfermagem os que estão presentes continuamente ao lado do paciente, caracterizando um cuidado intensivo, com vigilância e assistência garantindo a continuidade da terapia implementada (NEPOMUCENO, 2007). O papel da enfermagem no cuidado ao paciente sob risco de PAVM é essencial tanto na prevenção quanto no tratamento, pois são estes profissionais que devem orientar a todos na UTI sobre as medidas de antissepsia e de prevenção da infecção. O cuidado com o paciente em VM é foco prioritário por se tratar de uma população com altos índices de morbimortalidade. A implementação de medidas preventivas baseadas em evidências científicas está relacionada à diminuição da incidência de PAVM, essas medidas mencionadas anteriormente são os Bundle de Ventilação, que são de grande relevância durante a assistência de enfermagem (GOMES; SILVA, 2010). Segundo Nepomuceno (2007), a equipe de enfermagem, na assistência ao paciente sob ventilação mecânica invasiva, mantém domínio das técnicas: de aspiração de vias aéreas; troca de fixação de dispositivo ventilatório: Tubo Orotraqueal (TOT), Traqueostomia (TQT); além de cuidados na atenção com o circuito, umidificador e filtros externos. Gomes e Silva (2010) referem que 33% dos enfermeiros citaram aspiração das vias aéreas superiores como forma de prevenir a PAVM (pneumonia associada à ventilação). Apenas 24% ressaltaram a importância de se utilizar técnica estéril, embora nenhuma recomendação quanto ao uso de luvas estéreis ao realizar aspiração traqueal possa ser feita. Esperava-se que mais enfermeiros citassem a técnica de aspiração de vias aéreas como uma conduta de enfermagem para prevenir a PAVM. A fisioterapia respiratória de pacientes que recebem Ventilação Mecânica Invasiva (VMI) tem como objetivo a melhora da função pulmonar, por meio da desobstrução brônquica, expansão das áreas pulmonares colapsadas, e manutenção do equilíbrio da relação ventilação/perfusão. Estudos demonstraram que a fisioterapia é eficiente na promoção de higiene brônquica. As técnicas fisioterapêuticas mais utilizadas para promoção da higiene brônquica são: Drenagem Postural (DP), Compressão Torácica Manual (CTM), Hiperinsuflação Manual (HM), Aspiração Traqueal (SIXEL, 2007). A fisioterapia respiratória é bastante utilizada em pacientes críticos, com o objetivo de prevenir e/ou tratar complicações respiratórias. Para isso, geralmente é usada uma combinação dos procedimentos que objetivam a “re-expansão pulmonar” e a “remoção de secreções nas vias aéreas”. Seguem os procedimentos de fisioterapia respiratória descritos na literatura para a terapêutica de pacientes em ventilação mecânica com objetivo de prevenir a pneumonia nosocomial (JERRE et al., 2007). Em relação aos médicos, revelou-se que a maioria não usava todos os Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs) necessários para a intubação (luvas, máscaras, óculos de proteção e aventais), mas usavam estes separadamente. Foi identificado também o não uso dos EPIs por parte dos profissionais que faziam procedimento de aspiração nos pacientes (FREIRE; FARIAS; RAMOS, 2006). O cirurgião-dentista poderia acrescentar-se à equipe multiprofissional em benefício do paciente crítico. Uma vez que a higiene bucal deficiente e a presença de doença periodontal no paciente de UTI, sem dúvida constituem-se em mais um fator que pode favorecer o desenvolvimento de pneumonia nosocomial. Primeiro, porque esta condição bucal resultaria em alta concentração de patógenos na saliva podendo ser aspirado para o pulmão em abundância, Segundo, o biofilme bucal pode abrigar patógenos pulmonares e promover seu crescimento. E, por fim, os patógenos periodontais poderiam facilitar a colonização das vias aéreas superiores por patógenos pulmonares (MORAIS et al., 2006). Em outro artigo analisado os resultados mostraram que a intervenção educativa teve eficácia para a realização correta da montagem da VM com técnica asséptica, a higienização da língua e a manutenção da ordem correta tubo-nariz-boca durante o procedimento de higiene brônquica (GONÇALVES et al., 2012). A educação sobre a prevenção da PAVM é essencial, pois os profissionais precisam compreender a fisiopatologia da PAVM, para prevenir os fatores de risco que são diversos e que podem variar dependendo do hospital, tipo de UTI e população estudada, como também, compreender as estratégias que podem prevenir a doença, a fim de reduzir a probabilidade de sua ocorrência, contribuindo assim para um melhor prognóstico do paciente. III METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa descritiva de abordagem qualitativa do tipo revisão de literatura. Segundo Cervo e Bervian (2007), a pesquisa tem como finalidade fundamental explicar para o leitor um determinado problema a partir de referências teóricas encontrado em artigos, dissertações e teses com intuito de apresentar informações e conhecimentos sobre um determinado tema. Bardin (2006) refere que a análise de conteúdo consiste em: um conjunto de técnicas de análise das comunicações, que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens. A intenção da análise de conteúdo é a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção (ou eventualmente, de recepção), inferência esta que recorre a indicadores (quantitativos ou não). A principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos mais amplos do que aquela que poderia pesquisar diretamente (GIL, 2007). A busca foi desenvolvida a partir de dados já elaborados, constituídos por artigos científicos disponibilizados da Base de Dados: Scielo (Scientific Electronic Library Online) e em manuais (ANVISA) com recorte temporal de 2001 a 2013redigidos em língua portuguesa e em inglesa. Para a busca dos artigos nas bases de dados acima citadas, as palavra-chave utilizadas foram: Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica, Terapia Intensiva e Equipe de Assistência ao Paciente. A pesquisa foi realizada no período de março a agosto de 2015. Após a obtenção do material, realizou-se uma leitura exploratória para verificar quais assuntos se enquadravam com o tema da pesquisa. Selecionou-se 15 artigos que estavam de acordo com o assunto proposto. A discussão foi feita entre os autores pesquisados, de forma ética e organizada e confrontando os aspectos científicos da pesquisa. Tendo presente as considerações sobre a necessidade do aprofundamento da temática para que os profissionais de saúde insiram com competência e habilidades nesse contexto para prestar uma assistência segura ao paciente crítico. IV RESULTADOS E DISCUSSÃO Na terapia intensiva, a ventilação mecânica é um aspecto importante a ser considerada, pois envolve muitas variáveis e necessita de interação interdisciplinar, por sua complexidade tecnológica. É importante que os profissionais de saúde estejam inseridos com competência e habilidades nesse contexto para prestar uma assistência segura ao paciente crítico (RODRIGUES et al., 2012). Dentro deste contexto, foi elaborado o quadro 1, contendo as reflexões sobre as medidas preventivas relacionadas à PAVM: Quadro 1 - Intervenção da equipe interdisciplinar na prevenção de PAVM Autor/Ano Revista Título CARRILHO, C. M. Rev. Bras. Pneumonia associada à D. M et al./ 2006. Ter. VM em UTI cirúrgica Intensiva CARVALHO, R. R./2006. C. J. Bras. Pneumonia associada à Pneum. VM FREIRE, I. L. S Rev. Eletr. Prevenindo pneumonia Farias, G. M.; Enf. nosocomial: cuidados Ramos, C. S./2006. da equipe de saúde ao paciente em VMI GOMES, A. SILVA, R. L./2010. M; Rev. Enfer. Bundle de prevenção C. UFPE da PAVM: o que sabem os enfermeiros a esse respeito? GONÇALVES, A. Esc. Anna Eficácia de estratégias F. G. et al./2012. Nery educativas para ações preventivas da PAVM GUIMARÃES, M. J. Bras. Prevalência e M. Q; ROCCO, J. Pneum. prognóstico dos R./ 2006. pacientes com PAVM Considerações sobre o tema: Intervenção da equipe interdisciplinar na prevenção de PAVM Realizar higiene das mãos, decúbito elevado, cuidados na dieta enteral, técnica adequada de intubação e aspiração traqueal. Tratar dentro de 24 h da suspeita clínica da PAVM com antibiótico adequado reduz a mortalidade. Implantar estratégias na padronização e no treinamento de condutas, envolvimento de toda a equipe, sendo fundamental a educação continuada. Manter cabeceira elevada 30 a 45º, interromper diariamente a sedação e avaliar a possibilidade de extubação, implementar profilaxia da úlcera péptica e da trombose venosa profunda. Realizar técnica asséptica, higienizar a língua e manter ordem correta tubo-nariz-boca durante higiene brônquica. Evitar inibição da secreção gástrica com bloqueadores de receptores de histamina ou da JERE, G. al./2007. KOENIG, TRUWIT, D./2006. em um hospital universitário Fisioterapia no Paciente sob VM et Revista Brasileira de Terapia Intensiva S.M.; Clin. Ventilator-associated J. Microbiol. pneumonia: diagnosis, Rev. treatment and prevention MAGALHÃES, M. Rev. Esc. Mediastinite pósG. P. A et al./2011. Enferm. cirúrgica em um Hospital Cardiológico de Recife: contribuições para a assistência de enfermagem MORAIS, T. M. N. Rev. Bras. A importância da et al./2006. Ter. atuação odontológica Intensiva em pacientes internados em UTI POMBO, C. M. N.; Ciênc. ALMEIDA, P. C.; Saúde RODRIGUES, J. Coletiva L. N./2010. Conhecimento dos profissionais de saúde na UTI sobre prevenção de PAVM RODRIGUES, Y. Esc. Anna VM: evidências para o C. S. J. et al./2012. Nery cuidado de enfermagem SIXEL, B. S. et Fisiot. al./2007. Brasil TABLAN, O. C. et Recomm. al./2004. Rep Compressão manual torácica em pacientes com insuficiência respiratória aguda Guidelines for preventing healthcareassociated pnemonia bomba de prótons, dieta enteral e uso de vasopressores. Realizar fisioterapia respiratória, manter decúbito elevado (entre 30º e 45º) e aspirar quando necessário. Avaliar regularmente a pressão do balonete, realizar a aspiração endotraqueal, drenar condensado do tubo de ventilação, evitar a posição supina e higienizar as mãos. Treinar em serviço, mudar de atitudes e manter educação continuada no processo assistencial. Manter saúde bucal e maior integração da Odontologia e da Medicina, visando o tratamento global dos pacientes. Educar profissionais de saúde e vigilância epidemiológica das infecções hospitalares, antissepsia de equipamentos hospitalares e do pessoal e vigilância local permanente. Prestar cuidados inerentes à monitorização dos parâmetros ventilatórios e dos alarmes, controlar as condições hemodinâmicas do paciente, aspirar secreções pulmonares, umidificar o gás inalado adequadamente, manter limpo circuito do ventilador. Realizar compressão unilateral do tórax para promover a expansão do hemitórax contra lateral. Educar os profissionais de saúde, esterilizar todos os equipamentos, usar luvas, higienizar as mãos, usar água estéril. ZEITOUN, S. S. et Revista al./2001. Latinoamericana de Enferm. Incidência de PAVM em pacientes submetidos à aspiração endotraqueal pelos sistemas aberto e fechado: estudo prospectivo - dados preliminares. Fonte: Elaborado pelos pesquisadores, 2015. Aspirar pelo sistema aberto utilizando luva estéril (pelo executante) e luva de procedimento (pelo auxiliar). Os pacientes internados, especialmente sob ventilação mecânica, são grupo de risco aumentado para pneumonia. A diminuição da defesa pulmonar pode estar relacionada a diversas causas e estas podem ocorrer isoladamente ou em associação. Dentre estes causas destacam-se: a presença de doença de base, tais como, neoplasias, doença pulmonares agudas ou crônicas, doenças autoimunes, o uso de drogas imunossupressoras (corticoesteróides, quimioterapia) e o uso de próteses traqueais (ANVISA, 2013). Os fatores de risco da PAVM podem ser classificados em modificáveis (ambiente da própria UTI) e não modificáveis (idade, escore de gravidade quando dar entrada do paciente na UTI e presença de co-morbidades (insuficiência cardíaca, doença pulmonar obstrutiva crônica, diabetes, doenças neurológicas, neoplasias, traumas e pós-operatório de cirurgias). O conhecimento dos germes mais frequentes na unidade favorece a prescrição racional e dirigida dos antimicrobianos, uma vez que, frente a uma suspeita de PAVM, o tratamento empírico deve ser prontamente instituído (CARVALHO, 2006). Guimarães e Rocco (2006) apresentam o resultado de uma pesquisa que visou obter a prevalência de PAVM, durante dezoito meses, ocorreram 808 internações e 278 pacientes foram incluídos no estudo e, destes, 38,1% desenvolveram pneumonia aumentando o tempo de VM, sua permanência na UTI e no hospital. Os fatores relacionados ao desenvolvimento de PAVM foram: sinusite aguda, atelectasia, imunodepressão, Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) e permanência em VM por mais de dez dias. Com isso é fundamental manter uma rotina de visitas interdisciplinares com a participação do médico, farmacêutico, enfermeiro, odontólogo, fisioterapeuta, nutricionista, integrante da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), entre outros, profissionais envolvidos diretamente na assistência aos pacientes internados na UTI. Estas visitas à beira do leito proporcionam a identificação de não conformidades dos processos assistenciais, auxiliam o gerenciamento de medidas de prevenção e facilitam o relacionamento entre os profissionais (ANVISA, 2013). Contudo, percebeu-se a necessidade de desenvolver um quadro com as intervenções preventivas da PAVM, que são medidas fundamentais para serem utilizados como mais uma fonte de pesquisa e conhecimento sobre o assunto para diminuição da incidência de pneumonia e da mortalidade relacionada à ventilação mecânica, sendo esta uma complicação evitável, segue abaixo quadro 2: Quadro 2 − Intervenções preventivas da pneumonia associada à ventilação mecânica 1. Higienizar as mãos com a utilização de sabonete líquido com antissépticos como a clorexidina e a esterilização com álcool gel. 2. Realizar higiene oral com antissépticos (clorexidina veículo oral). 3. Manter decúbito elevado (30- 45°), para reduzir aspiração pulmonar. 4. Evitar sedação desnecessária e o uso de agentes paralisantes. 5. Trocar sistema fechado de aspiração se houver sujidade ou mau funcionamento. 6. Trocar circuito entre pacientes quando houver sujidade ou mau funcionamento do equipamento. 7. Instalar sistema passivo de umidificação das vias respiratórias em pacientes mecanicamente ventilados, devido à ausência de condensados nos circuitos. 8. Instalar cânula orotraqueal com um sistema de aspiração de secreção subglótica contínua ou intermitente para pacientes que irão permanecer sob ventilação mecânica acima de 48hs. 9. Evitar extubação não programada (acidental) e reintubação 10. Monitorar pressão de cuff. Recomenda-se que esta pressão permaneça entre 20 e 25cmH2O. 11. Preferir ventilação mecânica não-invasiva tem demonstrado redução na incidência de PAV comparado com ventilação mecânica invasiva em pacientes com falência respiratória. 12. Evitar a traqueostomia precoce na prevenção de PAV. 13. Manter sonda enteral na posição gástrica ou pilórica, evitando o refluxo gastroesofágico e aspiração do conteúdo colonizado para vias aéreas inferiores. 14. Realizar a troca de inaladores a cada procedimento e utilização do processo de desinfecção estabelecido na sua instituição. 15. Desinfetar respirômetros, sensores de oxigênio e outros dispositivos de cada paciente 16. Evitar o uso prolongado de antibióticos intravenosos, devido ao desenvolvimento de resistência microbiana. 17. Realizar educação permanente/continuada da equipe sobre todos os cuidados que envolvem a prevenção da pneumonia associada à ventilação mecânica e de outras infecções. Fonte: Elaborado pelos pesquisadores baseado em ANVISA (2009), (2013). Diante do estudo apresentado, independente da categoria profissional, a prevenção sobre PAVM e fatores de risco a ela associado deve ser executado pela equipe interdisciplinar. Sendo assim, é importante que haja a necessidade de um aprofundamento contínuo por parte dos profissionais de saúde sobre as medidas de prevenção da PAVM com a elaboração de propostas educativas, baseadas em evidências científicas. Além disso, as discussões sobre a temática não se deve encerrar neste trabalho, deve ser sempre atualizado, aprofundados nos cursos de especializações, em estudos sistemáticos, nos treinamentos anuais, favorecendo assim, o fortalecimento de uma educação permanente para os profissionais intensivistas, para a minimização da PAVM e a melhor assistência à saúde. V CONSIDERAÇÕES FINAIS Conclui-se que as UTIs são um local que requer muito cuidado por parte dos profissionais de saúde para prevenir e tratar as infecções respiratórias dos pacientes críticos. A partir do exposto, pode-se observar que a PAVM é um agravo bastante incidente e apresenta uma alta taxa de mortalidade em pacientes intubados internados em unidades de terapias intensivas, além de aumentar os custos hospitalares. Com isto, seu diagnóstico e tratamento devem ser precoces, do mesmo modo que, as medidas de prevenção, como: higienizar as mãos, realizar higiene oral com antissépticos (clorexidina veículo oral), manter os pacientes com a cabeceira elevada entre 30 e 45º; avaliar diariamente a sedação e diminuir sempre que possível; aspirar com técnica estéril à secreção acima do balonete (subglótica), manter pressão do cuff adequada e ambiente do leito/equipamentos sempre limpos, evitar extubação precoce, implementar profilaxia da úlcera péptica e da trombose venosa profunda, prestar cuidados inerentes à monitorização dos parâmetros ventilatórios e dos alarmes, controlar as condições hemodinâmicas do paciente, realizar treinamento e educação permanente com a equipe multiprofissional. A partir do estudo, percebeu-se que é importante que os profissionais busquem se aperfeiçoar elaborando propostas educativas, atualizando protocolos de atendimento, treinamento em serviço, mudanças de atitudes, educação continuada no processo assistencial e adotar medidas de prevenção da PAVM, a fim de reduzir os riscos para a sua ocorrência, prevenindo a colonização do trato aerodigestivo e a aspiração de secreções contaminadas para as vias aéreas inferiores, contribuindo assim, para um melhor prognóstico e qualidade de vida do paciente. REFERÊNCIAS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Unidade de Investigação e Prevenção das Infecções e dos Eventos Adversos. Gerência Geral de Tecnologia em Serviços de Saúde. Infecções do trato respiratório: orientações para prevenção de infecções relacionadas à assistência à saúde, Brasília: ANVISA, 2009. ______. Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde. 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