intervenção da equipe interdisciplinar na prevenção de

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INSTITUTO BRASILEIRO DE TERAPIA INTENSIVA – IBRATI
SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA – SOBRATI
MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM TERAPIA INTENSIVA
IZAIANY RODRIGUES FERREIRA
INTERVENÇÃO DA EQUIPE INTERDISCIPLINAR NA PREVENÇÃO DE
PNEUMONIA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA EM UNIDADE DE
TERAPIA INTENSIVA
TERESINA-PI
2015
IZAIANY RODRIGUES FERREIRA
INTERVENÇÃO DA EQUIPE INTERDISCIPLINAR NA PREVENÇÃO DE
PNEUMONIA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA EM UNIDADE DE
TERAPIA INTENSIVA
Trabalho de conclusão apresentado ao
Mestrado Profissionalizante em Terapia
Intensiva pela SOBRATI como parte dos
requisitos necessários à obtenção do título
de Mestre.
Orientador: Prof. Dr. Marttem Costa de
Santana
TERESINA-PI
2015
RESUMO
Uma das complicações mais comuns nos pacientes ventilados mecanicamente é a
Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAVM). Por ser um desafio para os
profissionais que trabalham nas UTIs a prevenção e o controle da PAVM, é oportuno discutir
este estudo, pois é importante para a saúde pública, por trazer benefícios para os pacientes e
equipes intensivistas. Objetivou-se investigar, nas produções científicas, as intervenções da
equipe interdisciplinar aplicadas na prevenção de PNEUMONIA ASSOCIADA à
VENTILAÇÃO MECÂNICA. O interesse pela temática surgiu por ser extremamente
expressiva a quantidade de profissionais de saúde que estão atuando nas UTIs com total
despreparo sobre a prevenção da PAVM, por serem umas das complicações mais comuns nos
pacientes nas terapias. Os profissionais de saúde que fazem intensivismo buscam formas
ideais de prevenir e tratar as infecções respiratórias dos pacientes críticos internados em UTIs,
que colaboram direta ou indiretamente, de acordo com as necessidades de cada unidade.
Trata-se de uma pesquisa descritiva de abordagem qualitativa do tipo revisão de literatura. A
busca foi desenvolvida a partir de dados já elaborados, constituídos por artigos científicos
disponibilizados da Base de Dados: Scielo (Scientific Electronic Library Online) e em
manuais (ANVISA) com recorte temporal de 2001 a 2013 redigidos em língua portuguesa e
em inglesa. É importante que os profissionais de saúde estejam inseridos com competência e
habilidades nesse contexto para prestar uma assistência segura ao paciente crítico. A partir do
estudo, percebeu-se que é importante que os profissionais busquem se aperfeiçoar elaborando
propostas educativas, protocolos de atendimento, treinamento em serviço, mudanças de
atitudes, educação continuada no processo assistencial e adotar medidas de prevenção da
PAVM, a fim de reduzir os riscos para a sua ocorrência.
Palavras-chave: Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica, Terapia Intensiva e
Equipe de Assistência ao Paciente.
ABSTRACT
One of the most common complications in mechanically ventilated patients is Ventilatorassociated pneumonia (VAP). Since it is a challenge for professionals who work in ICUs the
prevention and control of VAP, it is appropriate to discuss this study as it is important to
public health, due to the benefits that it brings to patients and intensive care teams. The
objective was to investigate, in the ambit of scientific productions, the interventions of the
interdisciplinary team applied to prevent VENTILATOR-ASSOCIATED PNEUMONIA. The
interest in the theme arised from the observation of an expressive amount of health
professionals who are working in the ICUs with a complete lack of preparation on the
prevention of VAP, although that is one of the most common complications in patients in
therapy. Health professionals who make intensive care seek ideal ways to prevent and treat
respiratory infections of critical ICU patients, these that collaborate directly or indirectly,
according to the needs of each unit. It is a descriptive research with a qualitative approach of
the review of literature type. The search was developed from previously elaborated data,
constituted of scientific articles available on Knowledge Base: Scielo (Scientific Electronic
Library Online) and in manuals (ANVISA) with time frame 2001-2013 written in Portuguese
and in English. It is important that health professionals are inserted with competence and
skills in this context to provide safe care to critical patients. From the study, it was evidenced
that it is important that professionals seek improvement through educational proposals,
treatment protocols, training in service, attitude changes, continuing education in the care
process and adoption of preventive measures of VAP, in order to reduce risks to its
occurrence.
Keywords: Ventilator-associated pneumonia, Intensive Care and Patient Care Team.
SUMÁRIO
I INTRODUÇÃO.........................................................................................................06
II FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.........................................................................08
III METODOLOGIA .................................................................................................11
IV RESULTADO E DISCUSSÃO.............................................................................12
V CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................17
REFERÊNCIAS................................ .........................................................................18
I INTRODUÇÃO
O uso do suporte ventilatório invasivo, nos últimos 50 anos sem nenhuma dúvida, foi
um avanço no tratamento da insuficiência respiratória. A aplicação de uma pressão positiva
nos pulmões, através de uma prótese colocada nas vias aéreas, pode gerar uma série de efeitos
adversos, apesar de salvar várias vidas (CARVALHO, 2006).
Uma das complicações mais comuns nos pacientes ventilados mecanicamente é a
Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAVM) nos ambientes de terapia intensiva. A
mortalidade em relação a esse problema, o tempo de internação e os custos hospitalares são
elevados (KOENIG S; TRUWIT JD, 2006; ANVISA, 2009).
Essas consequências da Ventilação Mecânica (VM) são bem reconhecidas como a
instabilidade hemodinâmica, principalmente nos pacientes hipovolêmicos; a maior frequência
de infecções respiratórias, devido à redução dos mecanismos de defesa locais pela presença
do tubo; e, mais recentemente, a lesão induzida pela ventilação mecânica, que está associada
às altas pressões alveolares que são atingidas em algumas unidades decorrentes de um pulmão
doente, bastante heterogêneo, gerando um aumento dos custos da internação hospitalar, assim
como a uma maior mortalidade desses pacientes (CARVALHO, 2006).
As causas de PAVM são devido à aspiração de secreções de orofaringe, do
condensado formado no circuito do respirador, ou do conteúdo gástrico colonizado por
bactérias patogênicas essas causas podem variar dependendo do hospital, tipo de Unidade de
Terapia Intensiva (UTI) e população estudada, enfatizando a necessidade de vigilância local
permanente (CARRILHO CMDM et al., 2006).
Os procedimentos invasivos da PAVM tais como tubo orotraqueal, traqueostomia e
ventilação mecânica favorece o crescimento de micro-organismos tanto exógenos quanto
endógenos que está relacionado à perda mais comum da proteção das vias aéreas. O paciente
intubado e em VM por período superior a 48 horas tem de seis a vinte e uma vezes maior
risco de desenvolver PAVM (SBPT, 2007).
Existem fatores de risco relacionados a certas condições com a assistência à saúde
para a PAVM, tais como: aquelas que aumentam a colonização da orofaringe e/ou estômago
por bactérias patogênicas (uso de antimicrobianos, internação em unidades de terapia
intensiva), ocasiões que causam a aspiração para o trato respiratório ou refluxo no trato
gastrointestinal (intubação ou reintubação orotraqueal, uso de sondas gastrointestinais,
permanência da cabeceira da cama elevada a menos de 30 graus, imobilidade devida ao coma,
traumas ou cirurgias), uso prolongado da VM e mãos dos profissionais de saúde contaminadas
(ANVISA, 2009; TABLAN et al., 2004).
Os profissionais de saúde que fazem intensivismo buscam a forma ideal de prevenir e
tratar as infecções respiratórias dos pacientes críticos internados em Unidades de Terapias
Intensivas (UTIs), com preocupação crescente com os custos pessoais, sociais e econômicos
envoltos nessa atividade (ZEITOUN et al., 2001).
Por ser um desafio para os profissionais que trabalham nas UTIs a prevenção e o
controle da PAVM, é oportuno discutir este estudo, pois é importante para a saúde pública,
por trazer benefícios para os pacientes e equipes intensivistas.
Este estudo tem como objetivo investigar, nas produções científicas, as intervenções
da equipe interdisciplinar aplicadas na prevenção de PNEUMONIA ASSOCIADA à
VENTILAÇÃO MECÂNICA.
O interesse pela temática surgiu por ser extremamente expressiva a quantidade de
profissionais de saúde que estão atuando nas UTIs com total despreparo sobre a prevenção da
PAVM. Em uma pesquisa realizada na unidade de terapia intensiva adulto de um hospital
mostrou que aproximadamente 50% dos profissionais são qualificados e os outros 50% sem
qualificação e/ou com nível baixíssimo de conhecimento sobre o assunto (POMBO;
ALMEIDA; RODRIGUES, 2010).
Com isso entendemos a importância de divulgar mais o tema, principalmente por
serem umas das complicações mais comuns nos pacientes nas terapias intensivas, com taxas
que segundo a ANVISA (2013), variam de 20 a 60% a mortalidade global nos episódios de
pneumonia associada à ventilação mecânica, refletindo em grande parte a severidade da
doença de base destes pacientes, a falência de órgãos e especificidades da população estudada
e do agente etiológico envolvido. Estimativas da mortalidade atribuída a esta infecção variam
nos diferentes estudos, mas aproximadamente 33% dos pacientes com PAVM morrem em
decorrência direta desta infecção.
É considerado um problema de saúde que pode gerar uma série de efeitos adversos.
Desta maneira, acredita-se que essa premissa justifique o propósito da realização, em caráter
exploratório do levantamento sobre a intervenção da equipe interdisciplinar intensivista ao
paciente com PAVM.
II PNEUMONIA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA
A PAVM é definida como aquela que se desenvolve 48 horas a partir do início da
ventilação mecânica, sendo considerada até 48 h após a extubação (TABLAN et al., 2004)
Os profissionais de saúde que fazem intensivismo buscam formas ideais de prevenir e
tratar as infecções respiratórias dos pacientes críticos internados em UTIs, com preocupação
crescente com os custos pessoais, sociais e econômicos envoltos nessa atividade. Esses
profissionais formam uma equipe composta por médicos, fisioterapeutas, enfermeiros,
odontólogos, nutricionistas, técnicos de enfermagem e serviços, que colaboram direta ou
indiretamente, de acordo com as necessidades de cada unidade (ZEITOUN et al., 2001).
A equipe interdisciplinar desempenha papel fundamental para a prevenção das
infecções no âmbito hospitalar, o que exige da equipe de saúde a tomada de medidas
preventivas, treinamento em serviço, mudanças de atitudes e educação continuada no
processo assistencial (MAGALHÃES et al., 2011).
Certos profissionais de saúde não recebem orientação, informação ou treinamento
sobre a forma ideal de se prevenir a ocorrência da PAVM. Por isso, a constante busca do
conhecimento para uma assistência com mais qualidade é de primordial importância
(POMBO; ALMELDA; RODRIGUES, 2010).
Com relação ao estudo os profissionais de nível superior estão mais informados que os
de nível médio, concluindo-se que esses últimos necessitam de bem mais atenção que os
outros profissionais. A VM é um método bastante utilizado em UTI, sendo os profissionais de
enfermagem os que estão presentes continuamente ao lado do paciente, caracterizando um
cuidado intensivo, com vigilância e assistência garantindo a continuidade da terapia
implementada (NEPOMUCENO, 2007).
O papel da enfermagem no cuidado ao paciente sob risco de PAVM é essencial tanto
na prevenção quanto no tratamento, pois são estes profissionais que devem orientar a todos na
UTI sobre as medidas de antissepsia e de prevenção da infecção. O cuidado com o paciente
em VM é foco prioritário por se tratar de uma população com altos índices de
morbimortalidade. A implementação de medidas preventivas baseadas em evidências
científicas está relacionada à diminuição da incidência de PAVM, essas medidas mencionadas
anteriormente são os Bundle de Ventilação, que são de grande relevância durante a assistência
de enfermagem (GOMES; SILVA, 2010).
Segundo Nepomuceno (2007), a equipe de enfermagem, na assistência ao paciente sob
ventilação mecânica invasiva, mantém domínio das técnicas: de aspiração de vias aéreas;
troca de fixação de dispositivo ventilatório: Tubo Orotraqueal (TOT), Traqueostomia (TQT);
além de cuidados na atenção com o circuito, umidificador e filtros externos.
Gomes e Silva (2010) referem que 33% dos enfermeiros citaram aspiração das vias
aéreas superiores como forma de prevenir a PAVM (pneumonia associada à ventilação).
Apenas 24% ressaltaram a importância de se utilizar técnica estéril, embora nenhuma
recomendação quanto ao uso de luvas estéreis ao realizar aspiração traqueal possa ser feita.
Esperava-se que mais enfermeiros citassem a técnica de aspiração de vias aéreas como uma
conduta de enfermagem para prevenir a PAVM.
A fisioterapia respiratória de pacientes que recebem Ventilação Mecânica Invasiva
(VMI) tem como objetivo a melhora da função pulmonar, por meio da desobstrução
brônquica, expansão das áreas pulmonares colapsadas, e manutenção do equilíbrio da relação
ventilação/perfusão. Estudos demonstraram que a fisioterapia é eficiente na promoção de
higiene brônquica. As técnicas fisioterapêuticas mais utilizadas para promoção da higiene
brônquica são:
Drenagem
Postural
(DP), Compressão Torácica
Manual
(CTM),
Hiperinsuflação Manual (HM), Aspiração Traqueal (SIXEL, 2007).
A fisioterapia respiratória é bastante utilizada em pacientes críticos, com o objetivo de
prevenir e/ou tratar complicações respiratórias. Para isso, geralmente é usada uma
combinação dos procedimentos que objetivam a “re-expansão pulmonar” e a “remoção de
secreções nas vias aéreas”. Seguem os procedimentos de fisioterapia respiratória descritos na
literatura para a terapêutica de pacientes em ventilação mecânica com objetivo de prevenir a
pneumonia nosocomial (JERRE et al., 2007).
Em relação aos médicos, revelou-se que a maioria não usava todos os Equipamentos
de Proteção Individuais (EPIs) necessários para a intubação (luvas, máscaras, óculos de
proteção e aventais), mas usavam estes separadamente. Foi identificado também o não uso
dos EPIs por parte dos profissionais que faziam procedimento de aspiração nos pacientes
(FREIRE; FARIAS; RAMOS, 2006).
O cirurgião-dentista poderia acrescentar-se à equipe multiprofissional em benefício do
paciente crítico. Uma vez que a higiene bucal deficiente e a presença de doença periodontal
no paciente de UTI, sem dúvida constituem-se em mais um fator que pode favorecer o
desenvolvimento de pneumonia nosocomial. Primeiro, porque esta condição bucal resultaria
em alta concentração de patógenos na saliva podendo ser aspirado para o pulmão em
abundância, Segundo, o biofilme bucal pode abrigar patógenos pulmonares e promover seu
crescimento. E, por fim, os patógenos periodontais poderiam facilitar a colonização das vias
aéreas superiores por patógenos pulmonares (MORAIS et al., 2006).
Em outro artigo analisado os resultados mostraram que a intervenção educativa teve
eficácia para a realização correta da montagem da VM com técnica asséptica, a higienização
da língua e a manutenção da ordem correta tubo-nariz-boca durante o procedimento de
higiene brônquica (GONÇALVES et al., 2012).
A educação sobre a prevenção da PAVM é essencial, pois os profissionais precisam
compreender a fisiopatologia da PAVM, para prevenir os fatores de risco que são diversos e
que podem variar dependendo do hospital, tipo de UTI e população estudada, como também,
compreender as estratégias que podem prevenir a doença, a fim de reduzir a probabilidade de
sua ocorrência, contribuindo assim para um melhor prognóstico do paciente.
III METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa descritiva de abordagem qualitativa do tipo revisão de
literatura. Segundo Cervo e Bervian (2007), a pesquisa tem como finalidade fundamental
explicar para o leitor um determinado problema a partir de referências teóricas encontrado em
artigos, dissertações e teses com intuito de apresentar informações e conhecimentos sobre um
determinado tema.
Bardin (2006) refere que a análise de conteúdo consiste em: um conjunto de técnicas
de análise das comunicações, que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição
do conteúdo das mensagens. A intenção da análise de conteúdo é a inferência de
conhecimentos relativos às condições de produção (ou eventualmente, de recepção),
inferência esta que recorre a indicadores (quantitativos ou não).
A principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao
investigador a cobertura de uma gama de fenômenos mais amplos do que aquela que poderia
pesquisar diretamente (GIL, 2007).
A busca foi desenvolvida a partir de dados já elaborados, constituídos por artigos
científicos disponibilizados da Base de Dados: Scielo (Scientific Electronic Library Online) e
em manuais (ANVISA) com recorte temporal de 2001 a 2013redigidos em língua portuguesa
e em inglesa.
Para a busca dos artigos nas bases de dados acima citadas, as palavra-chave utilizadas
foram: Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica, Terapia Intensiva e Equipe de
Assistência ao Paciente. A pesquisa foi realizada no período de março a agosto de 2015.
Após a obtenção do material, realizou-se uma leitura exploratória para verificar quais
assuntos se enquadravam com o tema da pesquisa. Selecionou-se 15 artigos que estavam de
acordo com o assunto proposto. A discussão foi feita entre os autores pesquisados, de forma
ética e organizada e confrontando os aspectos científicos da pesquisa.
Tendo presente as considerações sobre a necessidade do aprofundamento da temática
para que os profissionais de saúde insiram com competência e habilidades nesse contexto para
prestar uma assistência segura ao paciente crítico.
IV RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na terapia intensiva, a ventilação mecânica é um aspecto importante a ser considerada,
pois envolve muitas variáveis e necessita de interação interdisciplinar, por sua complexidade
tecnológica. É importante que os profissionais de saúde estejam inseridos com competência e
habilidades nesse contexto para prestar uma assistência segura ao paciente crítico
(RODRIGUES et al., 2012).
Dentro deste contexto, foi elaborado o quadro 1, contendo as reflexões sobre as
medidas preventivas relacionadas à PAVM:
Quadro 1 - Intervenção da equipe interdisciplinar na prevenção de PAVM
Autor/Ano
Revista
Título
CARRILHO, C. M. Rev. Bras. Pneumonia associada à
D. M et al./ 2006.
Ter.
VM em UTI cirúrgica
Intensiva
CARVALHO,
R. R./2006.
C. J.
Bras. Pneumonia associada à
Pneum.
VM
FREIRE, I. L. S Rev. Eletr. Prevenindo pneumonia
Farias, G. M.; Enf.
nosocomial: cuidados
Ramos, C. S./2006.
da equipe de saúde ao
paciente em VMI
GOMES, A.
SILVA, R.
L./2010.
M; Rev. Enfer. Bundle de prevenção
C. UFPE
da
PAVM: o que sabem
os enfermeiros a esse
respeito?
GONÇALVES, A. Esc. Anna Eficácia de estratégias
F. G. et al./2012.
Nery
educativas para ações
preventivas da PAVM
GUIMARÃES, M. J.
Bras. Prevalência
e
M. Q; ROCCO, J. Pneum.
prognóstico
dos
R./ 2006.
pacientes com PAVM
Considerações sobre o tema:
Intervenção
da
equipe
interdisciplinar na prevenção
de PAVM
Realizar higiene das mãos,
decúbito elevado, cuidados na
dieta enteral, técnica adequada
de intubação e aspiração
traqueal.
Tratar dentro de 24 h da
suspeita clínica da PAVM com
antibiótico adequado reduz a
mortalidade.
Implantar
estratégias
na
padronização e no treinamento
de condutas, envolvimento de
toda
a
equipe,
sendo
fundamental
a
educação
continuada.
Manter cabeceira elevada 30 a
45º, interromper diariamente a
sedação
e
avaliar
a
possibilidade de extubação,
implementar profilaxia da
úlcera péptica e da trombose
venosa profunda.
Realizar técnica asséptica,
higienizar a língua e manter
ordem correta tubo-nariz-boca
durante higiene brônquica.
Evitar inibição da secreção
gástrica com bloqueadores de
receptores de histamina ou da
JERE,
G.
al./2007.
KOENIG,
TRUWIT,
D./2006.
em
um
hospital
universitário
Fisioterapia
no
Paciente sob VM
et Revista
Brasileira
de Terapia
Intensiva
S.M.; Clin.
Ventilator-associated
J. Microbiol.
pneumonia: diagnosis,
Rev.
treatment
and
prevention
MAGALHÃES, M. Rev. Esc. Mediastinite
pósG. P. A et al./2011. Enferm.
cirúrgica
em
um
Hospital Cardiológico
de
Recife:
contribuições para a
assistência
de
enfermagem
MORAIS, T. M. N. Rev. Bras. A importância da
et al./2006.
Ter.
atuação odontológica
Intensiva
em
pacientes
internados em UTI
POMBO, C. M. N.; Ciênc.
ALMEIDA, P. C.; Saúde
RODRIGUES, J. Coletiva
L. N./2010.
Conhecimento
dos
profissionais de saúde
na
UTI
sobre
prevenção de PAVM
RODRIGUES, Y. Esc. Anna VM: evidências para o
C. S. J. et al./2012. Nery
cuidado
de
enfermagem
SIXEL, B. S. et Fisiot.
al./2007.
Brasil
TABLAN, O. C. et Recomm.
al./2004.
Rep
Compressão manual
torácica em pacientes
com
insuficiência
respiratória aguda
Guidelines
for
preventing healthcareassociated pnemonia
bomba de prótons, dieta enteral
e uso de vasopressores.
Realizar
fisioterapia
respiratória, manter decúbito
elevado (entre 30º e 45º) e
aspirar quando necessário.
Avaliar regularmente a pressão
do
balonete,
realizar
a
aspiração endotraqueal, drenar
condensado do tubo de
ventilação, evitar a posição
supina e higienizar as mãos.
Treinar em serviço, mudar de
atitudes e manter educação
continuada
no
processo
assistencial.
Manter saúde bucal e maior
integração da Odontologia e da
Medicina, visando o tratamento
global dos pacientes.
Educar profissionais de saúde e
vigilância epidemiológica das
infecções
hospitalares,
antissepsia de equipamentos
hospitalares e do pessoal e
vigilância local permanente.
Prestar cuidados inerentes à
monitorização dos parâmetros
ventilatórios e dos alarmes,
controlar
as
condições
hemodinâmicas do paciente,
aspirar secreções pulmonares,
umidificar o gás inalado
adequadamente, manter limpo
circuito do ventilador.
Realizar compressão unilateral
do tórax para promover a
expansão do hemitórax contra
lateral.
Educar os profissionais de
saúde, esterilizar todos os
equipamentos, usar luvas,
higienizar as mãos, usar água
estéril.
ZEITOUN, S. S. et Revista
al./2001.
Latinoamericana
de Enferm.
Incidência de PAVM
em
pacientes
submetidos à aspiração
endotraqueal
pelos
sistemas
aberto
e
fechado:
estudo
prospectivo - dados
preliminares.
Fonte: Elaborado pelos pesquisadores, 2015.
Aspirar pelo sistema aberto
utilizando luva estéril (pelo
executante)
e
luva
de
procedimento (pelo auxiliar).
Os pacientes internados, especialmente sob ventilação mecânica, são grupo de risco
aumentado para pneumonia. A diminuição da defesa pulmonar pode estar relacionada a
diversas causas e estas podem ocorrer isoladamente ou em associação. Dentre estes causas
destacam-se: a presença de doença de base, tais como, neoplasias, doença pulmonares agudas
ou crônicas, doenças autoimunes, o uso de drogas imunossupressoras (corticoesteróides,
quimioterapia) e o uso de próteses traqueais (ANVISA, 2013).
Os fatores de risco da PAVM podem ser classificados em modificáveis (ambiente da
própria UTI) e não modificáveis (idade, escore de gravidade quando dar entrada do paciente
na UTI e presença de co-morbidades (insuficiência cardíaca, doença pulmonar obstrutiva
crônica, diabetes, doenças neurológicas, neoplasias, traumas e pós-operatório de cirurgias). O
conhecimento dos germes mais frequentes na unidade favorece a prescrição racional e
dirigida dos antimicrobianos, uma vez que, frente a uma suspeita de PAVM, o tratamento
empírico deve ser prontamente instituído (CARVALHO, 2006).
Guimarães e Rocco (2006) apresentam o resultado de uma pesquisa que visou obter a
prevalência de PAVM, durante dezoito meses, ocorreram 808 internações e 278 pacientes
foram incluídos no estudo e, destes, 38,1% desenvolveram pneumonia aumentando o tempo
de VM, sua permanência na UTI e no hospital. Os fatores relacionados ao desenvolvimento
de PAVM foram: sinusite aguda, atelectasia, imunodepressão, Síndrome do Desconforto
Respiratório Agudo (SDRA) e permanência em VM por mais de dez dias.
Com isso é fundamental manter uma rotina de visitas interdisciplinares com a
participação do médico, farmacêutico, enfermeiro, odontólogo, fisioterapeuta, nutricionista,
integrante da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), entre outros, profissionais
envolvidos diretamente na assistência aos pacientes internados na UTI. Estas visitas à beira do
leito proporcionam a identificação de não conformidades dos processos assistenciais, auxiliam
o gerenciamento de medidas de prevenção e facilitam o relacionamento entre os profissionais
(ANVISA, 2013).
Contudo, percebeu-se a necessidade de desenvolver um quadro com as intervenções
preventivas da PAVM, que são medidas fundamentais para serem utilizados como mais uma
fonte de pesquisa e conhecimento sobre o assunto para diminuição da incidência de
pneumonia e da mortalidade relacionada à ventilação mecânica, sendo esta uma complicação
evitável, segue abaixo quadro 2:
Quadro 2 − Intervenções preventivas da pneumonia associada à ventilação
mecânica
1. Higienizar as mãos com a utilização de sabonete líquido com antissépticos como a
clorexidina e a esterilização com álcool gel.
2. Realizar higiene oral com antissépticos (clorexidina veículo oral).
3. Manter decúbito elevado (30- 45°), para reduzir aspiração pulmonar.
4. Evitar sedação desnecessária e o uso de agentes paralisantes.
5. Trocar sistema fechado de aspiração se houver sujidade ou mau funcionamento.
6. Trocar circuito entre pacientes quando houver sujidade ou mau funcionamento do
equipamento.
7. Instalar sistema passivo de umidificação das vias respiratórias em pacientes
mecanicamente ventilados, devido à ausência de condensados nos circuitos.
8. Instalar cânula orotraqueal com um sistema de aspiração de secreção subglótica contínua
ou intermitente para pacientes que irão permanecer sob ventilação mecânica acima de 48hs.
9. Evitar extubação não programada (acidental) e reintubação
10. Monitorar pressão de cuff. Recomenda-se que esta pressão permaneça entre 20 e
25cmH2O.
11. Preferir ventilação mecânica não-invasiva tem demonstrado redução na incidência de
PAV comparado com ventilação mecânica invasiva em pacientes com falência respiratória.
12. Evitar a traqueostomia precoce na prevenção de PAV.
13. Manter sonda enteral na posição gástrica ou pilórica, evitando o refluxo gastroesofágico
e aspiração do conteúdo colonizado para vias aéreas inferiores.
14. Realizar a troca de inaladores a cada procedimento e utilização do processo de
desinfecção estabelecido na sua instituição.
15. Desinfetar respirômetros, sensores de oxigênio e outros dispositivos de cada paciente
16. Evitar o uso prolongado de antibióticos intravenosos, devido ao desenvolvimento de
resistência microbiana.
17. Realizar educação permanente/continuada da equipe sobre todos os cuidados que
envolvem a prevenção da pneumonia associada à ventilação mecânica e de outras infecções.
Fonte: Elaborado pelos pesquisadores baseado em ANVISA (2009), (2013).
Diante do estudo apresentado, independente da categoria profissional, a prevenção
sobre PAVM e fatores de risco a ela associado deve ser executado pela equipe
interdisciplinar. Sendo assim, é importante que haja a necessidade de um aprofundamento
contínuo por parte dos profissionais de saúde sobre as medidas de prevenção da PAVM com a
elaboração de propostas educativas, baseadas em evidências científicas.
Além disso, as discussões sobre a temática não se deve encerrar neste trabalho, deve
ser sempre atualizado, aprofundados nos cursos de especializações, em estudos sistemáticos,
nos treinamentos anuais, favorecendo assim, o fortalecimento de uma educação permanente
para os profissionais intensivistas, para a minimização da PAVM e a melhor assistência à
saúde.
V CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se que as UTIs são um local que requer muito cuidado por parte dos
profissionais de saúde para prevenir e tratar as infecções respiratórias dos pacientes críticos. A
partir do exposto, pode-se observar que a PAVM é um agravo bastante incidente e apresenta
uma alta taxa de mortalidade em pacientes intubados internados em unidades de terapias
intensivas, além de aumentar os custos hospitalares.
Com isto, seu diagnóstico e tratamento devem ser precoces, do mesmo modo que, as
medidas de prevenção, como: higienizar as mãos, realizar higiene oral com antissépticos
(clorexidina veículo oral), manter os pacientes com a cabeceira elevada entre 30 e 45º; avaliar
diariamente a sedação e diminuir sempre que possível; aspirar com técnica estéril à secreção
acima do balonete (subglótica), manter pressão do cuff adequada e ambiente do
leito/equipamentos sempre limpos, evitar extubação precoce, implementar profilaxia da úlcera
péptica e da trombose venosa profunda, prestar cuidados inerentes à monitorização dos
parâmetros ventilatórios e dos alarmes, controlar as condições hemodinâmicas do paciente,
realizar treinamento e educação permanente com a equipe multiprofissional.
A partir do estudo, percebeu-se que é importante que os profissionais busquem se
aperfeiçoar elaborando propostas educativas, atualizando protocolos de atendimento,
treinamento em serviço, mudanças de atitudes, educação continuada no processo assistencial e
adotar medidas de prevenção da PAVM, a fim de reduzir os riscos para a sua ocorrência,
prevenindo a colonização do trato aerodigestivo e a aspiração de secreções contaminadas para
as vias aéreas inferiores, contribuindo assim, para um melhor prognóstico e qualidade de vida
do paciente.
REFERÊNCIAS
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Unidade de Investigação e
Prevenção das Infecções e dos Eventos Adversos. Gerência Geral de Tecnologia em Serviços
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