Gl. Sci Technol, Rio Verde, v. 07, n. 01, p.7 – 15, jan/abr. 2014

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REAÇÃO DE CULTIVARES DE GIRASSOL (Helianthus annuus L.) A Meloidogyne
incognita raça 3 E Meloidogyne javanica
Cézar Silva 1; Rosangela Aparecida Silva2; Welington Gonzaga Vale 1*; Andréia Cristina
Tavares Mello 1
RESUMO: A cultura do girassol está em expansão no cenário nacional, mas existem diversos
patógenos que podem tornar-se limitantes à produção, dentre eles, estão os nematóides formadores de
galhas, os quais se encontram disseminados em praticamente todas as regiões agrícolas do país. Este
estudo objetivou avaliar as reações de quatro cultivares de girassol aos nematóides Meloidogyne
incognita raça 3 e M. javanica. Aos 88 dias após a inoculação, procedeu-se à avaliação, considerando
a média dos números de ovos por gramas de raiz (MNGR), média dos números totais de nematoides J2
e ovos por tratamento (MNNOT) e números de ovos por tratamento (MNOT), determinando assim, a
multiplicação em relação à inoculação inicial. O quiabo cv. Santa Cruz (Abelmoschus esculentus (L.)
Moench) e a Crotalaria breviflora foram utilizados como testemunha de suscetibilidade e resistência
respectivamente. As quatro cultivares avaliadas se comportaram como hospedeiras, pois apresentaram
valores maiores de nematóides. A cultivar Agrobel 960 apresentou (MNNOT) e (MNOT) de M.
javanica inferior à testemunha e em relação às outras cultivares testadas.
Palavras-chaves: oleaginosas, biodiesel, nematóides.
REACTION OF SUNFLOWER (HELIANTHUS ANNUUS L.) THE MELOIDOGYNE
INCOGNITA RACE 3 AND M. JAVANICA
ABSTRACT: The sunflower crop is growing on the national scene, but there are many pathogens that
can become limiting for the production, among them are the gall-forming nematodes, which are spread
in almost all agricultural regions of the country. This work aimed to assess the reaction of sunflower
cultivars to nematodes Meloidogyne incognita race 3 and M. javanica. At 88 days after inoculation,
proceeded to the evaluation considering the average number of eggs per gram of the root (MNGR), the
average total number of nematode eggs per treatment and J2 (MNNOT) and numbers of eggs per
treatment (MNOT) thereby determining the multiplication in relation to the initial inoculation. The
okra cv. Santa Cruz (Abelmoschus esculentus (L.) Moench) and Crotalaria breviflora were used as
witness of susceptibility and resistance respectively. The four cultivars behaved as hosts because they
showed higher values of nematodes. The Cultivar Agrobel 960 present (MNNOT) and (MNOT) of M.
javanica less than to witness and in relation to other cultivars.
Keywords: oilseed, biodiesel, nematodes.
1
Instituto de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Mato Grosso, Avenida Alexandre Ferronato, 1200,
Setor Industrial, 78557-267, Sinop, Mato Grosso, Brasil *E-mail: [email protected]. Autor para correspondência.
2
Fundação Mato Grosso. R. Antônio Teixeira dos Santos, Parque Universitário, 78750-000 - Rondonópolis, MT
– Brasil, Telefone: (66) 3439 4100 Ramal: 134. E-mail: [email protected]
Recebido em: 16/07/2012. Aprovado em: 25/04/2014.
Gl. Sci Technol, Rio Verde, v. 07, n. 01, p.7 – 15, jan/abr. 2014.
C. Silva et al.
girassol a Meloidogyne javanica
Meloidogyne incognita raça 3.
INTRODUÇÃO
O girassol (Helianthus annuus L.) é
originário do continente da América do
Norte, é uma planta que se adapta em
diversas condições edafoclimáticas, podendo
ser cultivada em qualquer lugar do Brasil. As
necessidades hídricas do girassol ainda não
estão perfeitamente definidas, existem
informações que indicam desde 200 mm até
mais de 900 mm por ciclo. Entretanto, na
maioria dos casos 400 a 500 mm de água,
bem distribuídos ao longo do ciclo, resultam
em rendimentos próximos ao potencial
máximo.
No Brasil, a produção de girassol e o
consumo vêm aumentando significativamente
nos últimos anos além de ser uma alternativa
economicamente viável na sucessão de outras
culturas de grãos. O girassol de destaca pela
crescente demanda do setor agroindustrial e
comercial.
A produção, no entanto, sofre riscos
fitossanitários, como interferência de plantas
daninhas e ataque de pragas e doenças. Os
danos causados por fitonematóides têm se
destacado entre as doenças da cultura do
girassol e as perdas que lhes são atribuídas
têm sido causa de crescente preocupação
entre os produtores.
Até 1973, apenas Meloidogyne
javanica havia sido relatado parasitando o
girassol no Brasil. Posteriormente, trabalhos
confirmaram a suscetibilidade desta espécie
aos nematóides de galhas.
Os nematóides Meloidogyne incognita
raça 3 e Meloidogyne javanica possuem
ampla distribuição geográfica e representam
um dos principais problemas para a cultura da
soja, milho e café.
Este fitoparasita forma estrutura
denominada de galhas nas raízes impedindo
assim a passagem de seiva bruta para a parte
aérea da planta, e em função disto a mesma
passa a apresentar sintomas como clorose nas
folhas comprometendo sua produtividade.
Devido a falta de informações
atualizadas sobre as novas cultivares,
montou-se dois experimentos com o objetivo
de avaliar a reação de quatro cultivares de
8
e
Origem da cultura do girassol
O girassol (Helianthus annuus L.) tem
como seu centro de origem, a região entre o
norte do México e o norte dos Estados
Unidos, sendo cultivado pelos povos
indígenas
para
alimentação,
e
foi
domesticado por volta do ano 1000 a.C.
Foi levada para Europa no século XVI
como planta ornamental. Atualmente,
encontra-se entre os quatro maiores culturas
oleaginosas produtoras de óleo vegetal
comestível do mundo (8,13% da produção
mundial de oleaginosas na safra 2011/12)
ficando atrás apenas da palma (33,18%), soja
(28,64%), canola (15%). A produção mundial
de grãos de girassol, para a safra 2011/12,
deverá ser da ordem de 33,821 milhões de
toneladas, sendo 12,883 milhões de toneladas
de farelo e 11,987 milhões de toneladas de
óleo. Os cinco maiores produtores mundiais
de óleo de girassol são a Rússia, União
Europeia, Ucrânia, Argentina e Turquia com
2,850; 2,666; 2,642; 1,258 e 0,684 milhões de
toneladas de óleo respectivamente.
No Brasil, as primeiras referências
sobre o girassol datam de 1924,
o girassol foi sempre considerado como uma
cultura de clima temperado, mas, levando em
consideração o melhoramento genético
realizado nos últimos anos, para sua
adaptação a diferentes regiões agroclimáticas
mais quentes.
Cultura do girassol no Brasil e no estado
de Mato Grosso
As pesquisas desenvolvidas com o
girassol no Brasil, sempre tiveram por
objetivo principal torná-lo uma alternativa na
diversificação dos sistemas de rotação e
sucessão de culturas nas regiões produtoras
de grãos. Em 1989, a Embrapa Soja retomou
as pesquisas com o girassol. O enfoque
passou a considerar o girassol como planta
produtora de óleo comestível, destacando a
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Reação de Cultivares...
sua excelente qualidade e a crescente
demanda mundial por óleos vegetais.
No Brasil, a produção de grãos do
girassol teve um crescimento significativo em
9
relação à safra passada e observando a região
Centro-Oeste como um dos maiores
produtores nacionais e em especial o Mato
Grosso,
Tabela
1.
Tabela 1. Cultura do girassol nas regiões brasileiras na produção de grãos.
2009/2010
2010/2011
REGIÃO/ UF
Área (ha)
Prod.
Prod.
Área (ha) Prod. (t)
(t)
(kg/ha)
NORTE
------------------------------NORDESTE
1.400
900
640
3.700
2.700
CE
3.100
2.300
------------------BA
60
30
500
600
400
RN
------------------------------CENTRO63.100
1.132
57.700
88.900
55.800
OESTE
MT
40.600
41.700
1.028
39.900
49.000
MS
3.800
5.500
1.450
3.800
4.400
GO
11.400
15.900
1.395
10.700
15.000
SUL
13.800
16.600
1.208
12.000
18.500
PR
700
900
1.318
700
1.000
RS
13.100
15.700
1.202
11.300
17.500
BRASIL
71.000
80.600
1.137
73.400
109.300
Prod.
(kg/ha)
------740
751
684
------1.542
1.228
1.165
1.404
1.535
1.382
1.545
1.500
Fonte: (Conab, 2011)
A cultura do girassol no Brasil
apontou incremento de área plantada e
produtividade em relação à safra 2001/02,
conforme a Tabela 2. Esses esforços foram
ampliados, em um segundo momento, com a
participação de indústrias de óleo. A geração,
adaptação e transferência de tecnologia
permitiram
crescimento
contínuo
e
significativo da área cultivada, que atingiu,
Tabela 2. Girassol grão no Brasil.
Safra
Área (ha)
55.709
2001/02
50.876
2002/03
77.831
2003/04
75.684
2004/05
72.630
2005/06
99.138
2006/07
113.900
2007/08
113.900
2008/09
71.000
2009/10
73.400
2010/11
na safra 2008/09, 113.900 hectares, a maior
registrada no país. Mais do que nunca, as
perspectivas do crescimento da área cultivada
com girassol no Brasil são bastante
favoráveis, principalmente, na produção de
biodiesel, sendo preciso potencializar a
integração desses esforços para consolidar a
cultura, de forma expressiva, neste cenário
agrícola.
Produção (t)
74.504
70.867
115.242
109.989
92.083
129.341
149.300
159.800
80.600
109,300
Produtividade (kg/ha)
1.402
1.482
1.811
1.453
1.338
1.367
1.312
1.403
1.137
1.500
Fonte: (LEITE & ZITO, 2008) e (CONAB, 2011).
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C. Silva et al.
No estado de Mato Grosso, Tabela 3,
a área cultivada teve uma expansão até a
safra 2008/09 com 60,4 mil hectares e uma
produção de 88,6 mil toneladas e na safra
10
2010/11 teve uma redução de 33,94% e
44,69% na área plantada com 39,9 mil ha e
uma produção de 49,9 mil toneladas
respectivamente.
Tabela 3. Cultura do girassol no Mato Grosso na produção de grãos
Safra
Área (ha)
Produção (t)
Produtividade (kg/ha)
60.400
81.400
1.348
2007/08
60.400
88.600
1.467
2008/09
40.600
41,700
1.028
2009/10
39.900
49,000
1.228
2010/11
Fonte: (Conab, 2011)
Alguns fatores limitantes à expansão
da cultura foram às dificuldades para
comercialização
e
industrialização,
problemas agronômicos em cultivos após a
soja e o milho e assistência técnica deficiente.
Doenças causadas por fitonematóides em
girassol
Os fitonematóides associados à
cultura do girassol no país são os formadores
de galha, principalmente, Meloidogyne
incognita e Meloidogyne javanica.
Na
agricultura
brasileira
em
decorrência dos nematóides formadores de
galhas, estima-se uma perda média de
12,68%, justificando dessa forma, o fato de
70% dos trabalhos em nematologia no Brasil
serem referentes a espécies desse gênero.
O girassol é uma cultura suscetível a
muitos patógenos e pragas. Os nematóides
dentre dos grupos de organismos patogênicos
são os principais responsáveis pela queda do
rendimento da oleaginosa em muitos países
onde se cultiva. O gênero Meloidogyne é o
mais importantes, por tratar-se de uma
espécie sabidamente agressiva, e mais
disseminadas e prejudiciais à agricultura,
podendo causar grande perda ao girassol no
Brasil.
Os nematóides M. javanica e M. incognita
raça 3
O nematóide Meloidogyne javanica
e Meloidogyne incognita infectam as raízes,
movimentam-se através dos tecidos até a
região do cilindro central, estabelecendo um
sítio de alimentação, onde permanecem por
toda vida, ou desenvolvem-se, locomovendo
livremente no interior dos tecidos até o final
de seu ciclo, diminuindo o volume de seiva à
planta que garantiria a boa produção de
frutos.
O M. javanica e M. incognita são
parasitas de plantas, sendo vermes
semelhantes a fios com um comprimento
entre 0,25 mm e > 1,0 mm. Como todos os
animais, estes nematóides têm sistema
circulatório, respiratório e digestivo. O
nematóide M. javanica e M. incognita usam o
estilete para injetar enzimas nas células e
tecidos vegetais e, a seguir, extrair os
conteúdos, para alimentar-se das plantas e
infectar as raízes, estabelecendo um sítio de
alimentação, onde permanecem por toda vida,
até o final de seu ciclo, diminuindo o volume
de seiva à planta.
O ciclo de vida destes nematóides é de
25 dias em média e está dividido em: quatro
estádios juvenis e o adulto. A duração de
qualquer um destes estádios e do ciclo de
vida completo difere entre as espécies.
O M. javanica e M. incognita, o
juvenil jovem de segundo estádio, o estádio
vermiforme “infectivo”, que invade os
tecidos vegetais. As fêmeas de nematóides
movem-se no solo para localizar raízes de
plantas hospedeiras e, a seguir, no tecido
vegetal até encontrar um local de
alimentação, onde fixa-se durante toda a sua
vida. À medida que se desenvolve, o corpo
vai alargando até ficar com uma forma
esférica.
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Reação de Cultivares...
As fêmeas dos nematóides são
endoparasitas sedentários e produzem um
grande número de ovos, sendo acumulados
em massas de ovos nematóides das galhas
radiculares (Meloidogyne spp.) agarradas aos
seus corpos.
Os sintomas causados pelo gênero
Meloidogyne estão associados à formação de
galhas,
engrossamento
nas
raízes,
intumescimento anormal nas sementes e na
parte aérea das plantas apresenta clorose,
murchamento, desfolhamento precoce e
declínio prematuro, ocorrendo baixa na
produtividade,
podendo
ocorrer,
ocasionalmente, à morte da planta, sendo os
sintomas potencializados sob condições de
seca. A desfolha total pode ocorrer quando o
ataque é severo.
11
diferentes genótipos de girassol frente a
populações de M. javanica, M. incognita e M.
paranaensis.
MATERIAIS E MÉTODOS
O experimento foi conduzido em
telado de sombrite 50%, no campo
experimental
do
Univag
Centro
Universitário, localizado no município de
Várzea Grande-MT, no período 20/03/2009 à
15/06/2009.
Nos experimentos com Meloidogyne
incognita raça 3 e Meloidogyne javanica,
utilizou o substrato composto de terra preta e
areia (2:1) esterilizado em autoclave a 121°C
por 2 horas, 30 dias antes da instalação do
experimento.
Relação entre as cultivares de girassol e M. Obtenção das plantas e semeadura
javanica e M. incognita raça 3
As sementes de girassol foram cedidas
No Brasil, a área plantada em 2010/11 pela da Embrapa Soja de Londrina – PR, os
foi de 61 mil de hectares com uma produção quatro genótipos de girassol foram: M- 734,
de 76,7 mil toneladas, dos quais 39,9 mil Agrobel 960, Hélio 358, Embrapa 122, e a
hectares localizados no estado de Mato testemunha resistente e suscetível foi
Grosso com uma produção de 49 mil Crotalaria breviflora e Quiabo cv. Santa
toneladas.
Cruz, respectivamente, ambas cedidas pela
A produção de girassol apresenta Univag.
inúmeras vantagens para o produtor
As plantas foram obtidas pela
proporcionando às culturas subsequentes com semeadura direta, em copo de 300 ml de solo,
um ganho na produtividade e, em áreas, onde e sete dias após as 4 variedades de girassol, e
é feita a rotação com girassol, observa-se um as testemunhas, foram transferidas para copos
acréscimo na produtividade de 10% na de 500 ml de solo, para melhorar o
cultura da soja, sendo de 15% a 20% no desenvolvimento.
milho. Neste trabalho, foi avaliado a
acorrência de nematóides fitoparasitas Obtenção do inóculo e inoculação
associadas a 18 genótipos de girassol
cultivados em Latossolo Vermelho-Escuro
A população de M. incognita raça 3,
distrófico, na área Experimental da Embrapa originária do município de Primavera do
Cerrados. Ademais, todos os genótipos de Leste – MT, foi obtida a partir de massas de
girassol foram suscetíveis a M. javanica e as ovos retiradas de plantas de algodoeiro
plantas apresentaram sintomas de nanismo, (Gossypium hirsutum) e multiplicadas
amarelecimento, murcha e queda progressiva alternadamente em plantas de algodoeiro e
das folhas, devido à incidência de galhas nas tomateiro Rugter. A população de M.
raízes.
javanica originária de Nova Maringá – MT
A presença de fitonematóides pode foi obtida a partir de massas de ovos retiradas
constituir num fator limitante na produção de plantas de teca (Tectona grandis) e
dessas oleaginosas, e este trabalho teve o multiplicada alternadamente em tomateiro e
objetivo de conhecer o comportamento de em plantas de fumo (Nicotiana tabacum).
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C. Silva et al.
A extração dos nematóides foi feita
pelo método Baermam modificado para
recipiente raso para as raízes no dia
14/04/2009 e três dias após foram recolhido
os nematóides. As plantas do experimento
foram levadas na bancada do campo
experimental, onde foram realizados dois
furos de 4 cm de profundidade com bastão de
vidro nos copos de 500 ml de solo e com uma
pipeta automática de 5 ml inoculando os
copos com 1.000 juvenis e ovos de
nematóides Meloidogyne javanica e 200
juvenis e ovos de nematóides Meloidogyne
incognita raça 3. Cinco dias após a primeira
inoculação, foi realizado o mesmo
procedimento para a inoculação nos copo de
500 ml de solo com 500 nematoides da
espécie Meloidogyne incognita raça 3.
Processamento
laboratório
das
amostras
12
Análise do experimento
As avaliações do número de
nematóides, número de ovos/gramas de raiz e
número de nematóides mais número de
ovos/tratamento, foram realizadas para
determinar a multiplicação dos nematóides no
experimento. O número de nematóides
inoculados foi de 1000 nematóides
Meloidogyne javanica e 700 nematóides
Meloidogyne incognita raça 3. Foi adotado no
experimento, como padrão de resistência, as
variedades, nas quais foram determinados
valores menores que a inoculação inicial em
relação à população final dos nematóides, no
fim do experimento foi realizado 2
experimentos adotado o delineamento
experimental inteiramente ao acaso com 6
em tratamentos e 6 repetições com 72 parcelas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
No dia 15/06/2009, 88 dias após o
plantio, destacou-se o sistema radicular da
parte aérea das plantas com o auxílio de
tesoura de poda e as raízes foram lavadas
para remoção do solo e material orgânico
aderente, e seca em papel toalha para retirar o
excesso de água. Logo após, cortou-se as
raízes secundárias em pedaços menores (1-2
cm), determinando-se o peso fresco das raízes
(PFR).
Os nematóides foram extraídos do
sistema radicular e da rizosfera pelos
métodos de Jenkins (1964) para solo e Coleen
e D’herde (1972) para as raízes,
respectivamente. Os vidros, contendo os
nematóides foram colocados em banho Maria
a 54 °C para serem mortos pelo calor, em
seguida 1 ml de formol a 50% foi a
adicionado com auxílio de uma pipeta
automática. As soluções foram reduzidas nos
vidros “snap-cap” em 10 mL e a
quantificação foi realizada numa lâmina de
Peters sob microscópio óptico para ser
quantificado o número de nematóides (NN).
Todos os genótipos de girassol
avaliados comportaram-se como suscetíveis a
M. javanica e M. incógnita, de acordo com a
Tabela 4, com média superior ao número de
nematóides totais e ovos inoculados
inicialmente. Apesar da suscetibilidade
comprovada do girassol ao Meloidogyne spp.,
constatou maior multiplicação do M. javanica
em relação ao M. incognita raça 3 apesar que
o último teve inoculação menor inicialmente.
Conforme a Tabela 4, houve uma variação na
multiplicação do M. javanica e ovos com
uma média de 2.517,90 e 8.297,27
nematóides, e com M. incognita raça 3 e ovos
com uma média de 1.128,11 e 2.118,91.
A cultivar Agrobel 960 apresentou
número de nematóides e ovos por tratamento
(MNNOT) e número de ovos por tratamento
(MNOT) de M. javanica inferior ao quiabo
cv. Santa Cruz em relação às outras
variedades testadas.
Tabela 4. Média do número de ovos por tratamento (MNOT) média dos números totais de
nematóides J2 e ovos por tratamento (MNNOT) de duas espécies de Meloidogyne em
cultivares de girassol. Várzea Grande-MT 2009.
Gl. Sci Technol, Rio Verde, v. 07, n. 01, p.7 – 15, jan/abr. 2014.
Reação de Cultivares...
Tratamento
Hélio 358
Embrapa 122
Agrobel 960
M 734
Crotalaria breviflora
Quiabo cv. Santa Cruz
Meloidogyne javanica
MNOT
MNNOT
458,70
5982,65
1061,94
8297,27
178,95
2517,90
409,51
5232,00
0,91
15,30
193,91
3616,13
Observou-se também média do peso
de raiz (MPR), onde se constatou menor peso
de raiz entre as cultivares de girassol e a C.
breviflora em relação ao quiabo em ambos os
nematóides. No caso do girassol, a ocorrência
do número de galhas foi o fator limitante para
redução das raízes. E na C. breviflora pode
13
Meloidogyne incognita
MNOT
MNNOT
369,83
2118,91
263,33
1128,11
804,72
1587,50
418,17
1636,04
3,05
10,03
1805,70
2960,94
levar em consideração a quantidade de
plantas por vazo que pode ter ocorrido uma
competição entre as plantas, por isso, redução
da quantidade de raiz, pois houve uma
quantidade muito baixa de M. javanica e M.
incognita raça 3.
Tabela 5. Média do peso de raiz (MPR), média dos números de ovos por gramas de raiz
(MNGR), média dos números totais de nematóides J2 e ovos por gramas de raiz (MNNR) de
duas espécies de Meloidogyne em cultivares de girassol. Várzea Grande-MT 2009.
Tratamento
Meloidogyne javanica
Meloidogyne incognita
MPR
MNGR
MNNR
MPR MNGR
MNNR
1,41
458,70
1092,01
1,45
92,72
539,83
Hélio 358
1,16
1061,94
2970,21
1,27
73,10
346,77
Embrapa 122
2,99
178,95
338,54
2,64
118,09
238,23
Agrobel 960
2,52
409,51
1289,76
1,50
135,32
543,59
M 734
0,99
0,91
2,74
0,50
1,14
4,09
Crotalaria breviflora
3,81
193,91
480,21
4,18
183,76
317,12
Quiabo cv. Santa
Cruz
No entanto, conforme a Tabela 5, com
a exceção da cultivar Agrobel 960 em relação
às outras cultivares de girassol apresentou
quantidade média dos números totais de
nematóides J2 e ovos por gramas de raiz
(MNNR) de M. javanica e M. incognita raça
3 inferiores ao quiabo cv. Santa Cruz. E
observou-se que e a média dos números de
ovos por gramas de raiz (MNR) da cultivar
Agrobel 960 também apresentou quantidade
de M. javanica menor que o quiabo. Já a
média dos números de ovos por gramas de
raiz (MNR), todas as cultivares testadas com
M. incognita obtiveram valores abaixo dos
encontrados para o quiabo cv. Santa Cruz,
demonstrando ser, mas resistente que as
demais.
Resultados semelhantes foram obtidos
em estudo realizado, por que comprovou a
reprodução do nematóide M. incognita raça 2
e M. incognita raça 4 em girassol. E esse
autor verificou que estes nematóides foram
altamente patogênicos.
Também
obtiveram
resultados
semelhantes em estudo realizado. Além da
suscetibilidade comprovada a M. incognita e
M. javanica, o girassol comportou-se também
como suscetível aos nematóides M. arenaria
e M. hapla. No trabalho realizado, foi
avaliada a suscetibilidade de 12 cultivares de
girassol a M. chitwoodi. Os autores
classificaram tais cultivares como bons a
excelentes hospedeiras do nematóide, com
FR em condição controlada, variando de 8,09
a 20,26. Os mesmos autores observaram que
no campo, a população do nematóide
aumentou em doze vezes após uma estação
de cultivo do girassol.
Gl. Sci Technol, Rio Verde, v. 07, n. 01, p.7 – 15, jan/abr. 2014.
C. Silva et al.
Com base nos resultados obtidos,
evidenciou-se a importância do nematóide
formador de galhas, Meloidogyne javanica e
Meloidogyne incognita raça 3 nas cultivares
avaliadas de girassol.
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de mamona (Ricinus communis l.) e
CONCLUSÃO
girassol (Helianthus annuus l.) a
Meloidogyne javanica, M. incognita e M.
Com base nas variáveis avaliadas e paranaensis. Nematologia Brasileira, 2009:
nas condições em que o trabalho foi 61-66.
realizado, as cultivares de girassol Hélio 358,
Embrapa 122, Agrobel 960 e M734 FORTES, J. F.. Nematóides e métodos de
apresentaram reação de suscetibilidade a controle.
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de
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