PUBLICAÇÃO TRIMESTRAL DA SOCIEDADE DE CARDIOLOGIA DO ESTADO DE SÃO PAULO - ANO X - Nº 3 - JULHO/SETEMBRO 2015 Educação nutricional na escola e doença cardiovascular • Entrevista • Highlights Tudo sobre os Jogos Olímpicos - Rio 2016 com Dr. Nabil Ghorayeb Residências multiprofissionais na área da saúde cardiovascular: uma nova visão do ensino em cardiologia Conectividade Mais um recurso importante do Portal CardioNet Com seu celular, tablet ou laptop, agora você poderá acessar, de onde estiver, os laudos de seus pacientes com muito mais rapidez e facilidade. Portal CardioNet da Cardios +10 milhões de exames e laudos transmitidos Transmissão via Internet e Sistemas de Análise Rapidez, Segurança e Praticidade: para sua maior comodidade fibrilação atrial + Componente de Análise do CardioSmart SAIBA + WWW.CARDIOS.COM.BR Tel. Geral: 11 3883-3000 Vendas: 11 3883-3030 Fax: 11 3883-3060 SSC: 11 3883-3010 Gravadores Digitais de Holter e Monitores de MAPA Ergonômicos, com design premiado, tecnologia de ponta e confiabilidade de 38 anos Sempre ao seu lado Sumário 4 Editorial 5 Entrevista 8 10 12 Em Debate 14 Turismo Síndrome Coronariana Aguda: como proceder no primeiro atendimento? 17 Inglês para médicos Highlights 18 Regionais 19 Agenda Tudo sobre os Jogos Olímpicos - Rio 2016 com Dr. Nabil Ghorayeb Destaque Residências multiprofissionais na área da saúde cardiovascular: uma nova visão do ensino em cardiologia Educação nutricional na escola e doença cardiovascular Orlando para adultos 5 10 14 Editorial DIRETORIA DA SOCESP BIÊNIO 2014/2015 Presidente Francisco Antonio Helfenstein Fonseca Vice Presidente Rui Fernando Ramos Caros leitores do Socesp em destaque, Primeiro Secretário Luciano Ferreira Drager Segundo Secretário Guilherme Drummond Fenelon Primeiro Tesoureiro Ibraim Masciarelli Pinto Segundo Tesoureiro Rui Manuel dos Santos Povoa Diretor Científico Raul Dias dos Santos Filho Diretor de Publicações Luiz Aparecido Bortolotto Diretor de Regionais Celso Amodeo Diretor de Promoção e Pesquisa Ricardo Pavanello Diretor de Tecnologia da Informação Juan Yugar Toledo Diretor de Qualidade Assistencial Jose Francisco Kerr Saraiva Diretor do Centro de Emergências Agnaldo Pispico Coordenadores de Pesquisa José Luiz Aziz Andrei Carvalho Sposito Coordenador de Eventos Hermes Toros Xavier Coordenador de Políticas de Saúde Walter Jose Gomes Coordenador de Estudos Epidemiológicos Otávio Berwanger Coordenador de Hands On João Fernando Monteiro Ferreira SOCESP em Destaque é editado trimestralmente pela Diretoria de Publicações da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, Avenida Paulista, 2.073 – Horsa I, 15º andar, cj. 1.512, São Paulo/SP CEP 01311-300. Telefone: 11 3179-0044 Jornalista responsável Ana Carolina de Assis Atha Comunicação e Editora Tel/Fax: (11) 5087-9502 / 5579-5308 - [email protected] Coordenação editorial, planejamento, criação e diagramação Neste número destacamos assuntos de suma importância para a prevenção de doenças cardiovasculares, sobretudo no que tange as ações conjuntas de profissionais de saúde engajados em diferentes frentes de atuação. A nutrição infantil, sobretudo nas escolas, é parte fundamental da prevenção de doenças cardiovasculares e metabólicas, e todos os esforços para a melhoria da alimentação nesta fase de vida terá um impacto marcante no futuro cardiovascular destas crianças. O outro ponto de destaque é a expansão das residências multiprofissionais com envolvimento de diferentes áreas da saúde com foco na prevenção e no tratamento das doenças cardiovasculares, incluindo o atendimento de pacientes críticos. Essas residências têm por objetivo formar profissionais que possam atuar em grupo com uma nova visão multidisciplinar de atenção ao paciente cardiopata, com um ganho espetacular para o paciente e também para o médico que terá o suporte integrado destes profissionais. Por fim, os cuidados com a atividade física, sobretudo em academias, são abordados com muita propriedade em entrevista com o especialista Dr. Nabil Ghorayeb. Uma excelente leitura a todos! E-mail: [email protected] Impressão: Duograf Tiragem: 6.130 exemplares O conteúdo dos artigos dessa publicação é de responsabilidade de seus autores, suas opiniões apresentadas não refletem necessariamente a opinião desta publicação. Toda correspondência deve ser enviada para Atha Comunicação e Editora, à R. Machado Bittencourt, 190 - 4º andar, São Paulo/SP, CEP: 04044-000. [email protected] 4 Luiz A. Bortolotto Editor-chefe Entrevista Tudo sobre os Jogos Olímpicos - Rio 2016 com Dr. Nabil Ghorayeb Dr. Nabil Ghorayeb Dr. Nabil Ghorayeb é cardiologista especialista em Medicina do Esporte, Chefe de Seção Médica de Cardiologia do Esporte do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia e Coordenador da Clínica Integrada de Medicina do Esporte e Exercício (CIMEEX) do HCor e médico clínico do Hospital do Coração da Associação do Sanatório Sírio de São Paulo. Editor Geral do Jornal da SBC e Presidente do DERC-SBC: Departamento de Ergometria, Exercício, Esporte e Reabilitação Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Confira em entrevista todos os detalhes sobre o atendimento aos atletas antes e durante os Jogos Olímpicos - Rio 2016. Como será a estrutura para atendimento aos atletas no Rio de Janeiro durante os Jogos Olímpicos? O Comitê Olímpico Internacional coordena os Jogos com ajuda de um Comitê Olímpico Local, que se reporta ao Internacional, em todos as edições há um hospital com estrutura completa, no caso do Rio será o Hospital das Américas. Haverá uma equipe multiprofissional para atendimento exclusivo dos atletas. O médico estrangeiro, que vir junto com uma determinada delegação, terá que apresentar uma licença especial para atuar no Rio de Janeiro, como foi feito na Copa do Mundo. Neste caso, o médico poderá realizar a ação diagnóstica inicial, porém quando o atleta for encaminhado para Hospital, será atendido por médicos brasileiros. Tudo isso tem sido feito por meio de reuniões no Conselho Federal de Medicina com a finalidade de melhorar as condições de atendimento ao atleta. Como será formada a equipe médica para atendimento dos competidores? Haverá um grupo formado por 800 médicos que fará o atendimento geral dentro das arenas. Toda a equipe será treinada e trabalhará voluntariamente. Houve uma polêmica sobre o trabalho médico voluntário, mas sempre foi assim, no mundo todo. São profissionais que trabalham com satisfação por estarem participando dos Jogos Olímpicos, há um evento científico antes e, 5 SOCESP EM DESTAQUE • JUL/SET 2015 no final, uma certificação oficial. Recebemos inscrições de médicos da Inglaterra, Alemanha, Estados Unidos e de diversos países. A preferencia é para os médicos especializados em Medicina do Esporte, mas a equipe será formada por diferentes especialidades. Haverá com revezamento de plantão, a ideia é estruturar um regime de sete dias seguidos de trabalho e sete de descanso. E para população geral? A prefeitura do Rio de Janeiro é responsável pela estrutura de atendimento à população durante os Jogos. É uma estrutura grandiosa, sem dúvida, haverá cerca de 150 ambulâncias disponíveis para torcedores e uma equipe médica que denominamos extra arena. Como serão realizados os exames preparatórios dos atletas para os Jogos Olímpicos de 2016? As federações e confederações são livres para indicar centro de referências, porém o participante pode realizar os exames exigidos onde preferir, o ponto mais determinante será a localização, ou seja, o grau de facilidade de acesso a centros especializados. Mas, por exemplo, em São Paulo recebemos atletas olímpicos de cidades próximas, porque o Instituto Dante Pazzanese e o HCor são centros de referência, mas não é obrigatório a realização dos exames nesses hospitais. Como será realizado o treinamento para os médicos? A assistência médica é coordenada e centralizada pela Universidade Estácio de Sá, localizada no Rio de Janeiro. A Sociedade Brasileira de Cardiologia-SBC ofereceu ao Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos o serviço de treinamento para parada cardíaca chamado, TECA A, TECA B e TECA L, que substitui ACLS e BLS. Tanto o ACLS e BLS ainda são aplicados em alguns lugares do Brasil, por exemplo, na Socesp. O TECA A, TECA B e TECA LEIGO estão validados pela Sociedade Brasileira de Cardiologia e pelo Governo Federal, o treinamento contempla todos os assuntos que devem ser abordados para preparar a extensa equipe médica que trabalhará nos Jogos Olímpicos, porém todo treinamento será realizado com autorização e gerenciamento da Universidade Estácio de Sá. E os treinadores? Receberão algum treinamento especial? Haverá cursos voltados aos treinadores com importantes temas médicos, como, por exemplo: O que é uma avalição pré -participação? Como é realizada a prevenção de morte súbita no esporte? Eu dou aulas para treinadores olímpicos no Rio de Janeiro e tem funcionado muito bem. Quais são os exames pré-competição exigidos aos atletas? Existe um mínimo de exames que são solicitados e devem ser feitos; consulta clínica, exames de laboratório, teste ergométrico feitos nos padrões éticos de protocolo, com a presença do médico no local e o ecocardiograma. Por que isso deve ser feito? Para evitar o maior medo dos atletas, a morte súbita. E sabemos que a prevenção de morte súbida é feita por meio de exames que possam prever as doenças mais frequentes que vem eventualmente a causar morte súbita. Quais os maiores riscos comuns à prática do esporte? Existe o risco inerente à cada esporte, cada modalidade tem seu próprio risco. Veja que coisa dramática: no atletismo os riscos são por acidentes ortopédicos; lesões, torções, rompimentos de tendão, faturas expostas ou de estresse. Nos esportes que utilizam equipamentos como, dardo, bola e peso, pode acontecer choque direto com o indivíduo e provocar ferimentos graves. O dardo é uma lança, já aconteceu de se fixar no corpo de pessoas, na perna, por exemplo. Nas corridas individuais os riscos são de lesões musculares. Nos esportes de contato físico, como as lutas, sempre acontecem problemas, dificilmente o atleta sai ileso, sempre há um rompimento de ligamento ou uma lesão na coluna. Na ginástica artística, as argolas, o cavalo, as barras, podem proporcionar acidentes com lesões gravíssimas, e até paralisias. Então cada esporte tem sua peculiaridade de lesões, por isso precisamos ter médicos que entendam de tudo, de diversas especialidades. Neste ponto, ter experiência é muito importante, porque o médico estará preparado para prever os cuidados que vão minimizar os riscos. Qual esporte apresenta maior risco cardiovascular? O risco cardiológico pode acontecer em diversas modalidades, tanto no atletismo como durante uma luta é possível a ocorrência de arritmias e mal-estar. Recentemente tivemos casos de indivíduos que foram obrigados a abandonar o esporte por arritmia grave. Nos Jogos Pan-Americanos, 2% dos atletas examinados foram diagnosticados com problemas cardíacos. É um índice baixo, mas houveram casos de afastamento. Tivemos um atleta de salto triplo que apresentou muita arritmia, diagnóstico de miocardite, e com tratamento realizado em tempo, apresentou cura total antes de iniciar os Jogos Pan-Americanos. Por isso, recomendamos fortemente a realização dos exames com seis meses de antecedência, pois caso ocorra algum problema existem chances de realização de tratamentos que resultem na permanência do atleta nas competições. Então é importante que o atleta passe por avaliação com antecedência. Quando o atleta está fora de risco? É importante pontuar que não há risco zero, e por não existir, sempre consideramos uma porcentagem pequena. Em torno de 2 a 3% mesmo sendo considerado normal, fora de risco, o 6 SOCESP EM DESTAQUE • JUL/SET 2015 Importante lembrar da gravidade de eventuais abusos, como, por exemplo, desidratação, calor extremo, hipotermia, uso de substâncias proibidas, entre outros. Fatores que podem provocar risco de morte súbita em indivíduos considerados normais na avaliação cardiológica atleta pode ter um mal súbito. Então o médico deve fazer o diagnóstico de doenças que podem colocar o atleta sobre risco de morte. Há as doenças acima dos 35 anos de idade chamadas doenças degenerativas ou congênitas, e também podemos incluir algumas adquiridas, como as infecciosas. A aterosclerose é a doença coronária que mais causa morte súbita no indivíduo com mais de 35 anos. Então, para esse grupo de indivíduos a avaliação é muito importante, é preciso diagnosticar a presença de uma doença genética, e, portanto, se há um risco maior. Quais outros fatores podem agravar os riscos? Importante lembrar da gravidade de eventuais abusos, como, por exemplo, desidratação, calor extremo, hipotermia, uso de substâncias proibidas, entre outros. Fatores que podem provocar risco de morte súbita em indivíduos considerados normais na avaliação cardiológica. Quando acontece uma intercorrência pode ser considerada por causas não detectáveis, mas na verdade pode ser por conta de meio ambiente, calor ou frio excessivo, o que pode sim levar esse indivíduo a danos, desidratação com perda de eletrólitos, ou até mesmo a uma parada cardíaca. Apesar da equipe formada por voluntários, os investimentos para montar uma estrutura são excessivamente elevados? Em momento de crise, é preciso gerir os custos, as verbas estão restritas. É importante lembrar que a maioria do patrocínio dos Jogos Olímpicos é oriunda de empresas privadas. Apenas cerca de um terço é governamental, o que poder ser considerado um fator de equilíbrio, visto que o montante que seria financiado pelo Governo está a cargo de empresas privadas, por isso não será preciso usar todo o investimento dos cofres públicos como aconteceu na Copa do Mundo. Como será a política antidoping? O Conselho Federal de Medicina pela Câmara Técnica está preparando uma cartilha com todos os remédios que podem causar doping. Doping é todo ato, como uso de medicação ou equipamentos, que modifique o estado natural de uma pessoa. Estimulantes, calmantes e energéticos, todos tem limites, até mesmo a cafeína. A Agência Mundial Antidoping -Wada, aqui representada pelo Dr. Eduardo de Rose, entrega ao atleta uma cartilha na qual há recomendações radicais: não beba água se você não souber a procedência, ou, não coma nenhum alimento que desconheça o modo de preparo. Porque já tivemos problemas de gastroenterite causada por alimentos contaminados propositalmente para atrapalhar a vida do atleta. Também já houve casos de atletas que não passaram no exame antidoping porque estavam indo no ortomolecular e tomando diurético para emagrecer, o uso inadequado de diurético não emagrece, e sim desidrata, e esse remédio mascara a utilização de substâncias proibidas. Então a cartilha antidoping será distribuída a 400 mil médicos, só em São Paulo são 60 mil, todo medicamento antidoping estará listado. O objetivo é evitar casos como o da Maurren Maggi, campeã de salto a distância, que usou uma pomada à base de clostebol e ficou suspensa durante dois anos. Não há desculpa para o atleta, é regra não poder utilizar nenhum medicamento sem antes checar com o médico da equipe. O que podemos trazer de aprendizado da Copa do Mundo? Por coincidência, no mês passado durante o Congresso Europeu de Cardiologia (ESC), o maior congresso de cardiologia do mundo, com 35 mil participantes, eu estive entre os poucos brasileiros que realizaram palestras, com o tema Copa do Mundo e atendimentos. Na mesma mesa estava o Diretor Médico dos Jogos Olímpicos de Londres, e ele fez uma abordagem panorâmica sobre tudo o que aconteceu, o número de atendimentos entre arenas e extra arenas, e foi uma troca muito produtiva. Sempre há melhorias, também com relação à parte de organização, o evento movimenta milhares de pessoas. Minha filha, Carolina Gorayeb, começou como voluntária e agora é Head Manager Event Rio 2016 do atendimento ao torcedor, é um trabalho de alta complexidade, ver desde o banheiro até o sanduíche, tudo deve estar nas normas e ser bem feito para preservar a segurança e o bem estar de todos. Houve uma experiência nos Jogos Pan-Americanos onde não se respeitava o lugar assento, são coisas que foram modificadas para a Copa do Mundo e com certeza estarão normalizadas nos Jogos Olímpicos. 7 SOCESP EM DESTAQUE • JUL/SET 2015 Destaque Síndrome Coronariana Aguda: como proceder no primeiro atendimento? Dr. Marden A. Tebet Membro titular da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI) Cardiologista Intervencionista dos Serviços de Hemodinâmica e Intervenção Cardiovascular da Rede D”Or de Hospitais do Brasil - Unidades Morumbi/SP e Brasil/Santo André A síndrome coronariana aguda (SCA) é caracterizada por um espectro de manifestações clínicas e laboratoriais de isquemia miocárdica aguda e pode ser dividida em dois grandes grupos: a SCA com supradesnível de segmento ST e a SCA sem supradesnível de segmento ST, que, por sua vez, pode também ser dividida em angina instável (AI) e infarto agudo do miocárdio sem supradesnível de segmento ST (IAMSST), conforme ausência ou presença da elevação dos biomarcadores de necrose miocárdica (MNM). A doença arterial coronariana (DAC) continua sendo a principal causa de morte e incapacidade em países desenvolvidos e em desenvolvimento. Estatísticas americanas e europeias tem mostrado uma diminuição na incidência de IAM com supradesnível (IAMCST) com um aumento em IAMSST. Aproximadamente 2/3 dos pacientes tem SCASST. Assim, diante de um paciente com suspeita de SCA, a abordagem recomendada é a seguinte: anamnese e exame físico direcionados, além do eletrocardiograma (ECG) dentro de 10 minutos da admissão e, medida sérica de MNM. Associamse também, a monitorização com cardioversor/desfibrilador, acesso venoso calibroso, controle da dor, redução da ansiedade e administração de ácido acetilsalicílico 200-300mg. A dor torácica não é necessária para o diagnóstico de IAM (cerca de 1/3 não apresentam), mas, quando presente, influencia no processo de decisão e pode exclusivamente definir a SCA. O ECG é uma ferramenta fundamental para o diagnóstico de uma SCA e permite classificar o paciente dentro de dois grupos: 8 SOCESP EM DESTAQUE • JUL/SET 2015 a) IAMCST: elevação do segmento ST ou bloqueio do ramo esquerdo novo ou supostamente novo e; b) SCASST (IAMSST ou AI): depressão segmento ST, inversão das ondas T ou elevação transitória do segmento ST. A troponina é o MNM de escolha para o diagnóstico devido à sua especificidade aumentada e melhor sensibilidade. Com o advento das troponinas de alta sensibilidade, a elevação destes biomarcadores tornou-se mais comum, com elevação dos casos falso-positivos, havendo uma necessidade de um espírito clínico adequado no julgamento desta nova ferramenta diagnóstica. A doença arterial coronariana (DAC) continua sendo a principal causa de morte e incapacidade em países desenvolvidos e em desenvolvimento. Nos pacientes com SCASST, a estratificação precoce de risco baseada na história e apresentação clínica é crítica para seleção de uma estratégia de tratamento ótima e para identificar pacientes de risco imediato e de longo prazo para morte e eventos cardiovasculares, em quem uma estratégia invasiva precoce com terapia medicamentosa adjunta pode reduzir os riscos. Pacientes com choque cardiogênico ou depois de ressuscitação devem ser submetidos à angiografia coronária imediata pela alta probabilidade de DAC crítica, mas é igualmente importante identificar pacientes de baixo risco, em que tratamento medicamentoso e invasivo produz pouco benefício ou pode até ser prejudicial. Vários escores de risco foram desenvolvidos, de diferentes populações, resultados e tempos diversos. Na prática, escores mais simples são preferidos e mais convenientes. Entre esses, o TIMI e o GRACE são os mais utilizados. O escore TIMI é simples para usar, mas com acurácia discriminativa inferior ao do GRACE, que por sua vez tem estimativa mais complexa, dependendo de computador ou smartphones para seu cálculo, embora atualmente facilitado pela ampla difusão destes. Mais do que qualquer sistema de escore específico, a identificação e reconhecimento das variáveis comuns aos diferentes sistemas de escores, como a evidência de instabilidade hemodinâmica, idade avançada, insuficiência cardíaca crônica (ICC), disfunção renal, alterações ECG e alterações nos MNM são mais importantes na avaliação inicial. Com base em escores prognósticos, podem ser adotadas duas abordagens. Uma estratégia conservadora (pacientes de baixo risco), com tratamento farmacológico inicial e indicação para angiografia na presença de isquemia ou instabilidade hemodinâmica ou arrítmica. Uma segunda alternativa é a estratégia invasiva precoce, ou seja, diagnóstico de angiografia com intenção de realizar revascularização dentro de até 72 horas, nos pacientes de moderado/alto risco (até 24 horas naqueles de maior risco: escore de GRACE > 140, alterações dinâmicas do ST-T e aumento ou queda importante na troponina), frequentemente mais utilizada pelos benefícios já demonstrados em vários estudos clínicos e metanálises com diminuição de morte, IAM e novos episódios de revascularização. Os principais objetivos da angiografia coronária e subsequente revascularização são o alívio dos sintomas e melhora do prognóstico. Finalmente, em pacientes com IAMCST, a terapia de reperfusão imediata (indicada nas primeiras 12 horas) usando o tratamento com fibrinolíticos (porta-agulha < 30 min) ou intervenção coronária percutânea primária (ICPP), com tempo porta-balão < 90 min, associada à terapêutica medicamentosa: aspirina, inibidor do receptor P2Y12, estatina, betabloqueador, inibidor da enzima de conversão, são responsáveis pela diminuição da mortalidade nos últimos anos, principalmente obtida pela ICPP. As taxas de patência obtidas com ICPP se traduzem em redução da mortalidade e das taxas de reinfarto em relação à terapia fibrinolítica. Este benefício é ainda maior em pacientes com choque cardiogênico. ICCP também produz uma diminuição do risco de hemorragia intracraniana e acidente vascular encefálico (AVE), tornando a estratégia de reperfusão de escolha. 9 SOCESP EM DESTAQUE • JUL/SET 2015 Highlights Residências multiprofissionais na área da saúde cardiovascular: uma nova visão do ensino em cardiologia Prof. Dr. Luiz Aparecido Bortolotto Diretor da Unidade de Hipertensão do InCor. Professor Livre-Docente do Departamento de Cardiologia da FMUSP. Coordenador do programa de Residência Multiprofissional Prevenção e Terapêutica Cardiovascular da Faculdade de Medicina da USP. Nos últimos anos, o Ministério da Saúde aprovou vários programas de residência multiprofissional em diferentes áreas da saúde e envolvendo profissionais de diversas áreas, visando a formação de profissionais especializados, sobretudo para atuação no atendimento de pacientes do Sistema Único de Saúde. Em nosso país, as principais causas de morte são por doença cardiovascular, reconhecidamente o acidente vascular cerebral e a doença arterial coronária, e entre as principais causas de hospitalização está a insuficiência cardíaca. Para melhorar estes índices, é muito importante o reconhecimento e tratamento precoce dos fatores de risco para estas doenças, tais como a hipertensão arterial, a obesidade, a dislipidemia, o diabetes mellitus, entre outros. Além disso, o paciente cardiopata pode necessitar de procedimentos mais complexos que exigem internação, e uma recuperação mais prolongada. Em todas estas fases da doença cardiovascular, desde a prevenção, até o tratamento mais invasivo especializado, a participação isolada do médico não atinge os objetivos de um tratamento eficaz e completo. Por isso, a equipe multiprofissional torna-se uma arma fundamental no melhor acompanhamento destes pacientes. 10 SOCESP EM DESTAQUE • JUL/SET 2015 Esta atividade tem produzido um aprendizado para todas as áreas, inclusive para o médico É reconhecido que as grandes instituições hospitalares, sobretudo nas grandes cidades, dispõem de equipes profissionais da área da saúde com boa formação e especializada no atendimento de pacientes com cardiopatia. No entanto, a atuação conjunta e integrada destes profissionais nem sempre é feita de forma a ter um tratamento mais universal junto com o profissional médico. Sendo assim, a formação de profissionais da área da saúde na área de Cardiologia, em programas de residências, torna-se um grande passo para a melhoria do atendimento, tanto ambulatorial, quanto hospitalar do paciente portador de doenças cardiovasculares. Com esta ideia, iniciamos em março de 2014, o programa de Residência Multiprofissional em Prevenção e Terapêutica Cardiovascular no Instituto do Coração (InCor). O programa inclui as áreas de Enfermagem, Psicologia, Nutrição, Farmácia, Serviço Social e Fisioterapia, trabalhando em conjunto nas diferentes áreas do hospital, incluindo ambulatório, área de diagnósticos, internação, emergência, transplante, unidades de terapia intensiva e recuperação cirúrgica. Os residentes trabalham em sua área específica de atuação, supervisionados pelos profissionais de cada área, e atuam conjuntamente no acompanhamento de pacientes, juntamente com os residentes da área médica. Uma das principais atividades do programa de residência é a discussão de casos conjunta com todos os residentes das áreas profissionais e também médicos, coordenadas por médicos assistentes das respectivas Unidades ou pelo coordenador do programa. Nestas reuniões são discutidos casos selecionados, portadores de diferentes cardiopatias, e cada profissional discorre sobre sua avaliação e conduta, e quais as interações com as outras áreas de atuação. Ao final, um relatório é elaborado, e o paciente recebe a orientação completa integrada de todos os profissionais. Esta atividade tem produzido um aprendizado para todas as áreas, inclusive para o médico, e tem um impacto importante para a melhor adesão do paciente ao tratamento, à dieta, às atividades físicas, e também melhora na qualidade de vida. A ideia é que esta atividade se dissemine entre os profissionais, além do âmbito da residência, para que esta visão multiprofissional torne-se uma rotina dentro do hospital. Essa rotina já está sendo desenvolvida em algumas áreas do ambulatório, internação e unidades de terapia intensiva, e vai ao encontro de exigências para a certificação de qualidade hospitalar. Outra atividade iniciada com a residência multiprofissional foi desenvolvida no ambulatório com o acompanhamento em grupo de pacientes portadores de múltiplos fatores de risco, visando a educação do paciente em todos os aspectos, desde o uso adequado da medicação, os cuidados gerais com a saúde, a adoção de dietas adequadas, atividades físicas, e o melhor manuseio do estresse. Estas reuniões feitas em um grupo piloto de 22 pacientes mostrou um resultado muito significativo, com redução do número de medicações, diminuição do peso, melhor desempenho físico e melhora na qualidade de vida. Isso certamente tem impacto assistencial, pois o melhor controle dos fatores de risco implicará em menor chance de eventos cardiovasculares. Além do aspecto assistencial, o programa de residência também tem um enfoque na pesquisa. Como exemplo, os resultados deste acompanhamento em grupo originaram trabalhos nas diferentes áreas de atuação multiprofissional, e foram apresentados no Congresso da SOCESP deste ano, resultando um deles em um prêmio de melhor trabalho da área de Serviço Social. Também no âmbito social, os residentes do programa tem participado de ações educativas junto a comunidade com orientações de hábitos de vida saudável e no rastreamento de hipertensão arterial e outros fatores de risco, contribuindo para disseminar a mensagem da importância do controle dos fatores de risco para a prevenção de doenças cardiovasculares. Além deste programa do InCor, outros programas estão sendo desenvolvidas em outras instituições, sobretudo no cuidado do paciente idoso, dos pacientes com cuidados paliativos e também intensivos na área da Cardiologia. Esta nova visão de ensino em Cardiologia com a equipe multiprofissional irá trazer com certeza muitos benefícios na assistência ao paciente cardiopata, com a formação de profissionais bem treinados e capacitados. O futuro do tratamento de doenças cardiovasculares está na assistência médica integrada com a equipe multiprofissional. 11 SOCESP EM DESTAQUE • JUL/SET 2015 Em Debate Educação nutricional na escola e doença cardiovascular Dra. Marcia M. Godoy Gowdak Doutora em Ciências na Área de Cardiologia-FMUSP, Nutricionista do Programa de Educação Nutricional da Escola Vera Cruz. Nas últimas décadas, a prevalência de sobrepeso e obesidade na infância aumentou consideravelmente. Dados do IBGE mostram que o excesso de peso entre as crianças praticamente triplicou nos últimos vinte anos. No Brasil, um terço delas está acima do peso ou apresenta obesidade. Este dado é preocupante porque a dificuldade de manutenção de peso adequado na idade adulta é maior entre aqueles que já foram obesos na infância. Se esta realidade não mudar, dificilmente conseguiremos diminuir o número de mortes causadas por doenças dependentes do estilo de vida, entre elas, a cardiovascular. É fundamental que a prevenção primária das doenças relacionadas ao coração comece na infância, preferencialmente nos primeiros anos de vida. Esta fase da formação de bons hábitos e implantação de rotinas no dia-dia da criança pode ser decisiva para a manutenção de um estilo de vida saudável ao longo dos anos. A alimentação adequada na infância depende também do esclarecimento dos pais quanto às mudanças das necessidades dos filhos durante o crescimento. Nos primeiros dois anos de vida, a rápida velocidade de ganho de peso e estatura está diretamente associada com a boa aceitação de todos os grupos alimentares. Nos primeiros doze meses, o bebê triplica o seu peso de nascimento e dobra a sua estatura. Por volta dos dois anos de idade, ocorre a diminuição da necessidade calórica, que é decorrente da diminuição de sua velocidade de crescimento. É nesta fase que os pais ou cuidadores cometem vários equívocos que podem comprometer a qualidade alimentar da criança. A 12 SOCESP EM DESTAQUE • JUL/SET 2015 mudança de comportamento dos filhos passa a ser um desconforto para os pais, que estavam habituados com a aceitação da maior quantidade e variedade. Nesta fase, as crianças passam a ter outros interesses, além da alimentação. A escolha pelos alimentos que fornecem rápida energia cresce e tem o propósito de aumentar o tempo das brincadeiras, que se tornam cada vez mais interessantes. Os pais, diante da maior dificuldade, começam a unir a diversão com o horário da refeição. Aparelhos eletrônicos, tais como, televisão, tablets ou jogos em celulares são utilizados para que a criança se distraia e aceite melhor o maior número de colheradas. Este comportamento estimula a alimentação inadequada e o consumo superestimado da criança e, portanto, aumenta o risco de sobrepeso, obesidade e hábitos inadequados. A deficiência de micronutrientes como o cálcio, vitamina A e fibras são frequentemente encontradas em escolas públicas e privadas situadas em diversas regiões brasileiras. Os dados desfavoráveis da situação atual quanto à quantidade e qualidade da alimentação infantil apontam para a necessidade de reforços educacionais que incluam pais, crianças e profissionais da área de saúde. Em virtude dos fatos mencionados, a educação nutricional nas escolas é necessária e pode contribuir com pais e crianças na implantação de novos hábitos alimentares, ou ainda, reforçar o que já foi aprendido em casa. Em nossa experiência, a investigação da lancheira trazida por cerca de 200 alunos de 3 e 4 anos de idade, em escola particular, mostrou quantidades elevadas de gordura saturada, açúcar e sódio. A quantidade de sódio encontrada em uma porção de lanche que deveria suprir cerca de 10 a 15% da necessidade da criança era semelhante à quantidade diária recomendada para esta faixa etária. Além disso, o conteúdo calórico trazido na lancheira era o dobro do que é recomendado para a idade. Apesar do reduzido número de refeições na escola, o impacto da oferta de opções saudáveis pode favorecer mudanças significativas no dia a dia da criança. Alguns fatores como ambiente de aprendizagem, contato social com outras crianças e atitude positiva dos professores na hora do lanche podem ser decisivos no processo de educação nutricional. Além disso, a inserção de princípios básicos da nutrição na área de ciências e saúde na grade curricular dos estudantes do 3º ao 5º anos oferece a oportunidade do aluno unir a teoria com a prática diária do lanche saudável. Neste sentido, é fundamental que o programa de educação nutricional envolva a equipe de educadores, abrangendo professores, orientadores e diretores, além dos alunos. O objetivo do lanche na escola é oferecer preparações com menos açúcar, sal e gordura, além de aumentar a frequência da oferta de frutas e cereais integrais. Além de controlar a quantidade dos nutrientes que, em excesso, prejudicam a saúde o programa deve ter como objetivo ensinar o aluno a fazer combinações mais adequadas nas refeições. O treinamento dos educadores e funcionários que preparam o lanche deve ser realizado periodicamente e normalmente é conduzido pelo nutricionista para fortalecer o conhecimento da equipe sobre nutrição, além de responder dúvidas da prática diária. O educador precisa ter consciência de que a mudança de hábito geralmente ocorre a médio e longo prazo. A aceitação e inclusão de novos alimentos na rotina diária é um processo gradativo. Desta forma, os resultados podem aparecer em meses ou até anos de exposição aos lanches mais saudáveis. A mudança de comportamento relacionada à alimentação do aluno pode ter um impacto importante na rotina em casa, pois a criança geralmente transmite aos familiares o que foi aprendido na escola. A oferta de lanche saudável, aliado ao aprendizado teórico de 140 crianças do 5º ano em escola particular, mostrou que 41% delas passaram a incluir frutas e vegetais na alimentação ao final de um ano de experiência prática. Importante salientar que a execução da educação nutricional é igualmente necessária em escolas públicas e privadas e deve envolver cantinas e restaurantes das escolas que funcionam em período parcial ou integral. O conhecimento dos principais pontos comerciais que circulam a escola pode contribuir positivamente com o programa. O nutricionista pode e deve encorajá-los a oferecer opções saudáveis para facilitar a escolha das crianças e adolescentes. Se isso acontecer, podemos aumentar ainda mais a chance de manutenção dos hábitos saudáveis aprendidos. A educação nutricional na escola é, portanto, uma área de atuação ampla e promissora. Conforme discutido, o aprendizado precoce da importância de hábitos e escolhas saudáveis pode potencialmente diminuir o risco de doenças cardiovasculares na idade adulta. É imprescindível entender, no entanto, que o sucesso da execução deste grande projeto irá depender do envolvimento da equipe escolar. 13 SOCESP EM DESTAQUE • JUL/SET 2015 Turismo Orlando para adultos A imagem de Orlando como destino de férias infantil já ficou para trás. Não só famílias e os pequenos optam pelas atrações da cidade, mas também casais e grupos de amigos. A diversão é garantida. Além dos magnânimos parques de diversão, dos complexos fabulosos no mundo da Disney, as compras, as opções de adrenalina e a vida noturna surpreendem os viajantes. O ideal é se preparar para gastar energia, porque os dias são intensos e os roteiros repletos de opções. Os famosos Hollywood Studios e Magic Kingdom podem ser visitados no mesmo dia. O Hollywood Studios proporciona uma viagem ao mundo do cinema, o que encanta o público. Outra grande atração deste parque é a emocionante montanha -russa do Aerosmith e também a Torre do Terror. Se destaca por oferecer diversos shows, musicais e brinquedos 3D. O Magic Kingdom é conhecido pelos fantásticos desfiles e queima de fogos. Por isso a dica é ir no período da tarde para curtir o Festival of Fantasy com o Castelo da Cinderela enfeitando o cenário. No Universal Studios, você vai entrar na realidade do Harry Potter recriada a partir do famoso Beco Diagonal. Neste parque a montanha-russa que arranca gritos dos tripulantes é a Hollywood Rid-Ride-Rockit. No mesmo complexo visite Springfield e os brinquedos da divertidíssima família, Simpsons, aproveite para uma parada estratégica no almoço antes de ir para o Islands of Adventure e deixar o queixo cair aos pés do Castelo de Hogwarts, e arrepiar os cabelos com as montanhas -russas do Hulk e do Homem-Aranha. 14 SOCESP EM DESTAQUE • JUL/SET 2015 No Epcot a sensação é tomar café da manhã com personagens da Disney, para ver seu personagem preferido faça uma reserva com bastante antecedência. Se a opção não lhe parece muito atraente, pense novamente, porque uma manhã no mundo mágico dos desenhos animados pode alegrar qualquer um. Há atrações para o dia todo e aproveite para jantar no próprio Epcot, o complexo oferece culinária de todas as partes do mundo. Não deixe de visitar algum parque aquático sediado na cidade de Tampas, a 2 horas de Orlando, e também o Sea World. Conheça as maravilhas marinhas, com diversas espécies, baleias, golfinhos, leões marinhos e fabulosos os shows. Planeje um dia mais arejado para fazer um intervalo da intensidade dos parques. Siga para a i-Drive, a avenida mais famosa da cidade ou a percorra de bonde. Conheça Downtown Disney, passeie por pubs, sorveterias, confeiteiras, cafés, restaurantes, visite o clássico Planet Hollywood. Namore as lojas, faça compras, sinta o clima e considere investir no passeio de balão que mostra a vista Walt Disney World. Vida noturna São muitas as opções para os que gostam de conhecer a noite durante uma viagem de lazer. A Orange Avenue é uma das mais famosas de Orlando, e sedia o Sky Sixty localizado no alto de um hotel e dispõe de uma vista que justifica a visita. Com iluminação personalizada, Djs e decoração moderna atraem os clientes com performances e dançarinos. A Taverna Opa, em Pointe Orlando, proporciona uma experiência inesquecível com autêntica cozinha grega e entretenimento. O local importa queijos, azeitonas e óleo diretamente da Grécia, a carta de vinhos também é formada por rótulos do país. Oferecem uma seleção abundante de frutos do mar frescos, com opções como a costeleta de cordeiro, um dos pratos mais vendidos no restaurante. O delicioso Tzatziki, homus e o iogurte grego são feitos diariamente. Durante a noite os clientes podem ser surpreendidos por dançarinos e dançarinas do ventre que vão despertar os sentidos com muita música grega e mediterrânea autêntica. O programa é indicado para quem viaja em grupo, o encontro vai começar com ótima culinária mediterrânea e pode terminar com pessoas dançando sobre as mesas, em uma atmosfera sem dúvida, descontraída. O IceBar é parada obrigatória. Localizado na International Drive, o maior bar de gelo do mundo é feito com 50 toneladas de gelo esculpido. São paredes e até copos e assentos feitos de gelo, além de animais esculpidos. Há também uma sala de estar chamada Fire que é perfeita para se aquecer, dançar e experimentar drinks. O B.B. King’s Blues Club traz a alma do blues e do clássico rock and roll acompanhada por um menu completo influenciado por sabores desde New Orleans até o Mississippi, incluindo o autêntico churrasco estilo Memphis (costela suína com molho barbecue, fininha por dentro e com uma casquinha crocante por fora.) Aberto diariamente para almoço, jantar e refeições tarde da noite, o restaurante intimista apresenta música ao vivo com artistas renomados. O clube também está localizado no centro comercial e de entretenimento Pointe Orlando na International Drive e é próximo ao Centro de Convenções Orange County, vários hotéis e outras atrações populares no coração da cidade. 15 SOCESP EM DESTAQUE • JUL/SET 2015 Espetáculos O espetáculo La Nouba foi criado especialmente para Downtown Disney, que é uma pequena cidade de entretenimento na Disney. O show fica em cartaz o ano todo. Trata-se de um espetáculo que fala sobre o sonho de pessoas que passam por situações inusitadas. A performance mostra malabarismos, corda bamba, balé aéreo entre outras atrações. Sempre fabuloso e inesquecível o enredo deste espetáculo do Cirque du Soleil traça um paralelo entre o mundo real e o lúdico. Um show imperdível. Outro espetáculo que divide as atenções com o Cirque As montanhas-russas mais emocionantes de Orlando Rock’N’Roller Coaster Famosa e popular, os fãs de Aerosmith não podem perder. Rock and roll em alto volume e velocidade é a combinação dessa montanha-russa do Hollywood Studios. A atração retrata a história da banda, é como se o a fila fosse o estúdio de gravação do Aerosmith e a banda estivesse atrasada para um show e precisa correr, a aventura começa em uma arrancada de arrepiar. Expedition Everest O paisagismo é o forte desta atração. O trajeto recria uma aventura em busca de uma criatura que habita o Himalaia, guardião do Monte Everest. Em algum momento os exploradores vão se deparar com o Pé-Grande, que coloca em risco a diversão e aumenta a adrenalina. São quatro minutos de pura emoção. Montanha-russa do parque Animal Kingdom desde 2006. du Soleil é o Blue Man Group que tem estilo único misturando ritmo, musica, percussão, cores, tecnologia e muita arte. Compras Para os que não resistem às compras, há dois endereços: International Drive e Vineland Avenue que abrigam a rede Outlet Premium. O complexo conta com lojas de roupas, eletrônicos e outros produtos a preços irresistíveis. Marcas como Adidas, Calvin Klein, GAP, Victoria’s Secret e Polo Ralph Lauren, entre outras. O Florida Mall é uma alternativa, visite a Macy’s, M&M’S, a Apple. Space Mountain Aberta em 1975 no Magic Kingdom não fica atrás das novatas. A viagem espacial, como sugere o nome, desde o lançamento ao pouso, é pura emoção. As luzes e o carrinho individual ajudam a simular a sensação de que o viajante será lançado para outra dimensão. Incredible Hulk Coaster Localizada na Marvel Super Hero Island essa montanha -russa arranca gritos de visitantes do mundo todo. Repleta de loopings e arrancadas, chega a percorrer 108 km/h em dois segundos. Criada em homenagem ao herói verde atrai admiradores de todas as idades. Dragon Challenge A maior sensação dos últimos tempos, a saga Harry Potter, sem dúvida ganhou seu lugar na Disney. A montanha-russa foi inspirada em um episodio da trilogia, conhecido pelos fãs como “O Torneio Tribruxo”. Nessa atração do Islands of Adventure dois dragões surgem para aumentar a emoção. 16 SOCESP EM DESTAQUE • JUL/SET 2015 INGLÊS PARA MÉDICOS Ricky Silveira Mello Traduções e versões, revisão de Medical Papers, aulas de conversação e estrutura gramatical, tradução de teses. Mobile: (11)99946 6361 [email protected] Dear Readers, Dr. Pedro Farsky nos enviou um material muito interessante e tenho certeza que todos vão apreciar. Regards, Ricky. Myocardial Stunning and Hibernation Acute myocardial ischemia rapidly impairs regional contractile function. This dysfunction can persist for several hours to days after transient ischemia but eventually is followed by full functional recovery. This phenomenon is known as myocardial stunning. The concept of myocardial hibernation was derived from clinical observations. More than 30 years ago, it was observed that chronic myocardial dysfunction, could be recovered with revascularization, changing the concept that acinetic segments were not always a fibrotic segment. Clinical Importance Clinically, in different patients, similar degrees of LV dysfunction may be associated with large differences in the amount of viable myocardium, and even extreme degrees of wall thinning do not necessarily indicate the absence of viability. The timing of coronary revascularization is very important because in some patients CAD progression may occur very rapidly, precluding later interventions. Presence of viability is always associated with better short and long term prognosis. Several powerful imaging techniques can be used clinically to identify viable tissue (and to distinguish it from scar) within dysfunctional LV segments subtended by diseased coronary arteries. This information can be used to stratify patients more effectively and to guide their subsequent treatment. Before investigation it is mandatory to have arteries suitable for revascularization. Left ventricular function recovery and survival From the clinical perspective, recovery of global function is more important than regional improvement. Several studies have shown that LV ejection fraction (EF) improved significantly (ie, ≥5%) after revascularization. Previous meta-analysis demonstrated an increase in LVEF in patients with evidence of hibernating myocardium but no improvement in those without hibernation. STICH – Prospective randomized trial These analyses are limited by their retrospective design, heterogeneous methodology to define viability, lack of adjustment for key baseline variables such as age and comorbidities, and the potential that selection of patients for CABG might have been influenced in some studies by the results of viability testing. Most importantly, these cohort studies were performed before the advent of modern optimal medical treatment, with very few patients receiving beta-blockers. Stich trial is the only prospective randomized trial assessing viability. Patients with viable tissue represented a cohort with a lower mortality of 37% versus 51% in patients without myocardial viability. However, the viability analysis did not identify patients who would preferentially benefit from CABG. After adjustment for other prognostic variables, myocardial viability was not associated with improved survival, suggesting that patient comorbidities and severity of LV remodeling were more important determinants of survival. Conclusions The presence of viability identifies a population with better prognosis, but prognostic variables, like age, renal dysfunction etc are more important than viability alone when deciding for treatment options. In specific cases, the presence of viability could be the deciding factor surgery indication. Vocabulário Dr. Pedro Silvio Farsky Doutor em Ciências pela Faculdade de Medicina da USP. Fellow da European Society of Cardiology. Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia. Hospital Israelita Albert Einstein. Stunning= atordoado Impairs= danifica, deteriora debilita Viable= viável Thinning= estreitamento Scar= cicatriz Suitable= adequado, apropriado Lack= falta, carência Analyses= análises (plural) Analysis= análise (singular) Eventually= finalmente 17 SOCESP EM DESTAQUE • JUL/SET 2015 Regionais Regional Bauru Aconteceu em 18 de agosto de 2015 no Hotel Howard Johnson Bauru, o Fórum de Fibrilação Atrial e AVC, com o objetivo de promover a capacitação de médicos cardiologistas, clínicos e intensivistas para o melhor atendimento ao paciente com AVC. As aulas foram ministradas pelo Dr. Francisco Fonseca, Dr. Guilherme Fenelon e Dr. Ricardo Pavanelo com programação de aulas teóricas em Fibrilação arterial e Diretriz em coagulação e foram abordados os temas: Ablação e cardioversão, Suspensão e reintrodução de anticoagulantes e Conduta em idosos frágeis. Após o evento foi servido jantar aos participantes. Regional ABCDM Regional Jundiaí A Regional ABCDM e seu presidente Dr. Rogério Krakauer reuniram especialistas para a palestra ECG: Um velho ou novo método? Que foi ministrada pelo Dr. Carlos Alberto Pastore em 20 de agosto, no Restaurante Baby, em Santo André. Dra. Danielle Guallandro, falou sobre Atualização de risco cirúrgico em cirurgia não-cardíaca em evento organizado pelo Dr. Luíz Anibal L. Patino, presidente da Regional Jundiaí no Hotel Transamérica Classic Jundiaí. Regional Santos Cardiologia no Esporte foi o tema central do evento organizado pela Regional de Santos que aconteceu em 22 de agosto na APM. O presidente da Regional, Dr. William da Costa abriu o evento e logo após Dr. Nabil Ghorayeb discorreu sobre Mutações Genéticas que podem trazer risco ao atleta. Após aconteceu o “pinga fogo” abordando os temas Cardiologia do esporte e Prevenção cardiovascular do exercício com Dr. Carlos Alberto Cyrillo Sellera, Dr. Nabil Ghorayeb, Dr. Daniel Jogaib Daher e Dr. Ricardo Contesini Francisco. Estado da arte, avaliação pré-participação esportiva de jovens adolescentes foi o tema da palestra do Dr. Daniel Jogaib Daher. Finalizando o evento houve a discussão de caso clínico com os Drs. Carlos Alberto Cyrillo Sellera e Luiz Eduardo Mastrocola. 18 SOCESP EM DESTAQUE • JUL/SET 2015 Agenda WEBMEETING 01/10 - AVC 29/10 - Interação medicamentosa 26/11 - Peculariedades na atenção cardiovascular do idoso 10/12 - Saúde cardiovascular na mulher – Do período fértil a menopausa OUTUBRO Regional - ABCDM Regional - Marília Avaliação perioperatória em cirurgias não-cardíacas 17/10/2015 - Marília / SP Regional - Franca Treinamento - ACLS Treinamento - ACLS 17/10/2015 - 18/10/2015 São Paulo / SP Treinamento - ACLS ACLS EP (Experienced Provider) 17/10/2015 - São Paulo / SP Regional - Araraquara Treinamento - SAVIC 20/10/2015 - 21/10/2015 São Paulo / SP Fórum de dislipidemia e aterosclerose 01/10/2015 - Araraquara / SP 24/10/2015 - São Paulo / SP Regional - Sorocaba Hipertensão arterial resistente. Novos conceitos terapeuticos 24/10/2015 - Araraquara / SP Fórum de dislipidemia e aterosclerose 01/10/2015 - Presidente Prudente / SP Departamento - Educação Física XII Fórum de pesquisa em exercício físico e reabilitação cardiovascular 02/10/2015 - São Paulo / SP Regional - Santos Doença arterial coronária 03/10/2015 - Santos / SP Departamento - Serviço social Os instrumentos técnicos operativos de intervenção do assistente social na saúde 13/11/2015 - São Paulo / SP Treinamento - BLS Regional - Presidente Prudente Casos clínicos 12/11/2015 - São Bernardo do Campo / SP Simpósio cardiopulmonar 17/10/2015 - Franca / SP II Curso básico de eletrocardiografia 30/09/2015 - 01/10/2015 Santo André / SP Dilemas em nutrição esportiva - uso de anabolizantes, termogênicos e suplementos 01/10/2015 - Sorocaba / SP Regional - ABCDM Regional - Araraquara Treinamento - BLS BLS Domingo 25/10/2015 - São Paulo / SP Departamento - Fisioterapia Reunião Científica - Fisioterapia Cardiovascular - das evidências à parte clínica: Reabilitação, Fase I, no pós-operatório de Cirugia Cardiovascular 26/10/2015 - São Paulo / SP Departamento - Odontologia 14/11/2015 - 15/11/2015 São Paulo / SP Regional - Bauru Fórum de Dislipidemia e Aterosclerose 17/11/2015 - Bauru / SP Treinamento - BLS 17/11/2015 - 18/11/2015 São Paulo / SP Regional - Santos Cardio - Hematologia 21/11/2015 - Santos / SP Regional - ABCDM Principais desafios clínicos em cardiogeriatria 24/11/2015 - Santo André / SP Departamento - Enfermagem Assistência de enfermagem à circulação mecânica 26/11/2015 - São Paulo / SP Treinamento - ACLS 28/11/2015 - 29/11/2015 São Paulo / SP Treinamento - ACLS ACLS EP (Experienced Provider) 28/11/2015 - São Paulo / SP 03/10/2015 - 04/10/2015 São Paulo / SP Terapêutica medicamentosa em Odontologia para pacientes com necessidades especiais: uma abordagem ambulatorial e hospitalar 27/10/2015 - São Paulo / SP Regional - Araras Regional - Jundiaí Regional - ABCDM Treinamento - BLS Treinamento - ACLS Treinamento - PALS Treinamento - ACLS Avaliação pré-operatória 03/10/2015 - Limeira / SP 06/10/2015 - 07/10/2015 São Paulo / SP Regional - Campinas Atualização em arritmias 28/10/2015 - Jundiaí / SP 31/10/2015 - 01/11/2015 São Paulo / SP Fórum Hipertensão Arterial 06/10/2015 - Campinas / SP Novembro Departamento - Nutrição Impacto da dieta cetogênica no risco cardiometabólico de crianças e adolescentes 04/11/2015 - São Paulo / SP GENC - Educação nutricional para crianças e adolescentes 07/10/2015 - São Paulo / SP Departamento - Nutrição Departamento - Psicologia DEZEMBRO Casos clínicos 03/12/2015 - Santo André / SP 05/12/2015 - 06/12/2015 São Paulo / SP Treinamento - ACLS ACLS semanal 08/12/2015 - 09/12/2015 São Paulo / SP Treinamento - ACLS 12/12/2015 - 13/12/2015 São Paulo / SP Conversando com Especialista Cuidando de quem cuida: a importância de oferecer suporte a equipe 06/11/2015 - São Paulo / SP Treinamento - ACLS Curso de atualização em cardiologia 07/10/2015 - 08/10/2015 Botucatu / SP Regional - ABCDM Treinamento - ACLS ACLS EP (Experienced Provider) 19/12/2015 São Paulo / SP Regional - Botucatu Casos clínicos 08/10/2015 - São Caetano do Sul / SP 07/11/2015 - 08/11/2015 São Paulo / SP 19/12/2015 - 20/12/2015 São Paulo / SP Treinamento - ACLS 19 SOCESP EM DESTAQUE • JUL/SET 2015 Perto dos olhos, perto do coração. 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