Peptídeos bioativos obtidos de proteínas alimentares Thais Jordânia Silva (Mestranda) Eduardo Basílio de Oliveira (Orientador) As proteínas alimentares apresentam composição em aminoácidos e estruturas tridimensionais diversificadas. Muitas delas, para além de seu valor nutricional, podem apresentar potenciais atividades biológicas específicas, que são em grande maioria, consequência da atuação de peptídeos gerados a partir da digestão dessas proteínas, após sua ingestão. A fim de controlar doenças crônicas, utilizam-se frequentemente fármacos, que muitas vezes possuem efeitos colaterais indesejáveis. Em decorrência disso, peptídeos obtidos de proteínas alimentares aparecem como candidatos promissores a novas opções terapêuticas. Há uma considerável quantidade de estudos nas duas últimas décadas em que tais peptídeos vêm sendo obtidos e caracterizados, para controle de doenças, e com o mínimo de efeitos colaterais. Para apresentarem os benefícios desejáveis ao organismo, esses peptídeos têm que resistir a todo processo de digestão, de modo a chegar de maneira viável no sítio de sua atuação (por exemplo, uma enzima específica da cadeia metabólica que se deseja inibir ou potencializar). Estudos envolvendo peptídeos oriundos de proteínas alimentares têm mostrado diversas bioatividades desses compostos, tais como, atividades antimicrobiana, antioxidante, anti-hipertensiva e anti-inflamatório. A obtenção desses peptídeos com potencial de bioatividade se dá, geralmente, por hidrólise enzimática de proteínas alimentares. Para uma dada proteína, a regiosseletividade da hidrólise é fortemente influenciada pelas condições de reação (temperatura, tempo, pH, tipo de enzima e proporção enzima:substrato), influenciando nas características dos peptídeos (hidrofobicidade, tamanho) e, consequentemente, suas bioatividades. A identificação e caracterização desses peptídeos envolve um trabalho intenso de pesquisa, sendo as técnicas mais utilizadas, isoladas ou em conjunto: cromatografias, MALDI-TOF (Matrix-Assisted Laser Desorption/Ionization – Time of flight) e eletroforese. Nesse seminário, será feita uma explanação geral sobre a bioatividade de peptídeos derivados de proteínas alimentares e suas potenciais ações biológicas benéficas. Além disso, as técnicas utilizadas com mais frequência na literatura para identificar e caracterizar esses peptídeos serão comentadas. Referências Bibliográficas CHAKRABARTI, S., JAHANDIDEH, F., WU, J. Food-derived bioactive peptides on inflammation and oxidative stress. BioMed Research International, n. 608979, 2014. MALINOWSKI, J., KLEMPT, M., CLAWIN-RÄDECKER, I., LORENZEN, P.CHR., MEISEL, H. Identification of a NFκB inhibitory peptide from tryptic β-casein hydrolysate. Food Chemistry, v. 165, p. 129-133, 2014. SOUZA J.R, E.C., COIMBRA, J.S.R., OLIVEIRA, E.B., BONOMO, R.C.F. Recovery of casein-derived peptides with in vitro inhibitory activity of angiotensin converting enzyme (ACE) using aqueous two-phase systems. Journal of Chromatography B, v.973, p. 84-88, 2014.