UNIVERSIDADE MARCIA TUIUTI DANIELE DO PARANA MAITO DO MANEJO DAS ENTREVISTAS PRELIMINARES PASSAGEM PARA 0 DIVA A MOllografia apresentada ao curso de Pos-graduayao em Psicologia ClinicaAbordagem Psicanalftica dn Universidadc Tuiuti do Parana, como requisito parcial a obten9iio do titulo de especialista. Oricntadora: Prof." Angela Valorc. CURITIBA 2007 RESUMO A questao que S8 caloca e0 que marca a passagem do momento de entrevistas preliminares para a analise propriamente dita. 0 percurso inicial do tratamento analilico possibilita ao analista fazer em urn primeiro momento uma leitura do casa, para especificar se a analise "serve" a este sujeito. Implica em trabalhar a demanda e averiguar S8 ela passivel de S8 precipitar como demand a de analise. Partir da queixa inicial, na tentativa de responder: porque safro? Possibilitando que 0 sujeito e passa apropriar-se de seu sintoma. Todo esse processo fundamentado na a e transferEmcia. manejo desses elementos responsabilidade do analista, faz com que 0 analisante suponha urn saber nele. l"stala-S8 a Neurose de Transferemcia, assim 0 que marca para 0 sujeito em questao sua entrada em analise. e Palavras-chave: Psicanalise, Entrada em Analise. Entrevistas Preliminares, Transferencia, Sintoma, SUMARIO INTRODUc;;Ao 07 FUNDAMENTAC;;AO TEORICA CASO CLiNICO DISCUssAo 23 CONSIDERAC;;6ES REFERENCIAS 09 17 FINAIS BIBLIOGRAFICAS 28 30 INTRODU<;:AO Com inicio 0 da pratica clinica, inumeras quest5es sao formuladas, porem uma se destaca nesse primeiro momenta: Que elemento diferencia e divide trabalho analitico preliminares problema pode em entrevistas ser apresentado passagem para a diva? questionamentos o fato esse que imp6em momento entrevistas o objetivo supracitado, preliminares o pais S8 faz a pelo Lacan terem nomeado nome de sondagem ou a ser realizado. te6rico de alguns textos de Freud sobre pela teoria com autares de Lacan, que existe contempon3neos no sentido entre de lograr as momentos: 0 que algum "analise de dita. a urn caso se trata Jacques seja seus estudos esta problematica este estudo Este de explicitac;8o. analise, da diferenc;a propriamente Aprolundar pelo tambem 0 dita? Em que momento hit urn trabalho diferenciado indica que a respeito ensaio" e analise relacionar uma relacionando fundamentados entendimento de deste e lazer urn resgate inicio do tratamento, estao uma tentativa propriamente destacam nessa passagem? Sao S8 Freud e posteriormente preliminar preliminares, de Qutras formas: Quais elementos de Sigmund e analise de um atraves de uma revisao clinico, que e a mote atendimento que se bibliografica tern por lim de todo questionamento estende em entrevistas a urn ana. trabalho sujeito analitico ao buscar tern em principia um tratamento. a foco voltado 0 que leva uma para a movimento pessaa a procurar feito pelo atendimento? Marcadas comum: as especificidades a sofrimento. e0 Este de cada caso, ponto de partida. e possivel encontrar Par que safro? E um ponto a questao que se imp6e ao sujeito e da inicio a analise. Fala-se trabalho em feito representada pelo manejo entrevistas para neste casa tambem diva. 0 que da candiyao trabalha das analista clinico no estuda para preliminares. possibilitar a mudanya pela mudanc;a no espayo 0 teorico, analista realizar na supervisao Esta de inclui para a e fundamentar e principalmente a subjetiva, fisico, da poltrona este manejo clinica sentenc;a pasiyao seu em sua propria analise. Volta-se preliminares, para a sofrimento, isso nao significa e buscar nele que se delineia sua eliminayao a curso de imediato. das entrevistas E necessaria a analisante se entregar a urn processa de subjetivac;aa, voltar para si, apropriar-se deste sofrer e isso pode resultar na intensificagao deste incomodo. Saber par que sofre e 0 que E possibilita a mudan~, necessario antes de tudo qual 0 0 enfatizar tratamento analitico ha analisante acima sendo esta consequencia ha 0 e produz algurn a atualiza9ao da existencia da realidade de, par um lado par outro alguem que e suposto saber. supoe ao analista um saber sabre ele, algo que em principia acredita que nao tern, porem trata-se de urn saber insabido, inconsciente. Lacan, citado possibilitado pela fala, na e fundamentado. transten§ncia, no processo analitico alguem que demanda, e e crucial, pois se a tala do sujeito em questao sexual do inconsciente, o de subjetiva9ao que faz advir urn sujeito em questao, e Esta afirma9ao eteito e porque ou pelo menos diminui a "dor". que esse processo E segundo tempo de instalagao do Sujeito Suposto Saber. A partir deste momento, cabe ao analista deslocar a demanda que Ihe foi enderegada. A fun9ao das entrevistas preliminares, portanto fundar 0 Sujeito Suposto Saber na Figurado analista. e assegurar a transferencia e FUNDAMENTA9AO "Entrevistas preliminares" inicio do Irabalho analitico, o Inicio do Tratamento TEORICA foi a termo anteriormente como "Analise utilizado par Lacan denominado para nom ear este por Freud em seu texto Sabre de prova" ou "tratamento de ensaio" tornei habito meu, Quando conhe(:O pouco sabre urn paciente, 56 aceita-l0 a principia provisoriamente, por urn periodo de uma ou duas semanas. 5e se interrompe 0 tratamento dentro deste periodo. poupa-5e ao paciente a impressao aflitiva de uma tentativa de cura que falhou. Esteve-se apenas empreendendo uma 'sondagem', a tim de conhecer 0 caso e decidir se ele e apropriado para a psicanalise." (FREUD, 1913 p.165). 1 K( ... ) De acordo continuidade Apesar com Freud este periodo do trabalho, de ser nele urn momenta condic;:6es de uma analise. da queixa inicial e crucial que inicia urn tratamento baseia S8 a entrada de sondagem preliminar, Tern na Associac;:ao e demand a de analise em analise esta para a propriamente sujeito dita. as mesmas Livre sua regra fundamental, para posteriormente delimitar parte sintoma 0 e fundar a transferencia. No texto acima citado, trabalho analitico destacando Freud faz uma comparac;ao a importancia entre das entrevistas 0 jogo de xadrez e 0 prelim ina res. "Todo aquele que espere aprender 0 nobre jogo do xadrez nas livras, ceda descobrira que somente as aberturas e os finais de jogos admitem uma apresentaryaa sistematica exaustiva e que a infinita variedade de jogadas que se desenvolvem ap6s a abertura desafia qualquer descri~o desse tipo. Esta lacuna na instru~a s6 pode ser preenchida por um estudo ditigente dos jogos travados pelos mestres. As regras que podem ser estabelecidas para 0 exerclcio do tratamenta psicanalitico acham-se sujeitas a limitar;Oessemelhantes." (FREUD, 1913 p. 164). Nos textos sobre a tecnica enos fornece destacam ocorram E algumas e devem ser explicitados, problemas posteriores importante determinado para deixar 0 "Se quisermos nossa entrada Calligaris o terapeuta claro Freud trabalha Ha segundo podendo bem esse momenta aspectos a autor, desde acarretar ao certos 0 tecnicos inicio que nao se para que naD um tim de tratamento paciente inicial que precipitado. existe um tempo tim de analise. atender as exigemcias nao nos conduzira par ele." (FREUD, da psicanalise recomendac;:oes. mais rigorosas a um abreviamento feitas a terapia analitica, de sua durac;:ao, nem passara 1937 p. 255). em seu livre: Carias a um jovem ou analista empurre a paciente lerapeula, escreve: "Espera-se na direc;:ao de seu desejo. e Alias, que e par I Este periodo de uma 011 duas semanas acima descrito por Freud nao referencia para delenninar hoje quanto lempo urn sujeito pemtaneee ern entrevistas. Na epoea Freud alendia seus pacientes em geml seis vezes por semana, falO que pode ter rela9ao corn 0 prazo estipulado por ele para estc momento de sondagem. 10 isso que uma terapia desejo consiga leva tempo, se manifestar Nao e intenc;ao aprofundar com: "empurrar corroborar paciente 0 porque um pouco". teoricamente 0 precise que a autor em questao na direy2lo de seu desejo". com a afirmayao e antes de empurrar, que esse (2004 p. 28). de Freud A citayao de que trabalhar com quer dizer e valida para urn tempo pre- determinado nao tern valia no processo analitico. E tempo passivel associar esta recomenda<;ao em analise, trabalho este nao e logica, e analitico nao faz sentido 0 com tempo organizar que Lacan diz a respeito do 0 do inconsciente. uma sessao Portanto para e nem urn tratamento 0 em fungao desta 16gica. Le Poulichet 85sa questao lnconsciente a em seu livro de atemporalidade nao e tempo na ps;canalise na qual linear em passado, afirma que a hist6ria do sujeito nao 0 inconsciente presente e e futuro. passado, ela explicita de forma faz presenga. e Em psicanalise passado clara 0 tempo do e correto historicizado no presente. "(...), e realmente no momento em que a tempo parece, de algum modo, abolido, que ele esta mais ativo. E um tempo curiosamente libertado da durayao, que se afirma, por exemplo, na presen~a simuttanea de dais acontecimentos separados. A f1echa do tempo linear, distinguindo um passado, um presente e um futuro, e bruscamente contestada par essa presenca que poe em jogo a associayao dos vestigios mnesicos. E e no momenta em que se manifesta essa presenya, pela superposiCao dos vestigios de um acontecimento presente e de um acontecimento passado, que esse passado pode ver-se assim historicizado, subjetivado." (LE POUUCHET, 1996 p. 18). Outro "tema" processo terapeutico dinheiro a ser tratado sao tratadas incoeremcia, ap6s E crucial mente, que 0 sujeito da psicanalise: mesmo Freud as quest6es 0 sexuais, quanto este relacionadas a "com a mesma de outros que entrara A Associagao sujeito fale conceitos, sera possivel en tender entre dinheiro e as quest6es sexuais. que seja destitufdo sentido. Solicitar que valor do tratamento, 0 (1913 p. 173). a revisao porque Freud faz essa associagao fundamental e da mesma forma que as quest6es pud~r e hipocrisia." Mais adiante, de inicio custara ao sujeito. Segundo 0 em Livre: analise narrar de importancia, esteja tudo 0 ciente que que seja irrelevante introduz na associagao da regra Ihe vem em ou sem livre. "Observara que, a medida que conta coisas, ocorrer-Ihe-ao diversos pensamentos que gostaria de por de lado, par causa de certas criticas e obje~oes. Ficara tentado a dizer a si mesmo que isto au aquila e irrelevante aqui, ou inteiramente sem importa.ncia.ou absurdo. de maneira que n<30ha necessidade de dize-Io. Voce nunca deve ceder a essas criticas, mas dize-Io apesar delas - na verdade deve dize-Io exatamente porque sente aversao a faze-Io. II Posteriormente, que realmente vocl! descobrira e aprendera a compreender a razae a (mica que tern que seguir: (FREUD, 1913 p.177). e Calligaris para esta exortayao, diz: "0 pressuposto que justifica essa regra e a seguinte: no que a gente fata, opera uma (6gica intern a, que n6s nao percebemos. Quanta menor nossa intervenr;a.o na escolha e na organizacflo do que falamos. tanto mais essa l6gica interna poden~ nos levar a dizer coisas inesperadas par n6s mesmos, a descobrir alga que estava em nassos pensamentos sem que sQubessemos.· (2004 p.105-6). o imediata conhecimento desta por analisando. Associa9ao e precise parte do e 0 que Livre recorrer regra possibilita a sua enunciayao fundamental Segundo 0 acesso nao implica Garcia-Roza ao material em (2005) uma inconsciente. tantas vezes quanto adesao trabalho 0 Sendo for necessario de assim no decorrer do processo. wFazer Associal):ao e permitir que comunicados E Livre e, dentro derivados, ainda ao analista." importante do possivel, remotos, (GARCIA-ROZA, esclarecer que 0 (2007) aplicado se refere e apresenta periodo de entrevistas consciente consciEmcia possibilita de detinir diagnostico, a urn procedimento uma a censura a aflorar e ser 2005 p. 164). fazer uma leitura do caso, nao no sentido Valore afrouxar possam que tern por base ideia de morbidade que ao analista pois este, segundo um saber nao corresponde teo rico ao discurso psicanalitico. "Para 0 psicanalista nao se trata de uma doenca 0 que se oculta sob 0 sofrimento do sujeito, nem de identifica-Ia para determinar qual 0 tratamento adequado. Tao pouco a escuta analftica se funda em urn saber, seja ele qual for, como seria imperativo se se tratasse de ouvir do sujeito as queixas que confirmariam ou nao uma eventual hip6tese diagn6stica. Entretanto, e claro que 0 modo como 0 analista e tomado na transferlmcia varia conforme a estrutura cHnica do sujeito que fala em analise. Alem disto. a reconstituit;:ao do mito que resulta da fala do sujeito nas entrevistas preliminares atualiza as condicOes que presidiram a constituit;:ao do sujeito e 0 modo de inscrit;:ao da falta. Assim. inevitavelmente, ira se precipitar dai uma leitura 'diagn6stica' sem a qual 0 analista nao se arriscaria a conduzir um paciente ao diva." (Valore, 2007). Antes de aprofundar tratamento em Concentra-se funyao neste sujeito a procurar primeiro 0 0 momenta ouvir ponto de partida, Por que safro? aquila que se manifesta causa da angustia tecnicos, paciente, que e importante traz esse a queixa, destacar sujeito aquilo este inicio do ao tratamento? que movimenta este uma analise. Essa queixa e de responder: em termos do da inicio ao discurso Pelo que sofre? no carpo, Ea caminho do paciente em busca em busca de uma ideia recorrente, neste sujeito que se poe em questao. no sentido do sintoma, algo que e a 12 Identificar reconhece-l0, trabalho a sintoma nao significa pelo que emerge intensifica ser abordadas repete no comportamento Entende-se de urn conflito internas. Com acima vivencias aquila que por ele em analise. satisfac;ao. E a expressao e pel a oposiyao infantil do sujeito, E PONTALlS, definem: associado de satisfaC;ao. de operac;6es geral, a defesa esta ligada, uma situac;ao sabre incompativel (LAPLANCHE a constitui urn compromisso entre 1998). De urn lado desejo, fantasia. De outro Segundo que Freud lado a defesa, e imp6e S8 aD fundamentado urn termo que tern como finalidade E PONTAlIS, capaz manter utilizado principia 0 a excitar;;:aa interna (recordac;5es, de desencadear (pulsea) fantasias) essa excitac;ao e, par isso, desagradavel sao derivadas do ego (FREUD, a texta, Freud afirma que e simbolicamente. sabre e, a que na medida para a ego." 1998 p. 107). que as neuroses e outras tendencias Seguinda incide uma das representac;5es com esse equilibrio Freud descreve respeito e que ira ser repetido satisfac;ao de exigemcias sabre sexuais para encontrarmos a preferencialmente, e Sao quest6es A que ele responde? a caminho do sujeito. "De urn modo em que esse de citados e urn conjunto de constancia mas slm casas como uma forma substituta (LAPLANCHE nao tern objeto para definir de elimina-Io, Em muitos sujeito. instaurado raiz na historia nas primeiras e deste individuo, Sintoma Os autores sujeito, apresentado? de inicio, psiquico, desejo e delesa. no sentido deste a angustia. func;ao do sintoma Qual a que devem trabalhar do discurso Isso quer dizer 0 do conflito entre os impulsos 1912 p.316). sintama que a sintoma e admite ser rernontada sobredeterminado historica e diz alga a do sujeito em analise. "Era preciso ressoasse e urn tivesse acontecimento acessa temporalidade organiza do recalque, mas tambem a novo presenc;a. nao apenas para (... ). a constituic;ao a historiza~ao que No a acontecimento campo do sintoma do passado antigo psicanalitico, no s6-depois, no presente." essa pela via (LE POULICHET, 1996 p. 18). o termo e Pontalis recalque descrevem no inconsciente uma pulsao. em sua defini~ao como: "Operac;ao representar;;:5es 0 recalque produz-se est;; alem da lun~ao pela qual a sujeito (pensamentos, imagens, de delesa. procura Laplanche repelir ou manter Jigadas a nos cases em que a satisfar;;:ao de urna pulseo recerdar;;:5es) - \3 (... ) - ameayaria provocar desprazer relativamente as outras exigemcias." (1998 p430). Falar que sabe 0 resgate de sua hist6ria De acordo sobre com Freud (1914) sofrimento, mesma si, iniciar urn tratamento de vida naD anula 0 sofrimento, 0 estado referido a tempos da doen",,' remotes, no sentido em alguns deve aflige de fazer urn cases ate agrava. ser tratado como atual. 0 sujeito em sua realidade 0 atual "Este estado campo e alcance real e contemporaneo, consiste, e colocado, de enfermidade do tratamento em grande Freud (1914) temas e, enquanto de fazer sobre parte, em remonta-Io relata fragmento 0 paciente par fragmento, ele nossa ao passado." que uma caracteristica dentro a experimenta trabalho (FREUD, do sujeito como do algo terapeutico, que 1914 p. 198). que marca 0 inicio do tratamento e a mudan9a ocasionada por este trabalho em relayao a atitude consciente do analisando dirigir atenyao sua subestimar em relayao a sua neurose. para 0 problema. Vai alem a de sujeito deve criar coragem se lamentar, desprezar e ou sua enfermidade. UContanto que 0 paciente apresente com placencia bastante para respeitar as condir;:oes necessarias da analise, alcanr;:amos normalmente sucesso em fornecer a todos os sintomas da molestia um novo significado transferencial e em substituir sua neurose comum por uma neurose de transferancia, da qual pode ser curado pelo trabalho terapeutico." (FREUD, 1914 p.201). Neste entrevistas ponto o manejo possibilita outro preliminares 0 Transferemcia a hist6ria com Lacan inconsciente Transferencia. possibilitar da transferencia e mesmo a pre-hist6ria de acordo urn processo Segundo e introduzido: em prol do estabelecimento retorno inconsciente, conceito tern como fun9ao primordial e 0 das desta. que fundamenta e do sujeito. e a atualiza980 que atualiza 0 manejo a instala9ao da realidade sexual do urn saber inconsciente. Freud implica em: U( ... ) compreender que cada individuo, atraves da ar;:ao combinada de sua disposir;:ao inata e das influencias sofridas durante os primeiros anos, conseguiu um metodo especifico pr6prio de conduzir-se na vida er6tica - isto 13, nas precondir;:oes para enamorar-se que estabelece, nas puls6es que satisfaz enos objetivos que determina a si mesmo no decurso daquela." (1912 p.133). 2 Na la 16piea de sua obra, Freud eonsiderava que 0 sinloma neur6tieo acometia utiliz..1.do em uma dimcnsao metaf6rica. A partir da 2a tapka, passa a considcrar conSlitui 0 sujeito como doen~a, termo a Ncurose como estrutura que S\{}ADr /". 0 sujeilO. -"4<"'~ ii; ~ ~ ~~~~~.;- 14 Esse repetido sujeito metoda diz Freud, em suas No verbete sabre a transferencia descrevem em que S8 que: da a instalac;:ao, as suas earaeterizam infantis do Vocabulario e a sua e constantemente de Ps;canalise, Laplanche reconhecida psicanaliticQ, interpretay80 0 na analise. na figura do analista. classicamente de urn tratamento modalidades, e como a pois sao a sua e a sua reSOlUy80 que este." (1998 p. 514). Sylvie Le Pouliehet dos movimentos urn exemplo estereotipado e eonsequentemente (amores) "A transferencia problematica e rela90es taz vinculo, atualiza seus prot6tipos Pontalis terreno especifico. na vida do sujeito, em seu Iivro da fala do sujeito a Tempo em amilise, na Psicanafise a atemporalidade ao falar a respeito desta da fala, nos de transferencia: "( ... ), imaginemos que uma tala de um analisando na sessao desenvo[va simultaneamente uma serie de movimentos: essa fala ressoa com 0 que precede e com 0 que a segue de um modo inesperado, cada elemento encontrando sentido apenas nesse encadeamento que 0 informa; e suponhamos que este ou estes sentidos encontrem outro, devido ao fato de que esta tala desperta com intensidade uma fala mais antiga, que, nessa epoea parecera banal, que passara quase despercebida e caira no esquecimento; ao mesmo tempo, suponhamos que essa fala vise precisamente 0 analista: no presente, ela eonstitui urn ate de tala pelo qual o paciente identifica 0 analista, 0 pendura em urn lugar fixo na prateleira ·pronto para uso da fantasia; nesse momento se abriram as eomportas diante da pressao de uma Monda pulsional" que, na verdade, nao cessa de quebrar no tempo imemorial do infanti!." (1996 p.13-4). ti Segundo suposto Stryekman (1997), a figura do analista. e buscado nele como insabido, analise 0 saber e da transfereneia do saber inconsciente como se estivesse um saber do sujeito no analista. insabido, que par estar Por isto se diz que na saber esta do lado do sujeito e nao do analista. e A func;ao do analista suas certezas, esse e Calligaris certezas, 0 Trata-se 0 fazer caminho (2004) afirma parada segredo, instalar que este trabalho faz com que a analisante ele, sa be de algum no discurso que possibilita ate 0 do analisante, de quebra suponha que presente momenta 0 desconstruir a transferemcia. das frases, analista detem afirma90es um saber desconhecido e sobre ao sujeito em inicio de analise. De produzido acardo com em analise Para Lacan 0 Freud que saber se transfere saber, sendo que este se funda Ihe 0 pela rememorac;ao e insabido enderec;ado ao analista e e e repetic;ao. e um saber pelo fato de que 0 suposto analista a um sujeito desloea suposto a demanda que e endere9ada. "0 analisante fala, de inreio, dele para urn X, para uma imagem. Ele faz uma demanda (5) para urn suposto, para a imagem que ele faz do analista (I). 0 analista por sua presentya real e sua fala se endereya nao a imagem de seu analisante mas para urn sujeito representado 15 pelos significantes enunciados e a analista torna a trazer 0 que foi direcionado pete analisante (I) para 0 Outro (S), issa faz ruptura nesse eixo imaginario. 0 analista, par esta transfer~ncia de lugar da fala, nao autentifica 0 imaginario, ele [he reenvia sobretudo sua mensagem sob urna forma invertida." (Stryckman, 1997 p. 278). Dessa forma questionar, e a analista aD fazer parada incluido no discurso ao sintoma do analisante, do sujeito, completa-o. desconstruindo Ao aquila que Ihe parece tao certo e imutavel, passa a ocupar urn lugar no imaginario deste sujeito, onde detem urn saber sabre transferemcia e 0 ele. Este lugar de sujeito suposto saber sustenta a da inicio a analise. UA constituic;:ao do sintoma anaHtico e correlata ao estabelecimento da transferencia que faz emergir 0 sujeito suposto saber, piv6 da transferencia. Esse momento em que 0 sintoma e transformado em enigma e um momenta de histerizac.3o, ja que 0 sintoma representa ai a divisao do sujeito. ( ... ). Quando esse sintoma transformado em questao ere aparece como a pr6pria expressao da divisao do sujeito. ~ nesse momento que 0 sintoma, encontrando 0 endereco certo que e 0 analista, se torna sintoma propriamente anatrtico." (QUINET, 2002 p. 17). e Segundo Nasio (1999) esse momento e chamado do sujeito "Por ocasiao de "Neurose desse no qual 0 e incluido analista ao sintoma de transferencia.". momenta fecundo da analise, vaG aparecer sintomas novos, proprios da relagao anaHtica. Freud diz: uma nova neurose artificial substitui a antiga (FREUD neurose original, Apud NASIO, Laplanche tratamento e Pontalis psicanalitico, manifestag6es para a qual 0 paciente veio procurar uma analise." 1999 p. 19). definem neurose da transferencia. Neurose artificial Constitui-se de transferlmcia: em que tendem "Na em torno da rela9ao com uma nova edigao da neurose clinica. Sua elucidagao leva teoria a organizar-se analista; 0 a descoberta do as e da neurose infanti!." (1998 p.309). Todo transferencia esse processo e possibilitado que desencadeia 0 estabelecimento pelo lugar de alteridade no qual da neurose analisando 0 suporta de 0 analista. A intervengao que 0 analisando analisando De acordo analisando 0 e essencialmente que diz e interprete. a desenvolver horizonte do que nao conceito do analista ouga sua propria cadeia silenciosa, no sentido de permitir 0 dizer nada do analista e, ao mesrno tempo, obriga designar 0 0 e dito. com 0 de transferencia", Dicionan'o 0 articular seu desejo. de psicanalise analista deve Freud oferecer 0 e Lacan vazio, no verbete assim permite "0 ao 16 E nesse lugar de naD saber pelo sujeito, de identifica 0 manejo das entrevistas preliminares naD dizer pelo sujeito, que se para possibilitar a entrada em analise. Permite que 0 sujeito em certo grau inicie a trabalho de se responsabilizar pelas suas eseelhas, pelo seu sintoma, pela sua demanda, tornar esta em demanda de analise. ~onosso conhecimento conhecimento acerca do material inconsciente dele; se Ihe comunicarmos em lugar de seu material inconsciente, nossa conhecimento, mas nao e equivalenteao ele nao 0 recebera aD lado do mesma; e isso causara bern pouca mudan,a no paciente." (FREUD, 1917 p. 509). o que mantem 0 sujeito em analise e possibilita a passagem para 0 diva e0 trabalho em fun,ao do sintoma analitico, ou seja, segundo Wachsberger "(...) sintoma preSQ na transferemcia 0 - ( .. ) - e isto nao se aprecia senao em relac;ao ao sujeito suposto saber." (1989 p. 27). 17 CASO CLiNICO Sofia, 40 anos. Inicio: abril de 2006 Casada, 2 filhos Inicial: Insatisfay2lo Queixa E em relay80 a sua profissao. assistente social, relata que por naD considerar importante a fUnyc30 do Serviyo Social nao se sente reconhecida enquanto profissional. Escolha pela profissao: Prestou vestibular para as seguintes cursos: Psicologia, Direito e Servicyo da prova do vestibular Passou em curso, mas como Social. Nao passou em psicologia e "esqueceu" a data de Direito. Serviyo Social, na epoca, diz, naD sabia muita caisa a respeito do naD teve ucompetencia" para passar em Dutro que Ihe agradasse mais decidiu dar continuidade. A insatisfa~o devido ell escolha profissional esteve sempre presente. Pensou em desistir do curso varias vezes, mas nao acredita que desistir de algo 0 fez, pois e sin6nimo de fraqueza. Por conseqOencia desta escolha acreditava que por seu merito nao teria a ascensao financeira tao desejada, assim 0 casamento seria sua (mica possibilidade de obte-Ia. Sabia que tinha que escolher um homem que representasse essa seguram;:afinanceira. Hoje questiona sua escolha novamente, pois 0 marido nao cumpriu com suas expectativas, eles tern uma situac;ao financeira estavel, com alguns momentos em que precisam fazer economia e se preocupar com 0 dinheiro. Eta se sente traida peto marido, diz saber que faram suas fantasias, de ascensao financeira em retayao ao casamento, mas pergunta par que ele nao conseguiu cumprir com essas fantasias. Afirma ter felto novamente uma escolha errada. Mantem-se no casamento assim como na profissao como puniC;aopelas mas escolhas que fez. Sua insatisfayao esta relacionada a falta de reconhecimento da sua profissao, relata que ela propria desqualifica a servico social, entende que na malaria das vezes trata-se de assistencialismo e e isso que as pessoas esperam dela. Acredita que para ser assistente social nao e necessaria ser muito intellgente. 18 Atualmente reconhecimento faz psicologia, Sua situayao atual passa por dificuldades gostaria optou esta diferente financeiras. marido, 0 Em varios A expressao marido. sente que tera maior Gostaria planejado, po is sua familia Sa be que naD pede mudar esperanc;;a na possibilidade ao fazer ne8sa situac;;ao, faz com que ela questione relatos de conversas sua alguem de de "melhora-Io". e discussoes com 0 como "eu pontuei para ele". utilizada utilizar muda-Io? mas mantem mementos marido ela utiliza termos do que havia Essa condiyilo como poderia acordo com sua vontade, reconhece porque Seria mais feliz S8 naD estivesse de "viver com rna is folga". relactao com por este curso profissional. muitas par vezes ela chama termos que ele fizesse analise, a aten98.0. Ao da psicologia em suas assim ele mudaria ser question ada, conversas com e consequentemente 0 ela seria mais feliz. Seu discurso marido. Segundo e frequentemente a paciente ele nao aceita e nem reconhece dirigido aos problemas e introspectiv~, suas opinioes, atribuidos nao sabe conviver tem muitos por ela ao com as pessoas, problemas no trabalho, em casa e com seus pais. Ap6s problemas um numero e do quanto tratamento, uma questao E 0 momento um tratamento Ap6s algumas quem do marido, necessita Seu relacionados 0 dele tambem que almeja. quais ela ele quem desses por pelo tratamento? os problemas a afetam fala procurasse do seu marido. e se ele se submetesse a ganhando. interven~6es 0 e no sentido de interrogar seu entendimento ele e, no entanto atual oscila entre a ele e a sua escolha, urn dia foi, porque pensa em ter dinheiro, si nas sobre quem 0 que a faz "pontuar" a insistemcia se submete em dizer 0 que e ao tratamento uma mudan~a. discurso tilo ideal quanto sess6es se ela esta ali para resolver qual e de analise de para ela se fosse 0 que motiva Sofia a procurar que os problemas todos sairiam ela, percebe-se melhor se imp6e: de interrogar Responde discurso consideravel seria questionar porque 0 ela depende se e essa a questao, esse escolheu, marido, porque tanto dele, e os problemas agora ele nao parece questiona pelo seu pr6prio trabalho, porque nao conquistar por 19 A sua hist6ria do marida. e de vida Sempre revelada depreciando aos poueos, ela compara sua familia a criag8.o que foi dada ao marido com a e enaltecendo sua relagc30 com seus pais e irmaos. Relata que sua infancia lembra de ter faltado comparando foi uma epoca nada. 0 que a paciente a infancia com a adolescencia, muitas eaisas, associa essas priv8c;6es estudo, nesta possibilidade epoca fantasiava Trabalha desde na infancia filhos. Lembra considerada nesta ultima sentia os quatorze com que ao decidir sempre trabalhar 0 nao habito meses depois estava de ouvir ao saber dessa que faria gravida que naD tinha apoio da familia, nas tarefas fora, ter um aborto problemas alguns dos Certo dia ouviu anos antes, ficou momenta sabia vestibular durante Diz as conversas pel os adultos prestou era seu dinheiro. 0 pois naquele somente pois domesticas. a interessava. historia, de crescer mais nova de sete atras das portas psicologia, e teve muitos vontade Ea de sua familia. e passou. Seis a gestac;ao e acabou do curso na epoca. 1a gestac;ao: significava Sente 0 nao aceitou, sentia que ficaria fim vida de sua muita culpa que essa era possivelmente Associa por esse momento. interrogada que pensou, relatou seu marido a respeito em ascensao. que estava chateada fantasias, como marido, resto da vida, ter mais estudar, que vomitava muito, 0 nem senti a sua rejeic;ao a gravidez. acontecesse nao a satisfaz dessas ao escolhe-Io Relata acarretar 0 poderia de fazer um aborto que se algo espontaneo Em uma sessao seu casamento, Nao uma forma de representar que nunca teria coragem pensava imprestavel produtiva. ao vomitar fazia muita forc;a e isso poderia sempre teve e esse "mundo" que tinha uma informaC;ao que era conhecida na epoca de pobre e sem cursos muita a ajudava para uma tia que havia sofrido Ha 13 an os decidiu teve ela queria trabalhar de estar informada triste pela mae, mas contente trabalhar. viagens, com a vida dos adultos. da mae, era quem crianc;a tinha gostava sua mae contar anos, era muito curiosa companhia Quando filho a essa questao que era privada ao fato de ser de familia muito, que esse trabaJho nao a agradava, desistindo morava em urn sitio, naD Responde de fazer par naD ter dinheiro. rapido, adultos, de fartura, quer dizer? por conta propria, fica ria aliviada. Sentia mas que urn aborto espontaneo. e desanimada da maneira seu discurso e que estaria como com relaC;ao ao ela fantasia. Quando e em relac;ao ao dinheiro. garantida Algo em um casamento 20 Nesses momentos naD con segue esse comportamento pune de desanimo S8 aproximar. como por naD valorizar nao sente Oiz saber uma forma suas vontade de conversar de sua importancia de contrale pontuac;oes sabre e consegue com para 0 marido ele. Agindo sua atenl(ao e1e, e utiliza assim para ela 0 que sua palavra tenha a devida importancia. Esse comportamento se afastar dele, sente Apresenta urn incernodo tambem falta fisico que chega a uma dificuldade Apresenta Ihe causa do cantata quando pois naD 905ta de priva nesses mementos. sente urn aperto certo sofrimento, fisico que ela age dessa 0 forma, no peito em respirar. uma insatisfac;ao con stante, S8 questiona porque que seu trabalho no hospital esta rna is interessante, e para ela tudo mais sofrido. Considera ela, mas tambem esta cursando "completo" para as pacientes Psicologia Trabalha Gasta do trabalha e esse fato na maternidade, Parte do seu trabalho gesta9aa somente quando no hospital e da dificuldade sentiu Sente a gravidez, lugar almejou que culpa, estudar par naquela cursar outra faculdade para novamente e possibilitar espera que ele mude porque espera dentro do tratarnento, mais nomeac;ao. recordar a como se deu sua a gravidez. Lembra mes da gesta9ao, que sua vida acabou. pensar estuda, a mudan~ sabre 0 que sua vida se permitiu enfim Esse questionamento passa acabaria depais de sua escolha seu dia a dia com que e que Acredita 0 depois de muitas da anas profissional. marido e a quanto a se questionar ela sabre a a leva para urn novo carninho deixa urn pouco de lado a historia de eventos sua ela, pade ser resumida no sexto acreditando epoca contar e dar mais enfase a sua propria de vida do rnarido e passa a historia. ante rio res ao casamento. historia passa a trazer conteudos desde e ser magra. para a sua satisfa9ao, que ele mude. parque urn atendimento a aceitar sua condiyao. trabalha, Apos urn ana de relatos nao s6 para e passivel essa relayao. que teve para aceitar mas continua Haje ela e magra, Lembra oferecer seu filho se mexendo, que nunca mais ira trabalhar gesta9aa. possibilita que possibilite pode sentir afeto pela crianc;a e passou Aceita Essa candi9aa que realiza com as maes, que, segundo rela9ao mae e filho, criar urn vinculo primeira que atende. de sua infancia Ao ser interrogada e adolescencia. sobre essa 21 Afirma que sempre esteve as valtas com a questao fata de ser a fHha mais nova de uma familia cavula tinha vantagens, quatro anos, exemplo, quando vezes a afirmavao Porem quando pelos assuntos diante associa aD issa de, dos irmaos par volta dos mais velhos, por tinha prioridade. ficou mais velha nao tinha do saber, crianc;as. Relata que ser a com a lembranva a pai a defender queria urn brinquedo pais sua opiniao interessava exemplifica inumeras com sete 0 fata de ser a mais nova a deixava valia. A analisante familiares, diz que era cheia era a familia chateada, de opinioes que naD tinha interesse e se em seus comentarios. Alem poderia do habito de ouvir ser relacionado estudou sabre com amigas reprodw):80 atras esses antes 0 Apresenta especial na escola em tudo que pelas gravidas, e organizava de professora ensinava reunioes tudo 0 que tema. ao fato de ate os seis an os de idade de ter visto nem ouvido nada, uma vida sexual ativa, pois na opiniao como momenta fazer um adendo Atualmente dormir mas acredita no que dela eles se amavam e afirma seu grupo de trabalho Outro fator relacionamento com vocacional, comigo 0 momento discussoes trabalha de escolha constantes habilidade com com um grupo profissional. seu suficiente marido e 0 para manter momento fato como ser pai. da um born ela diz que: nao sabe que essa e uma fase complicada. Queria H • que sua adolescemcia de pela adolescemc;a, com essa fase pela qual filho rna is velho deles. Em detenminado 0 Faz um relato demoravam gera que ele (0 marido) sofria em orientac;ao que ele nao possui que ele aprendesse disso, de sua vida a passagem que possui uma forte identificavao esta passando, que considerar "Ate parece crllico neste ponto. faz urn estagio de adolescentes, alergia na pele, foi complicada, furunculos, se achava machucados "horrorosa" constantes que a sarar. Contentava-se cogitava interessada um born relacionamento. e interessante paciente era urn interesse de ser ensinado elementos seus pais mantinham portas, de ter onde ela no papel dos pais. Diz nao lembrar mantinham das Lembra nos livros sabre Associa Alem seXD. em sua casa, havia aprendido quarto a a hipotese em se relacionar com as meninos de urn menino bonito se interessar mais par ela. feios, porque nao 22 Relata que foi um periodo pelo qual passava assim a sua escolha 56 poderia escolher bem dificil e complicado. profissional, uma profissao Relaciona estava em urn periodo abaixo de suas expectativas, este momenta de baixa 8stima mas que com certeza ela daria conta de concluir. Oiz ser insatisfeita, que sua insatisfag80 muitos riscos, mas tambem 0 as suas escolhas, que for mais comodo, a satisfa((80 esse casamento com sua profissao, e devida 0 sua familia. Associa estas sao sempre calculadas e sem assim naD carre 0 risco de perder muita coisa, que obtem e minima. e diz: "Ele era tudo seu casamento, Passa a questionar que eu nao era", porque escolheu 23 DISCUSSAO Freud no texto "Sabre a inicio do tratamento" com que material deve a tratamento e a questao Esta novo atendimento comegar?". langa a pergunta: "em que ponto e (1913 p. 176). crucial que permeia este estudo. A pergunta S8 repete a cada clinico iniciado. relac,;:2Io com 0 tema proposto, pais se Este casa em particular pareee ter estrita trata de uma mulher que em principia relata que toda a fonte de seus problemas marida, a que ela quer E func;ao do no manejo das entrevistas preliminares, analista, e possibilitar que a paciente implique, S8 trabalhar com e ditD par ele, que suas quest6es sejam essa queixa inicial, no sentido de retarnar ao analisante neste casa e0 e muda-Io. aquilo que pastas para enfim abrir caminho a sua problematica. Ha urn ano ela encontra-se este casa por dois angulos: em entrevistas primeiro preliminares. pode-se calcular desse tempo para querer saber de si e segundo 0 E passivel que a paciente analisar necessita manejo que e dado as entrevistas preliminares. Le Poulichet em seu livre "0 tempo na psicamllise" afirma que a experiencia analitica ea rememorac;ao partindo do jogo das associac;6es livres. Partindo desse pressuposto ira percorrer. insatislayao abre-se 0 caminho que a analisante 0 que a trouxe para a analise? com a profissao A resposta que exerce, Assistente em questao que ela fornece e: Sua Social. Mais adiante ela afirma que sabia ter feito uma escolha que nao Ihe agradava, no entanto acreditava na compensac;ao, atraves do casamento, preencheria toda lalta que par si nM dava conta de tapar. Na medida principalmente planejado, em que financeira, 0 tempo nao passa e esta se ve diante de uma situac;ao, satisfat6ria, parte em busca de um trabalho nao condizente Seus primeiro relatos podem ser condensados nao esta satisfeita e e responsabilidade capaz de muda-Io em func;ao do que ela deseja, dela. Sera? 0 que havia em urn aspecto: A analisante de seu marido. Eta admite saber que nao mudanc;a, que esta parta dele, consequentemente satislagao com analitico. mas mantem e a "esperanc;a" de esse movimento dele acarretara 24 Este case chama das suas escolhas, responsabilidade premissa atenc;ao porque a principio a de que quem eseelhe para concursos insatisfeita, publicos Servic;o social, daria conta de concluir e da nas mas eseelhas e na tambem do curso sabia que nao inicio 0 se dedicou voltados a que profissional. na epoca, parecia a trabalhos para a Servic;o na area, Social, sempre naD se permitiu durante mas tinha que sofrer par ter feito essa escolha, muitos anos tazer outra escolha o estava errado deve sofrer as conseqOemcias. mas mesma assim insistiu, se farmout estudar trazia a questao que eram suas eseelhas que tinha par elas? A problematica Ser assistente social: relata que desde gostava, esta paciente mas sera que ela tern consciencia mudou? a melhor opc;ao. Escolher assim nao passa pela frustra9aO um curso que de tentar algo que considera mais dificil e ter que se haver com sua propria falha. "T er que fazer", da paciente. familia: que, Quando Nao desistir, aos olhos questionadas "nao se permitiu", questionada nao deixar de seu pai, curs~ de Direito. Atualmente de quando No dia previsto quando relata pois relata afasta a sentimento o sao no discurso metade". fracas, este em epoca de vestibular acordou episodio pergunta "ainda" na afinna9ao de pensar momento se reconhece Tern para si constantemente sobra acima para 0 como uma uma mudan9a no discurso dessas dificil, nesse assim que ha uma predisposi9ao e sua responsabilidade diante a passagem do sujeito, da delas, mas em sua vida. de sua vida, mas este nao implica em analise, coisa dela implicado "ainda foi melhor ter esquecido.". que issa acarretara de entrada 0 havia esquecido. algo que considera pode significar suas escolhas fez a inscriC;ao para atrasada, algo pr6prio nao tentar de nao dar conta. Afinna: Ela fez um relato interessante mudanya, presentes que e algo que traz de "pela desistem para a prova, que prefere pode naa estar preparada o relata pendentes, que com ela, mas em seguida esquecimento, paciente assuntos pessoas sempre respeito de sua capacidade. Traz uma lembran9a aconteceu expressoes a esse para a diva, uma mudan9a deva subjetiva9aO. marcar uma de lugar, implicar-se em suas escolhas. Deste ponto surgem questoes com rela9ilo Como se da a manejo destas entrevistas Como manifeste. ponto de partida e necessaria Pelo relato do caso pode-se ao tema para possibilitar apostar que proposto. a entrada da queixa na questao A principal e: em analise? inicial a sintoma da insatisfa9ao. se 25 Pelo discurso sup5e conversivo apareceu, sintoma trabalhar para emergEmcia ampliar do que S8 0 que relato e anaHtico do sujeito em questao, analise, 0 momento, de sua histerica, no discurso hist6ria porem E da paciente. de vida, nenhum necessario possibilitando assim a repete. No trabalho venha trata de uma neurose S8 ate assim entende-s8 extremamente ista dara que esta e do importante a direyao, paciente deixar que "assunto" 0 que marcan3 a demanda e ele e responsavel de pela escolha de estar ali. a texto analista tundamenta-se do analisante esta suposta esta inscrita to alguns quest6es Trata-se, a trabalho urn tema. si, que envolve sua queixa? de alivio. se escolhe sobre e Qual demanda, cruciais, esta resposta no inconsciente que em principia e emerge em funyEio analitico. Iniciar uma analise analista? elementos na figura do analista do trabalho a do tato de saber que "nao M tala sem resposta". jil contem como: 0 que 0 que traz 0 sujeito neste primeiro momenta, parte de pontos especificos, a partir da tala do sujeito, aspectos irnportantes quando sao ate 0 de sofrimento, de isso nao quer dizer que este nos diz delirnitados para 0 que sabe possibilitar 0 trabalho. A paciente analitico em questao vai alem da presenya do marido. No trabalho em momento escolhe fisica. iniciar urn tratamento, atual, tendo partido desta demanda, de questionar porem, No caso a demand a recorrente a sua insatisfa9ao a analisante com esse marido 0 trabalho e a mudan~a se encontra e percebe que alem dele muitas outras coisas nao a satisfazem. E possivel associar pod em ser utilizados para 0 alguns aspectos para questiona-Ia, da hist6ria como manejo da paciente, sao dados para possibilitar que a passagem diva. A analisante faltava, destaca satisfeitas. estima, Em contra partida a vantagem Oestaca-se pais e associar quest6es relata que quando principalmente crianc;a vivia uma epoca de "fartura", a atenc;ao do pai para que suas a adolescencia e lembrada de ser crian9a ja nao contava tambem a essa 0 uma epoca seu interesse e seu fascinio, pelas quando nada Ihe fossem de baixa rna is a seu favor. fato de ate as seis anos de idade dormir epoca sabre reprodu9ao como vontades quest6es crianya, no quarto sexuais, par mulheres dos destacando gravidas. 26 Quando crian<;a se satisfazer suas vontades, paciente, que adolesc€mcia quisesse prevalecia em alem de sua palavra cargo pais eram ell vontade dos a trabalhar, aquilo que queria, de Assistente Um aspecto quando a analista parada, enigmatiza o analista e deste posiciana mas 0 assim Social. dinheiro ea como Atualmente, que ganhava sua situ8r;ao mesma da velhos. Na sua familia exemplifiea com naD era suficiente para sua de entrevistas pontua96es cortes sao menos carreira, depende com urna situa9ao que marca a mudanya a fazer algumas atual em relac;ao ao seu com passa preliminares na discursa enigmatizantes. do melhor. e para analise do paciente. pelo sujeito. Faz No inicio do 0 que possibilita e intensifica e a transferencia. tern a responsabilidade trabalho que surge com 0 a discurso manejo das entrevistas analitico e a sujeito prelim ina res, em analise se diante de seu inconsciente. Ela escolheu esse marido que e passivel fazer extensao que eliminaria dela, escolha, par discurso que gostaria, aquilo que esta sendo dito com certeza esses este ato analitico pais 0 mais tudo que desejava, marida, que assim como sua familia a deixa fantasiando tratamento responsaveis com irmaos naD ter a importancia de [he oferecer as de acordo roupas, entre Qutras eoisas. Comecou camprar seus principalmente, relac;ao naD era capaz, financeiramente, cursos, viagens, alga significando um marido pelo que ele representava, a partir do discurso seus inteligente, dela defeitos, e camo uma imagem se a marido pais acreditava com uma carreira ter feito promissora, recorrente fosse uma sem falhas uma otima ela diz, alguem que nao era como ela. Seria tratando interessante para de uma imagem que ela nao e", no minimo listar seus defeitos. negativo, Tudo nao valorizado Como e neste trabalho urn caso a rumo passar por esse percurso, e que a descole deve 0 que seu haver marido homem fizesse como urn incernodo que urn dia Ihe pareceu analise, pois um ser sem falhas, em atualmente qualidade em se "tudo a s6 conseguir hoje tern urn aspecto por ela. em andamento, sao relevantes, sendo ela que faz desse do tratamento, entende-se mas nao conc\usivas. mas pelo ainda faz-se urn tanto da historia que que as quest6es se percebe necessario de seu rnarido. levantadas Pod em testemunhar 0 resgate a analisante qual esta necessita de sua hist6ria de vida 27 Entretanto, como ate aqui se demonstrou, e imperativQ urn determinado manejo, que seja estritamente analitico, por parte do psicanalista, para que de uma queixa au de urna demanda qualquer advenha urna demanda de analise. Assim, naD se pode evitar a pergunta acerca de se esse manejo, no casa em a conduc;ao au direC;Bo do tratamento questao, ista vern sendo suficientemente depois de urn ana de entrevistas ainda nae se propiciou a passagem analltiea, ao diva. e, se ja que 28 CONSIDERM';OES o durante fato de estar trabalho 0 no inicio de explicitar conceitos aprofundar e ern entrevistas formayao como analista preliminares, e a mais de motivou a tentativa neste processo. que talar sobre 0 inicio demasiadamente provavelmente em de urn tratamento porem psicanalise, em cad a conceito, com pais tornaria a 0 analitico e talar func;:ao de naD trabalho extenso e sem conclusao. Tratando-se ser tao incisivD, verdades envolvidas fundamenlais para com urn caso que esta em andamento se encontra as quest6es D interessante sobre de urn percurso cHnico deparar urn ano e a analisante FINAlS do trabalho nas Entrevistas nao questiona em demasia, 0 analista Preliminares nao se imp6e tende a a desconstruyao naD das do sujeito. Pais e analitico, e 0 0 momenta momento e 0 sujeito medida que de verificar do individuo a possibilidade de se iniciar se par em questao urn trabalho e reconhecer em certa de suas escolhas. e "Desconfiar do 6bvio 0 que de mais util, creio, Freud nos ensina. E da materia instavel dessa inquietayao que sao feitas as suas grandes descobertas. Assim que ele se pOe a salvo da tentacao do sentido ao afirmar, par exemplo, sobre as formayOes substitutivas que 0 que dita as substituiyOes noao e a semelhan(fa entre as coisas denotadas, mas a das palavras empregadas para expressa~la." (VALORE, 1997). e E a palavra que da a diret;ao do sujeito que permeia 0 ao tratamento, manejo e 0 espat;o Esses as paradas dao suporte a entrada o titulo deste trabalho diz: 0 manejo das entrevistas tern sua funt;ao, ele faz parte deste o analista verdades, E do analisando, manejo ao discurso associado desconstruindo as suas certezas, em analise. ele, como diz Valore (1997), desconfia esse oferecido elementos interrogat;oes, 0 no discurso deste. que possibilita prelim ina res. Supoe que processo de desconstrut;ao das do 6bvio e questiona. transferemcia, que instala a Neurose de transferemcia. Esse tratamento devido periodo analitico. a estrutura de entrevistas Verificar do sujeito, par que esta ali, reconhecer preliminares a possibilidade possibilitar seu sintoma: cumpre alguns de dar continuidade uma retificat;ao Como sofre. subjetiva, objetivos de urn ao tratamento 0 sujeito saber 29 Entende-se analitico, discurso porem que esses aspectos aeirna citados este e em VaG se nao he. transferemcia. sao cruciais E para a trabalho pela transferencia do sujeito muda, a posi~ao dele diante do seu sintoma muda. que 0 30 REFERENCIAS CALLI GARIS, C. Cartas a BIBLlOGRP.FICAS urn Jovem Terapeuta. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. FREUD, S (1912). A dinamica da transferencia. In: __ . Edi~iio Standard Brasileira das Obras Psicol6gicas Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, v. XII, 1969. ___ . (1913). Sobre 0 inicio do tratamento: Novas recomenda90es sobre a tecnica da Psicanalise I. In: __ " Edi~ao Standard Brasileira das Obras Psicologicas Completas de Sigmund Freud. 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