Capítulo 5 Gases • Substâncias que Existem como Gases • Pressão de um Gás • Leis dos Gases • Equação do Gás Ideal • Estequiometria com Gases • Lei de Dalton das Pressões Parciais • Teoria Cinética Molecular dos Gases • Desvios ao Comportamento Ideal Copyright © McGraw-Interamericana de España. Autorização necessária para reprodução ou utilização Equação do Gás Ideal Lei de Boyle: V α 1 (com n e T constantes) P Lei de Charles: V α T (com n e P constantes) Lei de Avogadro: V α n (com P e T constantes) Vα nT P V = constante × nT P =R nT P R é a constante dos gases PV = nRT 5.4 As condições 0ºC e 1 atm chamam-se condições de pressão e temperatura padrão (PTP). Experiências demonstram que a PTP, 1 mole de um gás ideal ocupa 22,414 L. PV = nRT (1 atm)(22,414L) PV R= = nT (1 mol)(273,15 K) R = 0,082057 L • atm/(mol • K) 5.4 Qual é o volume (em litros) ocupado por 49,8 g de HCl a PTP? T = 0 0C = 273,15 K PV = nRT nRT V= P V= P = 1 atm n = 49,8 g × 1 mol HCl = 1,37 mol 36,45 g HCl L • atm 1,37 mol × 0,0821 mol × 273,15 K •K 1 atm V = 30,6 L 5.4 O árgon é um gás inerte usado no interior das lâmpadas para retardar a vaporização do filamento. Uma lâmpada contendo árgon a 1,20 atm a 180C foi aquecida a 850C, a volume constante. Qual é a pressão final do árgon no interior da lâmpada (em atm)? PV = nRT nR P = T V P1 T1 P2 = P1 × = n, V e R são constantes = constante P1 = 1,20 atm P2 = ? T1 = 291 K T2 = 358 K P2 T2 T2 T1 = 1,20 atm × 358 K 291 K = 1,48 atm 5.4 Estequiometria com Gases Calcule o volume de CO2 produzido a 370 C e 1,00 atm quando 5,60 g de glucose são consumidas na reacção: C6H12O6 (s) + 6O2 (g) g C6H12O6 5,60 g C6H12O6 V= × nRT = P 6CO2 (g) + 6H2O (l) mol C6H12O6 1 mol C6H12O6 180 g C6H12O6 × mol CO2 6 mol CO2 1 mol C6H12O6 V CO2 = 0,187 mol CO2 L • atm × 310,15 K mol • K 1,00 atm 0,187 mol × 0,0821 = 4,76 L 5.5 Lei de Dalton das Pressões Parciais V e T são constantes Misturando os gases P1 P2 Ptotal = P1 + P2 5.6 Considere dois gases, A e B, num recipiente de volume V. nART PA = V nA é o número de moles de A nBRT PB = V nB é o número de moles de B nA XA = nA + nB PT = PA + PB PA = XA PT nB XB = nA + nB PB = XB PT Pi = Xi PT fracção molar (Xi ) = ni nT 5.6 Uma amostra de gás natural contém 8,24 moles de CH4, 0,421 moles de C2H6 e 0,116 moles de C3H8. Se a pressão total dos gases for 1,37 atm, qual é a pressão parcial do propano (C3H8)? Pi = Xi PT PT = 1,37 atm 0,116 Xpropano = 8,24 + 0,421 + 0,116 = 0,0132 Ppropano = 0,0132 × 1,37 atm = 0,0181 atm 5.6 Capítulo 6 Termoquímica • Natureza da Energia e Tipos de Energia • Variações de Energia em Reacções Químicas • Introdução à Termodinâmica • Entalpia de Reacções Químicas • Calorimetria • Entalpia de Formação e de Reacção Padrão • Calores de Solução e de Diluição Copyright © McGraw-Interamericana de España. Autorização necessária para reprodução ou utilização Energia é a capacidade de realizar trabalho • Energia radiante ou energia solar — provém do Sol e é a fonte de energia primária da Terra. • Energia térmica — energia associada ao movimento aleatório dos átomos e das moléculas. • Energia química — energia armazenada dentro das unidades estruturais das substâncias químicas. • Energia nuclear — energia armazenada no conjunto de neutrões e protões do átomo. • Energia potential — energia disponível como consequência da posição de um objecto. 6.1 Variações de Energia em Reacções Químicas O calor é a transferência de energia térmica entre dois corpos que estão a temperaturas diferentes. Temperatura é a medida da energia térmica. Temperatura = Energia térmica 900C 400C energia térmica superior 6.2 A termoquímica estudo do calor posto em jogo nas reacções químicas. O sistema é a parte específica do universo que nos interessa. SISTEMA Aberto Transferência: Massa e Energia Fechado Isolado Energia Nada 6.2 Processo exotérmico — qualquer processo que liberte calor (transfere energia térmica do sistema para a vizinhança). 2H2 (g) + O2 (g) H2O (g) 2H2O (l) + energia H2O (l) + energia Processo endotérmico — qualquer processo em que se tem de fornecer calor ao sistema a partir da vizinhança. energia + 2HgO (s) energia + H2O (s) 2Hg (l) + O2 (g) H2O (l) 6.2 Exotérmico Endotérmico 6.2 Termodinâmica Funções de estado — propriedades que são determinadas pelo estado do sistema, independentemente do modo como ele foi atingido. energia, pressão, volume, temperatura ∆E = Efinal – Einicial ∆P = Pfinal – Pinicial ∆V = Vfinal – Vinicial ∆T = Tfinal – Tinicial A energia potential do caminhante 1 e do caminhante 2 é a mesma apesar de usarem trilhos diferentes. 6.3 Primeira lei da termodinâmica — a energia pode ser convertida de uma forma noutra, mas não pode ser criada ou destruída. ∆Esistema + ∆Evizinhança = 0 ou ∆Esistema = –∆Evizinhança C3H8 + 5O2 3CO2 + 4H2O Reacção química exotérmica! Energia química perdida por combustão = Energia ganha pela vizinhança sistema vizinhança 6.3 Uma forma mais útil da primeira lei ... ∆E = q + w ∆E = varição da energia interna do sistema q = troca de calor entre o sistema e a vizinhança w = trabalho efectuado sobre (ou pelo) sistema w = –P∆V quando um gás se expande contra uma pressão externa constante 6.3 Trabalho Efectuado sobre o Sistema w = Fd ∆V > 0 –P∆V < 0 w = –P ∆V wsis < 0 F P × V = 2 × d3 = Fd = w d O trabalho não é uma função de estado! ∆w = wfinal – winicial inicial final 6.3 Uma amostra de azoto gasoso expande-se em volume de 1,6 L até 5,4 L a temperature constante. Qual é o trabalho efectuado em joules se o gás se expandir (a) no vácuo e (b) sob uma pressão constante de 3,7 atm? w = –P ∆V (a) ∆V = 5,4 L – 1,6 L = 3,8 L P = 0 atm W = –0 atm × 3,8 L = 0 L • atm = 0 J (b) ∆V = 5,4 L – 1,6 L = 3,8 L P = 3,7 atm w = –3,7 atm × 3,8 L = –14,1 L • atm w = –14,1 L • atm × 101,3 J = –1430 J 1 L • atm 6.3 Entalpia e a Primeira Lei da Termodinâmica ∆E = q + w A pressão constante: q = ∆H e w = –P∆V ∆E = ∆H– P∆V ∆H = ∆E + P∆V 6.4 Reacções Exotérmicas e Endotérmicas Reacção endotérmica 2 HgO(s) + 182 kJ → 2 Hg(l) + O2(g) ∆H = + 182 kJ Reacção exotérmica Fe2O3(s) + 2 Al(s) → Al2O3(s) + 2 Fe(s) + 849 kJ ∆H = - 849 kJ 22 A entalpia (H) é utilizada para quantificar o fluxo de calor libertado ou absorvido por um sistema num processo que ocorre a pressão constante. ∆H = H (produtos) – H (reagentes) ∆H = calor libertado ou absorvido durante a reacção a pressão constante Hprodutos > Hreagentes ∆H > 0 Hprodutos < Hreagentes ∆H < 0 6.4 Equações Termoquímicas ∆H é negativo ou positivo? O sistema absorve calor Endotérmico ∆H > 0 6,01 kJ são absorvidos por cada mole de gelo que funde a 00C e 1 atm. H2O (s) H2O (l) ∆H = 6,01 kJ 6.4 Equações Termoquímicas ∆H é negativo ou positivo? O sistema liberta calor Exotérmico ∆H < 0 890,4 kJ são libertados por cada mole de metano queimado a 250C e 1 atm. CH4 (g) + 2O2 (g) CO2 (g) + 2H2O (l) ∆H = –890,4 kJ 6.4 Equações Termoquímicas • O coeficiente estequiométrico refere-se sempre ao número de mole de uma substância. H2O (s) • ∆H = 6,01 kJ Se inverter uma reacção o sinal de ∆H altera-se. H2O (l) • H2O (l) H2O (s) ∆H = –6,01 kJ Se multiplicar ambos os membros da equação por um factor n o ∆H deve alterar-se pelo mesmo factor n. 2H2O (s) 2H2O (l) ∆H = 2 × 6,01 = 12,0 kJ 6.4 Equações Termoquímicas • O estado físico de todos os reagentes e produtos deve ser especificado. H2O (s) H2O (l) ∆H = 6,01 kJ H2O (l) H2O (g) ∆H = 44,0 kJ Que quantidade de calor é desenvolvido quando 266 g de fósforo branco (P4) ardem no ar? P4 (s) + 5O2 (g) 266 g P4 × P4O10 (s) 1 mol P4 123,9 g P4 × ∆H = –3013 kJ 3013 kJ = 6470 kJ 1 mol P4 6.4 Comparação de ∆H e ∆E 2Na (s) + 2H2O (l) 2NaOH (aq) + H2 (g) ∆E = ∆H– P∆V ∆H =–367,5 kJ/mol A 250C, 1 mole H2 = 24,5 L a 1 atm P∆V = 1 atm × 24,5 L = 2,5 kJ ∆E = –367,5 kJ/mol – 2,5 kJ/mol = –370,0 kJ/mol 6.4 O calor específico (c) de uma substância é a quantidade de calor necessária para elevar de um grau Celsius a temperatura de um grama da substância. A capacidade calorífica (C) de uma substância é a quantidade de calor necessária para elevar de um grau Celsius a temperatura de uma dada quantidade da substância. C = mc Calor (q) absorvido ou libertado: q = mc∆t q = C∆t ∆t = tfinal – tinicial 6.5 Quanto calor é libertado quando uma barra de ferro com 869 g arrefece de 940C para 50C? c (Fe) = 0,444 J/g • 0C ∆t = tfinal – tinicial = 50C – 940C =–890C q = mc∆t = 869 g × 0,444 J/g • 0C x –890C = –34 000 J 6.5 Calorimetria a Volume Constante qsis = qágua + qcal+ qreac qsis = 0 qreac = – (qágua + qcal) qágua = mc∆t qbomb = Ccal∆t Reacção a V constante ∆H = qreac Não há entrada nem saída de calor! ∆H ~ qreac 6.5 Calorimetria a Pressão Constante qsis = qágua + qcal + qreac qsis = 0 qreac = – (qágua + qcal) qágua = mc∆t qcal = Ccal∆t Reacção a P constante ∆H = qreac Não há entrada nem saída de calor! 6.5 6.5 Química em Acção: Valores Energéticos de Alimentos e de Outras Substâncias C6H12O6 (s) + 6O2 (g) 6CO2 (g) + 6H2O (l) ∆H = –2801 kJ/mol 1 cal = 4,184 J 1 Cal = 1000 cal = 4184 J Como não há maneira de determinar o valor absoluto da entalpia de uma substância tenho que medir as alterações da entalpia para cada uma das reacções em causa? Estabeleça uma escala arbitrária com a entalpia de formação padrão (∆Hf0) como ponto de referência para todas as expressões de entalpia. Entalpia de formação padrão (∆Hf0) ― calor posto em jogo quando se forma uma mole de um composto a partir dos seus elementos à pressão de 1 atm. A entalpia de formação padrão de qualquer elemento na sua forma mais estável é zero. ∆H0f (O2) = 0 ∆H0f (O3) = 142 kJ/mol ∆H0f (C, grafite) = 0 ∆H0f (C, diamante) = 1,90 kJ/mol 6.6 6.6 Entalpia de formação padrão (∆H0reac) ― entalpia de uma reacção levada a cabo a 1 atm. aA + bB cC + dD ∆H0reac = [ c∆H0f (C) + d∆H0f (D) ] – [ a∆H0f (A) + b∆H0f (B) ] ∆H0reac = Σ n∆H0f (produtos) – Σ m∆Hf0 (reagentes) Lei de Hess ― quando os reagentes são convertidos em produtos, a variação de entalpia é a mesma quer a reacção se dê num só passo ou numa série de passos. A entalpia é uma funcão de estado. Não interessa como se chega lá, apenas é importante onde se começa e onde se acaba. 6.6 Calcule a entalpia de formação padrão do CS2 (l): C(grafite) + O2 (g) CO2 (g) S(rômbico) + O2 (g) ∆H0 reac ∆H0reac = –296,1 kJ SO2 (g) CS2(l) + 3O2 (g) = –393,5 kJ CO2 (g) + 2SO2 (g) ∆H0 = –1072 kJ reac 1. Escreva a entalpia de formação da reacção para CS2 C(grafite) + 2S(rômbico) CS2 (l) 2. Adicione as entalpias dadas: C(grafite) + O2 (g) + ∆H0reac = –393,5 kJ ∆H0reac= –296,1 × 2 kJ 2S(rômbico) + 2O2 (g) 2SO2 (g) CO2(g) + 2SO2 (g) CS2 (l) + 3O2 (g) C(grafite) + 2S(rômbico) 6.6 CO2 (g) ∆H0reac= +1072 kJ CS2 (l) 0 ∆Hreac = –393,5 + (2 × –296,1) + 1072 = 86,3 kJ O benzeno (C6H6) arde no ar e produz dióxido de carbono e água líquida. Calcule o calor libertado por mole de benzeno consumido? A entalpia de formação padrão do benzeno é 49,04 kJ/mol. CO =-393.5 2 H2O=-241.8 2C6H6 (l) + 15O2 (g) 12CO2 (g) + 6H2O (l) ∆H0reac = Σ n∆H0f (produtos) – Σ m∆Hf0 (reagentes) ∆H0reac = [ 12∆H0f (CO2) + 6∆H0f (H2O)] – [ 2∆H0f (C6H6)] ∆H0reac = [ 12 × –393,5 + 6 × –241.8 ] – [ 2 × 49,04 ] = –... kJ –... kJ 2 mol = –... kJ/mol C6H6 6.6