GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DE POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO COORDENADORIA DE ENSINO MÉDIO E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS Disciplina Física Série: 1a Bimestre: 1 Conteúdo Conceituação de Trabalho Tempo de desenvolvimento do conteúdo (incluindo a avaliação) 6 horas Competências a serem construídas Calcular o trabalho realizado por uma força aplicada na mesma direção da velocidade. Explicar em que casos o trabalho realizado por uma força é positivo, negativo ou nulo. Conceitos prévios (competências já construídas) Conceito de força; Conceito de deslocamento; Conceito de Energia; Conservação da Energia; Competência em construção de gráficos; Competência em interpretação de gráficos. Referencial Teórico O conceito de trabalho está intimamente ligado com processos de transformação observados na natureza. O Trabalho deve ser entendido como uma maneira que energia pode ser transferida de um sistema para outro sistema devido à ação de forças que um sistema exerce sobre outro. Juntamente com o Calor, o Trabalho não pode ser atribuído a um sistema ou a outro, mas deve ser entendido como energia em trânsito entre dois sistemas, um cedendo energia e outro recebendo energia. É importante chamar a atenção de que a energia transferida tanto na forma de Calor como na de Trabalho, ao ser absorvida por um sistema físico será armazenada por este sistema em uma das formas internas ao sistema (potencial ou cinética). Parque dos Poderes – Bloco V – Campo Grande-MS – CEP 79031-902 – Fone (067) 3318-2225/2228 Fax: 3318-2225 – Home Page da Secretaria www.sed.ms.gov.br GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DE POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO COORDENADORIA DE ENSINO MÉDIO E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS Dificuldades esperadas A palavra trabalho no dia-a-dia dos sujeitos está muito ligada ao esforço e, também, à ocupação. Este é um obstáculo verbal que tem origem na tradução do termo para o português. A confusão se origina porque em muitas situações o esforço realizado por alguém se confunde com a noção física de trabalho. Por exemplo, ao carregar uma pilha de tijolos em uma construção o trabalhador realiza esforço, no sentido do senso comum, mas também realiza trabalho, no sentido da física. Por outro lado, ao realizar esforço empurrando uma parede ao alongar depois de um exercício, o atleta realiza esforço, mas não realiza trabalho do ponto de vista da física, uma vez que não há deslocamento. Metodologias sugeridas Neste tópico, sugerimos ao professor que inicie a temática Trabalho verificando com seus alunos o que eles entendem por essa palavra. A seguir, o professor procurará diferenciar os conceitos de esforço e trabalho no cotidiano dos alunos e construir a ideia de que mais trabalho é realizado ao deslocarmos algo por distâncias maiores ou objetos mais pesados a uma mesma distância. Neste momento, o foco deve ser a construção conceitual, ainda sem formalização matemática deste conceito. O professor deve partir de situações do cotidiano dos sujeitos, buscando nelas os exemplos. São situações deste tipo: um aluno empurrando ou carregando outro por certa distância. Uma pessoa que empurra um objeto na horizontal ou em um plano inclinado. As situações abordadas devem contemplar neste primeiro momento a ação de uma única força atuando na direção da velocidade. Tendo ultrapassada esta etapa de construção conceitual, o professor pode começar a formalização matemática desta situação, perguntando aos alunos qual das expressões abaixo eles acreditam poder caracterizar o trabalho (que será indicado pela letra T): a) 𝑇 = 𝐹 + 𝑑; b) 𝑇 = 𝐹𝑑; c) 𝑇 = 𝐹𝑑 2 . A escolha de qual das equações é provavelmente a mais adequada para quantificar o trabalho realizado deve ser feita pelos alunos, a partir da comparação entre a noção intuitiva de trabalho construída na etapa anterior e a sua quantificação. Por exemplo, a partir da expressão a poderíamos ter trabalho mesmo sem ausência de força ou sem que a força tenha agido durante certo deslocamento. A opção c nos levaria a supor que se Parque dos Poderes – Bloco V – Campo Grande-MS – CEP 79031-902 – Fone (067) 3318-2225/2228 Fax: 3318-2225 – Home Page da Secretaria www.sed.ms.gov.br GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DE POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO COORDENADORIA DE ENSINO MÉDIO E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS dobrássemos a distância o trabalho ficaria multiplicado por 4, o que não está de acordo com a noção intuitiva desenvolvida anteriormente. A opção b deveria então ser escolhida como a mais provável, por apresentar as características da noção intuitiva de trabalho: se dobrarmos a força ou a distância percorrida o trabalho dobra, se não houver força atuando ou não houver deslocamento o trabalho é nulo. É importante que o professor leve os alunos a perceberem que quando há realização de trabalho o estado do sistema muda: se o objeto estava em repouso ele adquire velocidade ou muda de velocidade caso esteja em movimento. Isto nos leva a construir a relação entre trabalho e variação da energia cinética dos objetos. Da mesma forma, o professor deve analisar situações nas quais o trabalho é realizado para elevar um objeto, aumentando desse modo a energia potencial do sistema. Tendo construído estas duas situações (deslocamento horizontal com variação de energia cinética e deslocamento vertical com variação da energia potencial) o professor pode discutir o que aconteceu com a energia do sistema quando o sistema recebeu trabalho e quando o sistema realiza trabalho. Neste momento, a convenção de sinais para o Trabalho recebido pelo sistema (negativo) e realizado pelo sistema (positivo) deve ser introduzida e justificada em função da conservação da energia do sistema: ∆𝐸 = −∆𝑇. Ou seja, quando o sistema realiza trabalho sua energia diminui e quando recebe trabalho sua energia aumenta. A diferenciação entre forças internas e externas ao sistema deve ser explorada aqui. O professor deve levar os alunos a perceberem que somente forças externas (isto é, aquelas exercidas pela vizinhança do sistema) podem modificar a quantidade total de energia do sistema. A ação de forças internas apenas faz com que a energia armazenada na forma potencial se transforme em cinética. O exemplo do objeto que é levantado do chão até uma prateleira e que depois cai é útil para explorar estes dois aspetos. Tendo inserido a ideia quantitativa de trabalho, o professor pode pedir aos alunos que a aplique aos casos discutidos anteriormente, na fase de construção conceitual. Terminada a aplicação, o professor pode pedir que os alunos construam, para uma situação hipotética apresentada na forma de um quadro (como o Quadro 1), um gráfico Parque dos Poderes – Bloco V – Campo Grande-MS – CEP 79031-902 – Fone (067) 3318-2225/2228 Fax: 3318-2225 – Home Page da Secretaria www.sed.ms.gov.br GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DE POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO COORDENADORIA DE ENSINO MÉDIO E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS de força como variável dependente e deslocamento como variável independente e calculem a área do gráfico assim construído. Quadro 1 – Dados hipotéticos para a construção do gráfico da força versus deslocamento (força constante). Posição ao longo da trajetória (m) Força aplicada (N) 0 5 1 5 2 5 3 5 4 5 5 5 O objetivo deste exercício é identificar a área deste tipo de gráfico como sendo o trabalho realizado pela força. A partir deste exemplo, a generalização para o caso de uma força não constante pode ser feita a partir do Quadro 2. Tendo construído o conceito de trabalho de uma força na direção do movimento, o professor pode discutir o caso em que a força está em uma direção que faz certo ângulo com a direção do movimento. Neste caso, a decomposição da força em duas direções (horizontal e vertical) deve ser discutida juntamente com a ação de cada componente desta força em relação ao trabalho realizado. Deve ser discutido o fato de que em um movimento horizontal com força oblíqua a este movimento, o objeto não se desloca na direção vertical, portanto o trabalho executado nesta direção é nulo (não há deslocamento: d = 0), restando somente o deslocamento na direção horizontal e a parte da força que atua nesta direção. Logo: 𝑇 = 𝐹𝑐𝑜𝑠(𝜃)𝑑. Parque dos Poderes – Bloco V – Campo Grande-MS – CEP 79031-902 – Fone (067) 3318-2225/2228 Fax: 3318-2225 – Home Page da Secretaria www.sed.ms.gov.br GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DE POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO COORDENADORIA DE ENSINO MÉDIO E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS Quadro 2 – Dados hipotéticos para a construção do gráfico da força versus deslocamento (força variável). Posição ao longo da trajetória (m) Força aplicada (N) 0 0 1 1 2 2 3 2 4 2 5 0 Formas de avaliação A avaliação deve ser realizada a partir de problemas que envolvam o cálculo do trabalho realizado por diferentes forças (sempre uma única força) em situações do cotidiano dos sujeitos. Sugere-se um exercício envolvendo o cálculo direto do trabalho realizado (sendo conhecida a força e o deslocamento), outro envolvendo a interpretação de um gráfico dado e outro no qual os alunos devem identificar as situações nas quais há trabalho sendo realizado ou não. Uma questão envolvendo o caso de força oblíqua à direção do movimento pode ser inserida na avaliação. Também pode constar da avaliação o cálculo da variação da energia em um sistema quando trabalho é realizado sobre ele (similar ao objeto que é levantado). Materiais que podem ser utilizados para o desenvolvimento destas atividades Fotos de situações do cotidiano; Filmes mostrando situações em que o trabalho é realizado e situações onde há somente esforço; Ilustrações e diagramas; Textos sobre o tema; Experimentos demonstrativos; Aula expositiva dialogada. Parque dos Poderes – Bloco V – Campo Grande-MS – CEP 79031-902 – Fone (067) 3318-2225/2228 Fax: 3318-2225 – Home Page da Secretaria www.sed.ms.gov.br