Tomada de decisões na demência

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Tomada de decisões na demência
Daniel C. Mograbi
O que é a demência?
Demência é usado como um termo amplo e descritivo –
síndrome
Não é o mesmo que envelhecimento!
Revisão do DSM-V (2013) – Transtorno neurocognitivo
maior
Doença de Alzheimer, vascular, degeneração
frontotemporal, demência de corpos de Lewy, mista, +
demências causadas por outras doenças (e.g.Parkinson,
Huntington)
Por que estudar demência?
Prevalência de demência aumenta em faixas etárias mais altas
Aumento global da
expectativa de vida,
sobretudo em países em
desenvolvimento, fará com
que o número de afetados
dobre a cada 20 anos (ADI,
2014)
Condição progressiva, neurodegenerativa,
sem cura até então
Impacto social e econômico imenso
Capacidade decisória na demência
Capacidade decisória (CD) – competência para tomar decisões
informadas
Exemplos
- Escolhas de tratamento
- Dirigir ou morar sozinho
- Consentimento livre e esclarecido para pesquisa
- Decisões financeiras
Impacto clínico e implicações ético-legais
Questão pouco explorada no Brasil
Como decidimos?
Tradicionalmente, a tomada de decisão foi estudada a partir do
que se chama uma perspectiva utilitarista
- Diante de uma série de opções, uma única decisão seria a
correta
- O agente seria racional
- Maneira como as opções são descritas não teria influência no
processo decisório
Esta perspectiva passa a ser relativizada
Kahneman & Tversky
Como decidimos?
Damásio – Hipótese do marcador somático
Estados fisiológicos relacionados à experiência de emoção
auxiliam no processo de tomada de decisão, ao sinalizar
potenciais associações de que não temos consciência
Cortex orbito-frontal – relação com
recompensas e processamento hedônico
Como decidimos?
Processamento emocional – contribui com a avaliação afetiva da
situação
Funções executivas – permitem o planejamento da ação, a
manipulação da informação, monitoramento da atividade
Memória – possibilita a aprendizagem e comparação com
situações anteriores, a avaliação de consequências futuras
Processos perceptivos e atencionais – fundamentais para a
apreciação de elementos que constituem a situação
Capacidade decisória na demência
Fenômeno heterogêneo:
- Pessoas com quadros demenciais mais graves tipicamente
têm mais dificuldades
- Perfil cognitivo particular do paciente
- Fatores psicossociais também devem ser considerados
Capacidade decisória na demência
Alguns estudos indicando comprometimento para
escolhas de tratamento (e.g. Karlawish et al., 2005) e outros
apontam preservação em estágios iniciais (e.g.
Okonkwo et al., 2006)
Consciência da doença é uma variável com
considerável impacto (Cosentino et al., 2012)
Capacidade de distinguir os benefícios e riscos de
protocolos de pesquisa relativamente preservada
em estágios iniciais, ainda que pior do que de
participantes-controle (e.g. Downs et al., 2002)
Capacidade decisória na demência
No que se refere a decisões financeiras, pessoas com demência
mostram ausência de estratégias decisórias consistentes
Pacientes com DA trocam entre escolhas seguras e arriscadas
(Delazer et al., 2007; Ha et al., 2012), vantajosas e desvantajosas
(Sinz, 2008)
Comprometimentos podem acontecer logo no início da doença
(Lui et al., 2013), piorando com a progressão do quadro (Marson et
al., 2009)
Capacidade decisória na demência
Estudamos a capacidade decisória em relação ao tratamento
MacArthur Competence Assessment Tool for Treatment
Compreensão, julgamento, raciocínio e expressão da escolha
Capacidade decisória na demência
Estudamos a capacidade decisória em relação ao tratamento
MacArthur Competence Assessment Tool for Treatment
Compreensão, julgamento, raciocínio e expressão da escolha
Escala foi adaptada em uma amostra com 66 pessoas com
demência
Replicamos o achado de que a consciência da doença tem um
impacto no processo (expressão de escolhas, p = .001)
Capacidade decisória na demência
Impacto de sintomas comportamentais e psicológicos foi testado
em uma amostra de 71 pessoas com demência
Capacidade decisória na demência
Dados preliminares de neuroimagem estrutural (n=14)
Correlações entre espessura cortical e julgamento na tomada de
decisão
No HE, cluster incluindo o giro orbitofrontal medial e lateral e giro frontal
médio rostral (FWE corrected p-value = .038) e cortex ocipital lateral (FWE
correted p-value = .047)
No HD, insula, cortex temporal superior e polo temporal (FWE corrected pvalue = .034)
Capacidade decisória na demência
Conectividade
estrutural –
Julgamento
correlaciona com
melhor conectividade,
sobretudo no
hemisfério esquerdo
Agradecimentos
Participantes e suas famílias
Jerson Laks
Marcia Dourado
Raquel Santos
Elodie Bertrand
Eelco Van Duinkerken
J. Landeira-Fernandez
Muito obrigado pela sua atenção!
Contato
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