*GGG A PREVENÇÃO DA DEMÊNCIA Jornal O Globo - 11/01/08 SERGIO ABRAMOFF Embora responsável pela maioria dos casos de demência no paciente idoso, acometendo 25 milhões de pessoas atualmente, e previsão de 100 milhões em 2050, ainda não dispomos de medicamentos para curar a doença de Alzheimer. Sabemos que à medida que aumenta nossa sobrevida média, hoje em torno de 80 anos, ficamos mais vulneráveis à demência, que hoje afeta 50% das pessoas nessa faixa etária. Caso não tomemos qualquer iniciativa precoce contra esse flagelo, nossa chance de nos tornarmos um encargo financeiro e emocional para nossos familiares é enorme. Nem tudo, porém, é tragédia no horizonte. Recentemente, na Conferência Internacional de Prevenção da Demência, promovida pela Alzheimer's Association, inúmeras apresentações puderam confirmar o enorme avanço no diagnóstico precoce da doença, com o emprego de testes clínicos, exames complementares e genéticos. Mais importante ainda, foram identificados fatores de risco que aumentam em até 16 vezes a possibilidade de um indivíduo desenvolver a doença, e a enorme influência que a modificação de alguns desses fatores puderam fazer no sentido de reduzir essa incidência. Nunca é demais ressaltar a grande ênfase dada ao papel da dieta, em contraponto ao emprego de altas doses de vitaminas, já totalmente superado. A racionalização de agentes antioxidantes foi enfatizada, pois quando utilizados em excesso parecem ter um efeito paradoxal pró-oxidativo, o que explicaria talvez a já comprovada maior mortalidade entre os usuários das vitaminas A, C e E. A identificação de fatores de risco predisponentes, tanto genéticos quanto de estilo de vida (sedentarismo, obesidade, hipertensão, diabetes, fumo etc.), a intervenção precoce (exercícios, estatinas , dha, curcumin, dieta antioxidante) e o enriquecimento de estímulos às funções cognitivas implicaram substancial redução na ocorrência (mais de 50%). Quanto mais inicial for o diagnóstico da doença, maiores as chances de influenciar a sua progressão. Novos marcadores biológicos no plasma e no liquor, além do aprimoramento de técnicas radiológicas de ressonância magnética e pet scan, permitem uma melhor caracterização desses casos iniciais (comprometimento cognitivo leve). Foi também possível o Av. Vereador José Diniz, 308 São Paulo SP CEP 04604-000 Fone/Fax (11) 5546-0777 / 5546-0700 www.connectclipping.com.br *GGG desenvolvimento de tabelas capazes de predizer a chance de desenvolvimento da doença nos próximos 20 anos (acerto de 79%), sendo urgente a necessidade de se criar uma campanha de conscientização pública quanto aos fatores modificáveis, da mesma forma como se fez com relação às doenças cardiovasculares. A pesquisa de uma vacina contra Alzheimer continua, e resultados favoráveis têm sido também obtidos com o uso de imunoglobulina humana, inibidores de secretases e outros medicamentos em testes. Cuidar da saúde é bem melhor que cuidar de doenças. Essa postura preventiva vai permitir que os anos extras possam ser usufruídos com melhor qualidade de vida. http://arquivoglobo.globo.com/pesquisa/texto_gratis.asp?codigo=3249607 Av. Vereador José Diniz, 308 São Paulo SP CEP 04604-000 Fone/Fax (11) 5546-0777 / 5546-0700 www.connectclipping.com.br