DEMÊNCIA AFETA A QUALIDADE DE VIDA ESPAÇO MÉDICO Problemas cognitivos, de memória, concentração, raciocínio, alterações comportamentais e até na personalidade são alguns dos sintomas que portadores de demência enfrentam todos os dias. Trata-se de doenças cerebrais que afetam diretamente a qualidade de vida e a independência do paciente. De acordo com a dra. Sonia Maria Dozzi Brucki, membro do Departamento Científico de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), a demência é um conjunto de sinais e sintomas que comprometem, pelo menos, duas funções entre as citadas: memória, linguagem, funções executivas (capacidade de organização, planejamento ou resoluções de problemas), funções visoespaciais (percepção de formas e tamanhos), comportamento ou personalidade. “Estas mudanças representam um declínio dos níveis considerados normais do indivíduo e interferem nas habilidades prévias no trabalho ou em atividades habituais da pessoa”, comenta. Segundo a neurologista, existem dois tipos: as degenerativas, em que há a morte progressiva dos neurônios, como a Doença de Alzheimer, demência frontotemporal e demência na Doença de Parkinson, por exemplo. As não degenerativas englobam tumores, demência vascular, traumatismo craniâno, entre outras. Dra. Brucki explica que os sintomas são variados. Na Doença de Alzheimer, na maior parte dos casos, há um comprometimento de memória, seguido por alterações na capacidade de planejamento e resolução de problemas. Já na demência frontotemporal, por exemplo, alterações de comportamento, como impulsividade e isolamento social, são características presentes. Algumas demências são reversíveis. “Chamamos de potencialmente reversíveis, pois depende do tempo em que a pessoa é portadora do quadro. Nesta categoria, estão aquelas causadas pela sífilis, deficiência de vitamina b12, hipotireoidismo, entre outras”, afirma. No Brasil, a principal causa de demência é a Doença de Alzheimer (DA), responsável por 55 a 60% dos casos. Idade avançada, histórico familiar, diabetes, hipertensão arterial e baixo nível de escolaridade podem ser fatores de risco para desenvolver a doença. Dra. Sônia Brucki ressalta a importância em ficar alerta aos sinais que o corpo dá. “É essencial que as pessoas observem a presença de eventuais mudanças em si mesmas ou em seus familiares. Se surgirem problemas ou dificuldades em atividades que habitualmente estava acostumado, ou que resolvia com facilidade, o ideal é procurar um médico o mais precocemente possível”, conclui. Pesquisa Datafolha aponta que 7 a cada 10 pediatras sofrem agressão física no exercício da profissão A Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP) encomendou, junto ao Instituto Datafolha, pesquisa sobre o perfil do pediatra no Estado. Entre os resultados, um dado alarmante: a violência que cerceia a rotina destes profissionais. Sete em cada dez pediatras passaram por algum tipo de ato violento durante o exercício profissional. Destes, 63% relatam agressão psicológica, 10% física e 4% vivenciaram algum tipo de cyberbullyng. Nota-se, ainda, que quanto mais jovem, maior o registro de ataques: 74% dos que confirmaram algum episódio de agressão têm entre 27 e 34 anos, contra 43% para aqueles com 60 anos ou mais. “Nós temos uma falha no sistema de saúde que reflete na qualidade do atendimento: o pronto socorro substituindo as consultas rotineiras. Pela dificuldade de agendar consultas, as mães recorrem ao PS, com a ideia de que terá resolutividade imediata”, frisa dr. Mário Roberto Hirschheimer, presidente da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP). Ele atribui esse fator como um dos causadores da frustração e revolta dos pais, com a consequência de atos violentos contra os médicos. Estas agressões refletem, também, a deficiência da saúde. “Faço questão de ressaltar que, no momento, pelo aumento da demanda nos prontos socorros, os casos de agressão aos profissionais que lá trabalham sobrecarregados têm aumentado, lamentavelmente, pois somos tão vítimas do mau funcionamento do sistema quanto os cidadãos. Fica um apelo: só procurem os prontos socorros em casos de urgência ou emergência, já que também há o risco de contágio nas salas de espera lotadas”. Atualmente, São Paulo conta com um pediatra para cada 1390 crianças. “Isso no Estado que tem 28,8% dos pediatras do país.”, conta Hirschheimer. “Para agravar mais a situação, a rede pública remunera mal o médico, sobretudo quando comparada aos plantões na rede privada. Assim, os hospitais particulares estão absorvendo praticamente a totalidade dos bons pediatras que são formados hoje em dia. Com a escassez de especialistas, estamos sujeitos a esse tipo de assédio, que sofremos constantemente”, destaca. COLUNA SAÚDE ACONTECE Distribuição Acontece Comunicação e Notícias Perguntas e sugestões podem ser enviadas para [email protected] ou para a Avenida Pompeia, 634, conj. 401 – São Paulo, SP CEP 05022-000