Brasília Poética Brasília, latitude 10 05 de Dezembro de 2007 Brasília, latitude 10 Sim, foi assim a sua infância. Infância irrequieta, impulsiva e agreste, pedindo para ser conquistada. Botas-de-sete-léguas chegaram, não mais com sonho de esmeralda. Vieram os gigantes mecanizados, cibernéticos, futurólogos. Em homenagem ao passado, plantaram um marco, disseram uma primeira missa. A terra foi revolvida e de seu ventre vermelho jorrou o leite. Colméias brancas surgiram e se multiplicaram. O homem tornou a se sentir desbravador. Reencontrou seu anseio demiúrgico de criar, vivificar. Há muito os fortes não sentiam a forte força de dar vida, e se encantaram com seu rebento. Por ser criança, cercou-se de crianças. Nasceu a cidade-infância. Cidade bíblica. O homem aleitou a terra, saciou as sedentas árvores. Estas, acordadas, levantaram-se, enverdeceram, criaram contraste para a beleza do pôr-do-sol. Com o homem-jardineiro surgiu a cidade verde, a cidade cheia de luz. Aparece vigoroso o profético mel. Mas a vaidade chegou. Ei-la menina-moça. Brasília: sonho-realidade. Brasília: canto de amor. Branca Bakaj, poetisa carioca, nasceu no Rio de Janeiro. "Poemas para Brasília", de Joanyr de Oliveira. http://web.brasiliapoetica.blog.br/site _PDF_POWERED _PDF_GENERATED 18 June, 2017, 20:05 Brasília Poética http://web.brasiliapoetica.blog.br/site _PDF_POWERED _PDF_GENERATED 18 June, 2017, 20:05