ID: 39745241 20-01-2012 Tiragem: 20300 Pág: 9 País: Portugal Cores: Preto e Branco Period.: Semanal Área: 16,29 x 11,31 cm² Âmbito: Economia, Negócios e. Corte: 1 de 1 JOSÉ MARTINO ENGENHEIRO AGRÓNOMO JOSEMARTINO.BLOGSPOT.COM Um ex-banqueiro aposta na terra João Oliveira, ex-banqueiro e antigo presidente do Banco Português do Atlântico, saiu de longos anos na sombra para se juntar ao grupo daqueles que reclamam um banco público de terras. Li, no JN do passado domingo, as opiniões expendidas por João Oliveira num encontro de personalidades do Porto, promovido pela Universidade Católica, pela Associação Comercial do Porto e pelo JN, sobre o financiamento da economia portuguesa. “A terra tem de ser trabalhada”, afirmou, e acrescentou que a agricultura é “um filão que tem de ser explorado”. Ao ler estas declarações não posso deixar de me sentir confortável por ter iniciado esta “cruzada” com o arranque de uma petição pública para criação de um banco de terras. Fico satisfeito por ver como personalidades como João Oliveira, que trocou o sector financeiro pelo agrícola – e em boa hora o fez –, dá voz e exponencia este projecto, que é um projecto nacional. Oliveira fala com propriedade do regresso à terra e coloca o enfoque na necessidade de criar condições para tomar medidas como a entrega à exploração de terra abandonada pelo Estado. Deixo, para terminar, uma frase final do ex-banqueiro, que serve às mil maravilhas para sintetizar este projecto: “A propriedade não é um direito absoluto, a terra tem de cumprir uma função social. Se for deixada improdutiva, deve ser taxada com um imposto especial”. Seja muito bem-vindo.