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Titulo: TERCEIRO MOLAR SUPERIOR DESLOCADO ACIDENTALMENTE
PARA A FOSSA INFRATEMPORAL: CASO CLÍNICO
Categoria: CC - Diagnóstico por Imagem em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial
Autores: ALEXANDRE SIMÕES NOGUEIRA, EDUARDO SANCHES GONÇALES, IZABEL REGINA FISCHER RUBIRA-BULLEN
Instituição: Faculdade de Odontologia de Bauru, Departamento de Estomatologia (FOB-USP)
Resumo
O deslocamento acidental de terceiros molares superiores para a fossa infratemporal é uma complicação operatória não
usual. Via de regra opta-se pela remoção cirúrgica do dente deslocado como forma de se evitar transtornos dolorosos,
infecciosos e limitações funcionais, especialmente o comprometimento dos movimentos mandibulares. Pela
complexidade anatômica da fossa infratemporal, danos neurovasculares podem ocorrer quando se realiza a remoção
cirúrgica do dente deslocado e diferentes acessos cirúrgicos intra ou extra-bucais podem ser utilizados, sob anestesia
local, sedação ou anestesia geral. O objetivo deste trabalho é relatar um caso clínico de deslocamento acidental do
dente 28 para a fossa infratemporal e revisar a literatura pertinente discutindo-se aspectos etiológicos, preventivos, de
diagnóstico e terapêuticos desta condição. Material e Métodos: paciente do gênero feminio, 20 anos de idade, foi
levada ao Serviço de Cirurgia Oral e Maxilofacial pela sua cirurgiã-dent ista que havia tentado remover os terceiros
molares superiores cinco dias atrás. A profissional informou que durante a exodontia do 28 o mesmo "sumiu", não
sendo possível a continuidade da cirurgia. A paciente estava medicada com analgésico e antibiótico, apresentava-se
assintomática e com discreta limitação de abertura bucal. A radiografia panorâmica prévia à cirurgia mostrava a
presença dos dentes 18 e 28 não irrompidos. O dente 28 apresentava-se impactado no dente 27. Ao exame físico extrabucal não se observou qualquer alteração digna de nota e ao exame intra-bucal havia características compatíveis com o
período pós-operatório de uma exodontia de terceiro molar não irrompido, sem a presença de comunicação bucosinusal ou dilacerações em tecidos moles. Discreta hiperemia era notada extamente na área correspondente ao dente
28. Para definição da exata localização do dente deslocado e do plano de tratamento a ser estabelecido solicitou-se
tomografia computadorizada e recons trução em 3 dimensões. Reformatação coronal e axial da tomografia
computadorizada mostrou a presença do dente 28 na região da fossa infra-temporal esquerda. O seio maxilar esquerdo
mostrava-se sem evidência de alterações inflamatórias/infecciosas em seu interior e sem solução de continuidade em
seu contorno ósseo. A reconstrução em 3 dimensões mostrou a exata localização do dente deslocado, o qual
encontrava-se na fossa infratemporal, abaixo do osso zigomático, em posição mesializada e com a sua coroa voltada pra
baixo. Diante dos achados imaginológicos e do quadro clínico discutiu-se as opções de tratamento, expondo-se as
vantagens, desvantagens e riscos envolvidos em se manter o dente sob observação ou se promover a sua remoção
cirúrgica. Optou-se pela remoção de forma precoce sob anestesia geral, a qual ocorreu uma semana após a consulta
inicial. Sob entubação nasotraqueal foi confeccionado retalho mucoperiostal semelhante ao utilizado para exodontia de
terceiros molares superiores não irrompidos, com a incisão relaxante realizada mais anterior, na altura correspondente
ao dente 25. Após amplo descolamento e exposição do pilar zigomático realizou-se divulsão com instrumento rombo
permitindo a localização e remoção do dente 28. A medicação em uso foi continuada e o período pós-operatório
ocorreu sem intercorrências. Conclusão: a tomografia computadorizada propiciou planejamento adequado, ato cirúrgico
seguro com restabelecimento da abertura bucal normal da paciente.
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