Painel Agronômico

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PAINEL AGRONÔMICO
drones no monitoramento de lavouras
Novas tecnologias de mapeamento da zona rural são as
grandes aliadas da agricultura de precisão, capazes de auxiliar o
produtor durante todo o processo
de plantio, cultivo e colheita. Uma
das novidades de última geração
criadas para o campo vem da
Embrapa Instrumentação, que tem
desenvolvido softwares de ponta
voltados para Veículos Aéreos
Não Tripulados (VANTs), conhecidos como drones. De acordo
Drones: evolução para mapeacom o pesquisador da Embrapa mento das propriedades rurais
Lúcio André de Castro Jorge, os
novos drones são capazes de antecipar o surgimento de doenças e
pragas nas lavouras e analisar a fertilidade do solo. “Ele explica
que, com câmeras especiais que utilizam luz infravermelha, o
mapeamento ajudará a monitorar e prever problemas com pragas
e doenças em geral, logo no início”, conta. “As imagens captadas
pelo VANT, associadas às técnicas eficientes de geoprocessamento,
podem identificar, inclusive, áreas prejudicadas por erosões e
assoreamentos de rios”, acrescenta o pesquisador. (Canal Rural)
Etanol de 2ª geração já é realidade no
interior de São Paulo
O tão aguardado etanol celulósico, também conhecido como
etanol de segunda geração (G2), deixou de ser uma perspectiva e
se tornou uma tecnologia disponível ao consumidor de Piracicaba,
cidade do interior de São Paulo.
Gerado a partir da palha e do bagaço da cana-de-açúcar, o
combustível foi produzido pela usina de etanol 2G da Raízen – joint
venture da Cosan e da Shell no setor sucroenergético – que tem
capacidade de produção de 40 milhões de litros por safra, o que
deve aumentar em 50% a oferta da usina, que produz 80 milhões
de litros anualmente de etanol de cana. “Ainda produzimos pouco.
As operações com grande potencial produtivo começam a partir
da próxima safra e a inauguração oficial da nova usina deve ser
em março”, afirmou o vice-presidente da Raízen, Pedro Mizutani.
Na primeira safra completa, a 2015/2016, a usina deve
produzir dois terços da capacidade total, ou seja, aproximadamente
26,7 milhões de litros. A unidade custou R$ 230 milhões, e outras
oito plantas industriais de etanol 2G estão nos planos da Raízen
no futuro, para a produção de até 1 bilhão de litros por safra do
combustível a partir da celulose de bagaço e palha de cana.
Ainda segundo o executivo, a meta para o futuro é reduzir
os custos de produção do etanol 2G, hoje de quatro a cinco vezes
superior ao etanol de cana, principalmente pelo valor das enzimas
utilizadas no processo. “Com o tempo e com o aprendizado os
custos serão reduzidos”, concluiu Mizutani.
Neste processo, os resíduos passam por um pré-tratamento
para desestruturação da fibra, que depois é transformada em açúcar
solúvel pelo processo de hidrólise enzimática. A eficiência energética é a mesma do etanol de primeira geração. (Sou Agro)
INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 148 – DEZEMBRO/2014
Pesquisa potencializa efeito
da ureia como fertilizante
Equipe de pesquisadores da Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG) acaba de sintetizar um produto que consegue
melhorar o desempenho da ureia, um dos fertilizantes nitrogenados
mais utilizados na agricultura mundial. "Queríamos desenvolver
uma substância que agregasse valor ao fertilizante, aumentando
sua eficiência e reduzindo custos", explica a professora Luzia
Valentina Modolo, do Departamento de Botânica do Instituto de
Ciências Biológicas (ICB) da UFMG. Ela integra o grupo que,
desde 2010, pesquisa moléculas capazes de aumentar a captação
de nitrogênio pelas plantas, contribuindo para a diminuição da
quantidade de ureia usada nas plantações.
O aditivo demonstrou bons resultados em experimentos
em ambientes de plantio controlado. O trabalho foi desenvolvido
em conjunto com o pesquisador Ângelo de Fátima, do Departamento de Química da UFMG, responsável pela síntese do aditivo.
"Trata-se de uma substância estruturalmente análoga à ureia.
Quando utilizada nas plantações, o fertilizante normalmente é
aplicado na superfície do solo e absorvido pela raiz da planta. A
substância que sintetizamos possibilita otimizar o uso da ureia",
afirma Luzia Modolo.
Depois que as moléculas são sintetizadas, o aditivo é aplicado na superfície do fertilizante para revestir cada pérola de ureia.
Com essa aplicação, o aditivo inibe a ação da enzima urease produzidas por microrganismos do solo que fazem aumentar a perda, para
a atmosfera, do nitrogênio que deveria ser absorvido pela planta.
“Ao aumentarmos a eficiência de aproveitamento do nitrogênio pela
planta, ela cresce melhor e evitamos que a amônia, um poluente,
seja lançada na atmosfera”, explica o professor Ângelo de Fátima.
Os pesquisadores já desenvolveram três moléculas capazes de melhorar o uso da ureia pelas plantas. O passo seguinte é
aumentar a escala de produção, passando do âmbito laboratorial
para o industrial. O aditivo já foi testado em plantas de milheto,
que possuem ciclo de vida curto, o que favorece a observação da
atuação do composto durante toda a vida da planta. Os próximos
testes serão feitos em culturas agrícolas perenes, como café, e em
culturas anuais, a exemplo do milho.
Algumas características fazem da ureia um dos fertilizantes
mais usados no mundo. Além de ser mais atrativa economicamente, ela não é de uso controlado, por não ser empregada na
fabricação de explosivos, como é o caso de outros fertilizantes
nitrogenados disponíveis no mercado. Os resultados da pesquisa
mostram que o aditivo desenvolvido para revestimento de pérolas
de ureia é eficiente.
Para Luzia Modolo, como a agricultura tem forte participação no PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil, o desenvolvimento
de aditivos agrícolas deve ser realizado constantemente. "Já existe
um produto comercial que exerce a função de inibidor de urease,
mas ele é importado. O Brasil não produz nada do gênero, daí o
pioneirismo de nossa pesquisa", destaca. Ângelo de Fátima destaca
outras vantagens do uso do aditivo. "Além de diminuir a emissão de
nitrogênio, ele diminui custos da produção agrícola, pois se gasta
menos com fertilizantes", analisa. (UFMG)
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