Clima, caos e conscientização

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Questões Climáticas
Clima, caos e conscientização
Diante dos efeitos do aquecimento global, agricultura brasileira
busca ações sustentáveis
O aquecimento global já afeta a vida de milhões de pessoas
em todo o mundo. Nos incêndios
da Austrália, mais de 180 pessoas
morreram. No Brasil, a chuva no
Vale do Itajaí, em Santa Catarina,
atingiu 1,5 milhão de pessoas e
deixou mais de 120 mortos. Esses
são os exemplos mais recentes.
No ano passado, o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC) publicou um relatório
baseado na opinião de 4 mil cientistas de 150 países que alertavam
para uma “nova época climática”,
na qual a temperatura global poderia subir até 6 graus até 2099.
Novos estudos divulgados
pela organização ambiental WWF
mostram que o aumento do nível
do mar, previsto pelo IPCC em 59
cm para o final do século, poderia atingir o dobro desta elevação. O aquecimento global também pode multiplicar por dez as
zonas oceânicas com oxigenação
insuficiente, colocando em perigo a vida de peixes e crustáceos,
segundo um estudo publicado na
revista Nature Geoscience por
cientistas dinamarqueses.
De acordo com o IPCC o aquecimento global é irreversível e
seus efeitos muito duradouros.
Mesmo se todas as emissões de
gases-estufa fossem cortadas a
zero, as temperaturas continuariam elevadas por mil anos, afirmam os cientistas.
Etanol sustentável
Para atender à urgência da preservação ambiental e à exigência
de mercado, a agricultura no Brasil
já começou a adotar uma postura
mais sustentável. Uma das ações
é a substituição dos combustíveis
derivados de petróleo pelo etanol
– já conhecido no mercado como
energia renovável e limpa.
Uma das principais causas do
aquecimento global é a emissão
de gases poluentes, derivados da
queima de combustíveis fósseis
(gasolina e o diesel). Na atmosfera, os gases formam uma camada
isolante de poluentes, de difícil
dispersão, causando o famoso
efeito estufa.
O etanol, produzido a partir da
cana-de-açúcar, não contém alguns poluentes como o benzeno.
Além disso, a sua queima é mais
completa. Essas duas características, somadas, geram a redução de
substâncias poluindo a atmosfera.
A mecanização das lavouras de
cana no Brasil também interfere
no ciclo do etanol - que vai desde a
sua produção até o seu uso como
combustível em automóveis flex. A
eliminação da queima da cana torna o etanol mais sustentável. Com
a colheita mecanizada, o etanol
chega a ser 89% menos poluente
que a gasolina. Em 2006, cerca de
41% da cana no estado de São Paulo eram colhidos com máquinas. Já
em 2007, esse índice foi de 47%. E,
no ano passado, 50%.
No “balanço energético”, o etanol também leva vantagem: para
cada unidade de energia fóssil usada na sua produção, são geradas
9,3 unidades de energia renovável.
Com isso, o etanol se torna uma
das alternativas para viabilizar o
desenvolvimento dentro das necessidades ambientais.
Mais sobre
Aquecimento Global
Para navegar www.climaeagricultura.org.br/
Site criado pela Embrapa
(Empresa Brasileira de Agropecuária) e destinado aos agricultores, relacionando o campo e
os efeitos climáticos.
Revista Coplana - 33
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