Dinâmica Demográfica e Desenvolvimento Socioeconômico: análise do território Mato Grande - RN do Programa Territórios da Cidadania. Resumo expandido apresentado ao VII Congreso de la Asociación Latinoamericana de Población e XX Encontro Nacional de Estudos Populacionais 2016 Introdução O nordeste é uma das regiões menos urbanizadas do país e, portanto existem suas peculiaridades. Mesmo ao passar dos anos a dinâmica de crescimento do nordeste não se alterou muito. A parcela de participação no PIB gira em torno de 13%, e a população da região representa 28% da população total do país. Segundo Targino (2012) Ao longo dos anos a dinâmica demográfica do nordeste vem modificando. As taxas de fecundidade e natalidade vêm caindo, diminuição das taxas de mortalidade, sobretudo a mortalidade infantil, envelhecimento da população regional, crescimento e concentração da população urbana e o êxodo rural. Diante disso, o conhecimento da dinâmica demográfica é fundamental para a elaboração, definição e planejamento de políticas públicas adequadas para a determinada realidade. No meio rural, as peculiaridades da composição da população, devem sugerir a elaboração de políticas publicas que sejam próprias e diferentes das adotadas para as áreas urbanas. Silva e Zancul (2012) apontam a necessidade de maior conhecimento dos processos de transformação no meio rural, para a consolidação das políticas existentes e para a construção de novas políticas que reforcem o movimento positivo de transformação social no campo. Com essa perspectiva a política brasileira de desenvolvimento territorial aplicado ao setor rural, fica a cargo da Secretaria de Desenvolvimento Territorial (SDT), vinculada ao Ministério de Desenvolvimento Agrário. O Programa de Desenvolvimento Sustentável dos Territórios Rurais (PRONAT), a partir de 2003, passou a ser implantado, e passou a operar de forma regular a partir de 2005, e em 2008 o programa território da cidadania. O objetivo dos programas é garantir que os processos de desenvolvimento englobem as diversas dimensões, cada uma contribuindo de acordo com suas características, como a econômica, sócio-cultural, político-institucional e ambiental. Segundo Padilha (2014) O programa Territórios da Cidadania é uma das ações destinada a reduzir as desigualdades propostas pela agenda social do Governo Federal. Seu objetivo é a superação da pobreza e geração de trabalho e renda no meio rural por meio de uma estratégia de desenvolvimento territorial sustentável. O programa especificamente visa a promoção da inclusão produtiva das populações pobres dos territórios, por meio de planejamento e integração de políticas publicas. Também se propõe a ampliar a participação social e garantir universalização dos programas básicos de cidadania. Diante disso, este trabalho apresenta como objetivo geral analisar como as variáveis demográficas interferem nas políticas de desenvolvimento socioeconômico tomando como objeto o território Mato Grande – RN do Programa Territórios da Cidadania. Como objetivos específicos pretende-se caracterizar a dinâmica demográfica do Mato Grande; Problematizar o desenvolvimento socioeconômico no Mato Grande RN; Comparar os outros territórios da cidadania do RN. Material e Métodos A corrente teórica que permeará esta pesquisa assume uma abordagem fenomenológica, pois, buscará compreender o processo de desenvolvimento socioeconômico dos territórios da cidadania no Rio Grande do Norte. Caracterizando os territórios dinâmica demográfica e comparando com a região Nordeste do País. Essa corrente tem o propósito, segundo Vergara (1998), de examinar como o mundo é vivido, considerando a realidade a partir das imagens elaboradas pelo sujeito. O método fenomenológico opõe-se à corrente positivista, para afirmar que algo só pode ser entendido a partir do ponto de vista das pessoas que o estão vivendo e experimentando; tem, portanto, caráter transcendental, subjetivo ou, como diria Pirandello no título de sua famosa peça teatral, “assim é, se vos parece”. Na visão de Husserl, o mestre da fenomenologia, é próprio do método o abandono, pelo pesquisador, de idéias pré-concebidas(VERGARA, 1998, p. 13) A pesquisa a ser desenvolvida será descritiva. Vieira (2002) e Malhotra (2001), afirmam que a pesquisa descritiva objetiva conhecer e interpretar a realidade, por meio da observação, descrição, classificação e interpretação de fenômenos, sem nela interferir para modificá-la. Diante disso o estudo terá caráter descritivo, pois se compreenderá o processo de desenvolvimento do Socioeconômico nos territórios da cidadania no Rio Grande do Norte. Os métodos qualitativos trazem como contribuição no trabalho de pesquisa uma mistura de procedimentos de cunho racional e intuitivo capazes de contribuir para a melhor compreensão dos fenômenos estudados. Nas ciências sociais, os pesquisadores, ao empregarem métodos qualitativos, estão mais preocupados com o processo social do que com a estrutura social. Buscam visualizar conceitos e, se possível, ter uma integração empática com o objeto de estudo implicando, assim, uma melhor compreensão do fenômeno. Resultados e Discussão O Território do Mato Grande é constituído por 16 (dezesseis) municípios e agregava em 2007, uma população de 217.519 habitantes, correspondendo a 7,2% da população total do Estado do Rio Grande do Norte, segundo dados da Contagem Populacional realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Dessa população, 113.054 habitantes residiam na zona rural e 104.465 residiam na zona urbana, representando 51,6% da população total. O grau de urbanização era de 48,4% e a densidade demográfica por Km² correspondia a 37,5%, inferior à média do Estado, que era de 57.1% habitantes por Km². O IDH do Território é de 0,625, baixo, e a renda per capita é de R$ 76,15/mês. A concentração de renda, de acordo com o Índice de Gini, é de 0,58. A taxa de analfabetos, acima de 15 anos, é de 35,9% da população e 66,8% das pessoas responsáveis por domicílios têm menos de quatro anos de estudo.O Território do Mato Grande foi identificado e concebido de acordo com os critérios estabelecidos pela SDT/MDA, para ser priorizado, como espaço de implementação de políticas públicas a partir do ano de 2003, em função das suas características sociais, da ação dos atores da sociedade civil e da articulação dos agricultores familiares no Território. No ano de 2008, passou a integrar o Programa Territórios da Cidadania. No contexto de sua geografia, está circundado, ao Norte, pelo Oceano Atlântico, formando uma faixa litorânea que envolve 08 (oito) municípios; a Leste, pelo Território Terras dos Potiguaras, que tem como pólo de influência a Área Metropolitana de Natal. Limita-se à Oeste, com o Território Sertão Central Cabugi e Litoral Norte; e, ao Sul, com o Território do Potengi. Conclusão Desta forma, continuamos a pesquisa a fim de responder aos objetivos propostos no corpo deste resumo expandido. Coletaremos dados para que possamos responder as questões a cerca do desenvolvimento socioeconômico para relacionarmos com o território Mato Grande – RN e por fim comparar com outros territórios da cidadania que compõem os territórios beneficiados pelo Programa no estado do Rio Grande do Norte. Referências Bibliográficas Malhotra (2001), MALHOTRA, N. Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. 3.ed. Porto Alegre: Bookman, 720 p. 2001. Padilha, Yuri de Lima. Capital social e desenvolvimento de territórios: estudo multicasos nos territórios da cidadania do Rio Grande do Norte. Dissertação, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, 2014. Silva e Zancul (2012) SILVA, Everaldo Rezende; ZANCUL, Juliana de Senzi. ANÁLISE DA DINÂMICA DEMOGRÁFICA RURAL BRASILEIRA COMO ESTRATÉGIA NA FORMULAÇÃO DA POLÍTICA FEDERAL DE SANEAMENTO RURAL XVIII Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP Águas de Lindóia/SP – Brasil, de 19 a 23 de novembro de 2012 Targino (2012) TERGINO, Ivan desenvolvimento regional e tendências demográficas. in: População e desenvolvimento em debate: contribuições da Associação Brasileira de Estudos Populacionais / Cassio Maldonado Turra (Org.); José Marcos Pinto da Cunha (Org.) – Belo Horizonte: ABEP, 2012. Vergara (1998) VERGARA, S. C. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 2 ed. São Paulo: Atlas, 1998. Vieira (2002) VIEIRA, V. A. As tipologias, variações e características da pesquisa de marketing. Revista da FAE, Curitiba, v. 5, n. 1, p. 61-70, jan/abr. 2002.