CONGRESSO DOS EMPRESÁRIOS “A Retoma e as Prioridades da Mudança” Europarque, Santa Maria da Feira 27 e 28 de Abril de 2004 Intervenção da sessão de abertura do Eng. Ludgero Marques, Presidente da AEP – Associação Empresarial de Portugal Senhor Primeiro Ministro, Senhor Professor Cavaco Silva, Senhor Presidente da Associação Industrial Portuguesa, Senhores membros do C.S. A. da AEP, Senhores Presidentes das Confederações Empresariais, Senhores Presidentes de Associações Empresariais, Caros Colegas Empresários, Excelentíssima Comunicação Social, Minhas Senhoras e meus Senhores, 1 A realização deste Congresso de Empresários tem, na sua génese, algumas razões e objectivos de fundo que a justificam, neste momento, de forma plena. Por um lado, quer-se demonstrar que os empresários têm um grande capital de confiança nas suas próprias capacidades e no realismo das suas acções e posturas. E querem transmitir essa confiança – bem escasso no nosso País – a todos quantos com eles colaboram, ou devem colaborar, na construção de uma economia sólida, produtiva e competitiva. Por outro lado, o bom empresário, como empreendedor que é, exerce no dia a dia uma actividade alicerçada na capacidade de iniciativa, na disponibilidade para realizar sacrifícios pessoais em nome do bem comum, na aceitação do risco como preço a pagar pelas recompensas futuras e na inteligência com que combina factores para produzir resultados. E estas características merecem ser realçadas e homenageadas. Assim, este Congresso deverá demonstrar a nossa capacidade e disponibilidade, para em conjunto com os trabalhadores empenhados na mesma luta e a sociedade civil em geral, sermos, mais uma vez, os motores da recuperação da economia de Portugal. 2 Deverá ajudar a influenciar os políticos portugueses verdadeiramente interessados em ir para além da política pela política, para a tomada de atitudes e acções de convergência, que motivem a confiança nos Portugueses. Irá exigir a esses políticos, no Governo ou na Oposição, que dêem bons exemplos do que é trabalhar para o bem do País, o que é fazer verdadeira política. Demonstrará que o que queremos do Governo, dos Partidos políticos e de toda a classe política em geral, é a criação das condições necessárias para que as empresas e os trabalhadores realizem com eficiência as suas funções. O que os empresários querem é que a produtividade das empresas portuguesas aumente para níveis que nos permitam ser competitivos face aos nossos concorrentes de outros países. O que queremos é que a produtividade do trabalho em Portugal se aproxime rapidamente da da União Europeia, chamando à atenção do sector empresarial Estatal e da Administração pública em particular, que terão de realizar um grande esforço para serem exemplos para todos os outros agentes da sociedade. Mas num período difícil da nossa economia e conhecendo a necessidade de uma conjugação de esforços para ganharmos a batalha 3 da produtividade, não poderemos permanecer por mais tempo tão individualistas tão separados. Teremos de dar o exemplo. Após um período de conversações entre as duas grandes associações portuguesas, tenho o gosto e a honra de anunciar, que a Associação Industrial Portuguesa e a Associação Empresarial de Portugal, decidiram, durante este Congresso, amanhã, dia 29 pelas 13:00 horas, no grande hall do Europarque, assinar, na presença do Notário, os estatutos da criação da CEP – Confederação Empresarial de Portugal, aberta a todas as Confederações portuguesas, e às restantes associações empresariais, para assim poder representar a uma só voz, todo o empresariado Português, quer em Portugal, quer internacionalmente Estamos a passar momentos difíceis da economia portuguesa e necessitamos de reflectir sobre os temas importantes da economia e fundamentalmente falar de como os empresários venceram as suas dificuldades, encontrando, sem dúvida propostas e ânimo para a RETOMA e consequentemente para o futuro. Perspectivar o futuro da economia portuguesa exige, na minha opinião, que, primeiro, façamos um balanço do seu passado mais recente. É por essa tarefa que me proponho começar, antes de esboçar algumas das condições que me parecem essenciais para o desenvolvimento da 4 economia portuguesa ao longo de um caminho que nos aproxime da média europeia mais rapidamente. Nesta análise do passado considero que devemos deixar de lado todas e quaisquer amarras de carácter ideológico sem relevância para os factos económicos e procurar ser realistas – não querendo com isto dizer que estou de acordo com este ou com aquele regime político, simplesmente que me distancio dele em termos de análise. De uma forma grosseira, os últimos 50 anos da economia portuguesa podem ser divididos em três, ou quatro períodos: O início do primeiro começa com o fim do condicionamento industrial e com a adesão à EFTA. Foi caracterizado por baixas taxas de inflação, pelo pleno emprego e pelo período de maior crescimento da história recente de Portugal. Entre finais dos anos 50 e 1974, a economia portuguesa cresceu a uns confortáveis 6% ao ano, em termos reais, a mais alta taxa de crescimento da Europa, com taxas de inflação quase inamovíveis de ano para ano entre os 2 e os 2,5% e praticamente sem desemprego. Vários factores concorreram para estes factos. Desde logo Portugal também aproveitou, ainda que um pouco mais tarde que os outros países, do período do "boom" do pós guerra. Por outro lado, a adesão à EFTA abriu ao nosso País novos mercados europeus para a exportação de 5 produtos que hoje chamamos tradicionais, como o vestuário, o têxtil e o calçado, diversificando o destino da nossa produção que passou a depender menos dos mercados das ex-colónias. O fim do condicionamento industrial acabou com o principal travão existente à introdução de novos processos e de novas tecnologias, o que contribuiu, de forma clara, para o crescimento da produtividade que foi o principal esteio do desenvolvimento. Sendo certo que não existia igualdade de oportunidades em muitos aspectos da vida dos portugueses, também é certo que o sistema de ensino secundário estava bem organizado em duas vias, uma das quais permitia a formação de quadros intermédios para a indústria, quadros essenciais para que as tarefas de produção se desenvolvam de forma eficaz, onde estes, formados nas escolas técnicas, eram os verdadeiros "ENGENHEIROS" das pequenas e médias empresas portuguesas. Ainda, algumas medidas proteccionistas – que eu não defendo no quadro actual da globalização e tornadas impossíveis pela nossa pertença à União Europeia, mas que na fase de consolidação industrial de então poderiam ser justificadas – permitiram, nomeadamente, a criação de uma indústria metalúrgica e metalomecânica e de material de transporte relativamente robusta. 6 Se todos – de um modo ou de outro – acolhemos com optimismo o movimento do 25 de Abril, não podemos deixar, entretanto, de reconhecer que algumas das consequências acabaram por prejudicar o desenvolvimento da economia portuguesa. Tanto mais que o 25 de Abril coincidiu com a mais grave crise económica mundial – a recessão de 7475 – ocorrida desde 1929. Esta, por si só, exigiria que as políticas económicas portuguesas fossem conduzidas com cuidado. Mas aquilo a que assistimos – muito por culpa da decorrente incerteza política e da indecisão quanto ao modelo económico a adoptar – foi precisamente o contrário. As políticas económicas foram caracterizadas por aquilo a que se costuma chamar de "stop-and-go". A cada momento se mudava de rumo político. Uma grande parte da estrutura empresarial foi destruída, tanto em resultado daquela políticas como das nacionalizações, as ocupações, a co-gestão e do quase aviltamento da iniciativa privada. Ao mesmo tempo, o modelo de ensino secundário de duas vias tinha desaparecido e o país deixou de ter escolas que formassem quadros intermédios – os tais engenheiros das PMEs. Em 1983, outro choque petrolífero abanou o mundo, e Portugal teve de fazer acordos com o FMI que ainda coarctaram mais as hipóteses de recuperação. A economia 7 portuguesa acabou por ver assentar a sua sobrevivência nas indústrias ditas tradicionais, que resistiram, de iniciativa privada. Com o fim da tutela militar das instituições (cerca de 1984) muitos destes entraves começaram a desaparecer. Entretanto, foi assumida como desígnio nacional a adesão à CEE. Coincidentemente apareceram os primeiros governos constitucionais de maioria parlamentar, permitindo a assunção de políticas mais claras e coerentes. E ao fim de DEZ ANOS, a reconstrução das instituições teve então início. Com a adesão às Comunidades passou Portugal, também a aproveitar os fundos comunitários. E em termos de infra-estruturas e de "upgrade" tecnológico, esses fundos foram claramente úteis. Mas a vertente dos fundos destinados à formação profissional foi mal aproveitada, por falta de capacidade de recepção dos formandos, ou por falta de adaptação ou qualidade dos formadores, e como tal, a falta de quadros intermédios das empresas não foi suprida pelos inúmeros cursos de formação que por este nosso País se multiplicaram. Mas não posso deixar de dizer, com satisfação, que foi no período de 1984 a 1994, com os governos do Professor Cavaco Silva, que Portugal iniciou e consolidou uma recuperação de forma acentuada e reconhecida internacionalmente, que foi tomada como referência para diversos Países. Estávamos no caminho da Europa, crescíamos acima 8 dos 4%, bem acima da média Europeia, o número de postos de trabalho aumentou fortemente, foram iniciadas as privatizações, foram feitas reformas essenciais para o arranque da economia, foi restabelecida a dignidade empresarial. Infelizmente, não foi possível realizar todas as reformas neste período, e as consequências da adesão à moeda única foram subavaliadas, tendo-se juntado a este quadro, uma situação económica internacional mais desfavorável e, internamente, as bem intencionadas, mas nem sempre claras e consequentes políticas económicas e sociais. Passaram-se mais dez anos (1994 2004), no qual Portugal foi perdendo as suas qualidades e as referências então conquistadas. Foi um período de despesismo e de políticas fáceis e de ilusões económicas. Foi, igualmente, um período em que o crescimento assentou fundamentalmente em sectores não transaccionáveis penalizando a competitividade da indústria. Estamos hoje perante as dificuldades, criadas internamente, por inabilidade política e económica do anterior Governo e ainda acrescidas da complexidade da economia internacional resultante das disputas dos blocos internacionais pela supremacia política e económica no mundo globalizado. 9 Conforme referi, Portugal, entre 1959 e 1974 teve um período de crescimento; Entre 1974 e 1984, teve um período de recessão; Entre 1984 e 1993, teve um período de crescimento; Entre 1994 e 2004 tem tido um período que desembocou em recessão; Nesta alternância, deveremos estar, agora, no ciclo da recuperação, mas, para que esse ciclo produza efeitos rápidos, é necessário trabalhar, poupar e confiar. Em 1999, apresentamos aos partidos políticos e ao Governo, um documento intitulado "Uma nova ambição para Portugal". Foi um documento produzido e reflectido, através de numerosos debates com empresários, analistas económicos e académicos, que teve um impacto na sociedade política, económica e no Governo. Entretanto, um número significativo das recomendações apontadas no documento foi seguido pelo actual Governo, que se traduziram nalgumas reformas, as quais devidamente aplicadas resultarão em ganhos de eficiência para a economia do País. Como é natural a sociedade civil continua a manifestar a sua capacidade de produzir documentos de opinião, sempre na tentativa de ajudar o Governo e os políticos na análise da realidade económica e 10 social do País. É interessante verificar, que a maioria dos documentos de reflexão apresentados pelas diferentes associações e grupos de reflexão, são, na sua maior parte coincidentes nas suas propostas. E se pensarmos que na elaboração destes documentos participam membros dos partidos políticos mais importantes do nosso País, – à direita e à esquerda – não compreendemos as razões de tanta dificuldade política na aprovação e implementação de reformas que tão importantes são para o País. A AEP, dando continuidade ao documento "Uma nova Ambição", produziu um documento de continuidade e de lembrança insistente do que não foi feito e deveria sê-lo, a que deu o título de "As prioridades da mudança". Este trabalho de reflexão identifica cinco vectores em que é necessário acelerar a mudança: a estabilização do enquadramento macro económico; a melhoria da produtividade e a da competitividade das empresas; a modernização do Estado; a educação e a formação e o ambiente e a responsabilidade social das empresas. Da apreciação feita à situação actual nestes vectores resultaram diversas recomendações que me abstenho de enumerar exaustivamente aqui, mas de que gostaria de realçar, não as mais importantes, porque todas são importantes, mas aquelas que pessoalmente considero mais urgentes 11 O crescimento da economia portuguesa deverá basear-se, fundamentalmente, em ganhos de competitividade externa. Requer-se a continuação de uma política firme de contenção salarial no Sector Público Administrativo e a transição para novos sistemas e modelos remuneratórios. O combate à fraude e evasão fiscais deve ser firme e eficaz, contribuindo para o desagravamento fiscal dos contribuintes cumpridores. O Governo português deverá contribuir, através de uma diplomacia activa, para a reavaliação e reformulação do Pacto de Estabilidade e Crescimento, ajustando-o à natureza dos problemas conjunturais e estruturais. As novas estratégias empresariais têm de valorizar, por um lado, a inovação e, por outro lado, a função comercial. Importa levar a cabo uma reforma fiscal ambiciosa com o objectivo do alargamento da base tributária e da diminuição das taxas. Como alternativa a muitos dos sistemas de incentivos financeiros tradicionais em vigor, propomos a concessão de subsídios a fundo perdido calculados com base no imposto 12 sobre lucros retidos e reinvestidos efectivamente pago pelas empresas. Deve promover-se uma profunda reforma da Administração Pública. Deve promover-se, na extensão possível, a transferência de funções e de recursos para o sector privado (salvaguardados os direitos adquiridos dos trabalhadores, como condição necessária à sua exequibilidade), mediante contratualização. Deve proceder-se à integração dos sistemas de ensino e formação profissional inicial de jovens, medida fundamental no quadro da melhoria dos níveis de escolarização e de qualificação profissional dos portugueses. É necessário estabelecer um programa de emergência para a qualificação de técnicos intermédios. As empresas devem contribuir para um verdadeiro desenvolvimento sustentado. Ao lado do compromisso com a excelência na prática do negócio, as empresas devem encarar a responsabilidade social como uma atitude de cidadania. 13 Estes, e outros, pontos serão com certeza objecto de debate empenhado durante estes dois dias Permitam-me, agora, que regresse ao tema com que comecei esta intervenção, ao tema do Empresário, no sentido pessoal e humano: Ser empresário, por exemplo, Industrial, é assumir um vasto compromisso, que não é fácil cumprir, mas, que se foi por nós escolhido e assumido, é gratificante. E gratificante ao ponto de ser a verdadeira razão de viver do verdadeiro empresário, que acaba por dedicar o melhor da sua vida à empresa que criou, aos meios que gere, aos colaboradores com quem partilha o sonho. E muitas vezes acaba por secundarizar outros compromissos, como o da vida familiar, que deveriam ser igualmente importantes, mas que com a sua dedicação a um sonho e à criação de valor e utilidade, acaba por ser ultrapassada pela paixão de ser Industrial. Hoje, esse compromisso é um compromisso com toda a comunidade, com o País, com as outras empresas, com o desenvolvimento. Porque vivemos num mundo de interdependências que cada vez mais se acentuam. E não acredito que alguém seja capaz de assumir este compromisso, apenas pela ânsia de ganhar dinheiro, de enriquecer. Considero antes que este comprometimento é a expressão de um empenho construído ao longo da vida na criação de valor útil a si, aos 14 trabalhadores e à comunidade. Quem cria uma empresa, uma fábrica, não pode deixar de sentir esta paixão pelo acto de criar e pela continuação da obra que iniciou; é um compromisso que não é capaz de alienar, porque cada peça da obra foi construída por sua iniciativa – por vezes com as próprias mãos – desde a mesa de trabalho, à máquina que adquiriu. Mas apesar deste compromisso ser o resultado natural de uma paixão, não pode deixar de ser o resultado de um pensamento racional, porque só assim o compromisso deixará de correr o risco de se transformar em alienação. E ser empresário hoje industrial, agrícola, comercial – ser empresário no sentido da assunção racional destes compromissos, é difícil, muito difícil. Não é necessário dominar apenas as pequenas questões internas da empresa que cria, ou acrescenta valor. O empresário tem de estar atento a toda a envolvente, quer política, quer económica. Tem que fazer viver uma empresa enquadrada num país e num mundo, que devem também ser justos, bem governados e empreendedores. Ser empresário, como deve ser um empresário, não é nada fácil. Ser empresário, ser empresário e respeitador dos princípios éticos, é muito, muito difícil. E para homenagear os empresários já falecidos e que exerceram a sua actividade desde o liberalismo até ao fim do século XX, está patente, 15 aqui no Europarque, de hoje até.31 de Maio, uma exposição documental, que relata a epopeia empresarial de 40 empresários, exemplo da sua determinação, espírito de sacrifício e inteligência. E àqueles que ainda hoje, labutam nas suas empresas, com a mesma determinação de criar emprego e riqueza para Portugal e que se distinguiram por qualidades que são exemplo genuíno do espírito empresarial, vai ser prestada uma homenagem, consumada num diploma e numa medalha da autoria do Escultor José Rodrigues numa evocação também ao Monumento ao Empresário, inaugurado em 1993 pelo então Primeiro Ministro, Senhor Professor Cavaco Silva, situado no cruzamento da Avenida da Boavista com Marechal Gomes da Costa. A medalha terá como inscrição "Sollertia et Voluntas" (Rasgo e Vontade). Para a atribuição desta homenagem foi constituído um Júri, presidido pelo Sr. Eng. Mira Amaral e contando ainda com o Professor Valente de Oliveira, o Dr. José Roquete, com o Dr. Nicolau Santos, e com o Eng. José António Barros. Este ano, excepcionalmente serão homenageados 12 empresários e em anos futuros, porque é iniciativa que repetiremos todos os anos, serão homenageados no máximo três. 16 Quero endereçar os meus respeitos e agradecimentos, pelo apoio e incentivo que sempre me deram, aos meus colegas dos órgãos sociais, Assembleia Geral, Conselho Geral, Administração, Conselho Executivo, Conselho Fiscal e a todos os colaboradores da AEP em geral, que de uma forma competente e com orgulho, têm desenvolvido um trabalho de qualidade em prol das empresas e do País. Permitam-me, no entanto, que realce aqueles que, voluntariamente dedicam uma parte importante do seu tempo de empresa, da família ou do descanso à actividade associativa. Ao fim de longo tempo passado no associativismo empresarial e não só, e depois deste Congresso, sinto a satisfação do dever cumprido. Esta moldura empresarial, conjugada com a realização amanhã do estabelecimento da cúpula associativa, testemunhada por centenas de empresários na outorga notarial dos seus estatutos, é a minha maior satisfação associativa de sempre, que terá de provocar definitivamente uma reorganização associativa racional, que induza também nas nossas empresas um efeito de menos individualismo nas nossas acções. Não poderei deixar de estender esta minha satisfação ao Senhor Presidente da Associação Industrial Portuguesa, convidado de honra da AEP, que de uma forma totalmente empenhada, teve uma acção decisiva em todos os sentidos para a consecução da cúpula associativa. 17 Não posso deixar de agradecer a presença dos Colegas empresários neste Congresso, cuja qualidade e número muito dignifica a sua organização. Mas esta organização teve um cunho especial dado pelo Senhor Professor Valente de Oliveira, que mais uma vez pôs à nossa disposição a qualidade, o saber, a experiência e a ponderação de Homens com qualidade. Muito obrigado senhor Professor. Ao Senhor Professor Cavaco Silva, pela disponibilidade de connosco partilhar um importante momento de reflexão das questões económicas do nosso País, suportada naturalmente pela sua alta qualidade intelectual, o seu rigor e a sua riquíssima experiência como governante e como académico, sobejamente reconhecidas. Ao Senhor Primeiro Ministro por mais uma vez ter, com a sua presença e participação, demonstrado que acredita que o futuro do nosso país passa, claramente, pela acção e empenhamento dos empresários. Senhor Primeiro Ministro, caros Colegas, Antes de terminar, gostaria de recordar uma imagem que o meu Pai me conferiu. Homem com poucos recursos académicos, mas com uma inteligência aguda, uma capacidade de trabalho extraordinária, um grande sentido das responsabilidades e uma vontade de vencer deixou uma imagem que me ajuda a vencer os momentos difíceis. Dizia ele: temos de estar preparados para saber suportar tempestades, mesmo aquelas que, 18 em sentido figurado, atingem as nossas empresas e a economia do nosso País. Dizia, que uma tempestade ao atingir uma floresta, também limpava os ramos secos e velhos e testa se a raiz das árvores está solidamente presa ao terreno. A floresta fica mais limpa e arejada e pronta para reflorestação. É sempre preciso umas “rabanadas” de vento para limpar a nossa floresta. Senhor Primeiro Ministro, senhores Empresários, A tempestade amainou e que todos teremos que reparar os estragos, endireitar as árvores, e a plantar novas. Vamos então continuar a trabalhar para o nosso País. Senhor Primeiro Ministro, Estou certo de que este Congresso, vai confirmar a grande valia dos Empresários Portugueses e a sua determinação para mais uma vez suportar uma escalada de crescimento para atingirmos a meta dos países desenvolvidos. Tem Vossa Excelência demonstrado o conhecimento e a capacidade para atingir esses objectivos. Vamos continuar a trabalhar para o nosso País. Confie em nós. 19