Solenidade Do Prêmio Melhores e Maiores 2012 - Revista Exame Senhor Roberto Civita, Presidente do Conselho de Administração e Editor do Grupo Abril Senhor Fabio Barbosa, presidente executivo da Abril Senhor Jairo Mendes Leal, presidente executivo da Abril Mídia Senhora Claudia Vassalo, Diretora Superintendente da Revista Exame Senhoras e senhores empresários, executivos e demais convidados presentes. Boa noite! É com grande satisfação que participo desse tradicional evento que premia as melhores e maiores empresas do ano. Agradeço a Abril e a Exame o honroso convite. A realização de mais uma edição desse encontro promovido pela revista Exame é uma demonstração clara de que, mesmo em uma conjuntura internacional adversa, provocada por uma grave crise, o Brasil mantém um setor privado competente, criativo e sólido. Os grandes resultados das empresas que foram premiadas em um ano difícil só reforçam a minha confiança de que o Brasil mais uma vez se destaca no cenário internacional. O mundo segue navegando nas águas turbulentas da crise europeia, que já se mostra praticamente tão séria quanto a de 2008. A desaceleração econômica mundial é uma realidade inequívoca, que não poupou nem mesmo os emergentes dinâmicos como China, Índia e Brasil. Nos últimos trimestres crescemos bem abaixo de nossa capacidade, por conta do impacto da crise na restrição do comércio, na contração de mercados e, por último, mas não menos importante, na confiança dos empresários e do sistema financeiro. O crédito foi sufocado e investimentos foram adiados, especialmente por alguns setores industriais. Diante de tal quadro, que já dava sinais de afetar a confiança dos consumidores, o governo não ficou inerte. Medidas de estímulos foram sendo adotadas desde o segundo semestre do ano passado, atacando simultaneamente questões conjunturais e estruturais. Naquele momento, por sinal, não foram poucos os que criticaram as ações do Governo, classificando-o de demasiado pessimista em relação à conjuntura internacional. Hoje, está claro que nosso diagnóstico estava correto. Várias reduções de impostos e medidas para diminuir os custos financeiros foram acionadas. 1 Não vou listá-las aqui por conta do tempo. Nesse momento, quero chamar atenção para um aspecto fundamental, diria até revolucionário, para o qual creio que os agentes econômicos ainda não se deram conta do real impacto. Trata-se da mais importante reforma estrutural feita nos últimos anos e cujos efeitos ainda serão sentidos em sua plenitude: o novo equilíbrio macroeconômico representado por juros reais bem mais baixos, política fiscal sólida, combinada com uma política de maior competitividade do real. O Brasil por anos conviveu com as maiores taxas reais de juros do mundo e um processo de valorização contínua de sua moeda ante o dólar. Apesar de a Selic e as taxas praticadas pelo sistema financeiro terem caído paulatinamente na última década, estamos experimentando recentemente um movimento mais pronunciado em direção a um melhor equilíbrio. O sustentáculo disso tem sido a robusta e saudável política fiscal do governo e a inflação controlada. Não se pode menosprezar o impacto dessa mudança, que, garanto, veio para ficar. Com juros trabalhando em níveis de normalidade, há redução significativa no custo do crédito para empresas. Também há um importante incentivo ao investimento e ao empreendedorismo. Estamos deixando de ser o último peru gordo de natal, que ensejava grandes ganhos especulativos, para ser o País do capital produtivo, o País do investimento e da produção que gera emprego e renda para muitos e não para alguns poucos. Os recursos disponíveis na economia, ao invés de ficarem em ativos financeiros lastreados em dívida pública, serão mais direcionados para abrir fábricas ou financiar novos empreendimentos, por meio do mercado de capitais. A taxa de câmbio mais ajustada à realidade do País reduz todos os custos em moeda estrangeira e eleva a competitividade do produto nacional, tanto no mercado interno como externo. Esse novo patamar implica uma redução importante, por exemplo, no custo de mão de obra em comparações internacionais. Mas essa nova matriz macroeconômica, cujo impacto tem sido retardado – mas não impedido - pela crise internacional, não representa o único movimento do governo para tornar a economia brasileira mais competitiva. Desde o ano passado temos investido na desoneração da folha de pagamentos de diversos setores, medida que reduz a carga fiscal das empresas e diminui sensivelmente o custo do trabalho, sem retirar direitos dos trabalhadores. 2 Vamos prosseguir nessa direção sem titubear. Aperfeiçoamos o sistema tributário com iniciativas como o fim da guerra dos portos. E desoneramos fortemente os investimentos, que hoje têm custo bem menor do que há alguns anos. Cuidamos do conjuntural e do estrutural. Do curto e do longo prazo. Do investimento e do consumo. Apesar de termos a convicção de que o caminho que estamos percorrendo é e continuará sendo bem sucedido, sabemos que há ainda bastante espaço para avançarmos. Queremos melhorar e racionalizar mais o sistema tributário brasileiro, bem como diminuir o peso dos impostos sobre produção e consumo. Também queremos avançar na sustentabilidade das contas públicas. E por isso ressalto a importância de não permitir a aprovação de projetos que podem desmontar todo o esforço feito para solidificar a estrutura fiscal do País e que só farão disparar o gasto de custeio da máquina pública. Não temos um otimismo vazio. A despeito da crise e da desaceleração pela qual passamos, estamos mais preparados do que em 2008. O mercado interno brasileiro, nosso principal ativo, segue forte, com taxas de desemprego mínimas e renda real em alta. Temos empresas sólidas, conduzidas por empresários capazes e respeitados em todo o mundo. Só não podemos nos deixar impressionar pelo mau humor do mercado internacional. Superamos uma crise pior em 2008. E estamos em condições de ter um desempenho próximo ao grande ano de 2010. Ousaria dizer que estamos prestes a começar um novo ciclo de expansão forte na economia brasileira. As mudanças estruturais estão acontecendo e já produzem frutos que serão colhidos em breve. Na crise de 2008 e 2009, o governo agiu com eficácia e os que perceberam isso antes ganharam mercado e lucraram mais do que os outros. Aos que ainda não estão enxergando a nova realidade que se configura, minha sugestão é que abram os olhos para aproveitar as imensas oportunidades que se colocam no Brasil. Muito obrigado e boa noite! 3