TROMBOSE AORTO-ILÍACA Definição: É uma patologia obstrutiva, primária, idiopática que afeta a aorta terminal e seus troncos principais. Clinicamente, é caracterizada por manqueira associada ao exercício. Esta condição deve-se ao desenvolvimento de trombos primários na quadrifugação da aorta, podendo haver embolização secundária na vascularização dos posteriores. Patogenia: Na maioria dos casos ocorre como lesão primária , a formação de trombo mural na aorta terminal um pouco anterior à origem das ilíacas externas , embora possam haver casos de embolismo sem sinais de trombos aorticos. Os trombos geralmente localizam-se na parede dorsal da aorta e podem estender-se até o interior das 4 artérias iliíacas. Apesar de não haver causas definidas , existem sugestões de que degeneração arterial, trauma, distorções constantes da aorta devido a exercícios intensos e migrações parasitárias, possam ser as possíveis causas. Sinais Clínicos: Os sinais clínicos, na maioria das vezes, estão relacionados com o embolismo e vão variar com o calíbre da artéria obstruída. Pode involver 1 ou 2 posteriores , sendo + comum apenas 1. Manqueira inespecífica no posterior (membros ou lombar) Arrastar das pinças Tropeços O aparecimento dos sinais esta relacionado com a intensidade dos exercícios , sendo que eles aparecem mais comumente nos trabalhos intensos. Se os trabalhos forem interrompidos há uma tendência de recuperação clínica em 15-20 min. A irritabilidade, manutenção do membro no alto e tendência a escoicear são comuns. O exame clínico logo após o exercício revelam: Membro frio, e às vezes , ausência se suor em determinadas áreas. Nos casos mais agudos e graves pode haver queda durante o trabalho com incapacidade de apoiar o membro e edema crepitante da musculatura envolvida. Diagnóstico: Na maioria das vezes pode ser confundido com manqueiras ortopédicas e vários testes de diagnóstico serem aplicados antes de se focalizar o sistema circulatório. Palpação do pulso periférico com o animal em repouso (coccígea, safena, metatarsiana dorsal e artérias digitais). O pulso pode variar de forte e cheio a fraco e prolongado. Palpação retal para avaliação das artérias ilíacas . Ultrasson diagnóstico Ultrasson Doppler Arteriografia Enzimas musculares Tratamento: Empírico e inconsistente. Gluconato de Sódio, Aspirina, Heparina O animal deve ser mantido em exercícios leves para haver o estímulo da circulação colateral. Prognóstico: Varia com o tamanho dos vasos obstruídos, utilização do animal e tempo de progressão dos sinais clínicos. Para cavalos de corrida é incompatível, em casos de garanhões pode causar impotência. TROMBOFLEBITE Definição: É a obstrução total ou parcial do fluxo sangüíneo secundário à formação de inflamação mural e formação de coagulo intravascular, podendo ser séptico ou não. É uma séria complicação que muitas vezes pode significar a vida do animal. Causas: Trauma na íntima vascular devido a cateterização ou injeções repetitivas, de substâncias irritantes, ou injeções perivasculares. Movimentos excessivos e repetitivos do cateter Composição, tamanho e diâmetro do cateter EGG, Thiopental, fenilbutazona, Oxitetracilclina, Ac. Ascórbico etc. Disfunções hemostáticas (síndromes de hipercoagulibidade) Colonização bacteriana Sinais Clínicos: Edema local ou generalizado Distensão da veia próximo ao trombo Dor, enrrijecimento, calor. Relutância em mover a cabeça, edema de cabeça e visualização da circulação colateral, nos casos bilaterais. Exudato purulento na região de introdução do cateter Febre, depressão, anorexia são comuns na tromboflebite séptica. Disfagia e estresse respiratório. Diagnóstico: Histórico Exame físico Ultrassonografia Neutrofilia e hiperfibrinogenemia Prevenção: A tromboflebite é uma patologia que deve ser acima de tudo previnida. Escolha do cateter Diluir soluções irritantes Habilidade na colocação do cateter e na aplicação de injeções IV Preparação cirúrgica antes da colocação do cateter (tricotomia, antissepcia, luvas). Flushing (soro heparinizado – 10 UI/ml) Desinfeção e proteção do cateter Utilização de extensores Observar o tempo de permanência do cateter Retirar o cateter ao primeiro sinal. Tratamento: Liberação imediata da veia Compressas quentes Luz IV Massagens com DMSO AINES (aspirina , flunixin) AB (fazer cultura) – Penicilina combinada com aminoglicosídeo, Sulfa ou Ceftiofur. O metronidazole pode ser administrado caso haja acúmulo de gás intralesional visualizado através do Ultrasson. Retirada cirúrgica da veia. Prognóstico: As não sépticas tende a resolver-se em algumas semanas. As sépticas são mais complicadas podendo durar meses. VASCULITES Definição: Vasculite é o termo genérico que refere-se à inflamação dos vasos sangüíneos de qualquer calibre. Nos eqüinos a maioria das vasculites são imuno-mediadas e secundárias a infeções , neoplasias ou à administração de medicamentos. Mais raramente, as vasculites podem ser secundárias a lesões na parede dos vasos. -Streptococcus Antígenos --- -Influenza - Drogas ( ex.quinidina) Vasculite por hipersensibilidade: Antígenos – Deposição de Imuno –Complexos nas áreas de maior permeabilidade – Ativação do Complemento ( Atração de neutrófilos ; liberação de C5A) – neutrófilos infiltrados liberam enzimas proteolíticas – disfunção da parede vascular (EDEMA, HEMORRAGIA, INFARTO) Fatores Pré-disponentes : Características individuais Características físicas do imuno-complexo Velocidade da formação do imuno-complexo e de remoção pelo sistema de fagocitose mononuclear. Sinais Clínicos: Áreas de edema dérmico e subcutâneo ( quente e doloroso) Infarto de pele Necrose Exudação Hiperemia de mucosa- hemorragia petequial e equimóticaulcerações) Pode haver febre, taquipnéia e taquicardia (dor) Locais mais comumente afetados: Membro, abdômen ventral, focinho e face. Mais raramente: Trato gastro- intestinal , rins, músculos, articulações, trato respiratório e SNC. As vasculites podem ser seguidas de infeções localizadas como celulite, pneumonia, tromboflebite e laminite. Diagnóstico: Sinais clínicos e histórico Biópsia – Infiltrado neutrofílico Necrose fibrinóde. Tratamento: Remover o estímulo imune ( se possível ) Reduzir a inflamação na parede vascular Normalizar a resposta imune Terapia de Suporte Síndromes Clínicas: Púrpura Hemorrágica Arterite Viral Eqüina Anemia Infeciosa Eqüina Erlichiose Eqüina PÚRPURA HEMORÁGICA É provável que seja uma reação alérgica a antígenos de Streptococcus e vírus. É uma vasculite não contagiosa neutrofílica e necrotizante. Geralmente os casos de Púrpura ocorrem 2-4 semanas após as infeções por S equi (1-2% ) Sinais Clínicos: Edema Subcutâneo principalmente na cabeça e membros Úlceras Cutâneas Petéquias hemorrágicas na mucosa , musculatura e vísceras. Stress respiratório, cólica, disfagia, manqueira e falência renal (dependendo do órgão afetado). Tratamento: Dexametasona – 0,05 – 0,2 mg/kg q. 12-24hs por 4-6 semanas (reduzir gradativamente) Penicilina 22000 UI/kg – q 12hs.por 2 semanas AINES Terapia de suporte : hidratação, cuidados com as lesões, suporte respiratório. ANEMIA INFECIOSA EQÜINA É uma anemia hemolítica imuno-mediada causada por um retrovírus , que causa uma vasculite necrotizante que podendo afetar diversos orgãos, incluindo a pele. A transmissão ocorre através de insetos hematófagos, agulhas contaminadas e transfusão sangüínea. Sinais Clínicos: febre, icterícia, petequias hemorrágicas nas mucosas, edema ventral, anemia e perda de peso. Pode ser assintomático Diagnóstico: Teste de COGGINS (imunodifusão em gel) Tratamento : Não há, os animais devem ser sacrificados. ERLICHIOSE EQÜINA É uma síndrome causada pela ricketsia Ehrlichia equi. É provável que os vetores sejam carrapatos. A patologia é regional e geralmente confere imunidade por 2 anos. Sinais Clínicos: É mais comum em animais com mais de 3 anos. Febre, anorexia, petequias hemorrágicas nas mucosas, edema nos membros, fraqueza e ataxia. Diagnóstico : Detecção de corpos de inclusão no citoplasma dos neutrófilos e eosinófilos. Tratamento : Oxitetraciclina –7 mg/kg IV q.24 hs por 5 dias Terapia de suporte ARTERITE VIRAL EQÜINA É uma vasculite causada por Togavirus. A transmissão é através da inalação de aerossóis de animais infectados . Também ocorre transmissão venérea. O período de incubação é de 3-5 dias. O vírus tem predileção por pequenas artérias musculares. Sinais Clínicos: Febre alta ( 41º c ), depressão , anorexia, edema palpebral e periorbital, conjuntivite, petequias hemorrágicas, discarga nasal e ocular, edema de membros e abdomem e estresse respiratório. Pode ocorrer aborto em éguas no último trimestre de gestação. Opacidade de córnea, diarreia , icterícia, tosse, ataxia e dermatite (menos comuns). Diagnóstico : Isolamento do vírus (swab de nasofaringe, conjuntiva , sêmem, placenta e fluidos fetais. Titulação de anticorpos Tratamento : Terapia de suporte por 3 semanas. Prevenção : vacina com vírus vivo modificado (principalmente garanhões). COAGULAÇÃO INTRAVASCULAR DISSEMINADA Definição: É um processo fisiopatológico complexo , que ocorre como resultado de patologias que ativem a cascata de coagulação. Também as patologias que causam severo dano vascular , podem vir a causar CID , devido à exposição do endotélio vascular a fosfolipídeos carregados negativamente que podem iniciar a agregação plaquetária e a coagulação. A endotoxemia devido a danos na trato gastrointestinal é a causa mais comum. Outras patologias associadas com CID : metrite, pleuropneumonia, anemia hemolítica,viremias, vasculites, queimaduras , neoplasia, falência renal e hepática. A endotoxina da parede celular das bectérias gram – é capaz de iniciar a coagulação intrinseca devido à ativação do fator XII . A ativação extrinseca da coagulação ocorre pelo dano da parede do endotélio vascular – ativação de plaquetas mediada por tromboxanos. Além dito , as endotoxinas inibem a fibrilólise. AUMENTO DA FORMAÇÃO DE COÁGULOS – REDUÇÃO DA DESTRUIÇÃO DE COÁGULOS A rapidez e a severidade relacionadas com a formação do trombo estão relacionados com a produção de trombina (ativação plaquetária, ativação dos fatores V e VIII, estimula a polimerização da fibrina ) Hipercoagulação sistêmica – formação de microtrombos – isquemia e necrose tissular Devido à hipoperfusão causada pelos danos gerados pelas lesões primárias , ocorre dificuldade de saída dos fatores de degradação de fibrina do leito vascular, que começam a acumular-se na circulação e a causar disfunção plaquetária, inibir a atividade da trombina e coagulopatia. Ocorre então depleção dos fatores de coagulação – coagulopatia – hemorragias. Sinais Clínicos: Ligados `a formação de microtrombos em pequenos vasos em determinados orgãos. ( cólica , laminite, oligúria, dispnéia e demência). Trombose em grandes vasos , principalmente em locais de cateterização e de repetidas punções venosas. Petéquias e equimoses. Hemoglobinúria Epistaxe e hemorragias são incomuns e estão ligadas a casos gravíssimos. Diagnóstico: Sinais clínicos, tombocitopenia , hipofibrinogenemia (raro em eqüinos) Tratamento : Tratar cirurgica ou clinicamente a patologia primária Fluidoterapia para manter a perfusão Flunixin meglumine (0,25 mg/kg tid) Heparina 40 UI/kg cada 12 hs. Por 3 dias – 3 L de plasma para fornecer antitrombina III Prevenção : Fluidoterapia Flunixim Meglumine DMSO Acepromazina 0,01 mg/kg IM ou SC –TID) Aspirina Soro hiperimune (anticorpos contra bactérias G-)