TRATAMENTO DE TUMORES NEUROENDÓCRINOS Consta no rol de procedimentos, desde a RN 338, o Tratamento de Tumores Neuroendócrinos, para os planos adaptados à lei 9656 /98. CODIFICAÇÃO TUSS DESCRITIVO 40710092 TRATAMENTO DE TUMORES NEUROENDÓCRINOS Os tumores neuroendócrinos foram inicialmente descritos em 1888 por Lubarsch e se caracterizam pela produção de substâncias conhecidas como peptídeos vasoativos, capazes de gerar quadros clínicos extremamente desconfortáveis conhecidos como Síndrome Carcinóide (rubor, taquicardia, cólicas intestinais e diarreia). Apenas 10% dos pacientes com Tumores Neuroendócrinos desenvolvem esta Síndrome e geralmente são indivíduos que já apresentam metástases. Apesar da ocorrência destes tumores poder ocorrer em pulmão, estômago, apêndice, ceco, timo, pâncreas, duodeno, jejuno, íleo e reto, habitualmente são os tumores localizados em intestino, apêndice e ceco que mais produzem os peptídeos vasoativos. O tratamento destes tumores, sempre que possível deve ser a ressecção total do tumor. Porém nem sempre o diagnóstico é realizado em tempo hábil para realizar a ressecção. Os medicamentos habitualmente utilizados para os tumores metastáticos são os quimioterápicos e os análogos da somatostatina. Os análogos da somatostatina são úteis em bloquear a secreção de peptídeos vasoativos e desta forma controlar os sintomas da Síndrome Carcinóide. Os dois análogos frequentemente utilizados são o Octreotide e o Lanreotide. Com o passar dos anos se desenvolveu uma técnica que utiliza os análogos da somatostatina marcados radioativamente para expor células tumorais à radiação interna direta. Para tanto, utilizam-se vários tipos de somatostatina marcada com radionuclídeos. Os elementos radioativos utilizados são, principalmente, o lutécio-177 e o Ìtrio-90. Tais elementos são geralmente ligados, por meio de chamados agentes quelantes, ao análogo de somatostatina de nome octreotide. O medicamento radioativo resultante (DOTATOC-90Y, DOTATOC-Lu-177 ou DOTATATE-Lu-177) é administrado ao paciente por via intravenosa e a radiação interna tem início. Assim que o medicamento se encontra na circulação sanguínea, o seu componente octreotídico identifica todas as células tumorais apresentando receptores de somatostatina em sua superfície e conecta-se às mesmas. Em seguida, as partículas radioativas do medicamento matam as células tumorais por meio de raios beta e gama. Esta terapia adequa-se, portanto, à radioterapia interna de metástases positivas para receptores de somatostatina, incluindo eventuais metástases ósseas de tumores carcinoides. Esta Terapia também conhecida como Terapia com Radionuclídeo para Receptor de Peptídeo (TRRP) não deve ser aplicada em pacientes com insuficiência renal (elevação dos níveis de creatinina ou ureia) ou depressão da medula óssea (redução de glóbulos vermelhos ou brancos ou de plaquetas) e tampouco no caso de tumores neuroendócrinos maldiferenciados. O uso combinado do tratamento medicamentoso e da TRRP não se excluem, sendo, pelo contrário, combinados frequentemente. A indicação geralmente é para tumores irressecáveis ou com metástases à distância. O tratamento é feito através de quatro aplicações terapêuticas do complexo radionuclídeo-octreotide, por via endovenosa, a intervalos de 8 a 10 semanas. O procedimento baseia-se na administração de uma substância radioativa ligada a um peptídeo, o octreotato, que tem a propriedade de concentrar nesses tumores, promovendo o tratamento das lesões.