TUMORES NEUROENDÓCRINOS Os tumores neuroendócrinos (TNE) são tumores raros, derivados de células de uma mesma origem embriológica e podem ocorrer em qualquer parte do corpo. De acordo com o seu sítio embriológico e padrão morfológico, podem ser subdivididos em como procedentes do intestino anterior (foregut), intestino médio (midgut) e intestino caudal (hindgut). Cerca de 41% dos TNE de importância clínica são pocedentes do intestino anterior (intestino, pâncreas, pulmão e estômago). A característica marcante deste grupo de tumores é a capacidade eventual de produzir hormônios (aminas vasoativas) em quantidade excessiva, podendo resultar em sintomatologia correspondente. Existem diversos tipos de tumores neuroendócrinos descritos, como carcinóides, tumores de ilhotas pancreáticas (insulinomas, vipomas, glucagonomas), feocromocitomas, entre outros. Os TNE podem ocorrer também de forma hereditária e associada à predisposição ao desenvolvimento de outros cânceres (neoplasias endócrinas múltiplas) O diagnóstico pode ser realizado através da dosagem plasmática ou urinária dos hormônios eventualmente produzidos pelo tumor (5-HIAA, cromogranina A, serotonina, catecolominas, entre outros). Os exames de imagem (ultrassonografia endoscópica, tomografia computadorizada e ressonância nuclear magnética) são importantes na identificação da lesão primária e os exames de medicina nuclear (octreoscan e cintilografia c/ MIBG) também são de grande valia. O principal tratamento para os TNE é a cirurgia. Em algumas situações, mesmo com a presença de metástases, a cirurgia pode ser indicada para controle de sintomas ou da doença. Alguns pacientes podem se beneficiar do uso de análogos de somatostatina e análogos de somatostatina marcados radioativamente. Em pacientes com doença metastática podemos utilizar quimioterapia sistêmica, além dos análogos da somatostatina.