do outro lado da rua

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DO OUTRO LADO DA RUA
"ABUSO DE ÁLCOOL MALTRATA O CORPO E AGRAVA RISCO DE
DOENÇAS CRÔNICAS"
Na tarde do dia 23 de julho de 2011, a cantora inglesa Amy Winehouse foi
encontrada sem vida em sua casa no bairro de Camden, Londres (Inglaterra).
Embora as causas da morte ainda sejam desconhecidas, a cantora tinha um
longo histórico de abuso de drogas. No Brasil, o ex-jogador e craque da Seleção
Brasileira Sócrates está internado desde o dia 05, depois de apresentar um
quadro de hemorragia digestiva alta. Em comum, uma doença que afeta 12% da
população mundial: o alcoolismo.
Se você está se perguntando como uma substância que também é indicada para
prevenir doenças do coração, de uso fundamental em qualquer ritual de
socialização, quase tão antiga quanto a humanidade, pode causar tanto estrago,
a resposta é simples: o uso descontrolado e em quantidades cada vez maiores do
etanol lesiona praticamente quase todas as células do organismo, causando
danos diretos como as doenças cerebrais, nervosas, do coração, pâncreas,
fígado e estômago, além de potencializar outros problemas como a obesidade, o
diabetes, a pressão alta, entre outros.
Pessoas que bebem muito, inclusive, quando param de beber abruptamente
promovem no organismo um choque chamado de Resposta Compensatória, que
pode levar à morte. De acordo com o psiquiatra e especialista em medicina
comportamental Felipe Corchs, isso acontece porque o etanol funciona como um
sedativo para o corpo, reduzindo a temperatura e diminuindo a frequência
cardíaca. Para compensar a redução e manter a normalidade, o organismo faz
com que o coração bata mais rápido e que a temperatura do corpo aumente,
mesmo sem a presença de álcool.
"Nessa resposta do corpo, as pessoas sofrem com aumento da pressão arterial,
temperatura, arritmias e convulsões", esclarece o médico.
Causas
Não existe uma única causa que explique por que determinadas pessoas não
conseguem controlar o uso do álcool e passam a viver em função do seu uso.
Nas palavras do psiquiatra Felipe Corchs, a dependência vai acontecer quando o
indivíduo não consegue ter controle sobre a bebida e não consegue fazer nada
que não apresente relação com o álcool. "Existem várias fases a serem
consideradas quando o assunto é o abuso do álcool mas, na dependência, o
indivíduo pode até tentar parar de beber, mas não consegue êxito no seu
objetivo", destaca.
Ele lembra ainda que existem pessoas que não são dependentes, mas que fazem
uso e abuso, os chamados heavy drinkers. Explicar como o abuso vira
dependência não é fácil, pois, além dos fatores biológicos, sociais, existem os
psicológicos.
* Fonte: Correio da Bahia >>> www.alcoolismo.com.br
"MORTALIDADE POR ALCOOLISMO NO BRASIL É QUASE TÃO GRANDE
QUANTO A DO CRACK"
O índice de mortalidade entre dependentes de álcool no Brasil está próximo do
registrado entre usuários de crack. Pesquisa inédita feita pela Universidade
Federal de São Paulo (Unifesp) mostra que, em cinco anos, 17% dos pacientes
atendidos em uma unidade de tratamento da zona sul de São Paulo morreram.
"É um número altíssimo. Na Inglaterra, o índice não ultrapassa 0,5% ao ano", diz
o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, coordenador do estudo.
O trabalho, que será publicado na próxima edição da Revista Brasileira de
Psiquiatria, segue uma linha de pesquisa de Laranjeira sobre morte entre
dependentes de drogas. O estudo feito entre usuários de crack demonstrou que
30% morreram num período de 12 anos. "Naquela mostra, a maior parte dos
pacientes morreu nos primeiros cinco anos. Podemos dizer que os índices estão
bastante próximos."
O estudo sobre dependência de álcool procurou, depois de cinco anos, 232
pessoas que haviam sido atendidas num centro do Jardim Ângela, zona sul, em
2002. Desse grupo, 41 haviam morrido – 34% por causas violentas, como
acidentes de carro ou homicídios. Outros 66% foram vítimas de doenças
relacionadas ao alcoolismo. "Os resultados estampam a falta de uma rede de
assistência para esses pacientes.
Todas as fases do atendimento são deficientes: desde o serviço de urgência, para
o dependente em crise, até a rede de assistência psicossocial", diz Laranjeira.
Violência
Os altos índices de mortalidade são explicados por Laranjeira. Entre dependentes
de álcool, principalmente nos casos mais graves, pacientes perdem o vínculo com
a família, com o trabalho e adotam atitudes que os expõem a riscos, como sexo
sem preservativo ou brigas.
A velocidade desse processo é maior entre pessoas de classes menos
privilegiadas, avalia Laranjeira. "Como em qualquer outra doença, pessoas que
têm acesso a um serviço de melhor qualidade têm mais chances de controlar o
problema. Daí a necessidade de equipar melhor a rede pública", comparou.
O grupo avaliado na pesquisa da Unifesp ilustra esse processo. A totalidade dos
pacientes atendidos era de classe E e D – 52,2% estavam desempregados. A
idade média dos entrevistados era de 42 anos. "Debilitados e sem dinheiro, esse
grupo dificilmente consegue se inserir novamente na sociedade", completou.
A ligação com a violência também está clara. O trabalho mostra que entre sujeitos
que consumiram álcool, o risco de estar envolvido com crime era 4,1
vezes maior que entre os abstêmios.
Laranjeira lembra que o Jardim Ângela é bairro de periferia. "Mas os baixos
indicadores dos pacientes analisados na pesquisa estão longe de refletir a
população do bairro. Ali há economia, pessoas estão empregadas."
Religião
Além da alta mortalidade, a pesquisa conclui que atividades religiosas exercem
um efeito protetor sobre os dependentes. Entre os que pertenciam a algum grupo,
incluindo os de autoajuda, os índices de participação em crimes eram menores
que entre os demais. Dos entrevistados que faziam parte de algum grupo
religioso, 30,6% não tiveram participação em crime. Entre os que não estavam
ligados a nenhum grupo religioso, 18% conseguiram se manter afastados de
crimes.
"Num cenário de total desassistência, é ali que o grupo conseguiu apoio", diz
Laranjeira. Um resultado que, na avaliação do pesquisador, é muito importante de
ser considerado. "Numa doença que apresenta um índice de mortalidade de 17%,
qualquer fator protetor deve ser estimulado, sem preconceito." Justamente por
isso ele não hesitaria em recomendar para os pacientes procurarem grupos de
apoio, incluindo os de natureza religiosa.
* Fonte: www.alcoolismo.com.br
"DESCOBERTA LIGAÇÃO ENTRE VARIAÇÃO GENÉTICA, ALCOOLISMO E
COMPULSIVIDADE"
Pesquisadores da Universidade de Michigan Health System, nos Estados Unidos,
descobriram uma nova ligação entre as variações genéticas associadas com o
alcoolismo, ao comportamento impulsivo e a uma região do cérebro envolvida na
ansiedade.
Resultados indicam que as variações no gene GABRA2 contribuem para o risco
de alcoolismo, influenciando comportamentos impulsivos, pelo menos em parte,
através de uma porção do córtex cerebral denominada ínsula.
O estudo incluiu 449 pessoas, que vieram de 173 famílias – 129 dos quais tinham
pelo menos um membro diagnosticado com dependência de álcool. Aqueles com
certas variações do gene GABRA2 eram mais prováveis de ter sintomas de
dependência de álcool e medidas maiores de impulsividade em resposta ao
sofrimento. Associações mais fortes foram encontradas em mulheres do que em
homens.
Os pesquisadores também usaram imagens de ressonância magnética funcional
(FMRI) para observar as mudanças do fluxo sanguíneo nos cérebros de 44
adultos jovens dessas famílias quando eles realizaram uma tarefa na qual eles
antecipavam o ganho ou a perda de dinheiro.
"A neuroimagem nos permitiu ver pela primeira vez como essas variações
genéticas criam diferenças em como o cérebro reage em determinadas
situações", disse a pesquisadora Maria M. Heitzeg.
Eles descobriram que os indivíduos com uma forma do gene GABRA2 associado
ao alcoolismo mostraram significativamente maior ativação na ínsula quando
anteciparam recompensas e perdas do que aquelas com outras combinações.
Essa maior ativação também foi relacionada com um maior nível de impulsividade
em resposta ao sofrimento.
A associação da ínsula com comportamentos de dependência é bem conhecida.
Dados anteriores relataram que fumantes que tiveram danos na ínsula devido a
um acidente vascular cerebral acharam muito mais fácil largar o cigarro.
"Acreditamos que estes resultados sugerem que GABRA2 exerce uma influência
sobre um sistema neural subjacente que impacta fatores de risco precoces e,
mais tarde, a dependência do álcool", disse a autora sênior do estudo, Margit
Burmeister. "No futuro, esperamos continuar a analisar os efeitos do ambiente
familiar e outros fatores ambientais e comportamentais."
Os autores ressaltam que os fatores de risco genéticos não atuam sozinhos e
simplesmente tê-los descoberto não significa que alguém vai se tornar um
alcoólatra.
* Fonte: Bibliomed >>> www.alcoolismo.com.br
" ÁLCOOL - SAIA DISSO! EVITE O PRIMEIRO GOLE "
Por Luciano M.////RJ
Em um artigo escrito para o jornal "Correio Espírita", do mês de agosto de 2012,
o Médico Américo Domingos Nunes Filho, escreveu um texto que tem como título
"Álcool – Saia disso! Evite o primeiro gole", do qual destaquei os seguintes
trechos importantes por se tratar de uma doença comum aos membros de
Alcoólicos Anônimos e também, pela referência feita por esse profissional em
relação a nossa Irmandade:
"A bebida alcoólica é a droga mais antiga das quais se tem conhecimento, sendo
facilmente obtida, a partir da fermentação de sumos vegetais, pela ação de
fungos e bactérias saprófitas (desprovidos de clorofila). Em verdade, acontece
um processo de transformação de uma substância em outra, graças à atuação de
microorganismos, agindo como fermentos. Por exemplo, no caso da cerveja, o
açúcar presente no malte, o qual é obtido através de cevada germinada, é
consumido, sendo produzido o álcool etílico. Portanto, com muita facilidade, o
álcool resulta da fermentação dos glicídios encontrados nas frutas, como a cana
de açúcar e a uva, nos cereais, como a cevada e o centeio e em raízes, como a
mandioca, beterraba e batata. Através da destilação das bebidas fermentadas são
obtidos líquidos com alto teor alcoólico, como a cachaça, o rum, gim e o
uísque."
"O alcoolismo se apresenta como um vício que se caracteriza pelo consumo
compulsivo de bebidas alcoólicas, levando os indivíduos a uma degradação
crescente, atingindo a vida particular, prejudicando sobremaneira as atividades
profissionais e familiares, fazendo-os mergulhar em um profundo e avassalador
abismo. Em verdade, os seres, subjugados ao álcool, situam-se como débeis
escravos subordinados a algozes espirituais, cruéis e torturadores, os quais
podem, infelizmente, conduzi-los à morte prematura, sendo, então, recebidos, nas
paragens espirituais, como suicidas indiretos."
"Na Bíblia, no Antigo Testamento, no livro de Gênesis, no final do capítulo
nove, há relato do primeiro porre, acarretando um efeito desastroso. Após o
dilúvio, Noé plantou a primeira vinha e ingeriu a bebida, resultante da
fermentação do açúcar da fruta, realizada por leveduras, que existem em suas
cascas. O efeito foi devastador, porquanto alcoolizado, desnudou-se e foi visto
por um dos filhos, exatamente Cam, o qual por esse motivo foi amaldiçoado e
tornado escravo."
"Importante que o viciado procure o tratamento espiritual necessário, sabendo de
antemão que a cura só acontecerá a partir do próprio paciente, procurando com
esforço próprio o restabelecimento da saúde. Parafraseando os benditos amigos
dos etilistas, vem bem a calhar essa máxima: "Substitua os velhos amigos
espirituais com quem bebia por novos amigos espíritos sóbrios". Ao mesmo
tempo, deve-se obter a ajuda valiosa dos abençoados "Alcoólicos Anônimos"
(A.A), a quem dedico essa matéria, aliviando a angústia emocional dos
dependentes do álcool, exortando-os na prevenção da recaída da terrível droga.
Parabenizamos a todos os trabalhadores do A.A em tão maravilhosa missão de
apoio e consideração humanitária. Que o Pai Amado ilumine sempre o caminho
que trilham, abençoando cada vez mais esses estimados e queridos
companheiros de jornada terrena."
* OBS:> Trechos do artigo escrito pelo Médico - Doutor Américo Domingos Nunes
Filho, Membro da Associação Médico-Espírita do Estado do Rio de Janeiro e da
Associação de Divulgadores Espíritas do Rio de Janeiro, publicado no jornal
"Correio Espírita" do mês de Agosto de 2012.
" O ALCOOLISMO NA ADOLESCÊNCIA "
Alcoolismo nunca foi problema exclusivo dos adultos. Pode também acometer os
adolescentes. Hoje, no Brasil, causa grande preocupação o fato de os jovens
começarem a beber cada vez mais cedo e as meninas, a beber tanto ou mais que
os meninos. Pior, ainda, é que certamente parte deles conviverá com a
dependência do álcool no futuro.
Para essa reviravolta em relação ao uso de álcool entre os adolescentes, que
ocorreu bruscamente de uma geração para outra, concorreram diversos fatores
de risco. O primeiro é que o consumo de bebida alcoólica é aceito e até
estimulado pela sociedade. Pais que entram em pânico quando descobrem que o
filho ou a filha fumou maconha ou tomou um comprimido de ecstasy numa festa,
acham normal que eles bebam porque afinal todos bebem.
Sem desprezar os fatores genéticos e emocionais que influem no consumo da
bebida – o álcool reduz o nível de ansiedade e algumas pessoas estão mais
propensas a desenvolver alcoolismo – a pressão do grupo de amigos, o
sentimento de onipotência próprio da juventude, o custo baixo da bebida, a falta
de controle na oferta e consumo dos produtos que contêm álcool, a ausência de
limites sociais colaboram para que o primeiro contato com a bebida ocorra cada
vez mais cedo.
Não é raro o problema começar em casa, com a hesitação paterna na hora de
permitir ou não que o adolescente faça uso do álcool ou com o mau exemplo que
alguns pais dão vangloriando-se de serem capazes de beber uma garrafa de
uísque ou dez cervejas num final de semana.
Não se pode esquecer de que, em qualquer quantidade, o álcool é uma
substância tóxica e que o metabolismo das pessoas mais jovens faz com que
seus efeitos sejam potencializados. Não se pode esquecer também de que ele é
responsável pelo aumento do número de acidentes e atos de violência, muitos
deles fatais, a que se expõem os usuários.
Proibir apenas que os adolescentes bebam não adianta. É preciso conversar com
eles, expor-lhes a preocupação com sua saúde e segurança e deixar claro que
não há acordo possível quanto ao uso e abuso do álcool, dentro ou fora de casa.
* Fonte: drauziovarella.com. BR
"ÁLCOOL, COMBUSTÍVEL DA MORTE".
Por Luciano M. /// RJ
O jornal O Dia, do Rio de Janeiro, publicou em sua edição do dia 5 de março de
2006, ampla reportagem mostrando o perigo da ingestão de bebidas alcoólicas,
destacando o perigo da combinação álcool e direção. Vejam alguns trechos a
seguir:
"Pesquisas apontam que quase 40% (quarenta por cento) dos mortos em
acidentes violentos tinham consumido bebida acima do limite tolerado."
"Jovens e adultos que teriam longo caminho a trilhar são as principais vitimas
da embriagues no transito. Estudos mostraram que 41% (quarenta e um por
cento) dos mortos tinham entre 19 e 39 anos de idade."
"No Rio, pelo menos 40% (quarenta por cento) dos motoristas acidentados
socorridos pelo Corpo de Bombeiros apresentaram hálito etílico."
"O número de acidentes tem crescido 8% (oito por cento) a cada ano."
"O presidente da Associação Brasileira de Alcoologia, diz que o Brasil subestima
a gravidade da mistura entre álcool e direção."
"Todos os anos morrem cerca de 35 mil pessoas por acidente no trânsito, 500 mil
ficam feridas e cerca de 100 mil sofrem lesões irreversíveis."
"São 100 pessoas mortas por dia, gerando um prejuízo estimado em R$ 30
bilhões para o Brasil.".
Nessa matéria, a Sra. Madeleine X. Delgado, de 27 anos de idade, narra o
acidente que envolveu seu marido fazendo-o mais uma vítima fatal: "Eu o alertei!
O acidente que matou o meu marido aconteceu na madrugada do dia 23 de
setembro de 2005. Ele voltava do futebol pela Avenida Pastor Martin Luther King
Junior quando perdeu a direção. Eu alertei o Sandro várias vezes sobre o perigo
de beber e dirigir. Mas ele sempre dizia que não tinha bebido demais e que sabia
o que estava fazendo. Tínhamos muitos planos. Eu estava grávida de dois meses.
Mas pouco depois de sua morte, perdi o bebê. Só me restaram lembranças.
"SAIBA OS RISCOS QUE MULHERES ENFRENTAM AO CONSUMIR
ÁLCOOL"
Recentemente foram divulgados dados sobre o consumo de álcool na população
brasileira, em 2010, obtidos por estudo realizado pelo sistema de Vigilância de
Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico
(VIGITEL), do Ministério da Saúde.
Dentre os 54.339 adultos entrevistados, 18% relataram ter consumido álcool de
forma abusiva, nos últimos 30 dias que antecederam a entrevista. Em relação aos
dados coletados em 2006, houve aumento significativo de 2,4% na proporção de
mulheres que admitiram ter bebido neste padrão (8,2% em 2006 e 10,6% em
2010).
Outro estudo, realizado com universitários entre 18 e 25 anos e divulgado pelo
Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), sugeriu que, entre as
mulheres, os indicadores de problemas relacionados ao consumo de bebida
alcoólica estão mais fortemente associados à esfera afetiva (bebem para lidar
com situações estressantes ou para aliviar sintomas depressivos), enquanto entre
os homens estaria mais associado a motivações sociais (beber em festas ou na
companhia de amigos, para ser aceito por amigos ou pelo grupo). Ambos os
gêneros também bebem motivados pelos efeitos "eufóricos" do álcool.
As mulheres, no entanto, são mais vulneráveis aos efeitos da bebida alcoólica
que os homens após consumirem a mesma quantidade desta substância, mesmo
quando diferenças no peso corpóreo são levadas em conta. Isso ocorre porque o
álcool se mistura facilmente com a água do corpo, e como as mulheres possuem
proporcionalmente menos água do que os homens, o álcool se torna muito mais
concentrado, tornando os efeitos mais agravantes entre as mulheres. Além disso,
elas também apresentam menores níveis das enzimas aldeído desidrogenase e
álcool desidrogenase, responsáveis pelo metabolismo do álcool – ou seja, o
álcool permanece no corpo por mais tempo.
De acordo com a médica psiquiatra e coordenadora do CISA, Dra. Camila
Magalhães Silveira, "estudos científicos apontam que, nas mulheres, o uso de
álcool está associado ao desenvolvimento de câncer de mama, principalmente se
associado ao uso de reposição hormonal na pós-menopausa. Outros prejuízos
decorrentes do consumo nocivo de bebida alcoólica por mulheres são:
suscetibilidade de sofrer abusos sexuais, sexo desprotegido, violência, efeitos
negativos sobre o casamento e o desenvolvimento dos filhos, entre outros".
Outro fato preocupante é o uso de álcool durante a gestação. Em decorrência
deste comportamento, tanto a saúde do feto como a da mãe podem sofrer efeitos
negativos, uma vez que o álcool atravessa a placenta.
Entre as principais consequências, a mais grave e comum é a Síndrome Fetal
Alcoólica (SFA), apontada como a maior causa evitável de retardo mental em
crianças. "O uso de álcool durante a gravidez pode trazer inúmeros problemas
para o bebê, incluindo hiperatividade, déficits de atenção, aprendizado e
memória. Diversos fatores podem contribuir para o surgimento de problemas no
feto: padrão de consumo de álcool, metabolismo materno, suscetibilidade
genética, período da gestação em que o álcool foi consumido e vulnerabilidade
das diferentes regiões cerebrais da criança", conclui a especialista.
* Fonte: www.alcoolismo.com.br
"USO DE ÁLCOOL POR ANSIOSOS LEVA À DEPENDÊNCIA"
O hábito de consumir álcool para "afogar as mágoas" e aliviar o estresse pode
ser uma porta de entrada para o alcoolismo para pelo menos um tipo de pessoa:
aquelas com sintomas de ansiedade, segundo novo estudo de uma universidade
do Canadá.
Poucas pesquisas sustentavam essa relação de causa e consequência até agora.
Fazendo acompanhamento de saúde e entrevistas com mais de 34 mil pessoas
nos EUA, cientistas concluíram que pessoas com problemas como transtorno de
pânico ou fobias são especialmente vulneráveis a esse fator de risco.
Pacientes que praticavam o consumo "terapêutico" de bebidas alcoólicas (ou de
qualquer outro tipo de droga) contra a ansiedade aumentaram de três a seis
vezes o risco de dependência.
Na pesquisa, feita na Universidade de Manitoba (Canadá), 12,6% das pessoas
com transtornos de ansiedade desenvolveram alguma forma de alcoolismo após
usar a bebida como alívio.
Daqueles que tinham ansiedade, mas não praticavam "automedicação de
sintomas com álcool", apenas 4,7% tiveram o problema.
"A análise sugere que 15,9% dos diagnósticos incidentes de transtornos do álcool
nessa população podem ser atribuídos à automedicação com álcool", afirmam
James Bolton e seus colegas, autores de um estudo publicado na revista
"Archives of General Psychiatry".
CÍRCULO VICIOSO
Um outro efeito perverso foi o de que a dependência de álcool ou outras drogas
agiu contra a melhora de sintomas de ansiedade a longo prazo. Atuando apenas
de forma paliativa e circunstancial, a automedicação tinha uma tendência a se
tornar vício.
O abuso de álcool e drogas foi particularmente alto como fator de risco para um
tipo específico de transtornos de ansiedade: a fobia social.
Esse é o nome dado ao pavor de interação com outros por medo de reprovação,
passar vergonha em público, humilhação etc.
"Uma possível explicação para isso é que a má aceitação social do uso de drogas
pode criar um desejo de evitar contato social", afirma Bolton. "Outra é que
esses indivíduos já tivessem uma fobia social abaixo do limiar [de diagnóstico],
que foi exacerbada pelo uso de drogas."
Segundo o pesquisador, o transtorno de ansiedade acompanhado de
dependência também é mais difícil de tratar, porque a abstinência pode provocar
uma intensificação dos sintomas que são típicos da ansiedade.
"Ao identificar um comportamento real ou potencial de automedicação, os
médicos podem trabalhar para prevenir o surgimento simultâneo da comorbidade
[ansiedade ligada ao alcoolismo] em certos pacientes", diz.
* Fonte: www.alcoolismo.com.br
"ALCOOLISMO OU TSUNAMI?"
Por Luciano M.////RJ
Já faz algum tempo, ouvi no relato de um companheiro a comparação da tragédia
de seu alcoolismo com a tragédia do maremoto "Tsunami" e cheguei a seguinte
conclusão:
Considerando que o "tsunami" não ocorre com freqüência e se tem mecanismos
para a previsão da sua chegada e do local onde poderá acontecer, logo, existe a
possibilidade de se minimizar seus efeitos, evacuando-se a área a ser atingida.
Com o alcoolismo não acontece o mesmo, pois se trata de uma doença sutil,
sorrateira, que se instala em seu portador de maneira lenta e silenciosa que só
a percebemos quando no seu estágio mais adiantado. É como o crescimento dos
cabelos e das unhas que só notamos quando já estão precisando ser aparados.
Tanto o alcoolismo como o maremoto "tsunami", destroem, independentemente
de raça, credo, posição social, padrão financeiro, intelectual, etc.., atingindo,
democraticamente, a quem estiver em seu caminho. Mas, com a doença
chamada ALCOOLISMO, entra ainda a questão moral, onde seu portador é
excluído do convívio dos amigos, familiares, do trabalho e por fim acaba sozinho
no mundo excluído da sociedade, transformando-se num morto vivo (zumbí). Mas
antes de chegar a esse estágio o doente arrasta com ele as vítimas inocentes de
sua tragédia particular.
Quantas esposas, mães e filhos vivem o horror de aguardarem a chegada do
marido, pai ou filho, cujo estado preferem nem imaginar. Muitas vezes chega
agressivo, tornando-se num verdadeiro carrasco de seus próprios filhos, vítimas
mais próximas e inocentes, gerando com isso, revolta e desespero dentro de seu
próprio lar (se é que podemos chamar assim, pois "um homem SÓBRIO constrói
uma casa. Um BÊBADO destrói um lar").
O fenônemo "tsunami" é uma reação da natureza e quando ele acontece todos os
esforços são destinados, imediatamente, para que suas vítimas sejam socorridas
e muitos recursos são aplicados para a reconstrução das áreas afetadas. Já com
o alcoólatra, quem se dispõe a ajudar um bêbado caído na sarjeta?
Dificilmente o alcoólatra encontra solidariedade em sua tragédia particular,
alguém que lhe estenda a mão e lhe dê uma chance de se recuperar.
O "tsunami" quando acontece deixa muita destruição em seu caminho, mas ele
fica limitado a uma área onde ocorre o fenômeno, já o alcoolismo faz vítimas
diárias por todo o planeta. Outra diferença é que o "tsunami" não há previsão de
quando voltará a acontecer e nem o local a ser atinjido por ele, enquanto que o
alcoolismo faz muitas vítimas, diariamente, basta olharmos os seres estendidos
pelas calçadas sujas, sob viadutos, bancos de praças, hospitais de doentes
mentais e em outros locais bem pertinho de nós. Outro detalhe: dificilmente
identificaremos uma vítima do maremoto "tsunami", mas com facilidade
reconheceremos uma vítima dessa verdadeira tragédia chamada ALCOOLISMO!
"ÁLCOOL PODE ACENTUAR EM ATÉ TRÊS VEZES EFEITO DE REMÉDIOS
DIZ ESTUDO"
Interação de enzimas e outras substâncias corporais são afetadas. Ao menos 5
mil medicamentos vendidos têm efeitos alterados pelo álcool.
Ingerir bebida alcoólica enquanto há uso de medicamentos pode ser mais
perigoso do que se imagina, afirma um estudo divulgado nesta quinta-feira (16) no
jornal científico "Molecular Pharmaceutics".
De acordo com os pesquisadores, o álcool pode aumentar em até três vezes a
dose original de medicamento e seu efeito no corpo.
Segundo Christel Berstrom, autor do estudo, o álcool pode alterar a interação de
enzimas e outras substâncias corporais quando entra em contato com ao menos
5 mil medicamentos disponíveis no mercado, vendidos com ou sem prescrição
médica.
Alguns desses remédios não se dissolvem totalmente no trato gastrointestinal –
especialmente no estômago e no intestino. Os pesquisadores testaram então se
com o álcool, essas drogas poderiam se dissolver mais facilmente e descobriu-se
que a combinação intensificava o efeito do medicamento.
Foram testados 22 remédios e 60% deles apresentaram mostras que teriam os
efeitos superdimensionados. Alguns tipos de substâncias, principalmente as
ácidas, são as mais afetadas – como o anticoagulante varfarina, o tamoxifeno,
usado para tratamento de cânceres e o naproxeno, responsável por aliviar dores
e inflamações.
* Fonte: www.alcoolismo.com.br
"ALCOOLISMO NA ADOLESCÊNCIA PODE SER PREVISTO COM EXAME
CEREBRAL"
Jovens bebem em encontro na França: atividade em determinadas regiões
cerebrais pode indicar predisposição ao consumo abusivo.
A análise da atividade cerebral de adolescentes pode servir como uma forma de
prever os riscos futuros de problemas com bebida alcoólica. Pesquisadores
americanos observaram que existe relação entre o alcoolismo e a ativação das
regiões parietal e frontal do cérebro, responsáveis por visão espacial, memória,
organização e atenção. O estudo da Universidade da Califórnia apontou também
para a possibilidade de haver algum fator de risco neurológico para o início do
consumo alcoólico em adolescentes.
Para descobrir isto, pesquisadores analisaram, ao longo de três anos, imagens de
ressonância magnética de 40 adolescentes entre 12 e 16 anos. Metade dos
adolescentes que participaram do estudo começou a beber de modo considerável
ao longo do estudo. Entende-se consumo considerável por quatro ou mais
drinques em uma ocasião para as mulheres e cinco ou mais para os homens.
A análise mostrou que aqueles que inicialmente apresentaram menor ativação em
certas áreas do cérebro estavam em maior risco de se tornar bebedores nos
próximos três anos. "Adolescentes que apresentaram menor ativação cerebral
para completar a tarefa de memória no início do estudo eram mais propensos a
iniciar a beber nos três anos seguintes do nosso estudo", disse ao IG Lindsay
Squeglia, autora do estudo publicado no periódico científico Journal of Studies on
Alcohol and Drug.
Outro problema
Uma vez que os adolescentes começaram a beber, a atividade cerebral deles se
parecia com a de viciados em álcool e seus cérebros apresentavam mais
atividade durante testes de memória do que os cérebros dos abstêmios para
executar a mesma tarefa. Lindsay explica que ao longo da adolescência é
esperado que o cérebro se torne mais eficiente ao processar informação. "A
ativação cerebral dos que bebiam aumentou demais durante o período de
acompanhamento, que é contrário ao que seria de esperar num processo normal
de amadurecimento", disse.
"Deve haver um fator de predisposição que contribui para que os adolescentes
comecem a beber e que deve ser alvo de intervenções", disse. No entanto a
pesquisadora afirma que os resultados do estudo não devem servir de base para
que adolescentes comecem a fazer exames de ressonância magnética para saber
se correm risco de alcoolismo. Os exames apenas dariam pistas para as origens
biológicas de problemas com bebidas na adolescência.
* Fonte: Maria Fernanda Ziegler – IG São Paulo >>> alcolismo.com.br
" ALCOOLISMO: UMA TRAGÉDIA ANTIGA "
Por
Luciano M.////RJ
Para que possamos dimensionar a devastação da doença do ALCOOLISMO no
ser humano, teríamos que voltar no tempo, ou seja, a cerca de 8.500 anos A.C,
quando o homem começou a embriagar-se. Nesta remota era, relata-se que
pessoas como Noé, personagem bíblico importante citado na Bíblia Sagrada
(Antigo Testamento), costumavam tomar seus pileques. Noé, por exemplo, numa
das vezes em que estava de porre tirou toda a sua roupa ficando totalmente
despido diante de seus filhos, o que para os padrões da época era considerado
uma falta grave e também pecado.
Acredita-se que não havia nenhum método para a preparação da bebida, apenas
comiam os frutos caídos das árvores que, com o passar dos dias azedavam e
acabavam provocando em quem experimentasse desses frutos, o efeito de uma
bebida destilada em suas mentes.
Até os dias de hoje nada parece ter mudado, vemos jovens experimentando
bebida cada vez mais cedo e mais cedo chegando a sarjeta física e moral,
tornando-se num grande prejuízo para a nação, pois deixam de produzir para
tornar-se em um problema de saúde para o país e, conseqüentemente, gerando
despesas com internações hospitalares, atendimento em emergências, isso sem
citar outras ocorrências que provocam prejuízos a si e a terceiros, tais como,
atropelamentos, desastres automobilísticos, agressões com ferimentos ou até
mesmo morte. Lembrando, também, que muitos passam a usar outros tipos de
drogas ilícitas quando começam a ingerir bebidas alcoólicas.
Pouco se sabe sobre o alcoolismo e isso vem gerando muita polêmica, deixando
uma única certeza: trata-se de uma doença multifacetada, isto é, vários são os
fatores que podem contribuir para o seu desenvolvimento, isso na visão
científica, pois os Psicólogos vem o alcoolismo como uma doença emocional, já
os Médicos a vem como uma doença física.
A Sociedade Americana da Medicina de Adicção (ASAM) define a doença como
crônica, primaria, cujo desenvolvimento e manifestação são influenciados por
fatores genéticos, psicossociais e ambientais. A doença é progressiva e fatal.
Caracteriza-se por uma constante ou periódica perda do controle, pela obsessão,
distorção na maneira de agir e pensar, principalmente a negação.
Desde 1935, data da criação de Alcoólicos Anônimos, baseado nas experiências
do Dr. William Duncan Silkworth, o Doutor Silk, que afirmava ser o alcoolismo
uma alergia física associada a uma obsessão mental, o que levou nosso
cofundador Bill W., a trabalhar nossa recuperação a partir dessa afirmação.
Mas, em 1949, a Associação Psiquiátrica Norte Americana reconheceu Alcoólicos
Anônimos pelo seu eficiente trabalho na recuperação de pessoas portadoras do
alcoolismo, dando inicio ao nosso objetivo em fazer constar no Catálogo
Internacional de Doenças – CID - da Organização Mundial de Saúde, o alcoolismo
como doença.
Em 1956, a Associação Médica Americana admitiu o alcoolismo como uma
doença e isso fez com que a Organização Mundial de Saúde autorizasse a
investigação necessária para que definisse ser ou não o alcoolismo uma doença.
Em 1965, a Organização Mundial de Saúde – OMS, pela primeira vez em sua
existência, após receber um trabalho subscrito por doze notáveis cientistas
médicos de diferentes países especializados em alcoolismo, que avaliaram e
estudaram com o rigor que o caso requeria, onde concluíram ser o alcoolismo
realmente uma doença.
Assim sendo, em primeiro de janeiro de 1967, a respeitada e conceituada
Organização Mundial de Saúde finalmente catalogou, após pesquisas feitas com
todo o zelo técnico e cientifico, o alcoolismo como uma doença psicossomática,
incurável, progressiva e de fim fatal, podendo levar até morte se não for detida
em sua marcha e isso vem prevalecendo até os dias de hoje, sendo que a
Medicina continua buscando entender essa complexa doença através de
trabalhos apresentados e acolhidos pela Organização Mundial de Saúde, como
esse que passo a transcrever a seguir, escrito pelo Médico Dr. Sergio Felipe de
Oliveira:
"A obsessão espiritual como doença da alma, já é reconhecida pela Medicina. Em
artigos anteriores escrevi que a obsessão espiritual, na qualidade de doença da
alma, ainda não era catalogada nos compêndios da Medicina, por esta se
estruturar numa visão cartesiana, puramente organicista do Ser e, com isso, não
levava em consideração a existência da alma, do espírito. No entanto, quero
retificar, atualizar os leitores de meus artigos com essa informação, pois desde
1998, a Organização Mundial de Saúde (OMS) incluiu o bem estar espiritual como
uma das definições de saúde, ao lado do aspecto físico, mental e social. Antes,
a OMS definia saúde como o estado de completo bem estar biológico, psicológico
e social do indivíduo e desconsiderava o bem estar espiritual, isto é, o
sofrimento da alma; tinha, portanto, uma visão reducionista, organicista da
natureza humana, não vendo em sua totalidade: mente, corpo e espírito.
Mas, após a data mencionada acima, ela passou a definir saúde como o estado
de completo bem estar ao ser humano integral: biológico, psicológico e espiritual.
Desta forma, a obsessão espiritual oficialmente passou a ser conhecida na
Medicina como possessão e estado de transe, que é um item do CID – Código
Internacional de Doenças – que permite o diagnóstico da interferência espiritual
Obsessora.
O CID 10, item F.44.3 – define estado de transe e possessão como a perda
transitória da identidade com manutenção de consciência do meio ambiente,
fazendo a distinção entre os normais, ou seja, os que acontecem por
incorporação
ou atuação dos espíritos, dos que são patológicos, provocados por doença...".
"ESPANHA: ALCOOLISMO E PROBLEMAS SEXUAIS AUMENTAM APÓS
CRISE"
A atual conjuntura econômica da Espanha – que amarga uma taxa de
desemprego de 24,6% – está afetando a saúde mental dos espanhóis, segundo
pesquisas no campo da depressão, do alcoolismo e de problemas sexuais.
Após mais de quatro anos de crise, os problemas se acumulam e vêm sendo
detectados por diferentes estudos. Uma pesquisa da Fundação Pfizer, por
exemplo, revelou que, em 2010, 44% da população espanhola sofria mais com
estresse e tensão do que nos dois anos anteriores. As incertezas em relação ao
trabalho e aos rumos da economia representavam a principal fonte de problemas.
Um estudo que está sendo realizado pela Universidade Alcalá de Henares mostra
que há mais casos de doenças mentais no país e que o consumo de
psicofármacos (remédios para distúrbios mentais) se elevou após o início da
crise.
O percentual de espanhóis maiores de 16 anos que sofriam de depressão,
ansiedade ou de outros problemas de saúde mental subiu de 13,7% em 2006
para 14,4% em 2009, segundo a médica epidemiológica Maria Auxiliadora Martín
Martínez.
Ela fundamentou seu estudo numa comparação entre dados de pesquisas
nacionais e europeias de saúde de 2006 e 2009, que evidenciam que os níveis
socioeconômicos baixos e a perda de status socioeconômico se associam a
piores auto-avaliações de saúde e altos índices de morbidade psiquiátrica, além
do aumento de demanda pelos serviços de saúde pública.
Martín também observa que nesse período houve aumento de 2,8% no consumo
de tranquilizantes, entre a população maior de 16anos. A elevação se deu
principalmente em mulheres e na população maior de 45 anos. "A percepção de
insegurança e a antecipação pessimista do futuro produzem ansiedade e insônia,
que podem acabar gerando sintomas depressivos e psicossomáticos", diz a
médica.
Martín explica que o aumento no número de tranquilizantes e antidepressivos
vendidos com receita médica nos últimos anos e do número de pessoas que
demandam atenção psicológica pode indicar uma relação entre crise e saúde
mental.
Ela explica que, mais do que a perda de recursos econômicos, o que mais atinge
a saúde emocional pode ser a percepção da perda de apoios externos, como os
apoios familiares, trabalhistas ou sociais, incluindo os financeiros, para seguir
adiante.
Resultados preliminares de um levantamento similar também indicam esse
aumento.
O estudo do Instituto para a Pesquisa em Atenção Primária (IDIAP Jordi Gol) e do
Instituto Catalão de Saúde mostra que o consumo de fármacos antidepressivos
cresceu em 2008, ano de início da crise econômica. Apesar de ainda não divulgar
números consolidados, o estudo indica que o aumento entre a população ativa se
produziu, sobretudo, em 2010.
Crise abre as portas para o alcoolismo
A falta de perspectivas de trabalho também estaria aumentando os casos de
alcoolismo. A Associação de Autoajuda e Informação sobre a Síndrome de
Dependência Alcoólica (ARCA), que atua na província de Cádiz, relata um
aumento de 39% no número de pacientes no primeiro trimestre deste ano. Desses
novos casos, 52% são pessoas desempregadas.
Letícia Fernández de Castro, assistente social da entidade, diz que suas
consultas também dobraram com a crise. "A pessoa não tem trabalho, tem
ansiedade, se sente improdutiva, com uma sensação de fracasso e tem a bebida
alcoólica à mão. A crise facilita a entrada no alcoolismo", diz.
* Fonte: alcoolismo.com.br
"ABSTINÊNCIA DE ÁLCOOL É GRAVE E PODE LEVAR À MORTE"
A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo faz um alerta para as pessoas
que abusam do consumo de álcool. Segundo o Centro de Referência em Álcool,
Tabaco e outras Drogas (Cratod), unidade da pasta na capital paulista, um em
cada dez casos de síndrome de abstinência alcoólica, que aparecem horas após
a última dose, é grave ou muito grave e, se não tratada a tempo, pode levar à
morte. Os sinais das crises mais graves podem durar por até 72 horas.
Em geral, os sintomas das síndromes graves são tremores generalizados,
sudorese, dor de cabeça, vômitos, alucinações e desorientação, no tempo e no
espaço, que podem evoluir para quadros mais graves, chegando ao chamado
"Delirium Tremens", que é um estado de confusão mental que piora ao
entardecer. Se não tratadas a tempo em um serviço de saúde, essas crises
podem piorar, causando seqüelas neurológicas e, em alguns casos, levando o
paciente ao óbito.
Em média, 90% das pessoas que exageram no consumo de álcool sofrem da
síndrome leve ou moderada durante as primeiras 24 horas após a última dose.
Para essas pessoas, o tratamento indicado é beber muita água e repousar.
O que vai determinar a gravidade da intoxicação de cada pessoa é a quantidade
de bebida ingerida em proporção à suscetibilidade do indivíduo.
"O consumo exagerado de bebidas alcoólicas traz muitos malefícios para a
saúde.
A síndrome de abstinência é um deles. Apesar da maioria das pessoas
apresentarem sintomas leves, o número de casos graves é alto. Por isso o
consumo moderado, seguindo o que recomenda a Organização Mundial de
Saúde, é tão importante", diz Marta Jezierski, diretora do Cratod.
* Fonte: Secretaria de Saúde de São Paulo – www.alcoolismo.com.br
"ALCOOLISMO NA TERCEIRA IDADE É PREOCUPANTE"
Por: Drª. Larriany Giglio
A prevalência de transtornos relacionados ao uso de álcool entre idosos é maior
do que se imaginava. Dados recentes revelam que o problema não costuma ser
diagnosticado na terceira idade devido aos sintomas do alcoolismo serem
atribuídos a outras doenças crônicas como demência e depressão ou, muitas
vezes, ao próprio envelhecimento.
Em um país em que a população está vivendo 25 anos a mais, comparado à
década de 60, é este o momento certo para abrir uma discussão sobre o assunto.
Transtornos relacionados ao álcool são comuns entre idosos e são muitas vezes
subdiagnosticados, uma vez que os instrumentos de rastreamento mais utilizados
e os critérios de diagnósticos atuais são voltados para pessoas mais jovens, e
ainda, devido ao pouco preparo dos profissionais de saúde em abordar o
problema nesta faixa etária. Sendo assim, ignoram evidências e questionamentos
que ajudam a diagnosticar a dependência e, quando percebem o abuso do álcool,
tratam como tolerável e não encaminham o paciente ao tratamento adequado.
Parece pouco, mas os efeitos da bebida nessa faixa etária também são graves: o
fígado exibe redução da metabolização, o tubo digestivo diminui a capacidade de
absorção, o estômago reduz a absorção de vitamina B12 e o pâncreas torna-se
mais propenso aos quadros de pancreatites aguda e crônica. A polifarmácia e a
utilização de medicamentos de venda livre aparecem como outros complicadores,
podendo inclusive resultar em morte por associação de substâncias, como
benzodiazepínicos e álcool.
O que leva os idosos a serem mais vulneráveis ao uso de álcool do que os jovens
são os riscos maiores de efeitos adversos que eles apresentam, mesmo
consumindo em doses baixas. É lamentável que o problema seja pouco avaliado
e conhecido. A gravidade das alterações comportamentais e físicas torna
extremamente importante a realização de estudos que compreendam esta faixa
etária para que se possa conhecer a real extensão do problema por meio de
medidas preventivas específicas e tratamento adequado.
* Dra. Larriany Giglio é psiquiatra
Fonte: www.alcoolismo.com
"ÁLCOOL CAUSA PROBLEMAS CARDÍACOS"
De dose em dose, os efeitos do álcool no organismo tornam-se nocivos, podendo
causar até problemas cardíacos graves, alertam especialistas, como a fibrilação
atrial, um tipo de arritmia cardíaca. "Esta arritmia pode ocorrer também em
pessoas que só ingerem álcool nos finais de semana, mas o fazem em excesso",
esclarece o cardiologista Alex Félix, do Bronstein Medicina Diagnóstica.
A fibrilação atrial não apresenta risco de morte, mas quem é acometido por ela
está propenso a sofrer um AVC. O problema ainda pode provocar palpitações,
desmaios, dores no peito e insuficiência cardíaca congestiva.
A longo prazo, o consumo intenso de álcool ainda pode ocasionar a
cardiomiopatia alcoólica — aumento e perda da função do coração, podendo levar
à morte.
O especialista destaca que esses problemas cardíacos podem ocorrer não só nos
casos de alcoolismo crônico, mas também em decorrência da ingestão excessiva
eventual, como as bebedeiras de final de semana, mesmo em pessoas sem
outros fatores de risco.
Exames simples podem ser feitos de forma preventiva e periódica, para detecção
precoce de alterações cardíacas: sangue, eletrocardiograma, eco cardiograma,
Holter de 24 horas, raio X do tórax e teste ergométrico.
O uso de álcool também causa dependência química; danos hepáticos, como
cirrose; e doenças neurológicas.
* Fonte: www.alcoolismo.com.br
"ALCOOLISMO, UMA INCONSCIÊNCIA NACIONAL."
Principal causa de morte em jovens: acidentes de viação, provocados pelo álcool!
Principal causa de invalidez nos jovens: acidentes de viação, provocados pelo
álcool!
Principal causa de homicídios: situações ligadas ao consumo de álcool!
Basta estar atento à comunicação social, por detrás dos "tiros e facadas", quase
sempre, estão situações ligadas ao consumo de álcool.
Os tribunais entupidos… com situações ligadas ao consumo de álcool.
As cadeias hiperlotadas… por situações ligadas ao consumo de álcool.
Centros de saúde e hospitais a abarrotar de consultas médicas, porque um
alcoólico na família faz adoecer os restantes familiares.
Quantas famílias destruídas (desestruturadas, como agora se diz, magoa menos)
por terem, no seu seio, um alcoólico?!…
Quantas centenas de milhares de bebedores excessivos, que mais tarde serão
alcoólicos, sem se aperceberem?!…
O que é o alcoolismo?
Histórica e culturalmente, é encarado como um hábito social inofensivo, um
prazer, um vício. Tudo muito engraçado, até nos rimos das piadas dos etilizados.
No fundo, o alcoolismo é uma doença grave e crônica, que, como qualquer
dependência, não tem cura, mas tem tratamento.
Acabemos com os mitos: o álcool não mata a sede, não aquece, não relaxa. O
álcool deve ser bebido com moderação e, sobretudo, saboreado.
Será que tem havido sensibilidade dos diversos poderes para lidar com esta
problemática?
Será que tem havido informação e formação dos técnicos de saúde e dos
familiares para lidar com estas situações?
Será que os governos, pelos vistos, só agora preocupados com as finanças
públicas, fizeram contas ao que este país ganharia se se preocupasse realmente
com este flagelo e o enfrentasse? Em vez de se preocupar tardiamente com as
suas consequências, por exemplo, os tribunais e cadeias entupidos.
Será que este país, como qualquer sociedade minimamente racional e inteligente,
se tem preocupado com a prevenção e o tratamento, em vez de jogar dinheiro
para cima dos seus efeitos? Será que tem havido suficiente investimento na sua
prevenção, por exemplo, com a informação nas escolas?
Pessoalmente, não conheço nada mais eficaz para prevenir o alcoolismo do que a
ocupação saudável dos tempos livres dos jovens e desporto, muito desporto!
Quanto este país ganharia, em vidas humanas, em bem-estar da população e
finalmente em dinheiro (de todos nós), se se preocupasse com a essência da
questão – combate ao alcoolismo?!…
Pistas: Qual seria o português que não concordaria com uma maior taxação fiscal
sobre o álcool e, simultaneamente, com a diminuição da taxação no pão, no leite,
em frutas e legumes?! Em qualquer estabelecimento, uma cerveja é tão cara
como uma garrafa de água.
Qual seria o português que não concordaria que se investisse na investigação e
formação dos técnicos de saúde nesta área?
Qual seria o português que não concordaria que se investisse na informação e na
formação das famílias dos alcoólicos para aprenderem a lidar com esta situação?
Porque o busílis do tratamento da doença parece tão fácil, mas não é: o
alcoólico reconhecer a sua doença. Quando tal acontece, é meio tratamento.
No fundo, pedia só um bocadinho de mais consciência para esta inconsciência
coletiva. Será pedir muito?
Francisco Amaral – Médico em Portugal
* Fonte: www.alcoolismo.com.br
"FAMÍLIA COM HISTÓRICO DE ALCOOLISMO AFETA CÉREBRO DE
ADOLESCENTE"
Adolescentes que vivem em um ambiente familiar com casos de alcoolismo estão
mais propensos a ter o cérebro afetado e podem desenvolver o mesmo vício no
futuro, segundo um estudo divulgado nesta terça-feira (17). A pesquisa foi
desenvolvida por um grupo de cientistas norte-americanos da Universidade
Oregon Health & Science.
O trabalho reuniu 31 jovens entre 13 e 15 anos. Dezoito deles apresentavam
histórico de alcoolismo familiar. O restante foi usado para comparar o resultado
e era composto por adolescentes livres do problema. Antes do estudo, todos os
participantes alegaram não ter envolvimento com o uso constante de bebida
alcoólica.
Com uso de imagens por ressonância magnética, os pesquisadores estudaram a
resposta dos adolescentes para tomar decisões rápidas, simulando como eles se
comportariam se estivessem em uma situação de risco e que envolvesse grandes
quantias de dinheiro.
Estruturas como o cerebelo e o córtex pré-frontal foram as mais afetadas,
segundo os especialistas. Eles também descobriram que os jovens com casos de
excesso de bebida entre os parentes apresentaram uma inibição no
comportamento e diferenças na ação cerebral, mesmo quando desempenhavam
as mesmas atividades do que os adolescentes livres do drama.
Para a equipe responsável pelo trabalho, essa mudança nas funções do cérebro
pode afetar a tomada de decisões dos adolescentes com histórico familiar de
alcoolismo. Os jovens passariam a fazer escolhas piores por conta de problemas
de atenção e memória.
Os resultados finais do estudo serão publicados na revista "Alcoholism: Clinical
& Experimental Research" em abril de 2012. Os cientistas acreditam que os
dados poderão servir para orientar programas de combate ao alcoolismo no
mundo.
Mas mesmo com os resultados, os cientistas afirmam que o histórico familiar é
apenas um dos fatores que podem levar um jovem a ser dependente químico em
relação à bebida alcoólica no futuro. O ambiente onde a adolescente vive e
fatores genéticos também devem ser levados em conta, segundo os
pesquisadores.
Fonte: www.alcoolismo.com.br
"SUS GASTA R$ 1 BILHÃO POR ANO EM TRATAMENTOS DE
ALCOOLISTAS"
É evidente que a cada dia o consumo de álcool no Brasil vem aumentando. Cerca
de 19 milhões de pessoas são dependentes de álcool no país, segundo estimativa
da Abead (Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas). O SUS
gasta por ano mais de R$ 1 bilhão em tratamentos e internações. A cada mês, 3,5
mil pessoas são afastadas de seus empregos por causa do consumo de álcool e
drogas.
No final de 2011 o Ministério da Saúde divulgou um levantamento onde a ingestão
de bebidas alcoólicas foi responsável por 47 mortes diárias no país. De acordo
com informações do portal da Band, além dos óbitos, também cresceu a
quantidade de pessoas que sofrem com transtornos mentais em decorrência do
consumo de álcool. Em 2010, foram 6,8 mil casos, um aumento de 43% em
relação a 2000.
Para a psiquiatra Carla Bicca, da Abead, o aumento da exposição das pessoas ao
álcool é a principal causa do crescimento do consumo. "O maior problema é o
fácil acesso à bebida. Quando uma atitude parece normal, ninguém a questiona",
critica a especialista da Abead.
O estudo da associação mostra que a maior concentração de mortes 5,1 mil, no
ano passado está em pessoas entre 40 e 49 anos de idade. Segundo Carla Bicca,
as mortes nessa faixa etária estão relacionadas ao fato de os brasileiros
começarem a beber cada vez mais cedo.
"Hoje, as pessoas começam a beber por volta dos 13 anos. E os efeitos do uso
compulsivo aparecem em no máximo duas décadas depois".
Com informações da Abead.
* Fonte: www.alcoolismo.com.br
"ÁLCOOL, JUVENTUDE E DOENÇAS".
É impossível falar sobre álcool sem lembrar os malefícios que ele pode causar
para a saúde das pessoas, principalmente em relação ao desenvolvimento de
certas doenças, como cirrose alcoólica, insuficiência hepática alcoólica e a
hepatite alcoólica, todas ligadas ao consumo abusivo de bebidas. O etilismo
também pode provocar o envelhecimento precoce, distúrbios cognitivos (sistema
nervoso), diminuição da acuidade visual, lesões na boca, esofagite, gastrite,
úlcera, hipertensão e polineurite periférica (agravo dos nervos nas pernas). E as
estatísticas confirmam um dado alarmante: os jovens estão cada vez mais entre
os consumidores de álcool.
Levantamento do Centro de Referência em Álcool, Tabaco e outras Drogas
(Cratod) mostra que a idade média das pessoas que procuram por ajuda
especializada para combater a dependência está entre 30 e 40 anos. No entanto,
o início do consumo de bebida alcoólica se dá predominantemente entre os 12 e
18 anos. Outro estudo realizado pela Secretaria de Estado da Saúde de São
Paulo na Casa do Adolescente de Pinheiros, zona oeste da capital paulista,
aponta que 80% dos jovens entrevistados já experimentaram bebidas alcoólicas.
Desses, 19% afirmaram consumir álcool mais de uma vez por semana. Já uma
pesquisa do Instituto Ibope, feita a pedido do governo do estado, apontou que
18% dos adolescentes entre 12 e 17 anos bebem regularmente, e que quatro
entre dez menores compram livremente bebidas alcoólicas no comércio.
Essas informações nos trazem um alerta, sobre como é importante conscientizar
a população da perigosa relação entre os adolescentes e álcool. Esse
comportamento pode acarretar sérios problemas de saúde na adolescência e,
posteriormente, na vida adulta.
A ação devastadora produzida no corpo de um etilista está no fato do álcool ser
uma molécula muito pequena, capaz de passar por todas as barreiras de proteção
do organismo. Para agravar, o álcool também é uma substância irritante e o seu
contato constante provoca lesões em diferentes órgãos do corpo humano. Entre
os homens, o índice é ainda mais assustador: levantamento do Instituto do
Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) apontou que 11% dos pacientes
oncológicos atendidos na unidade assumem ter mantido durante a vida, ou ainda
manter, o consumo exagerado de bebidas alcoólicas.
Por isso é motivo de celebração a nova lei estadual que proíbe a venda e o
consumo de álcool por adolescentes em bares e outros estabelecimentos no
Estado de São Paulo. É preciso apertar o cerco contra o comércio ilegal de
bebidas a menores de idade, que é crime, além de coibir o consumo pelos
adolescentes. A lei antifumo deu certo, e parte de seus mecanismos agora serão
aplicados nesta nova legislação. O objetivo é evitar o acesso de jovens a
substâncias psicoativa que causam dependência. Tudo isso reforça a esperança
de garantirmos uma vida mais saudável para a nossa população, tornando o
jovem de hoje um adulto sem vícios e evitando, assim, doenças graves e até
mesmo óbitos em decorrência do abuso de bebidas alcoólicas.
* Marta Jezierski – Diretora do Centro de Referência em Álcool, Tabaco e outras
Drogas (Cratod), da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.
* Fonte: www.alcoolismo.com.br
"GENÉTICA PODE SER RESPONSÁVEL POR CIRROSE"
Por uma razão ainda desconhecida, apenas uma pequena porcentagem de
alcoolistas chega a desenvolver cirrose, a forma mais avançada de doença
hepática alcoólica (DHA). A explicação pode estar nos genes, sugere um estudo
divulgado no periódico Alimentary Pharmacology & Therapeutics e realizado na
Universidade de Salamanca, na Espanha.
Segundo o estudo, há pessoas que apresentam uma variação genética que afeta
os níveis das enzimas glutationa-S-transferase, que são capazes de livrar o
fígado das substâncias nocivas do álcool. Segundo os pesquisadores, essa
mutação diminui a atividade dessas enzimas e faz com que as toxinas do álcool
permaneçam no fígado por mais tempo, em maior quantidade.
Para os pesquisadores, esse estudo fornece dados importantes para entender
como fatores genéticos específicos podem contribuir para o desenvolvimento de
doenças hepáticas entre os alcoolistas. Embora os resultados não conduzam
diretamente para soluções de novos alvos para o tratamento da doença, podem
levar a melhores estratégias para a prevenção do problema.
* Fonte: www.alcoolismo.com.br
"O DOUTOR E O ALCOOLISMO"
Sócrates Brasileiro se foi. Mestre no futebol, inteligente no trato com os
colegas, politizado (e não politiqueiro), doutor dos gramados, médico por
formação. Centrado, bem sucedido, admirado, o Dr. Sócrates morreu em
consequência do alcoolismo. O binômio médico-doença deu a tônica dos
principais noticiários Brasil e mundo afora. O doutor sabia, melhor do que
ninguém, os riscos da doença. Ainda assim, agiu como um leigo sucumbiu à
extravagância.
Assim como sucumbiram as novas gerações de jogadores (mas não doutores) ao
esquecimento.
Antes do jogo do último domingo, jogadores com punhos fechados, para o alto,
prestaram bonita homenagem ao ex-capitão da Seleção Canarinho. Finda a
partida, o repórter aborda um dos novos craques, vencedor da competição: "e a
comemoração, hoje, será com suco de laranja?". "Nada. Hoje vai ser é com
cerveja, mesmo!", responde sem pestanejar. Dias depois, outro jogador decidiu
promover uma festa para comemorar o novo patrocínio. O pai do craque foi
entrevistado e informou que o filho não bebia. Piada pronta do entrevistador:
"então ensina ele a beber!". Que alegria, não? Diante desse contrassenso, ou a
memória é muito curta ou a abordagem do assunto é pouco longa.
Desde que o mundo é mundo e as sociedades se formaram a bebida alcoólica
está presente. Na mitologia de Baco, nos grandes banquetes, no universo
religioso, nas rodas de empresários, de políticos, de samba, nas cadeias. Ingerir
bebidas alcoólicas tornou-se algo tão natural que nas entrevistas de empregos há
a opção "apenas socialmente" para a pergunta sobre o uso de destilados,
fermentados e afins. Daí o óbvio desvio de um olhar mais atento sobre o assunto,
mesmo quando causa comoção. "Morreu de cirrose? Bebamos!".
O assunto, a despeito de piadas e frases feitas, é grave. Estudo recente feito
pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) aponta que a mortalidade entre
dependentes do álcool no Brasil é quase tão grande quanto à do crack. Segundo
a pesquisa, 17% dos dependentes de bebidas alcoólicas morreram após cinco
anos.
Para se ter uma ideia desse percentual, na Inglaterra o índice é de 0,5% para o
mesmo período. Quanto ao crack, por aqui, 30% dos pesquisados vieram a óbito,
porém, durante o período de 12 anos. Comparativamente, segundo os estudiosos
da Unifesp, os percentuais são muito próximos, com o detalhe de que não se
consome crack "socialmente".
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), todos os anos morrem nada
menos que 2,5 milhões de pessoas decorrentes de fatores ligados ao uso de
álcool – ou o equivalente a 4% do número total de óbitos em todo o mundo. A
bebida que faz perder a razão e a saúde, assim, consegue matar mais que a
AIDS, a tuberculose e a violência, segundo o Relatório Global da Situação sobre
Álcool e Saúde da OMS.
É estéril, porém, a insistência no abandono da ingestão de bebidas alcoólicas –
pelo menos em contexto geral. As festas continuarão regadas a muita bebida e
muitíssima normalidade. É fértil, entretanto, trazer à mesa – mesmo que de bar –
a discussão sobre os excessos da bebedeira. O problema, infelizmente, é que o
fígado só aperta quando o pior bate à nossa porta. Se tomar a cervejinha é
natural – e chegar ao porre completo, com direito a perda do controle das ações,
vômitos e gargalhadas da plateia -, encontrar o filho morto atropelado por um
motorista embriagado não tem graça alguma. Perceber que é hora de internar um
amigo que tem o corpo deteriorado pelos efeitos da bebida alcoólica perde o tom
de plateia e emerge o de torcida pela recuperação, pela reabilitação e pela
vida.
Sócrates se foi. Admitiu a doença publicamente, deu a oportunidade de alerta à
sociedade. Como ícone do esporte mais apaixonante do País, chamou para si a
responsabilidade de alertar: se entregar ao jogo do alcoolismo é derrota certa.
Mas o dia passou, um novo campeonato foi conquistado e um novo craque saiu
dali pronto para "bebemorar". É o velho jogo da ignorância.
* Henrique França é jornalista, mestre em Ciência da Informação e professor
universitário.
* Fonte: Brasil 247 >>> www.alcoolismo.com
"PESSOAS COM TRANSTORNO ALIMENTAR SÃO MAIS PROPENSAS AO
ABUSO DE ÁLCOOL"
Muitos transtornos psiquiátricos estão associados ao uso, abuso e dependência
do álcool. Entre tais transtornos, destaco um dos problemas de saúde que mais
tem chamado a atenção nos últimos anos: os transtornos alimentares.
Segundo a 4ª edição do Manual Diagnóstico Estatístico de Transtornos Mentais
(Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, DSM-IV), da Associação
Americana de Psiquiatria, os transtornos alimentares são graves perturbações do
comportamento alimentar, identificados especialmente entre as mulheres. Cerca
de 0,5% a 3,0% da população feminina geral tem tal condição, mas uma
porcentagem consideravelmente maior de mulheres apresenta comportamentos
alimentares problemáticos e sub-clínicos. A sua etiopatogenia é desconhecida,
porém acredita-se em um modelo causal multifatorial, com participação de
componentes biológicos, genéticos, psicológicos, socioculturais e familiares.
Os tipos de transtornos alimentares mais conhecidos são a Anorexia Nervosa
(AN) e Bulimia Nervosa (BN). A primeira caracteriza-se pela distorção na
percepção do próprio corpo, com medo excessivo de engordar (mesmo estando
abaixo do peso; IMC* menor que 17,5 kg/m2 ou menos de 85% do peso
esperado), perda de peso autoinduzida pela privação de alimentos, negação da
gravidade de perder peso e, finalmente, distúrbios hipofisários que podem causar
amenorreia (ausência da menstruação) na mulher e, nos homens, perda de
interesse e redução da potência sexual. Já a BN envolve episódios de perda de
controle e ingestão excessiva de alimentos de forma compulsiva e periódica (duas
vezes por semana, por no mínimo três meses consecutivos) e uso de métodos
compensatórios, como atividade física exagerada ou uso de medicamentos
purgativos, para atingir o peso abaixo do recomendado.
Alguns estudos mostram que pacientes com transtornos alimentares apresentam
maior chance de consumir álcool com regularidade e de ter sensação de perda de
controle sobre a quantidade e a frequência de uso. Em relação ao abuso e
dependência de álcool, tais comportamentos são identificados entre 16% das
pacientes com transtornos alimentares. Em uma análise sobre a ocorrência
simultânea de problemas alimentares e transtornos relacionados ao uso de álcool,
38 estudos avaliados identificaram esse tipo de associação.
A importância do diagnóstico e tratamento adequado da coocorrência dos
transtornos relacionados ao uso de álcool e alimentares é ainda mais relevante
por dois aspectos: os transtornos alimentares são mais prevalentes entre
mulheres jovens entre 18 e 24 anos e elas são mais vulneráveis aos efeitos das
bebidas alcoólicas do que os homens.
No entanto, a relação entre os transtornos alimentares e aqueles relacionados ao
uso de álcool está longe de ser de exclusividade das jovens. Uma pesquisa
canadense analisou o risco de desenvolver tais condições ao mesmo tempo entre
mulheres de diferentes faixas etárias (15-24; 25-44; superior a 44 anos),
identificando essa associação em todas as idades investigadas, especialmente
entre as mulheres com mais de 25 anos. Além disso, embora a junção das
condições seja mais prevalente entre as mulheres, também tem sido identificada
entre os homens.
Como a situação de uma doença adicional pode mudar a sintomatologia, interferir
no diagnóstico, no tratamento e no prognóstico de condições psiquiátricas
comórbidas, é muito importante que desde a primeira consulta de pacientes com
suspeita de transtornos alimentares seja avaliado o uso de álcool, assim como de
outras substâncias psicoativas. Detectá-los precocemente pode aumentar a
adesão do paciente a um possível tratamento e seu sucesso, assim como a um
bom prognóstico.
* Fontes: UOL Minha Vida – Arthur Guerra >>> www.alcoolismo.com.br
Ponce JC Silveira CM. Andrade AG. Oliveira LG. Consumo de álcool comórbido a
transtornos alimentares: uma revisão da Literatura. Revista Saúde, Ética e
Justiça. 2011 (in press).
"SENADO SUGERE PROIBIR PROPAGANDA DE BEBIDAS ALCOÓLICAS E
AUMENTAR IMPOSTO".
Para tentar combater a disseminação das drogas lícitas no país, o relatório
final da subcomissão sobre drogas, criada no âmbito da Comissão de Assuntos
Sociais do Senado, sugere a proibição da propaganda de bebidas alcoólicas, a
restrição da comercialização do produto, o aumento de impostos e também a
integração entre os diversos níveis de governo.
Criada há sete meses, a subcomissão ouviu diversos especialistas sobre assunto,
representantes de entidades que atuam na recuperação de viciados e pessoas
que conseguiram deixar o vício. O relatório final, elaborado pela senadora Ana
Amélia (PP-RS), será votado na próxima terça-feira (6). Além de sugerir diversas
medidas a serem adotadas pela União, estado e municípios, o documento propõe
diversas alterações na atual legislação.
"Estamos recomendando a proibição da propaganda de drogas. Qualquer bebida
alcoólica acima de 5 graus [Gay-lussac (GL)] é considerada prejudicial à saúde.
Não quer dizer que vamos proibir, mas não podemos estimular incentivar. Imagine
uma propaganda para o consumo de maconha ou de cocaína. Todos achariam
um absurdo. Mas acham natural o estímulo a outras drogas", disse o presidente
da subcomissão, Wellington Dias (PT-PI).
Segundo ele, apesar do aumento do consumo das drogas consideradas ilegais, o
abuso do álcool é ainda mais preocupante. "A própria Organização Mundial da
Saúde (OMS) aponta que álcool é o mais grave dos problemas relacionado às
drogas em todo o mundo, e recomenda que todos os países possam adotar, até
2012, políticas para redução do consumo".
De acordo com o presidente da subcomissão, aproximadamente 1% da
população brasileira está envolvida com drogas ilícitas, como maconha, cocaína e
crack, enquanto um percentual muito maior, cerca 10%, fazem uso sistemático do
álcool.
Além disso, de acordo com Dias, a OMS estima que o Brasil tenha um prejuízo
anual aproximado de R$ 30 bilhões devido à falta de uma política adequada de
combate às as drogas. "Se adotarmos uma medida eficaz e reduzirmos pelo
menos 20% [do prejuízo], teremos um lucro equivalente ao que se deve investir.
Acredito que é o momento de agir porque as drogas interferem na economia, na
família e na qualidade de vida da população".
Segundo Wellington Dias são necessários cerca de R$ 3 bilhões para
desenvolver no país uma rede de enfrentamento às drogas e de tratamento aos
dependentes. A ideia, de acordo com o petista, é obter esse recurso da própria
venda das drogas consideradas legais, como álcool e cigarro.
"Defendo que se tire do que já se arrecada com os impostos sobre bebida e
cigarro ou, como outros países fizeram, se amplie a taxação", disse o senador.
Segundo ele, atualmente as bebidas alcoólicas no país são taxadas em
aproximadamente 35% e o cigarro em 70%. "Na Europa uma cerveja vale, em
média, 14 euros, cerca de R$ 40, enquanto no Brasil não passa de R$ 3. Há um
espaço grande para que o país tenha a receita sem jogar nas costas da
sociedade esse ônus", declarou.
Além de sugestões, segundo Dias, o relatório vai propor diversas mudanças na
legislação. "Para que a gente possa proibir a propaganda, a exigência de uma
licença especial para venda de bebidas e cigarros teremos que alterar a lei.
Portanto, haverá um conjunto de regras que depende de lei. Outras dependem
apenas de vontade política, e é isso que vamos cobrar", disse. "Tem que ter um
tratamento especial. Para vender remédios, que é uma droga, temos todo o
controle, a exigência de farmacêuticos. A mesma coisa precisa ser feita em
relação ao álcool", completou.
Conforme o senador petista, o relatório aponta ainda para a necessidade de o
Brasil lidar com o tema das drogas de forma integrada, inclusive com os países
da América Latina. "Estamos propondo a criação do Conselho das Américas de
Políticas Sobre Drogas, como foi criado o Conselho da Comunidade Europeia, o
Conselho da Comunidade Asiática, entre outros, para que a América, dentro da
sua particularidade, consiga enfrentar o problema."
* Fonte: Agência Brasil >>> www.alcoolismo.com
"ÁLCOOL CAUSA MAIS DANOS A USUÁRIOS E TERCEIROS"
O álcool é uma droga mais perigosa do que o crack e a heroína, quando são
levados em conta os danos causados aos usuários e a terceiros, disseram
cientistas britânicos essa semana.
Apresentando uma nova escala relacionada aos danos para os usuários e para a
sociedade, o álcool aparece como a droga mais nociva, quase três vezes mais
perniciosa do que a cocaína e o tabaco.
Segundo essa escala, a heroína e o crack são a segunda e a terceira droga mais
nociva.
David Nutt, presidente do Comitê Científico Independente para Drogas da
Grã-Bretanha, que participou do trabalho publicado na revista Lancet, disse que
as conclusões mostram que "tratar agressivamente os danos do álcool é uma
estratégia válida e necessária de saúde pública".
Ele afirmou também que a nova escala mostra que as classificações dadas às
drogas têm pouca relação com os danos causados.
O álcool e o tabaco, por exemplo, são legais para os adultos na maioria dos
países, enquanto drogas como ecstasy, maconha e LSD costumam ser ilegais.
"É intrigante notar que as duas drogas legais avaliadas – álcool e tabaco –
aparecem no segmento superior do ranking, indicando que as drogas legais
causam pelo menos tanto dano quanto às substâncias ilegais", disse Nutt em
nota.
Há um ano, o pesquisador foi obrigado a deixar a direção do influente Conselho
Consultivo sobre o Abuso de Drogas por ter criticado ministros por ignorarem as
evidências científicas de que a maconha faz menos mal que o álcool.
A Organização Mundial da Saúde estima que os riscos associados ao álcool –
acidentes, doenças do coração e fígado, suicídios e câncer – causem 2,5 milhões
de mortes por ano, ou 3,8 por cento do total. Seria o terceiro principal fator
de risco para mortes prematuras e incapacitações em nível global.
Na nova escala os danos para o usuário incluem mortes causadas direta ou
indiretamente pelas drogas, além de dependência e perda de relacionamentos.
Os danos para os demais incluem criminalidade, dano ambiental, conflitos
familiares, danos internacionais, custos econômicos e prejuízos à coesão
comunitária.
Numa escala de 0 a 100, o álcool aparece com 72 pontos, seguido pela heroína
(55) e o crack (54). Algumas outras drogas avaliadas foram as metanfetaminas
(33), cocaína (27), tabaco (26), anfetaminas (23), maconha (20),
benzodiazepínicos (como Valium) (15), ketamina (15), metadona (14), mefedrona
(13), ecstasy (9), esteroides anabolizantes (9), LSD (7) e cogumelos
alucinógenos (5). Com informações da Reuters.
* Fonte: Luís Nassif Online >>> www.alcoolismo.com.br
"ÁLCOOL E SEUS OUTROS MALES"
Depois de tantas pesquisas, já não é novidade para ninguém que o alcoolismo
por longo período leva a uma doença hepática chamada cirrose, que é o
"coroamento" dos danos que o álcool paulatinamente causa ao corpo. Pesquisas
recentes de universidades britânicas, no entanto, têm dado mais atenção a outros
órgãos que também são danificados pela bebida.
O mais afetado é o coração. Um centro de medicina da Inglaterra aponta, em um
estudo, que o alcoolismo pode levar a um pacote de problemas nesse quesito.
Aumento de pressão sanguínea, insuficiência cardíaca e infarto são exemplos,
além da temível mio cardiopatia, na qual o músculo do coração incha e torna a
vida do portador um eterno sobressalto quanto à chance de uma parada cardíaca.
O álcool, aparentemente, aumenta o nível de gordura circulante no sangue.
Outro centro médico britânico, este especializado em fatores cancerígenos,
afirma que o risco de câncer de mama aumenta entre 7% e 12% para cada 10g
de álcool ingerido por dia. Em uma semana, 100g de álcool no organismo
representam 19% a mais de chances de câncer colorretal. De acordo com um
estudo da entidade, a cada ano 13 mil britânicos (dos quais 4 mil mulheres)
contraem câncer devido ao consumo exagerado de bebidas.
Mais dois focos de preocupação: imunidade e fertilidade. No primeiro quesito,
uma pesquisa aponta o álcool como redutor da nossa resistência a doenças
virais.
Quanto à capacidade reprodutora, as bebidas alcoólicas tornariam mais difícil o
período fértil da mulher e diminuiriam a quantidade de esperma produzida pelo
homem.
Um dos fatores mais agravantes, segundo esta nova onda de estudos, diz
respeito à quantidade. Nas últimas décadas, tornou-se senso comum que o álcool
só faz realmente danos se for ingerido em excesso, e chega a ser aconselhável
quando consumido com parcimônia. Mas um estudo da Universidade de
Cambridge, também no Reino Unido, coloca até isso em cheque.
Segundo esta pesquisa, que teve uma etapa clínica com ratos de laboratório, o
álcool pode ser danoso inclusive em pequenas quantidades.
No delicado quesito da genética, os pesquisadores garantem que poucas doses
de álcool durante a gravidez já podem causar danos permanentes ao feto. Um
problema de saúde pouco pesquisado, a síndrome fetal alcoólica, aumenta a
chance de deficiência mental e física no bebê que vai nascer.
Isso sem mencionar, é claro, que os danos do álcool para o fígado em si
continuam crescendo em número de casos e preocupação dos médicos. Uma
pesquisa de um hospital em Southamptom, também na Grã-Bretanha, afirma que
as mortes por doença no fígado aumentaram em 500%. Deste número de mortes,
85% foram diretamente relacionadas ao álcool.
Segundo os registros de Southampton, 2010 marcou a primeira vez em que mais
de um milhão de pacientes foram internados por problemas de alcoolismo em um
período de doze meses. Apenas sete anos antes, em 2003, esse número ainda
era de 510 mil casos, pouco mais do que a metade. [BBC]
* Fonte: Hype Science >>> www.alcoolismo.com.br
"ÁLCOOL MATA AO DESACELERAR O SISTEMA NERVOSO, EXPLICA
MÉDICO"
A causa da morte da cantora Amy Winehouse foi divulgada nesta quarta-feira (26)
como sendo excesso de consumo de bebida alcoólica. De acordo com a
Organização Mundial de Saúde, o álcool, o cigarro, a obesidade e o sedentarismo
são as principais causas de morte por doença não contagiosa no mundo.
Há três maneiras que o álcool pode matar uma pessoa, segundo o médico
Ronaldo Laranjeira, coordenador da unidade de pesquisa em álcool e drogas da
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
A primeira, como no caso de Amy, é bastante comum. É a chamada morte por
"toxicidade aguda", quando o efeito venenoso do álcool afeta o cérebro ao ponto
de desligar as funções vitais. "O álcool causa a depressão do funcionamento do
sistema nervoso central. O primeiro efeito pode ser prazeroso: você fica
relaxado. Em excesso, pode levar ao coma alcoólico e à morte".
O chamado "coma alcoólico" ocorre quando o sistema nervoso central é
desacelerado a um ponto em que a pessoa acaba perdendo os sentidos. Se o
consumo é intenso, o efeito pode fazer parar de funcionar a área do cérebro
responsável por controlar a respiração e o coração. Ou seja, pulmão e coração
param de funcionar.
No caso da cantora britânica, os efeitos provavelmente foram potencializados
pelo estado de saúde fragilizado. "O corpo dela estava bem debilitado, porque já
vinha de um uso crônico de álcool e drogas. O coração não aguentou", explica o
médico.
A outra maneira que o álcool pode matar é lentamente, ao longo de anos. "O
consumo de álcool crônico mata porque causa problemas cardiovasculares,
câncer e doenças no fígado", diz Laranjeiras. Embora esse último tipo seja o mais
lembrado, ele é o mais raro.
"As pessoas pensam sempre em cirrose, mas a doença do fígado corresponde a
apenas 15% das mortes dos alcoólatras", diz o especialista. O mais comum entre
esse tipo de pessoa é a morte por problemas cardiovasculares. O álcool causa
hipertensão e enfraquece coração, veias e artérias.
Já o câncer é uma doença que as pessoas não associam normalmente ao
consumo de bebidas alcoólicas, segundo Laranjeiras, mas que está intimamente
ligado ao abuso. "Uma mulher que toma duas taças de vinho todos os dias tem
20% mais chance de ter câncer de mama", exemplifica.
Por fim, a terceira causa de morte pelo álcool é a mais comum: os acidentes. "O
álcool mata mais no trânsito, em homicídios ou em brigas", explica o médico. "O
efeito da bebida no sistema nervoso central afeta a capacidade de julgamento
crítico e a coordenação motora. O que causa acidentes e desentendimentos",
explica. As informações são do G1.
* Fonte: www.alcoolismo.com.br
"ALCOOLISMO MOTIVA UM A CADA DEZ TRANSPLANTES DE FÍGADO"
Pelo menos um em cada dez transplantes de fígado é realizado em pacientes
com cirrose decorrente do alcoolismo, segundo levantamento da Secretaria de
Estado da Saúde de São Paulo, feito no Hospital de Transplantes do Estado Dr.
Euryclides de Jesus Zerbini. Dados da Universidade Federal de São Paulo
(Unifesp) também apontam que esses casos representam entre 10% e 20% do
total realizado pela instituição, que prevê 60 cirurgias desse tipo em 2011.
Adriano Miziara, coordenador de transplantes de fígado do Hospital São Paulo,
diz que a porcentagem de pessoas que ficam doentes dessa forma não
representa exatamente o número de transplantes realizados. Isso porque para
"transplantar um paciente cirrótico decorrente do vício, ele precisa ter, no mínimo,
seis meses de abstinência, e muitos não conseguem ficar esse tempo sem beber
e chegam a falecer sem realizar a cirurgia".
O período sem a bebida traz o benefício da "desinflamação" do fígado, segundo o
coordenador médico do Transplante de Fígado do Hospital de Transplantes Dr.
Euryclides de Jesus Zerbini, Carlos Eduardo Sandoli Baía. "Isso, por si só, já
traz duas informações: a real condição da doença hepática crônica e a avaliação
do risco de recidiva do alcoolismo. A sugestão de não beber seria muito
simplista. O paciente deveria, na verdade, se tratar". Miziara explica que o
alcoolismo pode ser a causa mais complicada de se prevenir, diferente da
hepatite B, por exemplo, que é passível de profilaxia, pois tem vacina.
A cirrose alcoólica é a sétima indicação para transplantes em mulheres. Já para
os homens, é a segunda causa e fica atrás apenas das hepatites virais. "O
alcoolismo é uma doença que afeta vários sistemas, desde o acometimento de
fígado e pâncreas até a causa base, que é a alteração psíquica que induz ao
hábito de beber", declara Baía. Junto com isso, segundo ele, existe o efeito da
indução de tolerância no metabolismo, ou seja, para ter o mesmo efeito
`psicotrópico', são necessárias quantidades cada vez maiores de etanol.
O Cremesp está engajado no movimento Propaganda sem Bebida, liderado pela
Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas da EPM/Unifesp, para combater a
divulgação de bebidas alcoólicas.
Lista de espera
O procedimento é complexo e a lista de espera para transplante de fígado
privilegia os casos mais graves e de emergência, como hepatite fulminante e
retransplante, quando o fígado não funciona. Baía explica que "o critério de
gravidade considera os valores de três exames laboratoriais (creatinina,
bilirrubina e INR), a partir do qual se calcula o índice do Model for End-stage
Liver Disease" (MELD).
"Esse parâmetro classifica os pacientes em lista de espera de acordo com a
gravidade". As atualizações dos resultados tornam a lista mais dinâmica. No
Estado de São Paulo, que tem cerca de 1 mil pacientes aguardando, a posição
pode mudar mais de uma vez por dia.
O modelo de tratamento adotado no Hospital Dr. Euryclides de Jesus Zerbini
inclui o cuidado multiprofissional, apesar de atuar já numa fase avançada (lista
de espera). Esse modelo é denominado "linha de cuidados do transplante de
fígado".
Antes de receber o novo órgão, o paciente precisa preparar-se para a mudança.
"O período que o paciente passa na lista não é apenas uma espera e tratamento
de intercorrências, mas a preparação para uma das operações abdominais mais
complexas, que é a do transplante de fígado", ressalta Baía.
Ele também alerta que o cuidado continua após o transplante, com apoio de
equipe multidisciplinar. Para Miziara, é fundamental uma avaliação rigorosa para
saber se o paciente tem condição psicológica de receber o novo órgão, já que
precisará tomar medicamentos durante toda a vida.
Baía completa dizendo que a maior causa de transplantes em adultos é a cirrose
pela hepatite C. "Juntamente com a B, são responsáveis por cerca de 50% de
todos os transplantes realizados. As demais causas são hepatocarcinoma,
doenças mais raras – como a cirrose biliar primária e colangite esclerosante – e
hepatite autoimune".
Fiscalização mais rigorosa
O governo de São Paulo anunciou, em 1º de agosto, que a fiscalização contra
venda de bebidas alcoólicas para menores será mais rigorosa. O estabelecimento
comercial que permitir que crianças e adolescentes consumam esses produtos
em suas dependências, pagará multa de até R$ 87 mil e poderá ser interditado
por
período determinado ou fechado definitivamente. "Não há dúvidas de que essa
medida pode impactar positivamente os números futuros", opina Adriano Miziara,
coordenador de transplantes de fígado do Hospital São Paulo.
Ele comenta que, no Brasil, fala-se muito em drogas, mas o álcool é o grande
vilão de muitos problemas socioeconômicos do país, e "quanto mais precoce for o
controle, melhor. É mais fácil que venha a existir uma vacina para o vírus C da
hepatite do que evitar que as pessoas se viciem no álcool".
* Fonte: CREMESP – Edição 285 >>> www.alcoolismo.com.br
"SAIBA COMO O ÁLCOOL AFETA SEU CORPO"
Os efeitos do consumo do álcool a curto prazo são conhecidos: ressacas,
cansaço, má aparência. A longo prazo, a ingestão da substância está associada a
várias condições, entre elas o câncer da mama, câncer oral, doenças cardíacas,
derrames e cirrose hepática, entre outras.
Pesquisas também associaram o consumo de álcool em doses elevadas a
problemas de saúde mental, perda de memória e diminuição da fertilidade.
Entretanto, estudos também concluíram que, ingerida com moderação, a
substância pode ter um efeito benéfico, ajudando a proteger o coração ao elevar
os índices de bom colesterol no organismo e impedir a formação de coágulos
sanguíneos.
As mensagens são contraditórias, levando especialistas ouvidos pela BBC a
recomendar que as autoridades sejam mais claras em suas campanhas de
conscientização.
Não existe nível absolutamente seguro de consumo de álcool, dizem. Mas se
você quer beber, não exceda 21 unidades por semana para homens e 14
unidades por semana para mulheres.
PROBLEMAS CARDÍACOS E CÂNCER
A ingestão de mais de três copos de bebida alcoólica por dia prejudica o
coração.
O consumo excessivo, especialmente a longo prazo, pode resultar em pressão
alta, cardiomiopatia alcoólica, falência cardíaca e derrames, além de aumentar a
circulação de gorduras no organismo.
As associações entre o consumo de álcool e o câncer também são bastante
conhecidas.
Um estudo publicado no "British Medical Journal" no ano passado concluiu que o
consumo de álcool provoca pelo menos 13 mil casos de câncer por ano no Reino
Unido, 9.000 em homens e 4.000 em mulheres.
O efeito negativo do álcool para a saúde em geral pode estar associado a uma
substância conhecida como acetaldeído - produto em que o álcool é transformado
após ser digerido pelo organismo.
Essa substância é tóxica e experimentos demonstraram que ela danifica o DNA.
O cientista KJ Patel, que trabalha no laboratório de biologia molecular do
Medical Research Council, no Reino Unido, vem pesquisando os efeitos tóxicos
do álcool.
"Não há a ocorrência de uma célula cancerosa a não ser que o DNA seja
alterado.
Quando você bebe, o acetaldeído está corrompendo o DNA da vida e colocando
você no caminho para o câncer".
IMUNIDADE E FERTILIDADE
Um relatório publicado recentemente na revista científica BMC (Bio Med Central)
Innunology revelou que o álcool afeta a capacidade do organismo de combater
infecções virais.
E estudos sobre fertilidade indicam que mesmo o consumo moderado da
substância diminui a probabilidade de uma mulher conceber. Nos homens, o
consumo excessivo diminui a qualidade e quantidade de esperma.
KJ Patel acaba de completar uma investigação sobre os efeitos tóxicos do álcool
sobre ratos.
Seu estudo indica que uma única dose excessiva de álcool durante a gravidez
pode ser suficiente para provocar danos permanentes sobre o genoma do feto.
A Síndrome Alcoólica Fetal, segundo Patel, "pode resultar em crianças danos
sérios, nascidas com anomalias na cabeça e face e com deficiências mentais".
FÍGADO
O médico Nick Sheron, que comanda a unidade de fígado do Southampton
General Hospital, na Inglaterra, disse que os mecanismos por meio dos quais o
álcool prejudica o organismo não são claros.
"A toxicidade do álcool é complexa, mas sabemos que há um relacionamento
próximo e claro".
Quanto maior a ingestão semanal, maior o dano ao fígado e esse efeito aumenta
exponencialmente em alguém que bebe de seis a oito garrafas de vinho –ou
acima disso– nesse período.
Segundo Sharon, nas últimas duas ou três décadas, houve um aumento de 500%
no número de mortes por doenças do fígado no Reino Unido. Dessas, 85% foram
provocadas pelo álcool. O ritmo desse crescimento começou a diminuir, mas
muito recentemente.
"O álcool tem um impacto maior sobre a saúde do que o fumo porque ele mata
em uma idade menor". Segundo o especialista, doenças do fígado provocadas
pelo consumo de álcool matam por volta dos 40 anos de idade.
CONSUMO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS
O consumo de álcool é, cada vez mais, um problema de saúde pública.
No início do ano, o serviço nacional de saúde britânico, NHS, anunciou que
internações associadas ao consumo de álcool no Reino Unido atingiram nível
recorde em 2010.
Houve mais de um milhão de internações, em comparação com 945.500 em
2008-2009 e 510.800 em 2002-2003.
Quase dois terços dos pacientes eram homens.
Segundo a entidade beneficente britânica Álcool Concern, há estimativas de que
o número de internações possa alcançar 1,5 milhão por volta de 2015.
Quando são considerados os perigos para o indivíduo e a sociedade como um
todo, o álcool é mais prejudicial do que a heroína e o crack – concluiu um estudo
publicado no ano passado na revista científica "The Lancet".
O estudo, feito pelo Comitê Científico Independente sobre Drogas, órgão
científico independente que estuda as drogas e seus efeitos, concluiu também
que o álcool é três vezes mais prejudicial do que a cocaína e o tabaco porque é
usado de forma muito mais ampla.
RECOMENDAÇÕES
A diretora de pesquisas do Institute of Alcohol Studies, Katherine Brown, disse
que as orientações atuais sobre o consumo de álcool e a forma como essas
diretrizes são comunicadas à população podem estar contribuindo para a
desinformação do público.
"Precisamos ser cuidadosos quando sugerimos que existe um nível `seguro' de
ingestão. Na verdade, precisamos explicar que existem riscos associados ao
consumo do álcool e que quanto menos você bebe, menor seu risco de
desenvolver problemas de saúde".
Para a especialista, é preciso mudar a percepção de que "beber regularmente é
uma prática normal e livre de riscos".
O médico Nick Sheron concorda. "Não existe um nível seguro. As pessoas
apreciam um drink, mas precisam aceitar que existem riscos e benefícios".
* Fonte: Folha de São Paulo – BBC Brasil >>> www.aqlcoolismo.com.br
"SEM TOLEÂNCIA PARA O ÁLCOOL"
O presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Antonio Geraldo da
Silva, escreveu um artigo a respeito da decisão do Superior Tribunal onde o
motorista que for flagrado com mais de 6 decigramas de álcool no sangue poderá
ser preso, mesmo que o motorista não provoque riscos a outras pessoas. E
também falou sobre a posição da ABP quanto a essa decisão.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou as drogas pelo seu grau de
periculosidade, seguindo critérios como o maior ou menor perigo tóxico, a maior
ou menor capacidade de provocar a dependência física, e a maior ou menor
rapidez em que esta dependência se estabelece. O álcool é classificado no Grupo
2, junto com os barbitúricos, devido aos seus terríveis efeitos sobre a saúde e a
grande dependência física e psíquica que provoca quando consumido em
excesso. Só perde para o ópio e derivados.
Na quinta-feira (03), numa posição que merece toda a nossa atenção, o Supremo
Tribunal Federal decidiu que dirigir com concentração de álcool por litro de
sangue igual ou superior a 6 decigramas é crime sujeito à detenção, mesmo que
o motorista não provoque risco a outras pessoas. O ministro Ricardo
Lewandowski, relator do processo, comparou o ato de dirigir embriagado com o
porte ilegal de arma de fogo. Para ele, portar arma sem autorização é crime,
mesmo sem que haja uma ameaça concreta a um terceiro.
A decisão da Suprema Corte brasileira se alia à posição da ABP, que é contrária
ao uso de álcool por motoristas e vai mais além, critica as campanhas
publicitárias de bebidas alcoólicas. Não podemos aceitar que a sociedade seja
bombardeada com imagens ilusórias e que não mostram os reais perigos do
consumo de bebidas, seja para o organismo da pessoa, seja como protagonista
de acidentes de trânsito.
Para motoristas, a quantidade aceitável de álcool é zero, sem negociação ou
índices mínimos. Como entidade que pode e deve influenciar as políticas públicas
de saúde, precisamos nos posicionar contra medidas como o patrocínio da
indústria do álcool a atividades esportivas e eventos que reúnam jovens.
Devemos exigir que as leis atuais que determinam a proibição de venda de
bebidas alcoólicas em estádios de futebol sejam mantidas, mesmo que isso
contrarie a posição da FIFA para a Copa do Mundo de 2014.
Também devemos e podemos nos manifestar mais e melhor sobre as
consequências do uso indiscriminado do álcool. Nosso protagonismo nesta luta é
fundamental e necessário.
Antonio Geraldo da Silva
Presidente da ABP
* Fonte: Abead >>> www.alcoolismo.com.br
"EMBORCAMENTO PRECOSE"
O uso nocivo de álcool resulta em 2,5 milhões de mortes por ano no mundo.
Cerca de 320 mil jovens entre 15 e 29 anos de idade morrem de causas
relacionadas a essa substância – o equivalente a 9% de todas as mortes nessa
faixa etária. Tais estimativas, da Organização Mundial da Saúde (OMS), são
preocupantes, tanto é que, em menos de uma semana, tivemos ao menos dois
eventos importantes relacionados ao assunto.
Em setembro foi realizada uma reunião de alto nível da Organização das Nações
Unidas (ONU) sobre prevenção e controle de Doenças Crônicas Não
Transmissíveis (DCNTs), aberta pela presidente Dilma Rousseff. Nesse encontro
(e na declaração política resultante dele), os principais fatores de risco em comum
entre as DCNTs discutidas (doenças cardiovasculares, diabetes, câncer e
enfermidades respiratórias crônicas), e evitáveis, foram: o sobrepeso e a
obesidade resultantes da falta de uma alimentação saudável e da inatividade
física, o tabagismo e o consumo nocivo de álcool.
Para diminuir o impacto deste último, ações e políticas públicas efetivas,
baseadas em evidências científicas e adequadas ao contexto local, deveriam ser
implementadas de maneira integrada por diferentes setores. Citou-se ainda o
documento intitulado Estratégia Global para Redução do Uso Nocivo de Álcool,
lançado pela OMS em 2010, que traz sugestões a serem aplicadas em todo o
mundo – respeitadas, é claro, as diferenças culturais e socioeconômicas de cada
país.
É nesse contexto de políticas públicas que se insere o segundo evento da
semana: a Assembleia Legislativa aprovou o Projeto de Lei 698/2011, que proíbe,
no Estado de São Paulo, a venda, a oferta, o fornecimento, a entrega e a
permissão de consumo de bebida alcoólica, ainda que gratuitamente, aos
menores de 18 anos de idade. Aqui, é importante apresentar o cenário do uso de
álcool entre nossos jovens, baseado em pesquisas científicas recentes.
Um levantamento com estudantes do ensino médio em escolas particulares da
cidade de São Paulo, realizado no ano passado, revelou que um em cada três
estudantes entre 15 e 18 anos já havia bebido cinco ou mais doses de álcool em
uma única ocasião, ao menos uma vez no mês anterior à pesquisa.
Quando analisamos o panorama brasileiro, nos deparamos com dados
igualmente preocupantes. No 1º Levantamento Nacional sobre Uso de Álcool,
Tabaco e Outras Drogas entre Universitários das 27 Capitais Brasileiras, que
contou com mais de 12 mil estudantes, verificou-se que 79% dos entrevistados
menores de 18 anos já tinham consumido algum tipo de bebida alcoólica. Além
disso, estima-se que o primeiro consumo ocorra entre 13 e 15 anos de idade,
considerando a população geral brasileira de adultos jovens (entre 18 e 25 anos).
Isso é um sério problema de saúde pública porque na adolescência o sistema
nervoso central ainda se encontra em desenvolvimento e, portanto, mais
suscetível aos efeitos do álcool. Nota-se, ainda, que o uso precoce de tal
substância é um importante indicativo de maior risco para o desenvolvimento de
transtornos relacionados (abuso ou dependência).
Como especialista em dependência química há 30 anos, tenho a clareza de que o
uso nocivo e a dependência do álcool, por ser uma questão complexa e
multifatorial, não é um problema que pode ser resolvido de maneira simples e
rápida, como muitos de nós gostaríamos.
Abordá-lo sob uma visão interdisciplinar é essencial para lidarmos de maneira
mais adequada com esse problema de saúde pública global. Ações integradas e
complementares, baseadas em evidências científicas, sustentáveis e,
principalmente, eficazes somente poderão ser desenvolvidas e implementadas se
instituições de diferentes setores contribuírem junto à sociedade. Nesse
aspecto, unem-se prevenção e tratamento. Além disso, não podemos deixar de
lado o desenvolvimento educacional e social – disseminar amplamente o
conhecimento adquirido por meio de pesquisas científicas deve ser prioritário.
Sim, ainda há solução para o uso nocivo de álcool. Ela envolve investir
fortemente em programas de prevenção, inibir de forma intensiva o uso nocivo
dessa substância e recuperar aqueles que dela já se tornaram dependentes.
* Fonte: Arthur Guerra de Andrade – O Estado de São Paulo >>>
www.alcoolismo.com.br
"A CADA 24 MINUTOS UMA PESSOA É INTERNADA POR CONSUMO
ABUSIVO DE ÁLCOOL"
A cada 20 minutos, uma pessoa é internada em hospitais públicos de São Paulo
com alguma doença ocasionada pelo abuso do álcool, segundo levantamento da
Secretaria Estadual de Saúde. O estudo não inclui as internações causadas por
acidentes de trânsito.
De acordo com o levantamento, os transtornos mentais e comportamentais, como
as síndromes de abstinência ou dependência química e os transtornos psicóticos
são responsáveis por 87% das internações. As 13% restantes – o equivalente a
300 casos por mês - referem-se às doenças alcoólicas do fígado, como cirrose,
insuficiência hepática e hepatite.
"O alcoolismo é uma doença silenciosa e leva anos para se manifestar", alerta a
médica Rosângela Elias, coordenadora de saúde mental de álcool e drogas da
Secretaria Municipal de Saúde. Ela é também a única doença da qual o portador
não busca ajuda porque não admite a dependência. "Infelizmente, o doente diz
que bebe para descontrair e pode parar no momento que quiser", lamenta.
Rosângela afirma que o apoio da família é fundamental para a recuperação,
embora o índice de recaída fique em torno de 60%, mesmo quando a busca por
tratamento é espontânea.
MORTES
O alcoolismo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), já é a segunda
doença que mais mata no mundo depois do câncer: 3,2% do total de mortes. No
Brasil o número é ainda maior: 10% da população, ou 19 milhões de pessoas
morrem por ano devido ao excesso de bebidas, de acordo com estudo da Uniad
(Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas) da Universidade Federal de São
Paulo.
Pesquisador da Uniad, o psiquiatra Nino Meloni explica que há fatores, mesmo
genéticos, que fazem certas pessoas se sentirem bem ao consumir álcool. A
sensação passageira de euforia ganha coro na sociedade, que por questão
cultural não a vê como droga perigosa que causa dependência e mata.
O psiquiatra lembra que o país é o quarto produtor mundial de cachaça, com 200
milhões de litros comercializados anualmente, dos quais 195 milhões consumidos
somente no mercado interno. "Produzimos e consumimos o mesmo volume de
pinga que uísque. A diferença é que uísque é consumido mundialmente e a pinga
somente no Brasil", diz.
E arrisca uma explicação: "A pinga é mais barata que o leite".
O álcool, diz o médico, é porta de entrada para outras drogas. Nas clínicas de
recuperação, cerca de 55% das internações são decorrentes de alcoolismo. "Isso
não significa que estejam diminuindo. A proporção é menor que nos anos
anteriores porque aumentou o número de dependentes em crack", diz.
Recaída de 30%
Pelo menos dois em cada 10 pacientes submetidos a transplante de fígado têm
cirrose hepática provocada pelo consumo excessivo de álcool. Contudo, o índice
de recaída ainda é muito alto: chega a 30%, segundo o médico Carlos Baia,
coordenador dos transplantes de fígado da Secretaria Estadual de Saúde.
Na semana passada, médicos do Hospital Albert Einstein sugeriram o
procedimento ao ex-jogador Sócrates como alternativa de cura. Sócrates segue
internado na UTI e seu estado é considerado estável. O sangramento, digestivo,
segundo os médicos, está estancado.
O médico explica que o álcool inflama e destrói gradualmente as células do
fígado. A cirrose se caracteriza quando o órgão é tomado por pequenas
cicatrizes. As complicações decorrentes da doença também são lentas e a
pessoa só percebe quando ela já está em nível avançado.
Os principais sintomas são acúmulo de água na barriga, inchaço nas pernas,
confusão mental, câncer e hemorragias digestivas. A estimativa é de que pelo
menos 15% dos alcoólicos atinjam essa etapa ao beber durante um período de 10
a 15 anos.
Hoje, a prioridade do transplante varia de acordo com a gravidade da doença.
Cirrose tem prazo de espera mais longo.
* Fonte: www.alcoolismo.com.br
"CONSUMO DE ÁLCOOL DIFERE ENTRE USUÁRIOS DE DROGAS".
Um estudo britânico publicado na revista científica Proceedings of the National
Academy of Sciences e divulgado pelo Centro de Informações sobre Saúde e
Álcool (CISA), investigou as diferenças nos padrões de uso e problemas
relacionados entre indivíduos que consomem álcool juntamente com cocaína em
pó versus os que fazem essa combinação com o crack.
Para isto, foram recrutados usuários que relataram uso simultâneo de álcool e
cocaína em clínicas e comunidades de Londres, na Inglaterra, para participar de
entrevistas estruturadas. No total, 102 indivíduos de ambos os sexos e com média
de idade de 30 anos foram selecionados, sendo que 69 eram usuários de cocaína
e 33 de crack.
Os resultados apontam que tanto a frequência como a quantidade máxima de
álcool ingerida por ocasião de beber pesado*, no mês anterior à pesquisa, foram
significativamente maiores entre usuários de cocaína em pó em comparação aos
de crack: 20 dias de uso e 23 doses de bebida alcoólica; 15 dias de uso e 15
doses, respectivamente.
Entre os usuários de cocaína em pó, 99% relataram ao menos um episódio de
beber pesado, enquanto a proporção entre os usuários de crack foi de 48%. Além
disso, 46% dos usuários de cocaína em pó afirmaram ter bebido pesado pelo
menos uma vez por semana, durante o mês anterior à pesquisa, em comparação
com 13% dos usuários de crack. Em contrapartida, os usuários de crack relataram
problemas mais sérios associados ao uso dessa substância e outras drogas
ilícitas, problemas de saúde física e psicológica e criminalidade, além de uso mais
frequente de cocaína e maiores níveis de dependência dessa substância.
Nota-se, portanto, que o beber pesado frequente representa um risco grave para
a saúde de muitos usuários de cocaína. As diferenças nos padrões de consumo
de álcool confirmam a importância de distinguir os usuários de cocaína em pó dos
usuários de crack.
Os autores do estudo ainda alertam que, como é frequente a direção de
automóveis sob a influência de álcool ou drogas e os riscos de acidentes de
tráfego aumentam bastante, os profissionais de saúde que trabalham no
atendimento primário ou na emergência precisam de treinamento para detectar,
avaliar e tratar adequadamente pacientes que fazem consumo simultâneo de
álcool e cocaína.
*Beber pesado geralmente é definido em termos do consumo excessivo de álcool
em um curto período de tempo. O National Institute on Alcohol Abuse and
Alcoholism define beber pesado episódico como o consumo de 5 ou mais doses
alcoólicas por homens ou de 4 ou mais doses por mulheres, dentro de um período
de 2 horas, sendo que uma dose-padrão de bebida alcoólica (285 ml de cerveja,
120 ml de vinho ou 30 ml de destilado) contém, aproximadamente, 8 a 13 g de
álcool puro.
Título da pesquisa: Concurrent use of alcohol and cocaine: differences in
patterns of use and problems among users of crack cocaine and cocaine powder.
Autores: Gossop M, Manning V, Ridge G.
Fonte: Alcohol & Alcoholism Vol. 41, No. 2, pp. 121–125, 2006.
* www.alcoolismo.com.br
Assunto: Álcool nas Festas
Queridos e amados irmãos em Cristo Jesus.
Sobriedade e Paz, Só Por Hoje, Graças a Deus.
Vamos divulgar e conscientizar nossas comunidades.
Abraço fraterno.
Paz de Cristo.
Coordenação Arquidiocesana da Pastoral da Sobriedade da Arquidiocese de
Niterói – RJ.
BEBIDAS ALCOÓLICAS E FESTAS DE IGREJA
Em síntese: Como bispo de Joinville, D. Orlando Brandes condena o uso de
bebidas alcoólicas na festas de igreja. Firma sua posição sobre doze itens que
manifestam a inconveniência de fomentar o alcoolismo.
Como bispo de Joinville (SC), D. Orlando Brandes (hoje Arcebispo de Londrina,
PR) escreveu uma Carta aos seus diocesanos pela qual condena o uso de
bebidas alcoólicas nas festas de igreja. O texto chegou a PR via internet. Dado o
alto valor deste documento, transcrevemo-lo a seguir
O USO DE BEBIDA ALCOOLICA NAS FESTAS DE IGREJA
O alcoolismo é uma doença. É a primeira e a mais consumida de todas as drogas.
É alarmante o índice de jovens, mulheres e adultos dependentes do álcool.
Mortes no trânsito, violência familiar, infidelidade conjugal e doenças derivantes
do álcool, são consequências negativas do hábito ou da dependência de bebidas
alcoólicas. Grande parte do setor de ortopedia dos hospitais é ocupada por
acidentados alcoolizados. Os gastos públicos são astronômicos, e poderiam ser
evitados se houvesse mais conscientização.
As escolas e estádios proibiram o uso de álcool em suas festas. A CNBB
promoveu o apoio a Pastoral da Sobriedade e coordenou a Campanha da
Fraternidade “Vida Sim, Drogas não”. No texto-base está dito pela CNBB: “A pior
das drogas é o alcoolismo”. Não podemos em nossas festas lucrar com dinheiro
da pior das drogas e com festas mundanas que levam o nome de “festa de
Igreja”.
Depois de três anos de conscientização, através de reuniões, assembleias
pastorais, conselho de pastoral e o aval do clero, a Assembléia Diocesana de
Pastoral votou unanimemente em favor das festas sem álcool. Doze razões foram
elencadas em carta enviada as comunidades para aprofundamento da questão.
Eis os doze pontos:
1. O alcoolismo é uma doença. Nós somos pela defesa da vida, da saúde e da
boa convivência humana. O quinto mandamento da lei de Deus manda: “Não
matarás”. O álcool mata o alcoólatra e muitas vezes os irmãos em casa, nas
festas, no trânsito e nas brigas.
2. O alcoolismo já está atingindo a juventude, as mulheres e também as pessoas
da Igreja. Não podemos continuar dando mau exemplo em nossas Igrejas e
colaborar com o prejuízo das pessoas.
3. Temos na CNBB e nas Dioceses a Pastoral da Sobriedade. Na diocese de
Joinville, temos a Pastoral Antialcoólica. Permitir bebidas nas nossas festas é um
contra-testemunho e uma contradição com estas Pastorais.
4. Não somos contra as festas. Pelo contrário; o que queremos é que nossas
festas sejam verdadeiramente religiosas, sadias, agradáveis, num espírito de
família e de boa convivência. Nos lugares onde forma tiradas as bebidas
alcoólicas, as festas melhoraram em tudo.
5. Para tirar as bebidas alcoólicas, é preciso implantar bem o dizimo nas
comunidades. Onde o Dizimo é bem organizado, melhorou em muito o lado
econômico da comunidade e pode-se então abolir as bebidas alcoólicas das
festas sem prejuízo financeiro. O segredo está na boa implantação da Pastoral do
Dizimo.
6. As festas com bebidas alcoólicas, mais a contratação de músicos, cantores e
conjuntos musicais, acabam sendo muito dispendiosas. E a maior parte do lucro
não fica na comunidade. Não podemos mais continuar apoiando coisas do
mundo, nas festas religiosas. “Detesto vossas festas, tornaram-se uma carga que
não suporto mais” (Is 1,14).
7. O povo e a comunidade aprovam a abolição das bebidas alcoólicas em nossas
festas. Quem ainda quer fazer festa com bebidas alcoólicas são as lideranças
mais antigas, que não conhecem as novas experiências, de festas sem álcool.
Algumas vezes pessoas da Igreja também não estão ainda bem convencidas no
assunto. Geralmente quem bebe, são pessoas que não frequentam a
comunidade. Elas aparecem nas festas, depois não participam da comunidade.
8. As Paróquias e comunidades que já tiraram as bebidas alcoólicas de suas
festas começaram primeiro conscientizando a comunidade, e paralelamente
implantaram a Pastoral do dizimo. Algumas fizeram uma votação, ou melhor, um
plebiscito. Tudo deu certo. O povo está feliz, e as finanças aumentaram, sem as
bebidas alcoólicas nas festas.
9. Tirando as bebidas alcoólicas, estamos dando bom exemplo para outras
religiões, colaborando com a saúde pública, sendo coerentes com nossa fé e
nossas Pastorais.
10. Após alguns anos de conscientização, a Assembléia Diocesana de Pastoral,
em 2005 votou pela abolição de bebidas alcoólicas em festas da igreja, Padres e
lideranças, devem dar oportunidade de conscientização da comunidade sobre
este assunto.
11. “Não vos embriagueis, mas enchei-vos do Espírito (Ef 5,18). A experiência
tem mostrado que suco de uva e outras bebidas substituem as bebidas alcoólicas.
Para maior clareza, decidimos que, se alguém aluga salões da Igreja para
casamento e outros encontros, consideramos que tais festas não são promoção
da Igreja e por isso o uso de bebida alcoólicas é da responsabilidade dos
encarregados da festa.
12. Percebemos também que nas comunidades onde o Pároco assume a
responsabilidade de tirar as bebidas alcoólicas, o povo aceita e as lideranças se
rendem. Onde o Padre fica neutro ou é contra, é quase impossível a mudança do
hábito.
"CONSUMO DE ÁLCOOL PRECOCE EM MENINAS".
Uma nova pesquisa foi realizada novamente na cidade de Botucatu, mas desta
vez a Faculdade de Medicina (FM) da USP buscou saber a quantas anda o
consumo de álcool entre adolescentes. E o estudo trouxe um resultado
surpreendente quanto às meninas adolescentes.
O consumo de bebidas alcoólicas é mais precoce entre mulheres do que entre
homens e isto, somado à pouca maturidade das adolescentes, pode favorecer o
comportamentos de risco, como a prática de sexo sem proteção. A conclusão é
de uma pesquisa da Faculdade de Medicina (FM) da USP do Campus de
Botucatu.
Além da precocidade, o levantamento indicou que as estudantes do sexo feminino
apresentaram maior propensão para o comportamento de beber com embriaguez.
O termo é usado para definir um consumo igual ou até maior a 5 doses em uma
ocasião para homens e maior ou superior a 4 doses para mulheres. Nesse caso,
uma dose equivale a 50 ml de destilado com teor alcoólico de 40%; 350 ml de
cerveja (teor alcoólico de 4-5%) e 150 ml de vinho a 12,5% de álcool.
Os jovens são os que apresentam maiores riscos em relação ao consumo do
álcool, com consequências negativas diversas como problemas nos estudos,
problemas sociais, práticas de sexo sem proteção, maior risco de suicídio,
homicídio e acidentes, frisa a assistente social Priscila Lopes Pereira, autora do
estudo, que é sua dissertação de mestrado na FM. Ela teve a orientação da
psiquiatra Florence Kerr-Corrêa, professora da mesma unidade.
O padrão de consumo, segundo o sexo, vem sendo objeto de discussão em
estudos envolvendo a epidemiologia do alcoolismo. Há de se salientar as
conquistas femininas nas últimas décadas, entre elas, além da independência
financeira, as adolescentes passaram a ter mais liberdade para frequentar locais
onde são consumidas bebidas alcoólicas antes restritas aos homens, explica
Priscila.
Além disso, as mulheres que bebem regularmente desenvolvem uma série de
doenças graves mais rapidamente que os homens, tais como: fígado gorduroso,
hipertensão, anemia, desnutrição, hemorragia gastrintestinal e úlcera péptica,
ressalta a autora, que acrescenta: é necessário estabelecer uma política clara de
orientação sobre o uso de álcool para os estudantes, bem como programas de
prevenção.
Influência dos amigos
O álcool é a droga lícita mais consumida no mundo, segundo a Organização
Mundial da Saúde (OMS). Ainda de acordo com a OMS, a substância é a droga
de escolha entre crianças e adolescentes estima-se que o uso dessa droga tenha
início (aos) entre 10 (ou) a 12 anos. Estudos anteriores encontrados na literatura
científica mostravam que os homens bebem mais que as mulheres em todas as
faixas etárias e que jovens consomem mais álcool do que idosos.
O estudo realizado pela UNESP apontou a influência de amigos que bebam ou
fiquem embriagados uma vez por semana como cruciais para o estímulo do
consumo entre os jovens. A pesquisa indicou, ainda, outros fatores que também
são facilitadores, embora menos significativos: pertencer a uma classe social mais
alta; estudar em escola pública e não ter prática religiosa.
Para a pesquisadora, esse contato precoce com o álcool requer atenção maior
não somente por parte da família, mas da sociedade. O comportamento pode
provocar situações de violência sexual, início precoce da vida sexual, propensão
a contrair doenças sexualmente transmissíveis e gerar uma gravidez indesejada.
Saiba mais a respeito do assunto e como se deu esse resultado lendo a matéria
na íntegra no Portal RAC.
* Com informações do Portal RAC.
** Fonte: www.alcoolismo.com.br
"CONIVÊNCIA DOS PAIS AJUDA A AGRAVAR CONSUMO DE ÁLCOOL POR
ADOLESCENTES".
O estado de São Paulo endureceu o combate ao álcool na infância e na
juventude.
Em novembro de 2011, entrou em vigor uma lei que prevê punições
administrativas, além das sanções penais aos comerciantes que venderem
oferecerem ou permitirem o consumo de bebidas alcoólicas por menores de idade
no interior de seus estabelecimentos. A lei será aplicada mesmo se o adolescente
estiver na companhia de seus pais ou de um responsável maior de idade.
Para burlar a lei, adolescentes passaram a cometer uma infração ainda mais
grave: falsificar a carteira de identidade. Não se trata mais, como no passado,
de colocar com caneta preta um outro número no documento. A falsificação é
para valer. É feita no programa Paint, disponível para qualquer computador. Há
até mesmo um tutorial no YouTube, com mais de 50 mil acessos, em que parte da
falsificação é mostrada.
O que mais surpreende é que muitos adolescentes falsificam a carteira de
identidade com a anuência dos pais. Profissional bem-sucedida, A. ajudou seu
filho M., de 17 anos, a falsificar seu RG. Ela aceitou mostrar ao jornal O Globo
como se faz. Em cinco minutos, foi falsificada a data de nascimento de uma
carteira de identidade. O documento, a seguir, foi destruído, já que falsificar
documento é crime, com pena prevista de dois a seis anos de prisão.
- Faltavam apenas dois meses para ele fazer 18 anos. Ele queria muito ir naquela
balada – justifica A., acrescentando que o filho já fez 18 anos e rasgou o
documento falso.
M. afirma que aprendeu com colegas como falsificar:
- Isso não é novidade. Muita gente faz.
Uma pesquisa feita pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) com 5.226
alunos de 37 escolas privadas de São Paulo, divulgada em 2010, mostrou que
40% dos estudantes haviam bebido no mês anterior à pesquisa. Os estudantes
disseram ter começado a consumir bebida alcoólica com 12,5 anos, e 46%
afirmaram que beberam pela primeira vez em casa. A bebida foi oferecida por
familiares (46%) ou amigos (28%). Apenas 21% disseram ter tomado a iniciativa
de buscar a bebida.
Fonte: O Globo >>> www.alcoolismo.com.br
"A DOENÇA DO ALCOOLISMO"
No ano passado, o jornal Bom Dia mostrou, em reportagem especial, que o
consumo de álcool entre as pessoas que estão na terceira idade cresceu
assustadoramente nos últimos anos. Uma pesquisa apontava que o abuso do
álcool estava presente em todas as classes econômicas, não apenas em idosos
pertencentes a camadas mais pobres.
Além dos males clínicos à saúde, o alcoolismo também provoca graves
problemas sociais, de relacionamento com a família e com os amigos. E, nos
idosos, as consequências do uso em excesso de bebida alcoólica são ainda
maiores, já que aumenta o risco de quedas, traz desnutrição, provoca o aumento
da pressão arterial e ainda pode desencadear uma série de doenças
cardiovasculares.
Isso sem falar que pessoas da terceira idade, geralmente, fazem uso de
medicamentos – e a mistura desses remédios com o álcool pode ser altamente
prejudicial ao organismo.
Nesta semana o jornal trouxe uma constatação ainda mais perigosa: Cada vez
mais as mulheres estão abusando das bebidas alcoólicas. Se, há 15 anos, a
proporção era de consumo de álcool era de uma mulher para cada cinco homens,
hoje, segundo pesquisa do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São
Paulo, é de uma mulher para cada 1,2 homens. Nos Alcoólicos Anônimos de
Bauru, por exemplo, elas já representam 30% do grupo.
E tem mais um dado, no mínimo, preocupante, revelado por esta pesquisa. Se, no
universo masculino, quanto menor o grau de instrução, maior o risco de cair no
alcoolismo, entre as mulheres ocorre o inverso: quanto mais estudadas, mais as
meninas têm tendência a beber. O problema é claro: o metabolismo do álcool nas
mulheres, segundo o médico Dráuzio Varella, não é igual ao dos homens. Isso
significa que se for administrada, para dois indivíduos de sexos opostos, a
mesma dose ajustada de acordo com o peso corpóreo, a mulher apresentará
níveis alcoólicos mais elevados no sangue.
O problema do alcoolismo é um problema social, de saúde pública, e deveria
receber uma atenção especial de todos. Não se trata mais de um problema
esporádico, que ocorre longe, nos botecos mais escondidos da cidade, apenas
com pessoas de classes sociais mais baixas, que não têm oportunidades de uma
vida melhor.
Este é um mal que não faz mais distinção de idade, sexo ou poder aquisitivo.
Acontece ali, ao seu lado, muitas vezes dentro da nossa própria casa, e precisa
ser combatido por todos, com conversa, esclarecimentos e ajuda profissional. Não
dá para deixar que só campanhas educativas mudem esse panorama.
Fonte: Jornal Bom Dia >>> www.alcoolismo.com.br
"MULHERES COM MAIOR INSTRUÇÃO BEBEM MAIS"
O consumo de bebidas alcoólicas está diretamente relacionado ao grau de
instrução das mulheres paulistanas: quanto maior o tempo de estudo, maiores os
riscos de beberem mais e sofrerem, consequentemente, com problemas ligados à
bebida. Essa é a conclusão de um estudo do Instituto de Psiquiatria do Hospital
das Clínicas (IPq – HC), publicado na edição deste mês da revista científica
Clinics.
"Há quinze anos, a proporção era de sete homens que bebiam para cada mulher.
Hoje, temos 1,2 homens para cada mulher que consome bebidas alcoólicas",
constata a psiquiatra Camila Magalhães Silveira, uma das autoras da pesquisa.
No caso das mulheres com grau de instrução maior e melhores condições
econômicas, a situação pode ser ainda mais complexa. "Elas têm de dar conta de
mais de um papel. São mães, esposas e profissionais. Sofrem uma cobrança
social muito grande."
Já entre o sexo masculino, a escolaridade é um fator de proteção. Homens com
baixo grau de instrução apresentam oito vezes mais riscos para o alcoolismo. "A
relação entre escolaridade e consumo de álcool reflete uma mudança cultural",
diz o conselheiro da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas
(Abead), Carlos Salgado.
Considerada um indicador socioeconômico, a educação é um sinônimo de
independência feminina, tanto emocional quanto financeira. "Mulheres com grau
de escolaridade maior são mais independentes e estão mais expostas", explica a
pesquisadora do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Políticas
Públicas do Álcool e Outras Drogas (Inpad), Ilana Pinsky.
Para Salgado, o álcool acaba sendo utilizado com uma válvula de escape
feminino contra o estresse. "Ela bebe para aliviar a pressão social e por ter
conquistado direitos semelhantes aos do universo masculino. Quanto mais
instruída, mais chances essa mulher terá de socializar. Ela terá mais
oportunidades de beber", completa.
Os especialistas afirmam que as bebidas alcoólicas também são utilizadas por
homens para aliviar a tensão. Mas há, contudo, uma conscientização maior com
relação ao impacto negativo do álcool sobre eles. "O processo é contrário. À
medida que o homem recebe cultura, mais ele irá se cuidar", diz Salgado. "Todas
as campanhas (sobre o álcool) são voltados para o público masculino", completa
Camila.
Historicamente, casos de alcoolismo feminino também são menos discutidos.
"Mesmo que essa mulher identifique um problema com a bebida, ela terá mais
dificuldade de assumir e encontrar ajuda. Mulheres identificam o problema nos
companheiros, mas não nelas", afirma Camila.
Exatamente 1.464 indivíduos foram entrevistados para o estudo, que avaliou as
diferenças de gêneros no consumo do álcool – a maior abordagem
epidemiológica nessa linha já feita na cidade.
Organismo
A relação das mulheres com o álcool também preocupa porque elas são mais
vulneráveis aos seus efeitos do que os homens. A produção inferior de uma
enzima que "digere" o álcool, a menor quantidade de água no organismo e os
hormônios são fatores que as tornam menos resistentes às bebidas. "Elas pagam
mais caro pela mudança cultural", diz Salgado.
* Fonte: Jornal da Tarde >>> www.alcoolismo.com.br
"COMERCIAIS DE CERVEJA PODEM INFLUENCIAR JOVEM"
Pelo sistema de classificação indicativa do Ministério da Justiça, emissoras de
TV só podem veicular programas identificados como inadequados para menores
de 18 anos depois das 23h. Você já parou para se perguntar, no entanto, por que
os comerciais de cerveja – cuja venda para menores é proibida por lei – podem
ser veiculados em qualquer horário?
Legalmente, as propagandas de cervejas antes das 23h não podem ser proibidas
porque elas não são consideradas bebidas alcoólicas, para fins de publicidade.
Hoje, a lei proíbe apenas propagandas de produtos cujo teor alcoólico seja
superior a 13° Gay-lussac, o que deixa de fora do veto as cervejas, as bebidas
ice e os vinhos mais populares. Dois projetos apresentados no Senado – um pela
senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) e outro por Marcelo Crivella (PRB-RJ) –
propõem a revisão da regra, mas enfrenta resistências. No ano passado, ambos
foram rejeitados pelo relator responsável na Comissão de Ciência, Tecnologia,
Inovação, Comunicação e Informática (CCT), senador Lobão Filho (PMDB-MA),
que disse considerar que a restrição à publicidade de bebidas alcoólicas
"contraria o princípio constitucional da liberdade de expressão e informação".
Para a psicóloga Ilana Pinsky, professora supervisora na pós-graduação do
Departamento de Psiquiatria da UNIFESP, a exposição de crianças e
adolescentes a comerciais de bebidas alcoólicas pode levá-los e beber mais
cedo. "Pela lei federal, cerveja não é considerada bebida alcoólica para fins de
publicidade, o que é uma piada, não tem sentido. As cervejarias podem fazer
propaganda em qualquer horário e são as que mais aparecem nos intervalos
comerciais. Assim, os jovens estão muito mais expostos a essas publicidades.
Sem contar que a cerveja é um produto de iniciação para o jovem e, no Brasil, é a
primeira bebida de escolha, seguida do vinho e das bebidas destiladas. Então,
sim, a publicidade tem influência na medida em que ela é muito mais frequente e
criativa. O jovem se associa e se interessa mais e, portanto, acha que pode beber
mais também", afirma em entrevista ao site da ONG Instituto Alana.
Um levantamento feito pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas
Psicotrópicas (Cebrid) e pela Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) fornece
argumentos à tese da psicóloga. Segundo o relatório final, 54% dos entrevistados
para o estudo com idades de 12 a 17 disseram consumir álcool e 7%
apresentavam dependência. Na faixa etária dos 18 aos 24, 78% afirmaram já ter
feito uso de bebidas alcoólicas e 19% foram identificados como dependentes.
"Claro que se você fizesse publicidade de cerveja 24 horas, mas fosse muito
difícil para o jovem comprar a bebida seria diferente. Mas essa não é a nossa
realidade. No Brasil, é fácil e é barato consumir essas bebidas. Quanto mais
exposto à publicidade, mais propenso o público infanto-juvenil está a beber cada
vez mais e mais cedo", afirma Ilana Pinsky.
Redes sociais
Com o crescimento das novas mídias, a expansão das ações de marketing das
cervejarias no ambiente virtual preocupa a psicóloga. "O que eu vejo é que isso
(a publicidade de cervejas) entrou nas redes sociais de uma maneira massiva. É a
grande estratégia do momento. As marcas exercem muita influência lá, com
ações muito criativas e quase sempre voltadas aos mais jovens. Claro que as
redes são frequentadas por todas as idades, mas os mais jovens e as crianças
têm mais facilidade em usá-las", afirma.
* Fonte: Administradores >>> www.alcoolismo.com.br
"ÁLCOOL ALTERA QUÍMICA DO CÉREBRO DE ADOLESCENTES"
Vivenciando uma fase de novas descobertas e experiências, os jovens tendem à
ultrapassar limites em algumas situações, como o primeiro contato com o álcool.
Frequentando as primeiras festas e expostos às bebidas, muitos desconhecem os
efeitos que a substância causa no organismo e, consequentemente, esse
comportamento culmina em preocupação para os pais. Além das alterações
comportamentais, o excesso traz danos ao cérebro, que podem ser irreversíveis.
Seus primeiros efeitos podem ser observados a partir da sonolência, da sensação
de relaxamento corporal e até mesmo da desinibição de suas atitudes, segundo o
Dr. Mario Peres, neurologista do Hospital Israelita Albert Einstein e membro do
Departamento de Cefaleia da Academia Brasileira de Neurologia. "Estes sinais
físicos ocorrem devido à forma com a qual o álcool afeta o cérebro e o sistema
nervoso central", explica o especialista.
Comprovado cientificamente que o álcool é nocivo em qualquer faixa etária, seus
malefícios entre os adolescentes são evidentes, sobretudo, durante a fase
escolar, uma vez que o uso contínuo da substância atrapalha o rendimento, além
de provocar confusão mental, falta de coordenação, problemas de memória e de
aprendizado. Consequentemente, esse processo resulta também em dores de
cabeça, alteração do ciclo natural do sono, da fala e do equilíbrio.
Esta substância tem ação depressora sobre o cérebro e pode causar
complicações no sistema nervoso. "São dois tipos, a aguda e a crônica. A
primeira é decorrente da ingestão excessiva e isolada de álcool. Na segunda, é
causada pelo consumo frequente de um longo período", diz o Dr. Mario Peres,
enfatizando que a bebida pode gerar atrofia no cérebro e aumentar o risco para o
Acidente Vascular Cerebral, AVC.
Segundo o neurologista, o álcool modifica a química do cérebro, alterando as
funções cerebrais e os níveis de neurotransmissores que controlam os processos
de comportamento, emoções e pensamento. Ele ressalta que estas reações
causam também mudanças no metabolismo.
Na tentativa de reduzir o índice de dependência química entre os jovens, o
neurologista destaca que o tratamento pode começar a partir da mudança de
comportamento, e que os adolescentes devem se conscientizar dos males que a
bebida provoca não apenas ao corpo, mas também nos relacionamentos
interpessoais. Os pais precisam exercer total autoridade e manter um diálogo
franco sobre o tema, restringindo de imediato o consumo.
*Fonte: www.alcoolismo.com.br
"ÁLCOOL É A DROGA QUE MAIS MATA NO BRASIL"
A cada ano, cerca de 8 mil pessoas morrem em decorrência do uso de drogas
lícitas e ilícitas no Brasil. Um estudo elaborado pela Confederação Nacional dos
Municípios (CNM) aponta que, entre 2006 e 2010, foram contabilizados 40,6 mil
óbitos causados por substâncias psicoativas. O álcool aparece na primeira
colocação entre as causas, sendo responsável por 85% dessas mortes.
Para elaborar o estudo, a CNM coletou dados do Sistema de Informações sobre
Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, que reúne e consolida os óbitos no
território brasileiro conforme os locais da ocorrência e de residência do
indivíduo. De acordo com o levantamento, as 40.692 pessoas morreram no Brasil
vítimas do uso de substâncias como álcool, fumo e cocaína. E os dados podem
estar subestimados, conforme a própria confederação, devido à complexidade de
registros no SIM e pelo fato de não serem contabilizadas mortes causadas
indiretamente pelo uso de drogas, como acidentes de trânsito e doenças crônicas.
No estudo foram contabilizadas mortes em decorrência de envenenamento
(intoxicação), transtornos mentais e comportamentais.
Drogas ilícitas são minoria dos casos
Quando se fala em drogas, substâncias ilícitas, como cocaína e crack, costumam
ser as mais lembradas. Segundo o levantamento da CNM, contudo, elas são
responsáveis por uma parcela mínima das mortes causadas diretamente pelo seu
consumo. Juntos, o álcool e o fumo, drogas vendidas e consumidas legalmente,
representam 96% dos mais de 40 mil óbitos contabilizados nos últimos anos.
Mortes indiretas elevariam os números
Se o número de 40 mil mortes em cinco anos já é considerado preocupante, é
preciso lembrar que ele representa apenas uma parcela dos óbitos em
consequências do uso de drogas no Brasil. O estudo levou em consideração
somente as mortes em que o consumo de substâncias psicoativas foi apontado
como causa direta. Ou seja, existe um contingente ainda maior de óbitos não
contabilizados que podem entrar nessa relação.
Com base no Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde,
foram selecionadas as ocorrências a partir do que indicavam os atestados de
óbito. Dessa forma, não foram contabilizadas as mortes decorrentes de doenças
crônicas ou acidentes de trânsito. "Dos casos de câncer de pulmão, 95% são
decorrentes do fumo. Grande parte dos acidentes com morte é causada por
motoristas embriagados. O número de mortes relacionadas a drogas é
extremamente superior aos dados formais", observa o presidente da CNM, Paulo
Ziulkoski.
Para o médico Élio Mauer, o álcool se constitui na mais perigosa das drogas
porque, além de ser legalizada, pode dar origem a uma série de outros
problemas.
"Além das mortes por acidentes de trânsito, temos as doenças decorrentes do uso
contínuo, como as hepáticas, que podem matar", diz. A depressão muitas vezes
também está associada ao consumo de bebidas alcoólicas e outras drogas.
Grande parte das mortes contabilizadas no estudo, 34,5 mil, ocorreram em
decorrência do uso de álcool. Somente no Paraná, foram 2.338 vítimas. É o
estado com o quarto maior índice em proporção à população, ficando atrás
somente de Minas Gerais, Ceará e Sergipe.
* Fonte: Gazeta do Povo >>> www.alcoolismo.com.br
"ALCOOLISMO ALTERA PROPRIEDADES MECÂNICAS DOS OSSOS"
Estimativas apontam que 13% da população mundial sofrem com o alcoolismo.
Diante da gravidade do problema, cada vez mais pesquisadores vêm se
dedicando ao estudo do álcool e seus malefícios sobre o organismo. Para
investigar os efeitos do álcool e da desintoxicação alcoólica sobre a neoformação
óssea e propriedade estrutural do osso, Evelise Aline Soares, da Universidade
José do Rosário Velano (UNIFENAS), de Minas Gerais, e colegas desenvolveram
uma pesquisa com animais.
Os autores contam em um estudo publicado ano passado na Acta Ortopédica
Brasileira que 15 ratos foram divididos em três grupos, cada um com cinco
animais. O primeiro recebeu uma dieta líquida à base de álcool etílico a 5% e
10%, nas duas primeiras semanas, e de álcool etílico a 15% da terceira até a
décima semana. Um segundo grupo foi submetido ao mesmo regime, porém na
quarta semana iniciaram um período de desadaptação gradativa ao álcool. Houve
ainda um terceiro grupo (controle) que não foi submetido à dieta líquida à base de
álcool. Vale lembrar que todos os animais receberam a mesma dieta sólida e
recebiam água.
Após quatro semanas, foram colocados implantes de hidroxiapatita (HAD) na tíbia
dos animais e foi produzida uma falha no osso parietal e, ao final das 13
semanas, os autores analisaram os ossos dos ratos.
Eles contam no artigo que os animais do grupo de alcoolista crônico
"apresentaram menores valores de neoformação óssea, de calcemia e resistência
mecânica, quando comparado aos grupos controle e desintoxicado". Além disso,
os ratos desintoxicados "apresentaram valores superiores em todas as variáveis
avaliadas em relação ao grupo alcoolista crônico", destacam na pesquisa.
Dessa forma, os pesquisadores concluem que "o consumo de etanol na
concentração de 15% interferiu negativamente na osteogênese ao redor de
implante de HAD, nos níveis de cálcio e na resistência mecânica óssea". Já a
desintoxicação alcoólica demonstrou-se eficaz. Nesse sentido, os autores
lembram que os profissionais de saúde devem estar atentos aos hábitos do
paciente uma vez que estes podem interferir na osseointegração e no reparo
ósseo após fraturas.
* Fonte: Wscom >>> www.alcoolismo.com.br
"ÁLCOOL NA GESTAÇÃO COMPROMETE FETO"
Mesmo que a gravidez seja considerada algo sublime pela maioria das mulheres,
existem também as que não desejam passar por essa experiência e são pegas de
surpresa quando se descobrem grávidas. O impacto é ainda maior quando as
futuras mães são ainda adolescentes. No entanto, o choque emocional pode ser
por elas absorvido com mais naturalidade quando consomem bebidas alcoólicas.
Mais comum do que se imagina, muitas garotas tornam-se mães e mesmo assim
não abandonam a dependência química.
A Unidade de Pesquisas em Álcool e Drogas (Uniad) conduziu, em 2002, um
estudo coordenado pelos Drs. Ronaldo Laranjeira, Sandro Sendin Misuhiro e Elisa
Chalem, no bairro de Vila Nova Cachoeirinha, zona norte de São Paulo, e
constatou que, dentre as mil adolescentes grávidas participantes do
levantamento, 1,6% apresentou diagnóstico de dependência química ou uso
nocivo do álcool.
Ainda que a pesquisa tenha sido realizada há 10 anos, não existem outros relatos
bibliográficos com este tipo de informação no País. Portanto, é possível que as
estatísticas tenham crescido e dentro do índice da pesquisa, 0,9% destas jovens
preencheram os critérios avaliados para a dependência do álcool. Para o
psiquiatra Sandro Sendin Misuhiro, um dos coordenadores do estudo, "é provável
que boa parte dessas adolescentes tenha se tornado alcoólatra já durante a
gestação".
É fato que o consumo de bebida alcoólica é nocivo à saúde, mas os danos
provocados podem ser irreversíveis ao bebê. Nas mães, o excesso causa
alterações no fígado, como a gastrite e úlcera. No feto, a Síndrome Fetal do
Álcool, conhecida como um conjunto de alterações que facilitam a má formação
da criança, pode ocorrer o retardo de crescimento intrauterino e após o
nascimento, o peso baixo ao nascer, o lábio superior fino, as anomalias na
pálpebra, as disfunções no sistema nervoso central como o atraso no
desenvolvimento de habilidade motores e sociais e os distúrbios
comportamentais, como irritabilidade.
Amamentação
Pelos efeitos que o álcool provoca durante a gestação, é prejudicial o seu
consumo em qualquer quantidade, por menor que seja. "Cinco doses ou mais por
semana durante a gravidez está relacionado com peso baixo ao nascer o bebê,
parto prematuro e abortamento espontâneo", alerta o Dr. Sandro Sendin Misuhiro.
A contraindicação é severa, uma vez que o álcool presente no organismo da mãe
pode ser evacuado no leite e "isso significa que o álcool consumido pela mãe
lactante será ingerido pelo bebê lactente", diz o médico.
Influência familiar
"A disponibilidade de bebida alcoólica e o nível de aceitação de seu consumo em
determinado meio são fatores que aumentam a probabilidade de uso. Se essas
condições forem encontradas em uma família, a chance dessas jovens beberem
será maior", adverte o psiquiatra.
A responsabilidade das adolescentes ao criar um filho, ainda que tão jovens, não
impede que as famílias atuem como orientadores no alerta para este
comportamento juvenil. A melhor arma contra o problema é uma boa conversa,
aliada à limitação e fiscalização do consumo das substâncias etílicas.
Mesmo que não seja determinante, os filhos de mães dependentes podem
adquirir, futuramente, o mesmo hábito. O Dr. Sandro salienta os riscos: "Mesmo
que o bebê exposto ao álcool na gravidez não tenha alterações físicas profundas
como as observadas na Síndrome Fetal pelo Álcool, alterações mais sutis, porém
graves o suficiente para comprometer a funcionalidade dessas crianças, podem
ocorrer". Por isso, evite o álcool não somente durante a gestação, mas em
qualquer ocasião, adverte o médico.
* Fonte: www.alcoolismo.com.br
"BEBER DEMAIS PODE ENCOLHER O CÉREBRO"
Um estudo, conduzido nos Estados Unidos, avaliou os efeitos do consumo
crônico de álcool em ratinhos com e sem receptores para a dopamina, o
neurotransmissor responsável pelas sensações de prazer e motivação.
Durante seis meses, a metade de cada grupo bebeu apenas água, enquanto a
outra bebeu uma solução incrementada com 20% de álcool. Os pesquisadores
descobriram que os ratos sem os receptores DRD2 apresentaram mais danos
cerebrais que os ratos normais. Além disso, o tamanho do cérebro também
mostrou alterações.
Os resultados
O resultado da pesquisa demonstrou que o consumo crônico de álcool por parte
dos ratos sem receptores provocou uma atrofia significativa do cérebro como um
todo, e que algumas áreas — especialmente as responsáveis pela fala, memória
de longo prazo, sinais motores e informação sensorial — chegaram a encolher.
Os ratos normais não apresentaram os mesmo sinais. O fato de que apenas os
ratos sem dopamina apresentaram esses danos sugere que o receptor tem um
importante papel na proteção contra a atrofia cerebral e a exposição crônica ao
álcool.
Portanto, humanos com baixos níveis de receptores DRD2 podem ser mais
susceptíveis a se tornarem alcoolistas e, de acordo com um dos autores do
trabalho, estudos como este podem nos ajudar a entender o papel da variação
genética no alcoolismo e nos danos cerebrais em humanos, apontando melhores
estratégias para prevenção e tratamento.
*Fonte: www.alcoolismo.com.br
"BEBER SOCIALMENTE TAMBÉM GERA PROBLEMAS"
O efeito do consumo agudo do álcool, relacionado a ingestões de bebida em
ocasiões específicas, pode causar hipertensão e problemas cardiovasculares,
além de aumentar o risco do desenvolvimento de Acidentes Vasculares Cerebrais
(AVCs).
É o que aponta uma pesquisa desenvolvida pelo doutorando Ulisses Vilela
Hipólito, no laboratório da farmacologia da USP, em parceria com a Universidade
de Ottawa, no Canadá.
"As linhas de pesquisas existentes já estudaram os efeitos do consumo crônico do
álcool, que é prejudicial à saúde. O objetivo dessa pesquisa foi analisar se um
consumo, mesmo que menor, também poderia trazer danos para a saúde.
Percebemos que isso ocorre", diz Hipólito.
Para a realização da pesquisa, foi utilizado o modelo "Binge drinking", termo em
inglês que pode ser entendido como o bebedor de fim de semana. Os estudos se
basearam na administração do álcool em ratos e comprovou que 85% dos
animais que fizeram a ingestão da substância apresentaram alterações no
sistema cardiovascular.
O coordenador da pesquisa, Carlos Renato Tirapelli, explica que a grande
pergunta a ser respondida é como o álcool induz à hipertensão. "Foi possível
perceber que o álcool relaxa a aorta. Ele produz muitos radicais livres, que são
as moléculas formadas no organismo, resultado da oxidação natural. Esses danos
podem provocar um gatilho que desencadeie num espasmo e até levar ao AVC",
diz o pesquisador.
A pesquisa tem sido desenvolvida nos últimos dois anos. São observados ratos
sob o efeito de uma quantia de 13% de álcool no organismo. O estudo é feito
após a absorção do etanol pelo organismo. Tirapelli explica que o Sistema
Estadual de Análise de Dados (Senad) também tem demonstrado preocupação
com o hábito de beber socialmente.
"O Senad fez um levantamento em 2007 e, no Brasil, esse hábito é muito comum
entre jovens de 18 a 30 anos. Por isso, a necessidade de reconhecer que esse
uso agudo também é prejudicial", afirma. Além do apoio da universidade
canadense, a pesquisa teve financiamento da FAPESP (Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São Paulo).
* Fonte: www.alcoolismo.com.br
"EFEITOS DA INTOXICAÇÃO AGUDA POR ÁLCOOL (" RESSACA")"
Efeitos da intoxicação aguda por álcool ("Ressaca")
A "ressaca" do álcool, ou veisalgia (do norueguês kveis, "mal-estar após
devassidão/libertinagem", e do grego algia, "dor"), parece ser a maneira que
nosso organismo tem de nos lembrar sobre os perigos do consumo excessivo de
álcool. A ressaca sempre se associa à intoxicação aguda de álcool; inicia-se
cerca de 6 a 8 horas após o consumo (período em que a concentração de álcool
no sangue diminui e retorna a zero, em média) e pode durar até 24 h. Ela é
caracterizada por efeitos físicos e mentais adversos, com uma variedade de
sintomas de "mal-estar", sendo os mais comuns: dor de cabeça, náuseas,
problemas de concentração, boca seca, tontura, desconforto gastrintestinal,
cansaço, tremores, falta de apetite, sudorese, sonolência, ansiedade, e
irritabilidade.
No entanto, há uma variação muito grande desses sintomas (de pessoa para
pessoa e de ocasião para ocasião), impossibilitando uma definição exata da
ressaca1, 2.
Existem várias hipóteses para explicar o aparecimento e a gravidade da ressaca.
Além da quantidade de álcool consumida, outros fatores relacionados ao
consumo propriamente dito (intervalo de tempo do consumo ou o tipo de bebida)
podem influenciar o aparecimento da ressaca. Fatores psicológicos também
parecem estar envolvidos, assim como a vulnerabilidade à dependência de álcool
(como predisposição genética). Por exemplo, filhos de pais dependentes de
álcool, mais vulneráveis à dependência, apresentavam ressacas mais graves do
que filhos de não dependentes, em condições comparáveis de frequência e
quantidade de álcool consumido3. A presença de alguns traços de personalidade
em indivíduos com histórico familiar de alcoolismo também tem sido relacionada
com a gravidade da ressaca4. Tal situação poderia favorecer o consumo de
álcool, visto que, somado à vulnerabilidade genética, os indivíduos poderiam
consumir mais álcool com o intuito de aliviar a sintomatologia da ressaca.
Entretanto, ainda são necessários outros estudos a fim de estabelecer uma
relação entre diversos fatores (genéticos e psicossociais), os efeitos do álcool e a
ressaca.
Com relação à prevalência da ressaca na população em geral, presume-se que
ela seja muito elevada. Alguns estudos mostram que 75% das pessoas que
consumiram doses intoxicastes de álcool tiveram ressaca pelo menos uma vez na
vida. Enquanto 50% dos bebedores frequentes (consumo de uma ou duas doses
por dia, de acordo com estudo5) apresentaram ressaca no último ano, 90% dos
estudantes bebedores pesados episódicos (definido pelo estudo como o consumo
de 5 ou mais doses em uma única ocasião) haviam sofrido ressaca5. Em geral, as
pesquisas sugerem que a ressaca é um fenômeno muito prevalente, mas ainda
há poucos estudos epidemiológicos para determinar com mais precisão e,
especificamente, a real prevalência da ressaca em populações diferentes.
CUSTOS ECONÔMICOS DERIVADOS DA RESSACA
A ressaca é uma experiência relativamente muito frequente entre as pessoas que
consomem álcool e tem sido associada a um alto custo econômico. Contudo, é
difícil separar os efeitos da ressaca dos efeitos do álcool em geral, com
relação aos custos econômicos envolvidos. No trabalho e em ambientes
acadêmicos, grande perda econômica associa-se a consequências negativas do
álcool e da ressaca, como o absenteísmo (falta ao trabalho), baixa produtividade
ou baixo desempenho, maior número de acidentes de trabalho e conflitos
interpessoais.
Uma pesquisa nos Estados Unidos, com 2.805 trabalhadores, mostrou que o
álcool afeta diretamente cerca de 15% dos trabalhadores. Mais especificamente,
este estudo estimou que, entre os trabalhadores, 9,23% trabalham com ressaca,
1,68% trabalharam sob os efeitos do álcool, 1,83% beberam antes de trabalhar e
7,06% beberam durante o horário de trabalho. Assim, os custos derivados de
trabalhadores que exercem a sua atividade de trabalho enquanto estão de
ressaca seriam maiores do que os custos derivados de trabalhadores que bebem
durante a jornada de trabalho, trabalham sob a influência de álcool, ou bebem
antes do trabalho6.
A FISIOLOGIA DA RESSACA
A fisiologia da ressaca é intrigante por seus sintomas se apresentarem somente
após a (quase) completa eliminação do álcool e de seus metabólitos do
organismo, geralmente no dia seguinte ao consumo excessivo de álcool. Existe a
crença popular (não comprovada cientificamente) de que a desidratação é a
principal causa dos sintomas da ressaca. Sugere-se que a ressaca e a
desidratação sejam dois processos independentes que ocorrem
concomitantemente, por meio de diferentes mecanismos.
Na ressaca, há mudanças fisiológicas significativas em parâmetros endócrinos
(aumento nas concentrações de vasopressina, aldosterona e renina), além de
acidose metabólica (redução do pH do sangue devido ao aumento de lactato,
corpos cetônicos e ácidos graxos livres). Estes efeitos são também relacionados
com a desidratação, podendo causar os sintomas como boca seca e sede. Como
o álcool, por si mesmo, também induz a desidratação, durante a ressaca (ou
durante/após o consumo não exagerado de álcool) é essencial reidratar-se o
máximo possível.
Estima-se que o consumo de 50 g de álcool em 250 ml de água
(aproximadamente 4 doses) causa a eliminação de 600 a 1000 ml de água em
algumas horas7: o álcool é diurético (por aumentar a concentração de
vasopressina, ou hormônio antidiurético) e alguns de seus efeitos, como suor,
vômito e diarreia (comuns na ressaca), ainda promovem mais perda de água no
organismo.
Há muitas hipóteses para explicar a fisiologia da ressaca. No entanto, todas
explicam apenas parcialmente os diferentes aspectos da ressaca, ou como vários
fatores são capazes de modificar seu surgimento e gravidade. Seguem abaixo as
teorias mais aceitas ou discutidas atualmente, segundo Verster (2008)1, Stephens
e colaboradores (2008)8, e Prat e colaboradores (2009)2.
a) A ressaca como resultado dos efeitos diretos do álcool em diferentes sistemas
fisiológicos
Vários sintomas da ressaca podem ser explicados pelos efeitos diretos do álcool
sobre diferentes sistemas fisiológicos. Contudo, as sobreposições existentes
entre os processos fisiológicos e os diversos sintomas da ressaca dificultam o
esclarecimento sobre os mecanismos envolvidos. Por exemplo, a dor de cabeça,
um dos sintomas mais relatados durante a ressaca, pode ser explicada pelos
efeitos de vasodilatação do álcool, ou pelo aumento de prostaglandinas e
citocinas. Os efeitos do álcool, relacionados à ressaca, mais estudados
recentemente são sobre o aumento de citocinas, alteração no sono e
hipoglicemia.
O álcool aumenta as concentrações de algumas citocinas pró-inflamatórias, que
seriam potenciais responsáveis pelos efeitos mais "cognitivos" da ressaca, como
perda de memória e alterações de humor9. A diminuição da memória na ressaca
estaria relacionada à ativação do sistema imunológico, que se comunica
diferencialmente com o sistema nervoso central (SNC). Os efeitos causados por
citocinas são muito semelhantes a diversos sintomas da ressaca, como dor de
cabeça, náusea, diarréia e cansaço, sugerindo que os processos subjacentes
poderiam ser os mesmos5. Outros estudos verificaram uma relação entre os
níveis de citocinas e transtornos da memória em seres humanos10, 11.
A hipoglicemia induzida pelo álcool pode afetar o funcionamento cerebral,
levando a estados de fraqueza, cansaço e mudanças de humor, conforme
observados durante a ressaca. No entanto, é preciso lembrar que a hipoglicemia
induzida pelo álcool varia de acordo com o metabolismo de cada pessoa e
também da ocasião em que o álcool é consumido (se o indivíduo se alimenta
antes ou durante o consumo de álcool, a indução de hipoglicemia é muito
menor)12.
O consumo de álcool também pode provocar alterações do sono, por interferir na
atividade do cérebro e nos níveis de hormônios que regulam o sono e o "relógio
biológico". Alguns dos sintomas da ressaca são significativamente relacionados à
duração e qualidade do sono, e não exatamente à quantidade de álcool
consumido.
Alguns autores observaram que, logo após a ingestão de altas doses de álcool,
há diminuição da latência do início do sono13. No entanto, com a diminuição de
álcool no sangue, período em que os sintomas da ressaca surgem, ocorrem
alterações no padrão de sono e perda na qualidade do sono. Dessa maneira, os
efeitos do álcool no sono poderiam explicar o cansaço e disfunção cognitiva
observados durante a ressaca1,2.
b) A ressaca como consequência dos efeitos de congêneres nas bebidas
alcoólicas
As bebidas alcoólicas contêm diversos congêneres, que são compostos
quimicamente relacionados ao álcool, produzidos durante a fermentação alcoólica
ou adicionados durante o processo de produção da bebida, incluindo o metanol,
aminas, amidas, cetonas, polifenóis, e outras substâncias que dão sabor e cor às
bebidas alcoólicas. Esses congêneres podem exercer diversos efeitos no
organismo, sendo os efeitos tóxicos considerados potenciais causadores de
alguns sintomas da ressaca.
Um dos congêneres mais estudados é o metanol, cujo metabolismo se
correlaciona com o estabelecimento da sintomatologia da ressaca14 e também
exerce diversos efeitos no SNC. Nota-se que as bebidas alcoólicas com maiores
níveis de metanol induzem mais efeitos tóxicos e ressaca. Em paralelo, o
consumo de bebidas alcoólicas com alta concentração de congêneres (vinho tinto,
uísque, conhaque e tequila) aumenta a frequência e intensidade dos sintomas da
ressaca, em comparação a bebidas "claras", como rum, gin e vodka, geralmente
com pouco aditivos15.
c) A ressaca como uma crise de abstinência
Uma hipótese sustenta que a ressaca seria como uma primeira fase de
abstinência alcoólica aguda, com base em vários pontos em comum na
sintomatologia da ressaca e abstinência, tais como: dor de cabeça, náuseas,
tremor e prejuízo cognitivo.
Muitas vezes, as pessoas bebem para aliviar esses sintomas, tanto na ressaca ou
na crise de abstinência; porém, o uso do álcool como um "remédio" para a
ressaca não permite a recuperação do organismo, e o álcool continua a exercer
seus efeitos.
Pelo fato da sintomatologia ser semelhante, foi sugerido que ambos os processos
talvez envolvam um mecanismo biológico comum. Contudo, diversos estudos
apontam para uma série de diferenças entre a ressaca e a abstinência alcoólica:
as alterações hormonais e hemodinâmicas são diferentes; a síndrome de
abstinência requer o consumo de álcool anterior e contínuo de grandes doses de
álcool por um longo período de tempo, enquanto a ressaca pode surgir após uma
única ingestão de álcool; durante a ressaca não há uma diminuição da atividade
cerebral, ao contrário da hiper-excitabilidade do SNC observada durante a
abstinência de álcool. Sendo assim, a maior parte dos pesquisadores acredita que
a ressaca é um fenômeno diferente da abstinência alcoólica.
d) A ressaca como resultado dos efeitos do acetaldeído
No organismo, o álcool é metabolizado pela enzima álcool desidrogenase e
transformado em acetaldeído (substância tóxica ao organismo). Este, por sua vez,
é metabolizado pela enzima acetaldeído desidrogenase e transformado em
acetato, gás carbônico e água. Em altas concentrações, o acetaldeído é capaz de
produzir efeitos tóxicos adversos (como taquicardia, sudorese, náusea e vômito);
e, como estes sintomas também estão associados à ressaca, alguns
pesquisadores têm sugerido que este metabólito pode contribuir para ressaca.
Entretanto, alguns estudos mostram que o acetaldeído não é acumulado em
concentrações tão altas no organismo durante a ressaca. Assim, o papel do
acetaldeído na ressaca ainda não está bem estabelecido.
CONCLUSÕES
Provavelmente, a ressaca é uma das conseqüências negativas da ingestão aguda
de álcool mais vivenciada pela população geral. No entanto, este fenômeno não
foi totalmente elucidado, apesar de sua elevada prevalência (principalmente em
jovens) e os custos econômicos gerados por ela. As pesquisas científicas ainda
caminham lentamente, sendo limitadas principalmente pela falta de um
instrumento validado para medir a ressaca (devido à grande variabilidade e
subjetividade dos sintomas). Além disso, a maioria dos estudos relatados em
humanos, até o presente momento, não foi capaz de avaliar uma grande amostra
de pessoas, geralmente apresentando menos de 200 indivíduos. Outros fatores
como o impacto do gênero, alimentos e fumo sobre a gravidade da ressaca
também merecem atenção no futuro. Há vários aspectos que precisam ser
esclarecidos, a fim de prevenir e reduzir as conseqüências negativas clínicas,
econômicas e sociais relacionadas à ressaca.
REFERÊNCIAS
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Addict Behav 24:121-125.
4 Earleywine, 1993. Personality risk for alcoholism covaries with hangover
symptoms. Addict Behav 18:415-420.
5 Howland et al., 2008. Are some drinkers resistant to hangover? A literature
review. Curr Drugs Abuse Rev 1:42-46.
6 Frone, 2006. Prevalence and distribution of alcohol use and impairment in the
workplace: a U.S. national survey. J Stud Alcohol 67:147-166.
7 Swift & Davidson, 1998. Alcohol Hangover – Mechanisms and mediators.
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8 Stephens et al., 2008. A review of the literature on the cognitive effects of
alcohol hangover. Alcohol Alcohol 43:163-170.
9 Kim et al., 2003. Effects of alcohol hangover on cytokine production in
healthy subjects. Alcohol 31:167-170.
10 Reichenberget AL., 2001. Cytokine-associated emotional and cognitive
disturbances in humans. Arch Gen Psychiatry 58:445-452.
11 Prat et al., 2008. Neurocognitive effects of alcohol hangover. Addict Behav
33:15-23.
12 Williams, 1984. Alcoholic hypoglycemia and ketoacidosis. Med Clin North Am
68:33-38.
13 Roehrs & Roth, 2001. Sleep, sleepiness, sleep disorders and alcohol use and
abuse. Sleep Med Rev 5:287-297.
14 Bendtsen et al., 1998. Urinary excretion of methanol and 5-hydroxytryptophol
as biochemical markers of recent drinking in the hangover state. Alcohol Alcohol
33:431-438.
15 Pawan, 1973. Alcoholic drinks and hangover effects. Proc Nutr Soc 32:15A.
* Fonte: www.cisa.org.br
" TUDO SÔBRE ALCOOLISMO "
O que é Alcoolismo?
Alcoolismo é a dependência do indivíduo ao álcool, considerada doença pela
Organização Mundial da Saúde. O uso constante, descontrolado e progressivo de
bebidas alcoólicas pode comprometer seriamente o bom funcionamento do
organismo, levando a conseqüências irreversíveis.
A pessoa dependente do álcool, além de prejudicar a sua própria vida, acaba
afetando a sua família, amigos e colegas de trabalho.
O que é o abuso de álcool?
O abuso de álcool é diferente do alcoolismo porque não inclui uma vontade
incontrolável de beber, perda do controle ou dependência física. E ainda o abuso
de álcool tem menos chances de incluir tolerância do que o alcoolismo (a
necessidade de aumentar as quantias de álcool para ficar "alto").
Complicações possíveis:
Gastrite, quando ocorre no estômago Hepatite alcoólica, no fígado
Pancreatite, no pâncreas Neurite, nos nervos.
A longo prazo, o álcool prejudica todos os órgãos, em especial o fígado, que é
responsável pela destruição das substâncias tóxicas ingeridas ou produzidas pelo
corpo durante a digestão. Dessa forma, havendo uma grande dosagem de álcool
no sangue, o fígado sofre uma sobrecarga para metabolizá-lo. O álcool no
organismo causa inflamações, que podem ser:
Os perigos do álcool:
Apesar de ser aceito pela sociedade, o álcool oferece uma série de perigos tanto
para quem o consome quanto para as pessoas que estão próximas.
Grande parte dos acidentes de trânsito, arruaças, comportamentos anti-sociais,
violência doméstica, ruptura de relacionamentos, problemas no trabalho, como
alterações na percepção, reação e reflexos, aumentando a chance de acidentes
de trabalho, são provenientes do abuso de álcool.
Sintomas:
A palavra alcoolismo é conhecida de todos. Porém, são poucos os que sabem
exatamente o seu significado. Portanto, vamos lá.
Duas latinhas de cerveja por dia já podem levar ao alcoolismo.
O alcoolismo, também conhecido como "síndrome da dependência do álcool", é
uma doença caracterizada pelos seguintes elementos:
Compulsão: uma necessidade forte ou desejo incontrolável de beber
Perda de controle: a inabilidade freqüente de parar de beber uma vez que a
pessoa já começou.
Dependência física: a ocorrência de sintomas de abstinência, como náusea, suor,
tremores e ansiedade, quando se pára de beber após um período bebendo muito.
Tais sintomas são aliviados bebendo álcool ou tomando outra droga sedativa.
Tolerância: a necessidade de aumentar as quantias de álcool para sentir-se
"alto".
(Nem todos estes problemas precisam ocorrer juntos)
O alcoolismo tem pouco a ver com o tipo de álcool bebido por uma pessoa, há
quanto tempo a pessoa bebe, ou até mesmo exatamente quanto álcool bebe.
Porém, tem muito a ver com a necessidade incontrolável por álcool. Esta
descrição do alcoolismo nos ajuda a entender o porquê de a maioria dos
dependentes de álcool não conseguir se valer só de "força de vontade" para parar
de beber. Estas pessoas estão sob a forte compulsão do álcool, uma necessidade
que se mostra tão forte quanto a sede ou a fome.
Diagnóstico:
Você já sentiu que deveria diminuir a bebida?
Álcool vicia e causa muitos prejuízos à saúde. Assista ao vídeo e saiba como se
livrar do vício.As pessoas já o irritaram quando criticaram sua bebida?
Você já se sentiu mal ou culpado a respeito de sua bebida?
Você já tomou bebida alcoólica pela manhã para "aquecer" os nervos ou para se
livrar de uma ressaca?
Apenas um "sim" sugere um possível problema. Em qualquer dos casos, é
importante ir ao médico ou outro profissional da área de saúde, imediatamente,
para discutir suas respostas. Eles podem ajudar a determinar se você tem ou não
um problema com a bebida, e, se você tiver, poderão recomendar a melhor
atitude a ser tomada.
A decisão de pedir ajuda:
Reconhecer que precisa de ajuda para um problema com álcool talvez não seja
fácil. Porém, tenha em mente que, o quanto antes vier a ajuda, melhores serão as
chances de uma recuperação bem sucedida.
Qualquer relutância que você sinta em discutir sobre a sua bebida com seu
profissional de saúde pode reforçar muitos preconceitos sobre o alcoolismo e os
dependentes de álcool. Em nossa sociedade prevalece o mito de que um
problema com álcool é sinal de fraqueza moral. Como resultado disto, você pode
até achar que procurar ajuda é admitir algum tipo de defeito, que você deveria se
envergonhar. Contudo, o alcoolismo não é uma doença que indique maior
fraqueza que o diabetes ou a asma. E ainda, identificar um possível problema
com álcool tem uma compensação enorme, uma chance de viver com mais
saúde.
Quando você for a seu médico, ele vai lhe fará uma série de perguntas sobre o
seu uso de álcool para determinar se você está ou não tendo problemas por
causa do álcool. Tente ser o mais completo e honesto possível. Você também
pode passar por exames físicos. Se o médico concluir que você é dependente de
álcool, ele deve recomendar que você se dirija a um especialista para diagnosticar
e tratar o alcoolismo. Você deverá tomar decisões e entender tudo sobre a
necessidade do tratamento e as formas de tratar a dependência.
Tratamento:
A natureza do tratamento depende da gravidade do alcoolismo do indivíduo e dos
recursos disponíveis na comunidade. O tratamento pode incluir a desintoxicação
(o processo de retirar o álcool do sistema de uma pessoa com segurança); tomar
medicamentos receitados pelo médico para ajudar a evitar o retorno à bebida uma
vez que já parou; e aconselhamento individual e/ou em grupo. Há tipos de
aconselhamento promissores que ensinam a recuperar dependentes de álcool e a
identificar situações e sentimentos que levam à necessidade de beber e de
descobrir novas maneiras de lidar com a ausência do álcool. Quaisquer destes
tratamentos podem ocorrer tanto em um hospital, como em tratamento residencial
ou ambulatorial (o paciente fica em sua casa e vai às consultas, até todos os
dias).
Como o envolvimento com a família é importante para a recuperação, muitos
programas oferecem aconselhamento conjugal e terapia familiar como parte do
processo de tratamento. Alguns programas podem oferecer para o dependente
recursos vitais da comunidade como a assistência legal, treinamento de trabalho,
creche e aulas para pais.
Alcoólicos Anônimos:
Quase todos os programas de tratamento do alcoolismo também incluem
encontros de Alcoólicos Anônimos (A. A.), cuja descrição é "uma comunidade
mundial de homens e mulheres que se ajudam a ficarem sóbrios". Enquanto o A.
A. é geralmente reconhecido como um programa eficiente de auto-ajuda para
recuperar dependentes de álcool, nem todas as pessoas respondem
positivamente ao estilo e mensagens do AA, e outras abordagens podem estar
disponíveis. Até mesmo, os que vêm conseguindo ajuda pelo A. A. geralmente
descobrem que a recuperação funciona melhor com outros tratamentos juntos,
inclusive aconselhamento e tratamento médico.
Alcoolismo tem cura?
Embora o alcoolismo seja uma doença tratável, ainda não há cura. Isto significa
que mesmo que um dependente de álcool esteja sóbrio por muito tempo e tenha
sua saúde de volta, ele ainda está suscetível a recaídas e deve continuar a evitar
todas as bebidas alcoólicas. "Reduzir" não adianta; parar é necessário para uma
recuperação bem sucedida.
Contudo, até indivíduos determinados a ficarem sóbrios podem ter recaídas,
antes de chegar à sobriedade de longo prazo. Recaídas são muito comuns e não
significam que uma pessoa fracassou ou não pode eventualmente se recuperar
do alcoolismo. Tenha em mente também que todo dia que um dependente do
álcool fica sóbrio antes de uma recaída é extremamente valioso, tanto para o
indivíduo quanto para sua família. Se ocorre uma recaída, é muito importante
tentar parar de beber de novo e obter o apoio necessário para não beber mais. A
recaída não destrói as conquistas que ocorreram durante a abstinência, na
maioria das vezes.
Ajuda ao abuso do álcool:
Se o seu médico determinar que você não é dependente de álcool, mas está
envolvido em um padrão de abuso de álcool, ele pode ajudá-lo:
Examine os benefícios de parar de beber e o risco de continuar bebendo.
Estabeleça uma meta de bebida para você mesmo. Algumas pessoas se abstêm
do álcool, enquanto outras preferem limitar as quantidades bebidas.
Examine as situações que desencadeiam seus padrões não saudáveis de bebida,
e desenvolva novas formas de lidar com situações de modo a manter suas metas
em relação à bebida.
Algumas pessoas que pararam de beber depois de terem tido problemas
relacionados ao álcool frequentam os A. A. para obter informação e apoio, mesmo
não sendo dependentes.
Fontes e referências:
Ministério da Saúde
" BEBIDAS ALCOÓLICAS SÃO AS DROGAS MAIS CONSUMIDAS POR
ADOLESCENTES "
Segundo o artigo "Fatores de risco para dependência de álcool em adolescentes",
há evidências de que o álcool é a droga mais consumida entre os adolescentes. O
objetivo do estudo foi identificar esses fatores que contribuem para a
dependência do álcool na adolescência.
O artigo foi publicado este ano na Acta Paulista de Enfermagem e tem como
autores Leandro Rozin, do programa de pós-graduação em Biotecnologia
aplicada à Saúde da Criança e do Adolescente, e Ivete Palmira Zadonel,
professora do mesmo programa de pós-graduação, Ambos fazem parte da
Faculdade Pequeno Príncipe – FPP – Curitiba (PR).
Durante a adolescência, o indivíduo deixa de viver apenas com a família e passa
a se inserir em grupos sociais como forma de identificação pessoal, informam os
autores no artigo. Os pesquisadores descrevem que para muitos adolescentes a
inserção no meio social apresenta situações diversas que não tinham sido
presenciadas antes, como o contato com o álcool. "Esta é uma droga socialmente
aceita por todos os níveis sociais, de fácil acesso e possibilita, conforme suas
reações iniciais bem-estar instantâneo como forma de resolução de incertezas e
conflitos, mas também para comemorar momentos felizes e agradáveis", afirmam.
Os autores dizem no artigo que quanto mais precoce for o consumo da droga,
maior será a probabilidade de o adolescente torna-se dependente. Além disso, o
uso constante da substância cria no organismo uma tolerância à droga e,
consequentemente, é preciso aumentar as doses para proporcionar satisfação,
explicam. Desta maneira, o aumento do consumo da bebida alcoólica desenvolve
a dependência da mesma, alertam.
"Os fatores de risco para dependência estão relacionados ao início precoce do
uso, influência da mídia, relacionamento conturbado com os pais, uso por
membro da família, abuso sexual, violência doméstica, baixa autoestima,
curiosidade, pressão de colegas, entre outros", informam. Ainda há fatores como
exposição genética, neurobiológica, comportamentais – personalidade –, os quais
predispõem o início e a continuidade do uso da substância, acrescentam. "Com o
passar dos anos, a dependência de álcool instala-se no indivíduo e é identificada
quando há perda do controle de decisão sobre o beber e sofrimento com os
sintomas de abstinência da droga", lembram os autores.
De acordo com os pesquisadores, no Brasil, as ações públicas de saúde possuem
foco descentralizado "como forma de estar mais perto da população, e intervirem
nas problemáticas identificadas". "Dessa forma, cabe aos serviços e
profissionais de saúde, com maior proximidade da população, intervir com
educação em saúde e acompanhamento dos adolescentes expostos aos riscos,
bem como de suas famílias e atuar no controle do uso de álcool", explicam no
artigo.
Neste caso, é necessário realizar um levantamento individualizado através do
diagnóstico comunitário na área de abrangência da atuação da equipe de saúde
para identificar os sinais precoces.
Para os autores, os serviços de saúde devem incorporar estratégicas preventivas
de identificação de riscos para a dependência, controle e acompanhamento
específicos para os adolescentes dependentes. "As ações preventivas tornam-se
possíveis, quando há efetivamente profissionais capacitados que assistam
individualmente e/ou em grupos essa faixa etária, no sentido de intervir nos
fatores de risco relacionados aos aspectos familiares, psicológicos e sociais",
finalizam no artigo.
Fonte: Jornal O Serrano >>> www.alcoolismo.com.br
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