DO OUTRO LADO DA RUA "ABUSO DE ÁLCOOL MALTRATA O CORPO E AGRAVA RISCO DE DOENÇAS CRÔNICAS" Na tarde do dia 23 de julho de 2011, a cantora inglesa Amy Winehouse foi encontrada sem vida em sua casa no bairro de Camden, Londres (Inglaterra). Embora as causas da morte ainda sejam desconhecidas, a cantora tinha um longo histórico de abuso de drogas. No Brasil, o ex-jogador e craque da Seleção Brasileira Sócrates está internado desde o dia 05, depois de apresentar um quadro de hemorragia digestiva alta. Em comum, uma doença que afeta 12% da população mundial: o alcoolismo. Se você está se perguntando como uma substância que também é indicada para prevenir doenças do coração, de uso fundamental em qualquer ritual de socialização, quase tão antiga quanto a humanidade, pode causar tanto estrago, a resposta é simples: o uso descontrolado e em quantidades cada vez maiores do etanol lesiona praticamente quase todas as células do organismo, causando danos diretos como as doenças cerebrais, nervosas, do coração, pâncreas, fígado e estômago, além de potencializar outros problemas como a obesidade, o diabetes, a pressão alta, entre outros. Pessoas que bebem muito, inclusive, quando param de beber abruptamente promovem no organismo um choque chamado de Resposta Compensatória, que pode levar à morte. De acordo com o psiquiatra e especialista em medicina comportamental Felipe Corchs, isso acontece porque o etanol funciona como um sedativo para o corpo, reduzindo a temperatura e diminuindo a frequência cardíaca. Para compensar a redução e manter a normalidade, o organismo faz com que o coração bata mais rápido e que a temperatura do corpo aumente, mesmo sem a presença de álcool. "Nessa resposta do corpo, as pessoas sofrem com aumento da pressão arterial, temperatura, arritmias e convulsões", esclarece o médico. Causas Não existe uma única causa que explique por que determinadas pessoas não conseguem controlar o uso do álcool e passam a viver em função do seu uso. Nas palavras do psiquiatra Felipe Corchs, a dependência vai acontecer quando o indivíduo não consegue ter controle sobre a bebida e não consegue fazer nada que não apresente relação com o álcool. "Existem várias fases a serem consideradas quando o assunto é o abuso do álcool mas, na dependência, o indivíduo pode até tentar parar de beber, mas não consegue êxito no seu objetivo", destaca. Ele lembra ainda que existem pessoas que não são dependentes, mas que fazem uso e abuso, os chamados heavy drinkers. Explicar como o abuso vira dependência não é fácil, pois, além dos fatores biológicos, sociais, existem os psicológicos. * Fonte: Correio da Bahia >>> www.alcoolismo.com.br "MORTALIDADE POR ALCOOLISMO NO BRASIL É QUASE TÃO GRANDE QUANTO A DO CRACK" O índice de mortalidade entre dependentes de álcool no Brasil está próximo do registrado entre usuários de crack. Pesquisa inédita feita pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) mostra que, em cinco anos, 17% dos pacientes atendidos em uma unidade de tratamento da zona sul de São Paulo morreram. "É um número altíssimo. Na Inglaterra, o índice não ultrapassa 0,5% ao ano", diz o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, coordenador do estudo. O trabalho, que será publicado na próxima edição da Revista Brasileira de Psiquiatria, segue uma linha de pesquisa de Laranjeira sobre morte entre dependentes de drogas. O estudo feito entre usuários de crack demonstrou que 30% morreram num período de 12 anos. "Naquela mostra, a maior parte dos pacientes morreu nos primeiros cinco anos. Podemos dizer que os índices estão bastante próximos." O estudo sobre dependência de álcool procurou, depois de cinco anos, 232 pessoas que haviam sido atendidas num centro do Jardim Ângela, zona sul, em 2002. Desse grupo, 41 haviam morrido – 34% por causas violentas, como acidentes de carro ou homicídios. Outros 66% foram vítimas de doenças relacionadas ao alcoolismo. "Os resultados estampam a falta de uma rede de assistência para esses pacientes. Todas as fases do atendimento são deficientes: desde o serviço de urgência, para o dependente em crise, até a rede de assistência psicossocial", diz Laranjeira. Violência Os altos índices de mortalidade são explicados por Laranjeira. Entre dependentes de álcool, principalmente nos casos mais graves, pacientes perdem o vínculo com a família, com o trabalho e adotam atitudes que os expõem a riscos, como sexo sem preservativo ou brigas. A velocidade desse processo é maior entre pessoas de classes menos privilegiadas, avalia Laranjeira. "Como em qualquer outra doença, pessoas que têm acesso a um serviço de melhor qualidade têm mais chances de controlar o problema. Daí a necessidade de equipar melhor a rede pública", comparou. O grupo avaliado na pesquisa da Unifesp ilustra esse processo. A totalidade dos pacientes atendidos era de classe E e D – 52,2% estavam desempregados. A idade média dos entrevistados era de 42 anos. "Debilitados e sem dinheiro, esse grupo dificilmente consegue se inserir novamente na sociedade", completou. A ligação com a violência também está clara. O trabalho mostra que entre sujeitos que consumiram álcool, o risco de estar envolvido com crime era 4,1 vezes maior que entre os abstêmios. Laranjeira lembra que o Jardim Ângela é bairro de periferia. "Mas os baixos indicadores dos pacientes analisados na pesquisa estão longe de refletir a população do bairro. Ali há economia, pessoas estão empregadas." Religião Além da alta mortalidade, a pesquisa conclui que atividades religiosas exercem um efeito protetor sobre os dependentes. Entre os que pertenciam a algum grupo, incluindo os de autoajuda, os índices de participação em crimes eram menores que entre os demais. Dos entrevistados que faziam parte de algum grupo religioso, 30,6% não tiveram participação em crime. Entre os que não estavam ligados a nenhum grupo religioso, 18% conseguiram se manter afastados de crimes. "Num cenário de total desassistência, é ali que o grupo conseguiu apoio", diz Laranjeira. Um resultado que, na avaliação do pesquisador, é muito importante de ser considerado. "Numa doença que apresenta um índice de mortalidade de 17%, qualquer fator protetor deve ser estimulado, sem preconceito." Justamente por isso ele não hesitaria em recomendar para os pacientes procurarem grupos de apoio, incluindo os de natureza religiosa. * Fonte: www.alcoolismo.com.br "DESCOBERTA LIGAÇÃO ENTRE VARIAÇÃO GENÉTICA, ALCOOLISMO E COMPULSIVIDADE" Pesquisadores da Universidade de Michigan Health System, nos Estados Unidos, descobriram uma nova ligação entre as variações genéticas associadas com o alcoolismo, ao comportamento impulsivo e a uma região do cérebro envolvida na ansiedade. Resultados indicam que as variações no gene GABRA2 contribuem para o risco de alcoolismo, influenciando comportamentos impulsivos, pelo menos em parte, através de uma porção do córtex cerebral denominada ínsula. O estudo incluiu 449 pessoas, que vieram de 173 famílias – 129 dos quais tinham pelo menos um membro diagnosticado com dependência de álcool. Aqueles com certas variações do gene GABRA2 eram mais prováveis de ter sintomas de dependência de álcool e medidas maiores de impulsividade em resposta ao sofrimento. Associações mais fortes foram encontradas em mulheres do que em homens. Os pesquisadores também usaram imagens de ressonância magnética funcional (FMRI) para observar as mudanças do fluxo sanguíneo nos cérebros de 44 adultos jovens dessas famílias quando eles realizaram uma tarefa na qual eles antecipavam o ganho ou a perda de dinheiro. "A neuroimagem nos permitiu ver pela primeira vez como essas variações genéticas criam diferenças em como o cérebro reage em determinadas situações", disse a pesquisadora Maria M. Heitzeg. Eles descobriram que os indivíduos com uma forma do gene GABRA2 associado ao alcoolismo mostraram significativamente maior ativação na ínsula quando anteciparam recompensas e perdas do que aquelas com outras combinações. Essa maior ativação também foi relacionada com um maior nível de impulsividade em resposta ao sofrimento. A associação da ínsula com comportamentos de dependência é bem conhecida. Dados anteriores relataram que fumantes que tiveram danos na ínsula devido a um acidente vascular cerebral acharam muito mais fácil largar o cigarro. "Acreditamos que estes resultados sugerem que GABRA2 exerce uma influência sobre um sistema neural subjacente que impacta fatores de risco precoces e, mais tarde, a dependência do álcool", disse a autora sênior do estudo, Margit Burmeister. "No futuro, esperamos continuar a analisar os efeitos do ambiente familiar e outros fatores ambientais e comportamentais." Os autores ressaltam que os fatores de risco genéticos não atuam sozinhos e simplesmente tê-los descoberto não significa que alguém vai se tornar um alcoólatra. * Fonte: Bibliomed >>> www.alcoolismo.com.br " ÁLCOOL - SAIA DISSO! EVITE O PRIMEIRO GOLE " Por Luciano M.////RJ Em um artigo escrito para o jornal "Correio Espírita", do mês de agosto de 2012, o Médico Américo Domingos Nunes Filho, escreveu um texto que tem como título "Álcool – Saia disso! Evite o primeiro gole", do qual destaquei os seguintes trechos importantes por se tratar de uma doença comum aos membros de Alcoólicos Anônimos e também, pela referência feita por esse profissional em relação a nossa Irmandade: "A bebida alcoólica é a droga mais antiga das quais se tem conhecimento, sendo facilmente obtida, a partir da fermentação de sumos vegetais, pela ação de fungos e bactérias saprófitas (desprovidos de clorofila). Em verdade, acontece um processo de transformação de uma substância em outra, graças à atuação de microorganismos, agindo como fermentos. Por exemplo, no caso da cerveja, o açúcar presente no malte, o qual é obtido através de cevada germinada, é consumido, sendo produzido o álcool etílico. Portanto, com muita facilidade, o álcool resulta da fermentação dos glicídios encontrados nas frutas, como a cana de açúcar e a uva, nos cereais, como a cevada e o centeio e em raízes, como a mandioca, beterraba e batata. Através da destilação das bebidas fermentadas são obtidos líquidos com alto teor alcoólico, como a cachaça, o rum, gim e o uísque." "O alcoolismo se apresenta como um vício que se caracteriza pelo consumo compulsivo de bebidas alcoólicas, levando os indivíduos a uma degradação crescente, atingindo a vida particular, prejudicando sobremaneira as atividades profissionais e familiares, fazendo-os mergulhar em um profundo e avassalador abismo. Em verdade, os seres, subjugados ao álcool, situam-se como débeis escravos subordinados a algozes espirituais, cruéis e torturadores, os quais podem, infelizmente, conduzi-los à morte prematura, sendo, então, recebidos, nas paragens espirituais, como suicidas indiretos." "Na Bíblia, no Antigo Testamento, no livro de Gênesis, no final do capítulo nove, há relato do primeiro porre, acarretando um efeito desastroso. Após o dilúvio, Noé plantou a primeira vinha e ingeriu a bebida, resultante da fermentação do açúcar da fruta, realizada por leveduras, que existem em suas cascas. O efeito foi devastador, porquanto alcoolizado, desnudou-se e foi visto por um dos filhos, exatamente Cam, o qual por esse motivo foi amaldiçoado e tornado escravo." "Importante que o viciado procure o tratamento espiritual necessário, sabendo de antemão que a cura só acontecerá a partir do próprio paciente, procurando com esforço próprio o restabelecimento da saúde. Parafraseando os benditos amigos dos etilistas, vem bem a calhar essa máxima: "Substitua os velhos amigos espirituais com quem bebia por novos amigos espíritos sóbrios". Ao mesmo tempo, deve-se obter a ajuda valiosa dos abençoados "Alcoólicos Anônimos" (A.A), a quem dedico essa matéria, aliviando a angústia emocional dos dependentes do álcool, exortando-os na prevenção da recaída da terrível droga. Parabenizamos a todos os trabalhadores do A.A em tão maravilhosa missão de apoio e consideração humanitária. Que o Pai Amado ilumine sempre o caminho que trilham, abençoando cada vez mais esses estimados e queridos companheiros de jornada terrena." * OBS:> Trechos do artigo escrito pelo Médico - Doutor Américo Domingos Nunes Filho, Membro da Associação Médico-Espírita do Estado do Rio de Janeiro e da Associação de Divulgadores Espíritas do Rio de Janeiro, publicado no jornal "Correio Espírita" do mês de Agosto de 2012. " O ALCOOLISMO NA ADOLESCÊNCIA " Alcoolismo nunca foi problema exclusivo dos adultos. Pode também acometer os adolescentes. Hoje, no Brasil, causa grande preocupação o fato de os jovens começarem a beber cada vez mais cedo e as meninas, a beber tanto ou mais que os meninos. Pior, ainda, é que certamente parte deles conviverá com a dependência do álcool no futuro. Para essa reviravolta em relação ao uso de álcool entre os adolescentes, que ocorreu bruscamente de uma geração para outra, concorreram diversos fatores de risco. O primeiro é que o consumo de bebida alcoólica é aceito e até estimulado pela sociedade. Pais que entram em pânico quando descobrem que o filho ou a filha fumou maconha ou tomou um comprimido de ecstasy numa festa, acham normal que eles bebam porque afinal todos bebem. Sem desprezar os fatores genéticos e emocionais que influem no consumo da bebida – o álcool reduz o nível de ansiedade e algumas pessoas estão mais propensas a desenvolver alcoolismo – a pressão do grupo de amigos, o sentimento de onipotência próprio da juventude, o custo baixo da bebida, a falta de controle na oferta e consumo dos produtos que contêm álcool, a ausência de limites sociais colaboram para que o primeiro contato com a bebida ocorra cada vez mais cedo. Não é raro o problema começar em casa, com a hesitação paterna na hora de permitir ou não que o adolescente faça uso do álcool ou com o mau exemplo que alguns pais dão vangloriando-se de serem capazes de beber uma garrafa de uísque ou dez cervejas num final de semana. Não se pode esquecer de que, em qualquer quantidade, o álcool é uma substância tóxica e que o metabolismo das pessoas mais jovens faz com que seus efeitos sejam potencializados. Não se pode esquecer também de que ele é responsável pelo aumento do número de acidentes e atos de violência, muitos deles fatais, a que se expõem os usuários. Proibir apenas que os adolescentes bebam não adianta. É preciso conversar com eles, expor-lhes a preocupação com sua saúde e segurança e deixar claro que não há acordo possível quanto ao uso e abuso do álcool, dentro ou fora de casa. * Fonte: drauziovarella.com. BR "ÁLCOOL, COMBUSTÍVEL DA MORTE". Por Luciano M. /// RJ O jornal O Dia, do Rio de Janeiro, publicou em sua edição do dia 5 de março de 2006, ampla reportagem mostrando o perigo da ingestão de bebidas alcoólicas, destacando o perigo da combinação álcool e direção. Vejam alguns trechos a seguir: "Pesquisas apontam que quase 40% (quarenta por cento) dos mortos em acidentes violentos tinham consumido bebida acima do limite tolerado." "Jovens e adultos que teriam longo caminho a trilhar são as principais vitimas da embriagues no transito. Estudos mostraram que 41% (quarenta e um por cento) dos mortos tinham entre 19 e 39 anos de idade." "No Rio, pelo menos 40% (quarenta por cento) dos motoristas acidentados socorridos pelo Corpo de Bombeiros apresentaram hálito etílico." "O número de acidentes tem crescido 8% (oito por cento) a cada ano." "O presidente da Associação Brasileira de Alcoologia, diz que o Brasil subestima a gravidade da mistura entre álcool e direção." "Todos os anos morrem cerca de 35 mil pessoas por acidente no trânsito, 500 mil ficam feridas e cerca de 100 mil sofrem lesões irreversíveis." "São 100 pessoas mortas por dia, gerando um prejuízo estimado em R$ 30 bilhões para o Brasil.". Nessa matéria, a Sra. Madeleine X. Delgado, de 27 anos de idade, narra o acidente que envolveu seu marido fazendo-o mais uma vítima fatal: "Eu o alertei! O acidente que matou o meu marido aconteceu na madrugada do dia 23 de setembro de 2005. Ele voltava do futebol pela Avenida Pastor Martin Luther King Junior quando perdeu a direção. Eu alertei o Sandro várias vezes sobre o perigo de beber e dirigir. Mas ele sempre dizia que não tinha bebido demais e que sabia o que estava fazendo. Tínhamos muitos planos. Eu estava grávida de dois meses. Mas pouco depois de sua morte, perdi o bebê. Só me restaram lembranças. "SAIBA OS RISCOS QUE MULHERES ENFRENTAM AO CONSUMIR ÁLCOOL" Recentemente foram divulgados dados sobre o consumo de álcool na população brasileira, em 2010, obtidos por estudo realizado pelo sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL), do Ministério da Saúde. Dentre os 54.339 adultos entrevistados, 18% relataram ter consumido álcool de forma abusiva, nos últimos 30 dias que antecederam a entrevista. Em relação aos dados coletados em 2006, houve aumento significativo de 2,4% na proporção de mulheres que admitiram ter bebido neste padrão (8,2% em 2006 e 10,6% em 2010). Outro estudo, realizado com universitários entre 18 e 25 anos e divulgado pelo Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), sugeriu que, entre as mulheres, os indicadores de problemas relacionados ao consumo de bebida alcoólica estão mais fortemente associados à esfera afetiva (bebem para lidar com situações estressantes ou para aliviar sintomas depressivos), enquanto entre os homens estaria mais associado a motivações sociais (beber em festas ou na companhia de amigos, para ser aceito por amigos ou pelo grupo). Ambos os gêneros também bebem motivados pelos efeitos "eufóricos" do álcool. As mulheres, no entanto, são mais vulneráveis aos efeitos da bebida alcoólica que os homens após consumirem a mesma quantidade desta substância, mesmo quando diferenças no peso corpóreo são levadas em conta. Isso ocorre porque o álcool se mistura facilmente com a água do corpo, e como as mulheres possuem proporcionalmente menos água do que os homens, o álcool se torna muito mais concentrado, tornando os efeitos mais agravantes entre as mulheres. Além disso, elas também apresentam menores níveis das enzimas aldeído desidrogenase e álcool desidrogenase, responsáveis pelo metabolismo do álcool – ou seja, o álcool permanece no corpo por mais tempo. De acordo com a médica psiquiatra e coordenadora do CISA, Dra. Camila Magalhães Silveira, "estudos científicos apontam que, nas mulheres, o uso de álcool está associado ao desenvolvimento de câncer de mama, principalmente se associado ao uso de reposição hormonal na pós-menopausa. Outros prejuízos decorrentes do consumo nocivo de bebida alcoólica por mulheres são: suscetibilidade de sofrer abusos sexuais, sexo desprotegido, violência, efeitos negativos sobre o casamento e o desenvolvimento dos filhos, entre outros". Outro fato preocupante é o uso de álcool durante a gestação. Em decorrência deste comportamento, tanto a saúde do feto como a da mãe podem sofrer efeitos negativos, uma vez que o álcool atravessa a placenta. Entre as principais consequências, a mais grave e comum é a Síndrome Fetal Alcoólica (SFA), apontada como a maior causa evitável de retardo mental em crianças. "O uso de álcool durante a gravidez pode trazer inúmeros problemas para o bebê, incluindo hiperatividade, déficits de atenção, aprendizado e memória. Diversos fatores podem contribuir para o surgimento de problemas no feto: padrão de consumo de álcool, metabolismo materno, suscetibilidade genética, período da gestação em que o álcool foi consumido e vulnerabilidade das diferentes regiões cerebrais da criança", conclui a especialista. * Fonte: www.alcoolismo.com.br "USO DE ÁLCOOL POR ANSIOSOS LEVA À DEPENDÊNCIA" O hábito de consumir álcool para "afogar as mágoas" e aliviar o estresse pode ser uma porta de entrada para o alcoolismo para pelo menos um tipo de pessoa: aquelas com sintomas de ansiedade, segundo novo estudo de uma universidade do Canadá. Poucas pesquisas sustentavam essa relação de causa e consequência até agora. Fazendo acompanhamento de saúde e entrevistas com mais de 34 mil pessoas nos EUA, cientistas concluíram que pessoas com problemas como transtorno de pânico ou fobias são especialmente vulneráveis a esse fator de risco. Pacientes que praticavam o consumo "terapêutico" de bebidas alcoólicas (ou de qualquer outro tipo de droga) contra a ansiedade aumentaram de três a seis vezes o risco de dependência. Na pesquisa, feita na Universidade de Manitoba (Canadá), 12,6% das pessoas com transtornos de ansiedade desenvolveram alguma forma de alcoolismo após usar a bebida como alívio. Daqueles que tinham ansiedade, mas não praticavam "automedicação de sintomas com álcool", apenas 4,7% tiveram o problema. "A análise sugere que 15,9% dos diagnósticos incidentes de transtornos do álcool nessa população podem ser atribuídos à automedicação com álcool", afirmam James Bolton e seus colegas, autores de um estudo publicado na revista "Archives of General Psychiatry". CÍRCULO VICIOSO Um outro efeito perverso foi o de que a dependência de álcool ou outras drogas agiu contra a melhora de sintomas de ansiedade a longo prazo. Atuando apenas de forma paliativa e circunstancial, a automedicação tinha uma tendência a se tornar vício. O abuso de álcool e drogas foi particularmente alto como fator de risco para um tipo específico de transtornos de ansiedade: a fobia social. Esse é o nome dado ao pavor de interação com outros por medo de reprovação, passar vergonha em público, humilhação etc. "Uma possível explicação para isso é que a má aceitação social do uso de drogas pode criar um desejo de evitar contato social", afirma Bolton. "Outra é que esses indivíduos já tivessem uma fobia social abaixo do limiar [de diagnóstico], que foi exacerbada pelo uso de drogas." Segundo o pesquisador, o transtorno de ansiedade acompanhado de dependência também é mais difícil de tratar, porque a abstinência pode provocar uma intensificação dos sintomas que são típicos da ansiedade. "Ao identificar um comportamento real ou potencial de automedicação, os médicos podem trabalhar para prevenir o surgimento simultâneo da comorbidade [ansiedade ligada ao alcoolismo] em certos pacientes", diz. * Fonte: www.alcoolismo.com.br "ALCOOLISMO OU TSUNAMI?" Por Luciano M.////RJ Já faz algum tempo, ouvi no relato de um companheiro a comparação da tragédia de seu alcoolismo com a tragédia do maremoto "Tsunami" e cheguei a seguinte conclusão: Considerando que o "tsunami" não ocorre com freqüência e se tem mecanismos para a previsão da sua chegada e do local onde poderá acontecer, logo, existe a possibilidade de se minimizar seus efeitos, evacuando-se a área a ser atingida. Com o alcoolismo não acontece o mesmo, pois se trata de uma doença sutil, sorrateira, que se instala em seu portador de maneira lenta e silenciosa que só a percebemos quando no seu estágio mais adiantado. É como o crescimento dos cabelos e das unhas que só notamos quando já estão precisando ser aparados. Tanto o alcoolismo como o maremoto "tsunami", destroem, independentemente de raça, credo, posição social, padrão financeiro, intelectual, etc.., atingindo, democraticamente, a quem estiver em seu caminho. Mas, com a doença chamada ALCOOLISMO, entra ainda a questão moral, onde seu portador é excluído do convívio dos amigos, familiares, do trabalho e por fim acaba sozinho no mundo excluído da sociedade, transformando-se num morto vivo (zumbí). Mas antes de chegar a esse estágio o doente arrasta com ele as vítimas inocentes de sua tragédia particular. Quantas esposas, mães e filhos vivem o horror de aguardarem a chegada do marido, pai ou filho, cujo estado preferem nem imaginar. Muitas vezes chega agressivo, tornando-se num verdadeiro carrasco de seus próprios filhos, vítimas mais próximas e inocentes, gerando com isso, revolta e desespero dentro de seu próprio lar (se é que podemos chamar assim, pois "um homem SÓBRIO constrói uma casa. Um BÊBADO destrói um lar"). O fenônemo "tsunami" é uma reação da natureza e quando ele acontece todos os esforços são destinados, imediatamente, para que suas vítimas sejam socorridas e muitos recursos são aplicados para a reconstrução das áreas afetadas. Já com o alcoólatra, quem se dispõe a ajudar um bêbado caído na sarjeta? Dificilmente o alcoólatra encontra solidariedade em sua tragédia particular, alguém que lhe estenda a mão e lhe dê uma chance de se recuperar. O "tsunami" quando acontece deixa muita destruição em seu caminho, mas ele fica limitado a uma área onde ocorre o fenômeno, já o alcoolismo faz vítimas diárias por todo o planeta. Outra diferença é que o "tsunami" não há previsão de quando voltará a acontecer e nem o local a ser atinjido por ele, enquanto que o alcoolismo faz muitas vítimas, diariamente, basta olharmos os seres estendidos pelas calçadas sujas, sob viadutos, bancos de praças, hospitais de doentes mentais e em outros locais bem pertinho de nós. Outro detalhe: dificilmente identificaremos uma vítima do maremoto "tsunami", mas com facilidade reconheceremos uma vítima dessa verdadeira tragédia chamada ALCOOLISMO! "ÁLCOOL PODE ACENTUAR EM ATÉ TRÊS VEZES EFEITO DE REMÉDIOS DIZ ESTUDO" Interação de enzimas e outras substâncias corporais são afetadas. Ao menos 5 mil medicamentos vendidos têm efeitos alterados pelo álcool. Ingerir bebida alcoólica enquanto há uso de medicamentos pode ser mais perigoso do que se imagina, afirma um estudo divulgado nesta quinta-feira (16) no jornal científico "Molecular Pharmaceutics". De acordo com os pesquisadores, o álcool pode aumentar em até três vezes a dose original de medicamento e seu efeito no corpo. Segundo Christel Berstrom, autor do estudo, o álcool pode alterar a interação de enzimas e outras substâncias corporais quando entra em contato com ao menos 5 mil medicamentos disponíveis no mercado, vendidos com ou sem prescrição médica. Alguns desses remédios não se dissolvem totalmente no trato gastrointestinal – especialmente no estômago e no intestino. Os pesquisadores testaram então se com o álcool, essas drogas poderiam se dissolver mais facilmente e descobriu-se que a combinação intensificava o efeito do medicamento. Foram testados 22 remédios e 60% deles apresentaram mostras que teriam os efeitos superdimensionados. Alguns tipos de substâncias, principalmente as ácidas, são as mais afetadas – como o anticoagulante varfarina, o tamoxifeno, usado para tratamento de cânceres e o naproxeno, responsável por aliviar dores e inflamações. * Fonte: www.alcoolismo.com.br "ALCOOLISMO NA ADOLESCÊNCIA PODE SER PREVISTO COM EXAME CEREBRAL" Jovens bebem em encontro na França: atividade em determinadas regiões cerebrais pode indicar predisposição ao consumo abusivo. A análise da atividade cerebral de adolescentes pode servir como uma forma de prever os riscos futuros de problemas com bebida alcoólica. Pesquisadores americanos observaram que existe relação entre o alcoolismo e a ativação das regiões parietal e frontal do cérebro, responsáveis por visão espacial, memória, organização e atenção. O estudo da Universidade da Califórnia apontou também para a possibilidade de haver algum fator de risco neurológico para o início do consumo alcoólico em adolescentes. Para descobrir isto, pesquisadores analisaram, ao longo de três anos, imagens de ressonância magnética de 40 adolescentes entre 12 e 16 anos. Metade dos adolescentes que participaram do estudo começou a beber de modo considerável ao longo do estudo. Entende-se consumo considerável por quatro ou mais drinques em uma ocasião para as mulheres e cinco ou mais para os homens. A análise mostrou que aqueles que inicialmente apresentaram menor ativação em certas áreas do cérebro estavam em maior risco de se tornar bebedores nos próximos três anos. "Adolescentes que apresentaram menor ativação cerebral para completar a tarefa de memória no início do estudo eram mais propensos a iniciar a beber nos três anos seguintes do nosso estudo", disse ao IG Lindsay Squeglia, autora do estudo publicado no periódico científico Journal of Studies on Alcohol and Drug. Outro problema Uma vez que os adolescentes começaram a beber, a atividade cerebral deles se parecia com a de viciados em álcool e seus cérebros apresentavam mais atividade durante testes de memória do que os cérebros dos abstêmios para executar a mesma tarefa. Lindsay explica que ao longo da adolescência é esperado que o cérebro se torne mais eficiente ao processar informação. "A ativação cerebral dos que bebiam aumentou demais durante o período de acompanhamento, que é contrário ao que seria de esperar num processo normal de amadurecimento", disse. "Deve haver um fator de predisposição que contribui para que os adolescentes comecem a beber e que deve ser alvo de intervenções", disse. No entanto a pesquisadora afirma que os resultados do estudo não devem servir de base para que adolescentes comecem a fazer exames de ressonância magnética para saber se correm risco de alcoolismo. Os exames apenas dariam pistas para as origens biológicas de problemas com bebidas na adolescência. * Fonte: Maria Fernanda Ziegler – IG São Paulo >>> alcolismo.com.br " ALCOOLISMO: UMA TRAGÉDIA ANTIGA " Por Luciano M.////RJ Para que possamos dimensionar a devastação da doença do ALCOOLISMO no ser humano, teríamos que voltar no tempo, ou seja, a cerca de 8.500 anos A.C, quando o homem começou a embriagar-se. Nesta remota era, relata-se que pessoas como Noé, personagem bíblico importante citado na Bíblia Sagrada (Antigo Testamento), costumavam tomar seus pileques. Noé, por exemplo, numa das vezes em que estava de porre tirou toda a sua roupa ficando totalmente despido diante de seus filhos, o que para os padrões da época era considerado uma falta grave e também pecado. Acredita-se que não havia nenhum método para a preparação da bebida, apenas comiam os frutos caídos das árvores que, com o passar dos dias azedavam e acabavam provocando em quem experimentasse desses frutos, o efeito de uma bebida destilada em suas mentes. Até os dias de hoje nada parece ter mudado, vemos jovens experimentando bebida cada vez mais cedo e mais cedo chegando a sarjeta física e moral, tornando-se num grande prejuízo para a nação, pois deixam de produzir para tornar-se em um problema de saúde para o país e, conseqüentemente, gerando despesas com internações hospitalares, atendimento em emergências, isso sem citar outras ocorrências que provocam prejuízos a si e a terceiros, tais como, atropelamentos, desastres automobilísticos, agressões com ferimentos ou até mesmo morte. Lembrando, também, que muitos passam a usar outros tipos de drogas ilícitas quando começam a ingerir bebidas alcoólicas. Pouco se sabe sobre o alcoolismo e isso vem gerando muita polêmica, deixando uma única certeza: trata-se de uma doença multifacetada, isto é, vários são os fatores que podem contribuir para o seu desenvolvimento, isso na visão científica, pois os Psicólogos vem o alcoolismo como uma doença emocional, já os Médicos a vem como uma doença física. A Sociedade Americana da Medicina de Adicção (ASAM) define a doença como crônica, primaria, cujo desenvolvimento e manifestação são influenciados por fatores genéticos, psicossociais e ambientais. A doença é progressiva e fatal. Caracteriza-se por uma constante ou periódica perda do controle, pela obsessão, distorção na maneira de agir e pensar, principalmente a negação. Desde 1935, data da criação de Alcoólicos Anônimos, baseado nas experiências do Dr. William Duncan Silkworth, o Doutor Silk, que afirmava ser o alcoolismo uma alergia física associada a uma obsessão mental, o que levou nosso cofundador Bill W., a trabalhar nossa recuperação a partir dessa afirmação. Mas, em 1949, a Associação Psiquiátrica Norte Americana reconheceu Alcoólicos Anônimos pelo seu eficiente trabalho na recuperação de pessoas portadoras do alcoolismo, dando inicio ao nosso objetivo em fazer constar no Catálogo Internacional de Doenças – CID - da Organização Mundial de Saúde, o alcoolismo como doença. Em 1956, a Associação Médica Americana admitiu o alcoolismo como uma doença e isso fez com que a Organização Mundial de Saúde autorizasse a investigação necessária para que definisse ser ou não o alcoolismo uma doença. Em 1965, a Organização Mundial de Saúde – OMS, pela primeira vez em sua existência, após receber um trabalho subscrito por doze notáveis cientistas médicos de diferentes países especializados em alcoolismo, que avaliaram e estudaram com o rigor que o caso requeria, onde concluíram ser o alcoolismo realmente uma doença. Assim sendo, em primeiro de janeiro de 1967, a respeitada e conceituada Organização Mundial de Saúde finalmente catalogou, após pesquisas feitas com todo o zelo técnico e cientifico, o alcoolismo como uma doença psicossomática, incurável, progressiva e de fim fatal, podendo levar até morte se não for detida em sua marcha e isso vem prevalecendo até os dias de hoje, sendo que a Medicina continua buscando entender essa complexa doença através de trabalhos apresentados e acolhidos pela Organização Mundial de Saúde, como esse que passo a transcrever a seguir, escrito pelo Médico Dr. Sergio Felipe de Oliveira: "A obsessão espiritual como doença da alma, já é reconhecida pela Medicina. Em artigos anteriores escrevi que a obsessão espiritual, na qualidade de doença da alma, ainda não era catalogada nos compêndios da Medicina, por esta se estruturar numa visão cartesiana, puramente organicista do Ser e, com isso, não levava em consideração a existência da alma, do espírito. No entanto, quero retificar, atualizar os leitores de meus artigos com essa informação, pois desde 1998, a Organização Mundial de Saúde (OMS) incluiu o bem estar espiritual como uma das definições de saúde, ao lado do aspecto físico, mental e social. Antes, a OMS definia saúde como o estado de completo bem estar biológico, psicológico e social do indivíduo e desconsiderava o bem estar espiritual, isto é, o sofrimento da alma; tinha, portanto, uma visão reducionista, organicista da natureza humana, não vendo em sua totalidade: mente, corpo e espírito. Mas, após a data mencionada acima, ela passou a definir saúde como o estado de completo bem estar ao ser humano integral: biológico, psicológico e espiritual. Desta forma, a obsessão espiritual oficialmente passou a ser conhecida na Medicina como possessão e estado de transe, que é um item do CID – Código Internacional de Doenças – que permite o diagnóstico da interferência espiritual Obsessora. O CID 10, item F.44.3 – define estado de transe e possessão como a perda transitória da identidade com manutenção de consciência do meio ambiente, fazendo a distinção entre os normais, ou seja, os que acontecem por incorporação ou atuação dos espíritos, dos que são patológicos, provocados por doença...". "ESPANHA: ALCOOLISMO E PROBLEMAS SEXUAIS AUMENTAM APÓS CRISE" A atual conjuntura econômica da Espanha – que amarga uma taxa de desemprego de 24,6% – está afetando a saúde mental dos espanhóis, segundo pesquisas no campo da depressão, do alcoolismo e de problemas sexuais. Após mais de quatro anos de crise, os problemas se acumulam e vêm sendo detectados por diferentes estudos. Uma pesquisa da Fundação Pfizer, por exemplo, revelou que, em 2010, 44% da população espanhola sofria mais com estresse e tensão do que nos dois anos anteriores. As incertezas em relação ao trabalho e aos rumos da economia representavam a principal fonte de problemas. Um estudo que está sendo realizado pela Universidade Alcalá de Henares mostra que há mais casos de doenças mentais no país e que o consumo de psicofármacos (remédios para distúrbios mentais) se elevou após o início da crise. O percentual de espanhóis maiores de 16 anos que sofriam de depressão, ansiedade ou de outros problemas de saúde mental subiu de 13,7% em 2006 para 14,4% em 2009, segundo a médica epidemiológica Maria Auxiliadora Martín Martínez. Ela fundamentou seu estudo numa comparação entre dados de pesquisas nacionais e europeias de saúde de 2006 e 2009, que evidenciam que os níveis socioeconômicos baixos e a perda de status socioeconômico se associam a piores auto-avaliações de saúde e altos índices de morbidade psiquiátrica, além do aumento de demanda pelos serviços de saúde pública. Martín também observa que nesse período houve aumento de 2,8% no consumo de tranquilizantes, entre a população maior de 16anos. A elevação se deu principalmente em mulheres e na população maior de 45 anos. "A percepção de insegurança e a antecipação pessimista do futuro produzem ansiedade e insônia, que podem acabar gerando sintomas depressivos e psicossomáticos", diz a médica. Martín explica que o aumento no número de tranquilizantes e antidepressivos vendidos com receita médica nos últimos anos e do número de pessoas que demandam atenção psicológica pode indicar uma relação entre crise e saúde mental. Ela explica que, mais do que a perda de recursos econômicos, o que mais atinge a saúde emocional pode ser a percepção da perda de apoios externos, como os apoios familiares, trabalhistas ou sociais, incluindo os financeiros, para seguir adiante. Resultados preliminares de um levantamento similar também indicam esse aumento. O estudo do Instituto para a Pesquisa em Atenção Primária (IDIAP Jordi Gol) e do Instituto Catalão de Saúde mostra que o consumo de fármacos antidepressivos cresceu em 2008, ano de início da crise econômica. Apesar de ainda não divulgar números consolidados, o estudo indica que o aumento entre a população ativa se produziu, sobretudo, em 2010. Crise abre as portas para o alcoolismo A falta de perspectivas de trabalho também estaria aumentando os casos de alcoolismo. A Associação de Autoajuda e Informação sobre a Síndrome de Dependência Alcoólica (ARCA), que atua na província de Cádiz, relata um aumento de 39% no número de pacientes no primeiro trimestre deste ano. Desses novos casos, 52% são pessoas desempregadas. Letícia Fernández de Castro, assistente social da entidade, diz que suas consultas também dobraram com a crise. "A pessoa não tem trabalho, tem ansiedade, se sente improdutiva, com uma sensação de fracasso e tem a bebida alcoólica à mão. A crise facilita a entrada no alcoolismo", diz. * Fonte: alcoolismo.com.br "ABSTINÊNCIA DE ÁLCOOL É GRAVE E PODE LEVAR À MORTE" A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo faz um alerta para as pessoas que abusam do consumo de álcool. Segundo o Centro de Referência em Álcool, Tabaco e outras Drogas (Cratod), unidade da pasta na capital paulista, um em cada dez casos de síndrome de abstinência alcoólica, que aparecem horas após a última dose, é grave ou muito grave e, se não tratada a tempo, pode levar à morte. Os sinais das crises mais graves podem durar por até 72 horas. Em geral, os sintomas das síndromes graves são tremores generalizados, sudorese, dor de cabeça, vômitos, alucinações e desorientação, no tempo e no espaço, que podem evoluir para quadros mais graves, chegando ao chamado "Delirium Tremens", que é um estado de confusão mental que piora ao entardecer. Se não tratadas a tempo em um serviço de saúde, essas crises podem piorar, causando seqüelas neurológicas e, em alguns casos, levando o paciente ao óbito. Em média, 90% das pessoas que exageram no consumo de álcool sofrem da síndrome leve ou moderada durante as primeiras 24 horas após a última dose. Para essas pessoas, o tratamento indicado é beber muita água e repousar. O que vai determinar a gravidade da intoxicação de cada pessoa é a quantidade de bebida ingerida em proporção à suscetibilidade do indivíduo. "O consumo exagerado de bebidas alcoólicas traz muitos malefícios para a saúde. A síndrome de abstinência é um deles. Apesar da maioria das pessoas apresentarem sintomas leves, o número de casos graves é alto. Por isso o consumo moderado, seguindo o que recomenda a Organização Mundial de Saúde, é tão importante", diz Marta Jezierski, diretora do Cratod. * Fonte: Secretaria de Saúde de São Paulo – www.alcoolismo.com.br "ALCOOLISMO NA TERCEIRA IDADE É PREOCUPANTE" Por: Drª. Larriany Giglio A prevalência de transtornos relacionados ao uso de álcool entre idosos é maior do que se imaginava. Dados recentes revelam que o problema não costuma ser diagnosticado na terceira idade devido aos sintomas do alcoolismo serem atribuídos a outras doenças crônicas como demência e depressão ou, muitas vezes, ao próprio envelhecimento. Em um país em que a população está vivendo 25 anos a mais, comparado à década de 60, é este o momento certo para abrir uma discussão sobre o assunto. Transtornos relacionados ao álcool são comuns entre idosos e são muitas vezes subdiagnosticados, uma vez que os instrumentos de rastreamento mais utilizados e os critérios de diagnósticos atuais são voltados para pessoas mais jovens, e ainda, devido ao pouco preparo dos profissionais de saúde em abordar o problema nesta faixa etária. Sendo assim, ignoram evidências e questionamentos que ajudam a diagnosticar a dependência e, quando percebem o abuso do álcool, tratam como tolerável e não encaminham o paciente ao tratamento adequado. Parece pouco, mas os efeitos da bebida nessa faixa etária também são graves: o fígado exibe redução da metabolização, o tubo digestivo diminui a capacidade de absorção, o estômago reduz a absorção de vitamina B12 e o pâncreas torna-se mais propenso aos quadros de pancreatites aguda e crônica. A polifarmácia e a utilização de medicamentos de venda livre aparecem como outros complicadores, podendo inclusive resultar em morte por associação de substâncias, como benzodiazepínicos e álcool. O que leva os idosos a serem mais vulneráveis ao uso de álcool do que os jovens são os riscos maiores de efeitos adversos que eles apresentam, mesmo consumindo em doses baixas. É lamentável que o problema seja pouco avaliado e conhecido. A gravidade das alterações comportamentais e físicas torna extremamente importante a realização de estudos que compreendam esta faixa etária para que se possa conhecer a real extensão do problema por meio de medidas preventivas específicas e tratamento adequado. * Dra. Larriany Giglio é psiquiatra Fonte: www.alcoolismo.com "ÁLCOOL CAUSA PROBLEMAS CARDÍACOS" De dose em dose, os efeitos do álcool no organismo tornam-se nocivos, podendo causar até problemas cardíacos graves, alertam especialistas, como a fibrilação atrial, um tipo de arritmia cardíaca. "Esta arritmia pode ocorrer também em pessoas que só ingerem álcool nos finais de semana, mas o fazem em excesso", esclarece o cardiologista Alex Félix, do Bronstein Medicina Diagnóstica. A fibrilação atrial não apresenta risco de morte, mas quem é acometido por ela está propenso a sofrer um AVC. O problema ainda pode provocar palpitações, desmaios, dores no peito e insuficiência cardíaca congestiva. A longo prazo, o consumo intenso de álcool ainda pode ocasionar a cardiomiopatia alcoólica — aumento e perda da função do coração, podendo levar à morte. O especialista destaca que esses problemas cardíacos podem ocorrer não só nos casos de alcoolismo crônico, mas também em decorrência da ingestão excessiva eventual, como as bebedeiras de final de semana, mesmo em pessoas sem outros fatores de risco. Exames simples podem ser feitos de forma preventiva e periódica, para detecção precoce de alterações cardíacas: sangue, eletrocardiograma, eco cardiograma, Holter de 24 horas, raio X do tórax e teste ergométrico. O uso de álcool também causa dependência química; danos hepáticos, como cirrose; e doenças neurológicas. * Fonte: www.alcoolismo.com.br "ALCOOLISMO, UMA INCONSCIÊNCIA NACIONAL." Principal causa de morte em jovens: acidentes de viação, provocados pelo álcool! Principal causa de invalidez nos jovens: acidentes de viação, provocados pelo álcool! Principal causa de homicídios: situações ligadas ao consumo de álcool! Basta estar atento à comunicação social, por detrás dos "tiros e facadas", quase sempre, estão situações ligadas ao consumo de álcool. Os tribunais entupidos… com situações ligadas ao consumo de álcool. As cadeias hiperlotadas… por situações ligadas ao consumo de álcool. Centros de saúde e hospitais a abarrotar de consultas médicas, porque um alcoólico na família faz adoecer os restantes familiares. Quantas famílias destruídas (desestruturadas, como agora se diz, magoa menos) por terem, no seu seio, um alcoólico?!… Quantas centenas de milhares de bebedores excessivos, que mais tarde serão alcoólicos, sem se aperceberem?!… O que é o alcoolismo? Histórica e culturalmente, é encarado como um hábito social inofensivo, um prazer, um vício. Tudo muito engraçado, até nos rimos das piadas dos etilizados. No fundo, o alcoolismo é uma doença grave e crônica, que, como qualquer dependência, não tem cura, mas tem tratamento. Acabemos com os mitos: o álcool não mata a sede, não aquece, não relaxa. O álcool deve ser bebido com moderação e, sobretudo, saboreado. Será que tem havido sensibilidade dos diversos poderes para lidar com esta problemática? Será que tem havido informação e formação dos técnicos de saúde e dos familiares para lidar com estas situações? Será que os governos, pelos vistos, só agora preocupados com as finanças públicas, fizeram contas ao que este país ganharia se se preocupasse realmente com este flagelo e o enfrentasse? Em vez de se preocupar tardiamente com as suas consequências, por exemplo, os tribunais e cadeias entupidos. Será que este país, como qualquer sociedade minimamente racional e inteligente, se tem preocupado com a prevenção e o tratamento, em vez de jogar dinheiro para cima dos seus efeitos? Será que tem havido suficiente investimento na sua prevenção, por exemplo, com a informação nas escolas? Pessoalmente, não conheço nada mais eficaz para prevenir o alcoolismo do que a ocupação saudável dos tempos livres dos jovens e desporto, muito desporto! Quanto este país ganharia, em vidas humanas, em bem-estar da população e finalmente em dinheiro (de todos nós), se se preocupasse com a essência da questão – combate ao alcoolismo?!… Pistas: Qual seria o português que não concordaria com uma maior taxação fiscal sobre o álcool e, simultaneamente, com a diminuição da taxação no pão, no leite, em frutas e legumes?! Em qualquer estabelecimento, uma cerveja é tão cara como uma garrafa de água. Qual seria o português que não concordaria que se investisse na investigação e formação dos técnicos de saúde nesta área? Qual seria o português que não concordaria que se investisse na informação e na formação das famílias dos alcoólicos para aprenderem a lidar com esta situação? Porque o busílis do tratamento da doença parece tão fácil, mas não é: o alcoólico reconhecer a sua doença. Quando tal acontece, é meio tratamento. No fundo, pedia só um bocadinho de mais consciência para esta inconsciência coletiva. Será pedir muito? Francisco Amaral – Médico em Portugal * Fonte: www.alcoolismo.com.br "FAMÍLIA COM HISTÓRICO DE ALCOOLISMO AFETA CÉREBRO DE ADOLESCENTE" Adolescentes que vivem em um ambiente familiar com casos de alcoolismo estão mais propensos a ter o cérebro afetado e podem desenvolver o mesmo vício no futuro, segundo um estudo divulgado nesta terça-feira (17). A pesquisa foi desenvolvida por um grupo de cientistas norte-americanos da Universidade Oregon Health & Science. O trabalho reuniu 31 jovens entre 13 e 15 anos. Dezoito deles apresentavam histórico de alcoolismo familiar. O restante foi usado para comparar o resultado e era composto por adolescentes livres do problema. Antes do estudo, todos os participantes alegaram não ter envolvimento com o uso constante de bebida alcoólica. Com uso de imagens por ressonância magnética, os pesquisadores estudaram a resposta dos adolescentes para tomar decisões rápidas, simulando como eles se comportariam se estivessem em uma situação de risco e que envolvesse grandes quantias de dinheiro. Estruturas como o cerebelo e o córtex pré-frontal foram as mais afetadas, segundo os especialistas. Eles também descobriram que os jovens com casos de excesso de bebida entre os parentes apresentaram uma inibição no comportamento e diferenças na ação cerebral, mesmo quando desempenhavam as mesmas atividades do que os adolescentes livres do drama. Para a equipe responsável pelo trabalho, essa mudança nas funções do cérebro pode afetar a tomada de decisões dos adolescentes com histórico familiar de alcoolismo. Os jovens passariam a fazer escolhas piores por conta de problemas de atenção e memória. Os resultados finais do estudo serão publicados na revista "Alcoholism: Clinical & Experimental Research" em abril de 2012. Os cientistas acreditam que os dados poderão servir para orientar programas de combate ao alcoolismo no mundo. Mas mesmo com os resultados, os cientistas afirmam que o histórico familiar é apenas um dos fatores que podem levar um jovem a ser dependente químico em relação à bebida alcoólica no futuro. O ambiente onde a adolescente vive e fatores genéticos também devem ser levados em conta, segundo os pesquisadores. Fonte: www.alcoolismo.com.br "SUS GASTA R$ 1 BILHÃO POR ANO EM TRATAMENTOS DE ALCOOLISTAS" É evidente que a cada dia o consumo de álcool no Brasil vem aumentando. Cerca de 19 milhões de pessoas são dependentes de álcool no país, segundo estimativa da Abead (Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas). O SUS gasta por ano mais de R$ 1 bilhão em tratamentos e internações. A cada mês, 3,5 mil pessoas são afastadas de seus empregos por causa do consumo de álcool e drogas. No final de 2011 o Ministério da Saúde divulgou um levantamento onde a ingestão de bebidas alcoólicas foi responsável por 47 mortes diárias no país. De acordo com informações do portal da Band, além dos óbitos, também cresceu a quantidade de pessoas que sofrem com transtornos mentais em decorrência do consumo de álcool. Em 2010, foram 6,8 mil casos, um aumento de 43% em relação a 2000. Para a psiquiatra Carla Bicca, da Abead, o aumento da exposição das pessoas ao álcool é a principal causa do crescimento do consumo. "O maior problema é o fácil acesso à bebida. Quando uma atitude parece normal, ninguém a questiona", critica a especialista da Abead. O estudo da associação mostra que a maior concentração de mortes 5,1 mil, no ano passado está em pessoas entre 40 e 49 anos de idade. Segundo Carla Bicca, as mortes nessa faixa etária estão relacionadas ao fato de os brasileiros começarem a beber cada vez mais cedo. "Hoje, as pessoas começam a beber por volta dos 13 anos. E os efeitos do uso compulsivo aparecem em no máximo duas décadas depois". Com informações da Abead. * Fonte: www.alcoolismo.com.br "ÁLCOOL, JUVENTUDE E DOENÇAS". É impossível falar sobre álcool sem lembrar os malefícios que ele pode causar para a saúde das pessoas, principalmente em relação ao desenvolvimento de certas doenças, como cirrose alcoólica, insuficiência hepática alcoólica e a hepatite alcoólica, todas ligadas ao consumo abusivo de bebidas. O etilismo também pode provocar o envelhecimento precoce, distúrbios cognitivos (sistema nervoso), diminuição da acuidade visual, lesões na boca, esofagite, gastrite, úlcera, hipertensão e polineurite periférica (agravo dos nervos nas pernas). E as estatísticas confirmam um dado alarmante: os jovens estão cada vez mais entre os consumidores de álcool. Levantamento do Centro de Referência em Álcool, Tabaco e outras Drogas (Cratod) mostra que a idade média das pessoas que procuram por ajuda especializada para combater a dependência está entre 30 e 40 anos. No entanto, o início do consumo de bebida alcoólica se dá predominantemente entre os 12 e 18 anos. Outro estudo realizado pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo na Casa do Adolescente de Pinheiros, zona oeste da capital paulista, aponta que 80% dos jovens entrevistados já experimentaram bebidas alcoólicas. Desses, 19% afirmaram consumir álcool mais de uma vez por semana. Já uma pesquisa do Instituto Ibope, feita a pedido do governo do estado, apontou que 18% dos adolescentes entre 12 e 17 anos bebem regularmente, e que quatro entre dez menores compram livremente bebidas alcoólicas no comércio. Essas informações nos trazem um alerta, sobre como é importante conscientizar a população da perigosa relação entre os adolescentes e álcool. Esse comportamento pode acarretar sérios problemas de saúde na adolescência e, posteriormente, na vida adulta. A ação devastadora produzida no corpo de um etilista está no fato do álcool ser uma molécula muito pequena, capaz de passar por todas as barreiras de proteção do organismo. Para agravar, o álcool também é uma substância irritante e o seu contato constante provoca lesões em diferentes órgãos do corpo humano. Entre os homens, o índice é ainda mais assustador: levantamento do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) apontou que 11% dos pacientes oncológicos atendidos na unidade assumem ter mantido durante a vida, ou ainda manter, o consumo exagerado de bebidas alcoólicas. Por isso é motivo de celebração a nova lei estadual que proíbe a venda e o consumo de álcool por adolescentes em bares e outros estabelecimentos no Estado de São Paulo. É preciso apertar o cerco contra o comércio ilegal de bebidas a menores de idade, que é crime, além de coibir o consumo pelos adolescentes. A lei antifumo deu certo, e parte de seus mecanismos agora serão aplicados nesta nova legislação. O objetivo é evitar o acesso de jovens a substâncias psicoativa que causam dependência. Tudo isso reforça a esperança de garantirmos uma vida mais saudável para a nossa população, tornando o jovem de hoje um adulto sem vícios e evitando, assim, doenças graves e até mesmo óbitos em decorrência do abuso de bebidas alcoólicas. * Marta Jezierski – Diretora do Centro de Referência em Álcool, Tabaco e outras Drogas (Cratod), da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. * Fonte: www.alcoolismo.com.br "GENÉTICA PODE SER RESPONSÁVEL POR CIRROSE" Por uma razão ainda desconhecida, apenas uma pequena porcentagem de alcoolistas chega a desenvolver cirrose, a forma mais avançada de doença hepática alcoólica (DHA). A explicação pode estar nos genes, sugere um estudo divulgado no periódico Alimentary Pharmacology & Therapeutics e realizado na Universidade de Salamanca, na Espanha. Segundo o estudo, há pessoas que apresentam uma variação genética que afeta os níveis das enzimas glutationa-S-transferase, que são capazes de livrar o fígado das substâncias nocivas do álcool. Segundo os pesquisadores, essa mutação diminui a atividade dessas enzimas e faz com que as toxinas do álcool permaneçam no fígado por mais tempo, em maior quantidade. Para os pesquisadores, esse estudo fornece dados importantes para entender como fatores genéticos específicos podem contribuir para o desenvolvimento de doenças hepáticas entre os alcoolistas. Embora os resultados não conduzam diretamente para soluções de novos alvos para o tratamento da doença, podem levar a melhores estratégias para a prevenção do problema. * Fonte: www.alcoolismo.com.br "O DOUTOR E O ALCOOLISMO" Sócrates Brasileiro se foi. Mestre no futebol, inteligente no trato com os colegas, politizado (e não politiqueiro), doutor dos gramados, médico por formação. Centrado, bem sucedido, admirado, o Dr. Sócrates morreu em consequência do alcoolismo. O binômio médico-doença deu a tônica dos principais noticiários Brasil e mundo afora. O doutor sabia, melhor do que ninguém, os riscos da doença. Ainda assim, agiu como um leigo sucumbiu à extravagância. Assim como sucumbiram as novas gerações de jogadores (mas não doutores) ao esquecimento. Antes do jogo do último domingo, jogadores com punhos fechados, para o alto, prestaram bonita homenagem ao ex-capitão da Seleção Canarinho. Finda a partida, o repórter aborda um dos novos craques, vencedor da competição: "e a comemoração, hoje, será com suco de laranja?". "Nada. Hoje vai ser é com cerveja, mesmo!", responde sem pestanejar. Dias depois, outro jogador decidiu promover uma festa para comemorar o novo patrocínio. O pai do craque foi entrevistado e informou que o filho não bebia. Piada pronta do entrevistador: "então ensina ele a beber!". Que alegria, não? Diante desse contrassenso, ou a memória é muito curta ou a abordagem do assunto é pouco longa. Desde que o mundo é mundo e as sociedades se formaram a bebida alcoólica está presente. Na mitologia de Baco, nos grandes banquetes, no universo religioso, nas rodas de empresários, de políticos, de samba, nas cadeias. Ingerir bebidas alcoólicas tornou-se algo tão natural que nas entrevistas de empregos há a opção "apenas socialmente" para a pergunta sobre o uso de destilados, fermentados e afins. Daí o óbvio desvio de um olhar mais atento sobre o assunto, mesmo quando causa comoção. "Morreu de cirrose? Bebamos!". O assunto, a despeito de piadas e frases feitas, é grave. Estudo recente feito pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) aponta que a mortalidade entre dependentes do álcool no Brasil é quase tão grande quanto à do crack. Segundo a pesquisa, 17% dos dependentes de bebidas alcoólicas morreram após cinco anos. Para se ter uma ideia desse percentual, na Inglaterra o índice é de 0,5% para o mesmo período. Quanto ao crack, por aqui, 30% dos pesquisados vieram a óbito, porém, durante o período de 12 anos. Comparativamente, segundo os estudiosos da Unifesp, os percentuais são muito próximos, com o detalhe de que não se consome crack "socialmente". Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), todos os anos morrem nada menos que 2,5 milhões de pessoas decorrentes de fatores ligados ao uso de álcool – ou o equivalente a 4% do número total de óbitos em todo o mundo. A bebida que faz perder a razão e a saúde, assim, consegue matar mais que a AIDS, a tuberculose e a violência, segundo o Relatório Global da Situação sobre Álcool e Saúde da OMS. É estéril, porém, a insistência no abandono da ingestão de bebidas alcoólicas – pelo menos em contexto geral. As festas continuarão regadas a muita bebida e muitíssima normalidade. É fértil, entretanto, trazer à mesa – mesmo que de bar – a discussão sobre os excessos da bebedeira. O problema, infelizmente, é que o fígado só aperta quando o pior bate à nossa porta. Se tomar a cervejinha é natural – e chegar ao porre completo, com direito a perda do controle das ações, vômitos e gargalhadas da plateia -, encontrar o filho morto atropelado por um motorista embriagado não tem graça alguma. Perceber que é hora de internar um amigo que tem o corpo deteriorado pelos efeitos da bebida alcoólica perde o tom de plateia e emerge o de torcida pela recuperação, pela reabilitação e pela vida. Sócrates se foi. Admitiu a doença publicamente, deu a oportunidade de alerta à sociedade. Como ícone do esporte mais apaixonante do País, chamou para si a responsabilidade de alertar: se entregar ao jogo do alcoolismo é derrota certa. Mas o dia passou, um novo campeonato foi conquistado e um novo craque saiu dali pronto para "bebemorar". É o velho jogo da ignorância. * Henrique França é jornalista, mestre em Ciência da Informação e professor universitário. * Fonte: Brasil 247 >>> www.alcoolismo.com "PESSOAS COM TRANSTORNO ALIMENTAR SÃO MAIS PROPENSAS AO ABUSO DE ÁLCOOL" Muitos transtornos psiquiátricos estão associados ao uso, abuso e dependência do álcool. Entre tais transtornos, destaco um dos problemas de saúde que mais tem chamado a atenção nos últimos anos: os transtornos alimentares. Segundo a 4ª edição do Manual Diagnóstico Estatístico de Transtornos Mentais (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, DSM-IV), da Associação Americana de Psiquiatria, os transtornos alimentares são graves perturbações do comportamento alimentar, identificados especialmente entre as mulheres. Cerca de 0,5% a 3,0% da população feminina geral tem tal condição, mas uma porcentagem consideravelmente maior de mulheres apresenta comportamentos alimentares problemáticos e sub-clínicos. A sua etiopatogenia é desconhecida, porém acredita-se em um modelo causal multifatorial, com participação de componentes biológicos, genéticos, psicológicos, socioculturais e familiares. Os tipos de transtornos alimentares mais conhecidos são a Anorexia Nervosa (AN) e Bulimia Nervosa (BN). A primeira caracteriza-se pela distorção na percepção do próprio corpo, com medo excessivo de engordar (mesmo estando abaixo do peso; IMC* menor que 17,5 kg/m2 ou menos de 85% do peso esperado), perda de peso autoinduzida pela privação de alimentos, negação da gravidade de perder peso e, finalmente, distúrbios hipofisários que podem causar amenorreia (ausência da menstruação) na mulher e, nos homens, perda de interesse e redução da potência sexual. Já a BN envolve episódios de perda de controle e ingestão excessiva de alimentos de forma compulsiva e periódica (duas vezes por semana, por no mínimo três meses consecutivos) e uso de métodos compensatórios, como atividade física exagerada ou uso de medicamentos purgativos, para atingir o peso abaixo do recomendado. Alguns estudos mostram que pacientes com transtornos alimentares apresentam maior chance de consumir álcool com regularidade e de ter sensação de perda de controle sobre a quantidade e a frequência de uso. Em relação ao abuso e dependência de álcool, tais comportamentos são identificados entre 16% das pacientes com transtornos alimentares. Em uma análise sobre a ocorrência simultânea de problemas alimentares e transtornos relacionados ao uso de álcool, 38 estudos avaliados identificaram esse tipo de associação. A importância do diagnóstico e tratamento adequado da coocorrência dos transtornos relacionados ao uso de álcool e alimentares é ainda mais relevante por dois aspectos: os transtornos alimentares são mais prevalentes entre mulheres jovens entre 18 e 24 anos e elas são mais vulneráveis aos efeitos das bebidas alcoólicas do que os homens. No entanto, a relação entre os transtornos alimentares e aqueles relacionados ao uso de álcool está longe de ser de exclusividade das jovens. Uma pesquisa canadense analisou o risco de desenvolver tais condições ao mesmo tempo entre mulheres de diferentes faixas etárias (15-24; 25-44; superior a 44 anos), identificando essa associação em todas as idades investigadas, especialmente entre as mulheres com mais de 25 anos. Além disso, embora a junção das condições seja mais prevalente entre as mulheres, também tem sido identificada entre os homens. Como a situação de uma doença adicional pode mudar a sintomatologia, interferir no diagnóstico, no tratamento e no prognóstico de condições psiquiátricas comórbidas, é muito importante que desde a primeira consulta de pacientes com suspeita de transtornos alimentares seja avaliado o uso de álcool, assim como de outras substâncias psicoativas. Detectá-los precocemente pode aumentar a adesão do paciente a um possível tratamento e seu sucesso, assim como a um bom prognóstico. * Fontes: UOL Minha Vida – Arthur Guerra >>> www.alcoolismo.com.br Ponce JC Silveira CM. Andrade AG. Oliveira LG. Consumo de álcool comórbido a transtornos alimentares: uma revisão da Literatura. Revista Saúde, Ética e Justiça. 2011 (in press). "SENADO SUGERE PROIBIR PROPAGANDA DE BEBIDAS ALCOÓLICAS E AUMENTAR IMPOSTO". Para tentar combater a disseminação das drogas lícitas no país, o relatório final da subcomissão sobre drogas, criada no âmbito da Comissão de Assuntos Sociais do Senado, sugere a proibição da propaganda de bebidas alcoólicas, a restrição da comercialização do produto, o aumento de impostos e também a integração entre os diversos níveis de governo. Criada há sete meses, a subcomissão ouviu diversos especialistas sobre assunto, representantes de entidades que atuam na recuperação de viciados e pessoas que conseguiram deixar o vício. O relatório final, elaborado pela senadora Ana Amélia (PP-RS), será votado na próxima terça-feira (6). Além de sugerir diversas medidas a serem adotadas pela União, estado e municípios, o documento propõe diversas alterações na atual legislação. "Estamos recomendando a proibição da propaganda de drogas. Qualquer bebida alcoólica acima de 5 graus [Gay-lussac (GL)] é considerada prejudicial à saúde. Não quer dizer que vamos proibir, mas não podemos estimular incentivar. Imagine uma propaganda para o consumo de maconha ou de cocaína. Todos achariam um absurdo. Mas acham natural o estímulo a outras drogas", disse o presidente da subcomissão, Wellington Dias (PT-PI). Segundo ele, apesar do aumento do consumo das drogas consideradas ilegais, o abuso do álcool é ainda mais preocupante. "A própria Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que álcool é o mais grave dos problemas relacionado às drogas em todo o mundo, e recomenda que todos os países possam adotar, até 2012, políticas para redução do consumo". De acordo com o presidente da subcomissão, aproximadamente 1% da população brasileira está envolvida com drogas ilícitas, como maconha, cocaína e crack, enquanto um percentual muito maior, cerca 10%, fazem uso sistemático do álcool. Além disso, de acordo com Dias, a OMS estima que o Brasil tenha um prejuízo anual aproximado de R$ 30 bilhões devido à falta de uma política adequada de combate às as drogas. "Se adotarmos uma medida eficaz e reduzirmos pelo menos 20% [do prejuízo], teremos um lucro equivalente ao que se deve investir. Acredito que é o momento de agir porque as drogas interferem na economia, na família e na qualidade de vida da população". Segundo Wellington Dias são necessários cerca de R$ 3 bilhões para desenvolver no país uma rede de enfrentamento às drogas e de tratamento aos dependentes. A ideia, de acordo com o petista, é obter esse recurso da própria venda das drogas consideradas legais, como álcool e cigarro. "Defendo que se tire do que já se arrecada com os impostos sobre bebida e cigarro ou, como outros países fizeram, se amplie a taxação", disse o senador. Segundo ele, atualmente as bebidas alcoólicas no país são taxadas em aproximadamente 35% e o cigarro em 70%. "Na Europa uma cerveja vale, em média, 14 euros, cerca de R$ 40, enquanto no Brasil não passa de R$ 3. Há um espaço grande para que o país tenha a receita sem jogar nas costas da sociedade esse ônus", declarou. Além de sugestões, segundo Dias, o relatório vai propor diversas mudanças na legislação. "Para que a gente possa proibir a propaganda, a exigência de uma licença especial para venda de bebidas e cigarros teremos que alterar a lei. Portanto, haverá um conjunto de regras que depende de lei. Outras dependem apenas de vontade política, e é isso que vamos cobrar", disse. "Tem que ter um tratamento especial. Para vender remédios, que é uma droga, temos todo o controle, a exigência de farmacêuticos. A mesma coisa precisa ser feita em relação ao álcool", completou. Conforme o senador petista, o relatório aponta ainda para a necessidade de o Brasil lidar com o tema das drogas de forma integrada, inclusive com os países da América Latina. "Estamos propondo a criação do Conselho das Américas de Políticas Sobre Drogas, como foi criado o Conselho da Comunidade Europeia, o Conselho da Comunidade Asiática, entre outros, para que a América, dentro da sua particularidade, consiga enfrentar o problema." * Fonte: Agência Brasil >>> www.alcoolismo.com "ÁLCOOL CAUSA MAIS DANOS A USUÁRIOS E TERCEIROS" O álcool é uma droga mais perigosa do que o crack e a heroína, quando são levados em conta os danos causados aos usuários e a terceiros, disseram cientistas britânicos essa semana. Apresentando uma nova escala relacionada aos danos para os usuários e para a sociedade, o álcool aparece como a droga mais nociva, quase três vezes mais perniciosa do que a cocaína e o tabaco. Segundo essa escala, a heroína e o crack são a segunda e a terceira droga mais nociva. David Nutt, presidente do Comitê Científico Independente para Drogas da Grã-Bretanha, que participou do trabalho publicado na revista Lancet, disse que as conclusões mostram que "tratar agressivamente os danos do álcool é uma estratégia válida e necessária de saúde pública". Ele afirmou também que a nova escala mostra que as classificações dadas às drogas têm pouca relação com os danos causados. O álcool e o tabaco, por exemplo, são legais para os adultos na maioria dos países, enquanto drogas como ecstasy, maconha e LSD costumam ser ilegais. "É intrigante notar que as duas drogas legais avaliadas – álcool e tabaco – aparecem no segmento superior do ranking, indicando que as drogas legais causam pelo menos tanto dano quanto às substâncias ilegais", disse Nutt em nota. Há um ano, o pesquisador foi obrigado a deixar a direção do influente Conselho Consultivo sobre o Abuso de Drogas por ter criticado ministros por ignorarem as evidências científicas de que a maconha faz menos mal que o álcool. A Organização Mundial da Saúde estima que os riscos associados ao álcool – acidentes, doenças do coração e fígado, suicídios e câncer – causem 2,5 milhões de mortes por ano, ou 3,8 por cento do total. Seria o terceiro principal fator de risco para mortes prematuras e incapacitações em nível global. Na nova escala os danos para o usuário incluem mortes causadas direta ou indiretamente pelas drogas, além de dependência e perda de relacionamentos. Os danos para os demais incluem criminalidade, dano ambiental, conflitos familiares, danos internacionais, custos econômicos e prejuízos à coesão comunitária. Numa escala de 0 a 100, o álcool aparece com 72 pontos, seguido pela heroína (55) e o crack (54). Algumas outras drogas avaliadas foram as metanfetaminas (33), cocaína (27), tabaco (26), anfetaminas (23), maconha (20), benzodiazepínicos (como Valium) (15), ketamina (15), metadona (14), mefedrona (13), ecstasy (9), esteroides anabolizantes (9), LSD (7) e cogumelos alucinógenos (5). Com informações da Reuters. * Fonte: Luís Nassif Online >>> www.alcoolismo.com.br "ÁLCOOL E SEUS OUTROS MALES" Depois de tantas pesquisas, já não é novidade para ninguém que o alcoolismo por longo período leva a uma doença hepática chamada cirrose, que é o "coroamento" dos danos que o álcool paulatinamente causa ao corpo. Pesquisas recentes de universidades britânicas, no entanto, têm dado mais atenção a outros órgãos que também são danificados pela bebida. O mais afetado é o coração. Um centro de medicina da Inglaterra aponta, em um estudo, que o alcoolismo pode levar a um pacote de problemas nesse quesito. Aumento de pressão sanguínea, insuficiência cardíaca e infarto são exemplos, além da temível mio cardiopatia, na qual o músculo do coração incha e torna a vida do portador um eterno sobressalto quanto à chance de uma parada cardíaca. O álcool, aparentemente, aumenta o nível de gordura circulante no sangue. Outro centro médico britânico, este especializado em fatores cancerígenos, afirma que o risco de câncer de mama aumenta entre 7% e 12% para cada 10g de álcool ingerido por dia. Em uma semana, 100g de álcool no organismo representam 19% a mais de chances de câncer colorretal. De acordo com um estudo da entidade, a cada ano 13 mil britânicos (dos quais 4 mil mulheres) contraem câncer devido ao consumo exagerado de bebidas. Mais dois focos de preocupação: imunidade e fertilidade. No primeiro quesito, uma pesquisa aponta o álcool como redutor da nossa resistência a doenças virais. Quanto à capacidade reprodutora, as bebidas alcoólicas tornariam mais difícil o período fértil da mulher e diminuiriam a quantidade de esperma produzida pelo homem. Um dos fatores mais agravantes, segundo esta nova onda de estudos, diz respeito à quantidade. Nas últimas décadas, tornou-se senso comum que o álcool só faz realmente danos se for ingerido em excesso, e chega a ser aconselhável quando consumido com parcimônia. Mas um estudo da Universidade de Cambridge, também no Reino Unido, coloca até isso em cheque. Segundo esta pesquisa, que teve uma etapa clínica com ratos de laboratório, o álcool pode ser danoso inclusive em pequenas quantidades. No delicado quesito da genética, os pesquisadores garantem que poucas doses de álcool durante a gravidez já podem causar danos permanentes ao feto. Um problema de saúde pouco pesquisado, a síndrome fetal alcoólica, aumenta a chance de deficiência mental e física no bebê que vai nascer. Isso sem mencionar, é claro, que os danos do álcool para o fígado em si continuam crescendo em número de casos e preocupação dos médicos. Uma pesquisa de um hospital em Southamptom, também na Grã-Bretanha, afirma que as mortes por doença no fígado aumentaram em 500%. Deste número de mortes, 85% foram diretamente relacionadas ao álcool. Segundo os registros de Southampton, 2010 marcou a primeira vez em que mais de um milhão de pacientes foram internados por problemas de alcoolismo em um período de doze meses. Apenas sete anos antes, em 2003, esse número ainda era de 510 mil casos, pouco mais do que a metade. [BBC] * Fonte: Hype Science >>> www.alcoolismo.com.br "ÁLCOOL MATA AO DESACELERAR O SISTEMA NERVOSO, EXPLICA MÉDICO" A causa da morte da cantora Amy Winehouse foi divulgada nesta quarta-feira (26) como sendo excesso de consumo de bebida alcoólica. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o álcool, o cigarro, a obesidade e o sedentarismo são as principais causas de morte por doença não contagiosa no mundo. Há três maneiras que o álcool pode matar uma pessoa, segundo o médico Ronaldo Laranjeira, coordenador da unidade de pesquisa em álcool e drogas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). A primeira, como no caso de Amy, é bastante comum. É a chamada morte por "toxicidade aguda", quando o efeito venenoso do álcool afeta o cérebro ao ponto de desligar as funções vitais. "O álcool causa a depressão do funcionamento do sistema nervoso central. O primeiro efeito pode ser prazeroso: você fica relaxado. Em excesso, pode levar ao coma alcoólico e à morte". O chamado "coma alcoólico" ocorre quando o sistema nervoso central é desacelerado a um ponto em que a pessoa acaba perdendo os sentidos. Se o consumo é intenso, o efeito pode fazer parar de funcionar a área do cérebro responsável por controlar a respiração e o coração. Ou seja, pulmão e coração param de funcionar. No caso da cantora britânica, os efeitos provavelmente foram potencializados pelo estado de saúde fragilizado. "O corpo dela estava bem debilitado, porque já vinha de um uso crônico de álcool e drogas. O coração não aguentou", explica o médico. A outra maneira que o álcool pode matar é lentamente, ao longo de anos. "O consumo de álcool crônico mata porque causa problemas cardiovasculares, câncer e doenças no fígado", diz Laranjeiras. Embora esse último tipo seja o mais lembrado, ele é o mais raro. "As pessoas pensam sempre em cirrose, mas a doença do fígado corresponde a apenas 15% das mortes dos alcoólatras", diz o especialista. O mais comum entre esse tipo de pessoa é a morte por problemas cardiovasculares. O álcool causa hipertensão e enfraquece coração, veias e artérias. Já o câncer é uma doença que as pessoas não associam normalmente ao consumo de bebidas alcoólicas, segundo Laranjeiras, mas que está intimamente ligado ao abuso. "Uma mulher que toma duas taças de vinho todos os dias tem 20% mais chance de ter câncer de mama", exemplifica. Por fim, a terceira causa de morte pelo álcool é a mais comum: os acidentes. "O álcool mata mais no trânsito, em homicídios ou em brigas", explica o médico. "O efeito da bebida no sistema nervoso central afeta a capacidade de julgamento crítico e a coordenação motora. O que causa acidentes e desentendimentos", explica. As informações são do G1. * Fonte: www.alcoolismo.com.br "ALCOOLISMO MOTIVA UM A CADA DEZ TRANSPLANTES DE FÍGADO" Pelo menos um em cada dez transplantes de fígado é realizado em pacientes com cirrose decorrente do alcoolismo, segundo levantamento da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, feito no Hospital de Transplantes do Estado Dr. Euryclides de Jesus Zerbini. Dados da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) também apontam que esses casos representam entre 10% e 20% do total realizado pela instituição, que prevê 60 cirurgias desse tipo em 2011. Adriano Miziara, coordenador de transplantes de fígado do Hospital São Paulo, diz que a porcentagem de pessoas que ficam doentes dessa forma não representa exatamente o número de transplantes realizados. Isso porque para "transplantar um paciente cirrótico decorrente do vício, ele precisa ter, no mínimo, seis meses de abstinência, e muitos não conseguem ficar esse tempo sem beber e chegam a falecer sem realizar a cirurgia". O período sem a bebida traz o benefício da "desinflamação" do fígado, segundo o coordenador médico do Transplante de Fígado do Hospital de Transplantes Dr. Euryclides de Jesus Zerbini, Carlos Eduardo Sandoli Baía. "Isso, por si só, já traz duas informações: a real condição da doença hepática crônica e a avaliação do risco de recidiva do alcoolismo. A sugestão de não beber seria muito simplista. O paciente deveria, na verdade, se tratar". Miziara explica que o alcoolismo pode ser a causa mais complicada de se prevenir, diferente da hepatite B, por exemplo, que é passível de profilaxia, pois tem vacina. A cirrose alcoólica é a sétima indicação para transplantes em mulheres. Já para os homens, é a segunda causa e fica atrás apenas das hepatites virais. "O alcoolismo é uma doença que afeta vários sistemas, desde o acometimento de fígado e pâncreas até a causa base, que é a alteração psíquica que induz ao hábito de beber", declara Baía. Junto com isso, segundo ele, existe o efeito da indução de tolerância no metabolismo, ou seja, para ter o mesmo efeito `psicotrópico', são necessárias quantidades cada vez maiores de etanol. O Cremesp está engajado no movimento Propaganda sem Bebida, liderado pela Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas da EPM/Unifesp, para combater a divulgação de bebidas alcoólicas. Lista de espera O procedimento é complexo e a lista de espera para transplante de fígado privilegia os casos mais graves e de emergência, como hepatite fulminante e retransplante, quando o fígado não funciona. Baía explica que "o critério de gravidade considera os valores de três exames laboratoriais (creatinina, bilirrubina e INR), a partir do qual se calcula o índice do Model for End-stage Liver Disease" (MELD). "Esse parâmetro classifica os pacientes em lista de espera de acordo com a gravidade". As atualizações dos resultados tornam a lista mais dinâmica. No Estado de São Paulo, que tem cerca de 1 mil pacientes aguardando, a posição pode mudar mais de uma vez por dia. O modelo de tratamento adotado no Hospital Dr. Euryclides de Jesus Zerbini inclui o cuidado multiprofissional, apesar de atuar já numa fase avançada (lista de espera). Esse modelo é denominado "linha de cuidados do transplante de fígado". Antes de receber o novo órgão, o paciente precisa preparar-se para a mudança. "O período que o paciente passa na lista não é apenas uma espera e tratamento de intercorrências, mas a preparação para uma das operações abdominais mais complexas, que é a do transplante de fígado", ressalta Baía. Ele também alerta que o cuidado continua após o transplante, com apoio de equipe multidisciplinar. Para Miziara, é fundamental uma avaliação rigorosa para saber se o paciente tem condição psicológica de receber o novo órgão, já que precisará tomar medicamentos durante toda a vida. Baía completa dizendo que a maior causa de transplantes em adultos é a cirrose pela hepatite C. "Juntamente com a B, são responsáveis por cerca de 50% de todos os transplantes realizados. As demais causas são hepatocarcinoma, doenças mais raras – como a cirrose biliar primária e colangite esclerosante – e hepatite autoimune". Fiscalização mais rigorosa O governo de São Paulo anunciou, em 1º de agosto, que a fiscalização contra venda de bebidas alcoólicas para menores será mais rigorosa. O estabelecimento comercial que permitir que crianças e adolescentes consumam esses produtos em suas dependências, pagará multa de até R$ 87 mil e poderá ser interditado por período determinado ou fechado definitivamente. "Não há dúvidas de que essa medida pode impactar positivamente os números futuros", opina Adriano Miziara, coordenador de transplantes de fígado do Hospital São Paulo. Ele comenta que, no Brasil, fala-se muito em drogas, mas o álcool é o grande vilão de muitos problemas socioeconômicos do país, e "quanto mais precoce for o controle, melhor. É mais fácil que venha a existir uma vacina para o vírus C da hepatite do que evitar que as pessoas se viciem no álcool". * Fonte: CREMESP – Edição 285 >>> www.alcoolismo.com.br "SAIBA COMO O ÁLCOOL AFETA SEU CORPO" Os efeitos do consumo do álcool a curto prazo são conhecidos: ressacas, cansaço, má aparência. A longo prazo, a ingestão da substância está associada a várias condições, entre elas o câncer da mama, câncer oral, doenças cardíacas, derrames e cirrose hepática, entre outras. Pesquisas também associaram o consumo de álcool em doses elevadas a problemas de saúde mental, perda de memória e diminuição da fertilidade. Entretanto, estudos também concluíram que, ingerida com moderação, a substância pode ter um efeito benéfico, ajudando a proteger o coração ao elevar os índices de bom colesterol no organismo e impedir a formação de coágulos sanguíneos. As mensagens são contraditórias, levando especialistas ouvidos pela BBC a recomendar que as autoridades sejam mais claras em suas campanhas de conscientização. Não existe nível absolutamente seguro de consumo de álcool, dizem. Mas se você quer beber, não exceda 21 unidades por semana para homens e 14 unidades por semana para mulheres. PROBLEMAS CARDÍACOS E CÂNCER A ingestão de mais de três copos de bebida alcoólica por dia prejudica o coração. O consumo excessivo, especialmente a longo prazo, pode resultar em pressão alta, cardiomiopatia alcoólica, falência cardíaca e derrames, além de aumentar a circulação de gorduras no organismo. As associações entre o consumo de álcool e o câncer também são bastante conhecidas. Um estudo publicado no "British Medical Journal" no ano passado concluiu que o consumo de álcool provoca pelo menos 13 mil casos de câncer por ano no Reino Unido, 9.000 em homens e 4.000 em mulheres. O efeito negativo do álcool para a saúde em geral pode estar associado a uma substância conhecida como acetaldeído - produto em que o álcool é transformado após ser digerido pelo organismo. Essa substância é tóxica e experimentos demonstraram que ela danifica o DNA. O cientista KJ Patel, que trabalha no laboratório de biologia molecular do Medical Research Council, no Reino Unido, vem pesquisando os efeitos tóxicos do álcool. "Não há a ocorrência de uma célula cancerosa a não ser que o DNA seja alterado. Quando você bebe, o acetaldeído está corrompendo o DNA da vida e colocando você no caminho para o câncer". IMUNIDADE E FERTILIDADE Um relatório publicado recentemente na revista científica BMC (Bio Med Central) Innunology revelou que o álcool afeta a capacidade do organismo de combater infecções virais. E estudos sobre fertilidade indicam que mesmo o consumo moderado da substância diminui a probabilidade de uma mulher conceber. Nos homens, o consumo excessivo diminui a qualidade e quantidade de esperma. KJ Patel acaba de completar uma investigação sobre os efeitos tóxicos do álcool sobre ratos. Seu estudo indica que uma única dose excessiva de álcool durante a gravidez pode ser suficiente para provocar danos permanentes sobre o genoma do feto. A Síndrome Alcoólica Fetal, segundo Patel, "pode resultar em crianças danos sérios, nascidas com anomalias na cabeça e face e com deficiências mentais". FÍGADO O médico Nick Sheron, que comanda a unidade de fígado do Southampton General Hospital, na Inglaterra, disse que os mecanismos por meio dos quais o álcool prejudica o organismo não são claros. "A toxicidade do álcool é complexa, mas sabemos que há um relacionamento próximo e claro". Quanto maior a ingestão semanal, maior o dano ao fígado e esse efeito aumenta exponencialmente em alguém que bebe de seis a oito garrafas de vinho –ou acima disso– nesse período. Segundo Sharon, nas últimas duas ou três décadas, houve um aumento de 500% no número de mortes por doenças do fígado no Reino Unido. Dessas, 85% foram provocadas pelo álcool. O ritmo desse crescimento começou a diminuir, mas muito recentemente. "O álcool tem um impacto maior sobre a saúde do que o fumo porque ele mata em uma idade menor". Segundo o especialista, doenças do fígado provocadas pelo consumo de álcool matam por volta dos 40 anos de idade. CONSUMO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS O consumo de álcool é, cada vez mais, um problema de saúde pública. No início do ano, o serviço nacional de saúde britânico, NHS, anunciou que internações associadas ao consumo de álcool no Reino Unido atingiram nível recorde em 2010. Houve mais de um milhão de internações, em comparação com 945.500 em 2008-2009 e 510.800 em 2002-2003. Quase dois terços dos pacientes eram homens. Segundo a entidade beneficente britânica Álcool Concern, há estimativas de que o número de internações possa alcançar 1,5 milhão por volta de 2015. Quando são considerados os perigos para o indivíduo e a sociedade como um todo, o álcool é mais prejudicial do que a heroína e o crack – concluiu um estudo publicado no ano passado na revista científica "The Lancet". O estudo, feito pelo Comitê Científico Independente sobre Drogas, órgão científico independente que estuda as drogas e seus efeitos, concluiu também que o álcool é três vezes mais prejudicial do que a cocaína e o tabaco porque é usado de forma muito mais ampla. RECOMENDAÇÕES A diretora de pesquisas do Institute of Alcohol Studies, Katherine Brown, disse que as orientações atuais sobre o consumo de álcool e a forma como essas diretrizes são comunicadas à população podem estar contribuindo para a desinformação do público. "Precisamos ser cuidadosos quando sugerimos que existe um nível `seguro' de ingestão. Na verdade, precisamos explicar que existem riscos associados ao consumo do álcool e que quanto menos você bebe, menor seu risco de desenvolver problemas de saúde". Para a especialista, é preciso mudar a percepção de que "beber regularmente é uma prática normal e livre de riscos". O médico Nick Sheron concorda. "Não existe um nível seguro. As pessoas apreciam um drink, mas precisam aceitar que existem riscos e benefícios". * Fonte: Folha de São Paulo – BBC Brasil >>> www.aqlcoolismo.com.br "SEM TOLEÂNCIA PARA O ÁLCOOL" O presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Antonio Geraldo da Silva, escreveu um artigo a respeito da decisão do Superior Tribunal onde o motorista que for flagrado com mais de 6 decigramas de álcool no sangue poderá ser preso, mesmo que o motorista não provoque riscos a outras pessoas. E também falou sobre a posição da ABP quanto a essa decisão. A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou as drogas pelo seu grau de periculosidade, seguindo critérios como o maior ou menor perigo tóxico, a maior ou menor capacidade de provocar a dependência física, e a maior ou menor rapidez em que esta dependência se estabelece. O álcool é classificado no Grupo 2, junto com os barbitúricos, devido aos seus terríveis efeitos sobre a saúde e a grande dependência física e psíquica que provoca quando consumido em excesso. Só perde para o ópio e derivados. Na quinta-feira (03), numa posição que merece toda a nossa atenção, o Supremo Tribunal Federal decidiu que dirigir com concentração de álcool por litro de sangue igual ou superior a 6 decigramas é crime sujeito à detenção, mesmo que o motorista não provoque risco a outras pessoas. O ministro Ricardo Lewandowski, relator do processo, comparou o ato de dirigir embriagado com o porte ilegal de arma de fogo. Para ele, portar arma sem autorização é crime, mesmo sem que haja uma ameaça concreta a um terceiro. A decisão da Suprema Corte brasileira se alia à posição da ABP, que é contrária ao uso de álcool por motoristas e vai mais além, critica as campanhas publicitárias de bebidas alcoólicas. Não podemos aceitar que a sociedade seja bombardeada com imagens ilusórias e que não mostram os reais perigos do consumo de bebidas, seja para o organismo da pessoa, seja como protagonista de acidentes de trânsito. Para motoristas, a quantidade aceitável de álcool é zero, sem negociação ou índices mínimos. Como entidade que pode e deve influenciar as políticas públicas de saúde, precisamos nos posicionar contra medidas como o patrocínio da indústria do álcool a atividades esportivas e eventos que reúnam jovens. Devemos exigir que as leis atuais que determinam a proibição de venda de bebidas alcoólicas em estádios de futebol sejam mantidas, mesmo que isso contrarie a posição da FIFA para a Copa do Mundo de 2014. Também devemos e podemos nos manifestar mais e melhor sobre as consequências do uso indiscriminado do álcool. Nosso protagonismo nesta luta é fundamental e necessário. Antonio Geraldo da Silva Presidente da ABP * Fonte: Abead >>> www.alcoolismo.com.br "EMBORCAMENTO PRECOSE" O uso nocivo de álcool resulta em 2,5 milhões de mortes por ano no mundo. Cerca de 320 mil jovens entre 15 e 29 anos de idade morrem de causas relacionadas a essa substância – o equivalente a 9% de todas as mortes nessa faixa etária. Tais estimativas, da Organização Mundial da Saúde (OMS), são preocupantes, tanto é que, em menos de uma semana, tivemos ao menos dois eventos importantes relacionados ao assunto. Em setembro foi realizada uma reunião de alto nível da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre prevenção e controle de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs), aberta pela presidente Dilma Rousseff. Nesse encontro (e na declaração política resultante dele), os principais fatores de risco em comum entre as DCNTs discutidas (doenças cardiovasculares, diabetes, câncer e enfermidades respiratórias crônicas), e evitáveis, foram: o sobrepeso e a obesidade resultantes da falta de uma alimentação saudável e da inatividade física, o tabagismo e o consumo nocivo de álcool. Para diminuir o impacto deste último, ações e políticas públicas efetivas, baseadas em evidências científicas e adequadas ao contexto local, deveriam ser implementadas de maneira integrada por diferentes setores. Citou-se ainda o documento intitulado Estratégia Global para Redução do Uso Nocivo de Álcool, lançado pela OMS em 2010, que traz sugestões a serem aplicadas em todo o mundo – respeitadas, é claro, as diferenças culturais e socioeconômicas de cada país. É nesse contexto de políticas públicas que se insere o segundo evento da semana: a Assembleia Legislativa aprovou o Projeto de Lei 698/2011, que proíbe, no Estado de São Paulo, a venda, a oferta, o fornecimento, a entrega e a permissão de consumo de bebida alcoólica, ainda que gratuitamente, aos menores de 18 anos de idade. Aqui, é importante apresentar o cenário do uso de álcool entre nossos jovens, baseado em pesquisas científicas recentes. Um levantamento com estudantes do ensino médio em escolas particulares da cidade de São Paulo, realizado no ano passado, revelou que um em cada três estudantes entre 15 e 18 anos já havia bebido cinco ou mais doses de álcool em uma única ocasião, ao menos uma vez no mês anterior à pesquisa. Quando analisamos o panorama brasileiro, nos deparamos com dados igualmente preocupantes. No 1º Levantamento Nacional sobre Uso de Álcool, Tabaco e Outras Drogas entre Universitários das 27 Capitais Brasileiras, que contou com mais de 12 mil estudantes, verificou-se que 79% dos entrevistados menores de 18 anos já tinham consumido algum tipo de bebida alcoólica. Além disso, estima-se que o primeiro consumo ocorra entre 13 e 15 anos de idade, considerando a população geral brasileira de adultos jovens (entre 18 e 25 anos). Isso é um sério problema de saúde pública porque na adolescência o sistema nervoso central ainda se encontra em desenvolvimento e, portanto, mais suscetível aos efeitos do álcool. Nota-se, ainda, que o uso precoce de tal substância é um importante indicativo de maior risco para o desenvolvimento de transtornos relacionados (abuso ou dependência). Como especialista em dependência química há 30 anos, tenho a clareza de que o uso nocivo e a dependência do álcool, por ser uma questão complexa e multifatorial, não é um problema que pode ser resolvido de maneira simples e rápida, como muitos de nós gostaríamos. Abordá-lo sob uma visão interdisciplinar é essencial para lidarmos de maneira mais adequada com esse problema de saúde pública global. Ações integradas e complementares, baseadas em evidências científicas, sustentáveis e, principalmente, eficazes somente poderão ser desenvolvidas e implementadas se instituições de diferentes setores contribuírem junto à sociedade. Nesse aspecto, unem-se prevenção e tratamento. Além disso, não podemos deixar de lado o desenvolvimento educacional e social – disseminar amplamente o conhecimento adquirido por meio de pesquisas científicas deve ser prioritário. Sim, ainda há solução para o uso nocivo de álcool. Ela envolve investir fortemente em programas de prevenção, inibir de forma intensiva o uso nocivo dessa substância e recuperar aqueles que dela já se tornaram dependentes. * Fonte: Arthur Guerra de Andrade – O Estado de São Paulo >>> www.alcoolismo.com.br "A CADA 24 MINUTOS UMA PESSOA É INTERNADA POR CONSUMO ABUSIVO DE ÁLCOOL" A cada 20 minutos, uma pessoa é internada em hospitais públicos de São Paulo com alguma doença ocasionada pelo abuso do álcool, segundo levantamento da Secretaria Estadual de Saúde. O estudo não inclui as internações causadas por acidentes de trânsito. De acordo com o levantamento, os transtornos mentais e comportamentais, como as síndromes de abstinência ou dependência química e os transtornos psicóticos são responsáveis por 87% das internações. As 13% restantes – o equivalente a 300 casos por mês - referem-se às doenças alcoólicas do fígado, como cirrose, insuficiência hepática e hepatite. "O alcoolismo é uma doença silenciosa e leva anos para se manifestar", alerta a médica Rosângela Elias, coordenadora de saúde mental de álcool e drogas da Secretaria Municipal de Saúde. Ela é também a única doença da qual o portador não busca ajuda porque não admite a dependência. "Infelizmente, o doente diz que bebe para descontrair e pode parar no momento que quiser", lamenta. Rosângela afirma que o apoio da família é fundamental para a recuperação, embora o índice de recaída fique em torno de 60%, mesmo quando a busca por tratamento é espontânea. MORTES O alcoolismo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), já é a segunda doença que mais mata no mundo depois do câncer: 3,2% do total de mortes. No Brasil o número é ainda maior: 10% da população, ou 19 milhões de pessoas morrem por ano devido ao excesso de bebidas, de acordo com estudo da Uniad (Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas) da Universidade Federal de São Paulo. Pesquisador da Uniad, o psiquiatra Nino Meloni explica que há fatores, mesmo genéticos, que fazem certas pessoas se sentirem bem ao consumir álcool. A sensação passageira de euforia ganha coro na sociedade, que por questão cultural não a vê como droga perigosa que causa dependência e mata. O psiquiatra lembra que o país é o quarto produtor mundial de cachaça, com 200 milhões de litros comercializados anualmente, dos quais 195 milhões consumidos somente no mercado interno. "Produzimos e consumimos o mesmo volume de pinga que uísque. A diferença é que uísque é consumido mundialmente e a pinga somente no Brasil", diz. E arrisca uma explicação: "A pinga é mais barata que o leite". O álcool, diz o médico, é porta de entrada para outras drogas. Nas clínicas de recuperação, cerca de 55% das internações são decorrentes de alcoolismo. "Isso não significa que estejam diminuindo. A proporção é menor que nos anos anteriores porque aumentou o número de dependentes em crack", diz. Recaída de 30% Pelo menos dois em cada 10 pacientes submetidos a transplante de fígado têm cirrose hepática provocada pelo consumo excessivo de álcool. Contudo, o índice de recaída ainda é muito alto: chega a 30%, segundo o médico Carlos Baia, coordenador dos transplantes de fígado da Secretaria Estadual de Saúde. Na semana passada, médicos do Hospital Albert Einstein sugeriram o procedimento ao ex-jogador Sócrates como alternativa de cura. Sócrates segue internado na UTI e seu estado é considerado estável. O sangramento, digestivo, segundo os médicos, está estancado. O médico explica que o álcool inflama e destrói gradualmente as células do fígado. A cirrose se caracteriza quando o órgão é tomado por pequenas cicatrizes. As complicações decorrentes da doença também são lentas e a pessoa só percebe quando ela já está em nível avançado. Os principais sintomas são acúmulo de água na barriga, inchaço nas pernas, confusão mental, câncer e hemorragias digestivas. A estimativa é de que pelo menos 15% dos alcoólicos atinjam essa etapa ao beber durante um período de 10 a 15 anos. Hoje, a prioridade do transplante varia de acordo com a gravidade da doença. Cirrose tem prazo de espera mais longo. * Fonte: www.alcoolismo.com.br "CONSUMO DE ÁLCOOL DIFERE ENTRE USUÁRIOS DE DROGAS". Um estudo britânico publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences e divulgado pelo Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), investigou as diferenças nos padrões de uso e problemas relacionados entre indivíduos que consomem álcool juntamente com cocaína em pó versus os que fazem essa combinação com o crack. Para isto, foram recrutados usuários que relataram uso simultâneo de álcool e cocaína em clínicas e comunidades de Londres, na Inglaterra, para participar de entrevistas estruturadas. No total, 102 indivíduos de ambos os sexos e com média de idade de 30 anos foram selecionados, sendo que 69 eram usuários de cocaína e 33 de crack. Os resultados apontam que tanto a frequência como a quantidade máxima de álcool ingerida por ocasião de beber pesado*, no mês anterior à pesquisa, foram significativamente maiores entre usuários de cocaína em pó em comparação aos de crack: 20 dias de uso e 23 doses de bebida alcoólica; 15 dias de uso e 15 doses, respectivamente. Entre os usuários de cocaína em pó, 99% relataram ao menos um episódio de beber pesado, enquanto a proporção entre os usuários de crack foi de 48%. Além disso, 46% dos usuários de cocaína em pó afirmaram ter bebido pesado pelo menos uma vez por semana, durante o mês anterior à pesquisa, em comparação com 13% dos usuários de crack. Em contrapartida, os usuários de crack relataram problemas mais sérios associados ao uso dessa substância e outras drogas ilícitas, problemas de saúde física e psicológica e criminalidade, além de uso mais frequente de cocaína e maiores níveis de dependência dessa substância. Nota-se, portanto, que o beber pesado frequente representa um risco grave para a saúde de muitos usuários de cocaína. As diferenças nos padrões de consumo de álcool confirmam a importância de distinguir os usuários de cocaína em pó dos usuários de crack. Os autores do estudo ainda alertam que, como é frequente a direção de automóveis sob a influência de álcool ou drogas e os riscos de acidentes de tráfego aumentam bastante, os profissionais de saúde que trabalham no atendimento primário ou na emergência precisam de treinamento para detectar, avaliar e tratar adequadamente pacientes que fazem consumo simultâneo de álcool e cocaína. *Beber pesado geralmente é definido em termos do consumo excessivo de álcool em um curto período de tempo. O National Institute on Alcohol Abuse and Alcoholism define beber pesado episódico como o consumo de 5 ou mais doses alcoólicas por homens ou de 4 ou mais doses por mulheres, dentro de um período de 2 horas, sendo que uma dose-padrão de bebida alcoólica (285 ml de cerveja, 120 ml de vinho ou 30 ml de destilado) contém, aproximadamente, 8 a 13 g de álcool puro. Título da pesquisa: Concurrent use of alcohol and cocaine: differences in patterns of use and problems among users of crack cocaine and cocaine powder. Autores: Gossop M, Manning V, Ridge G. Fonte: Alcohol & Alcoholism Vol. 41, No. 2, pp. 121–125, 2006. * www.alcoolismo.com.br Assunto: Álcool nas Festas Queridos e amados irmãos em Cristo Jesus. Sobriedade e Paz, Só Por Hoje, Graças a Deus. Vamos divulgar e conscientizar nossas comunidades. Abraço fraterno. Paz de Cristo. Coordenação Arquidiocesana da Pastoral da Sobriedade da Arquidiocese de Niterói – RJ. BEBIDAS ALCOÓLICAS E FESTAS DE IGREJA Em síntese: Como bispo de Joinville, D. Orlando Brandes condena o uso de bebidas alcoólicas na festas de igreja. Firma sua posição sobre doze itens que manifestam a inconveniência de fomentar o alcoolismo. Como bispo de Joinville (SC), D. Orlando Brandes (hoje Arcebispo de Londrina, PR) escreveu uma Carta aos seus diocesanos pela qual condena o uso de bebidas alcoólicas nas festas de igreja. O texto chegou a PR via internet. Dado o alto valor deste documento, transcrevemo-lo a seguir O USO DE BEBIDA ALCOOLICA NAS FESTAS DE IGREJA O alcoolismo é uma doença. É a primeira e a mais consumida de todas as drogas. É alarmante o índice de jovens, mulheres e adultos dependentes do álcool. Mortes no trânsito, violência familiar, infidelidade conjugal e doenças derivantes do álcool, são consequências negativas do hábito ou da dependência de bebidas alcoólicas. Grande parte do setor de ortopedia dos hospitais é ocupada por acidentados alcoolizados. Os gastos públicos são astronômicos, e poderiam ser evitados se houvesse mais conscientização. As escolas e estádios proibiram o uso de álcool em suas festas. A CNBB promoveu o apoio a Pastoral da Sobriedade e coordenou a Campanha da Fraternidade “Vida Sim, Drogas não”. No texto-base está dito pela CNBB: “A pior das drogas é o alcoolismo”. Não podemos em nossas festas lucrar com dinheiro da pior das drogas e com festas mundanas que levam o nome de “festa de Igreja”. Depois de três anos de conscientização, através de reuniões, assembleias pastorais, conselho de pastoral e o aval do clero, a Assembléia Diocesana de Pastoral votou unanimemente em favor das festas sem álcool. Doze razões foram elencadas em carta enviada as comunidades para aprofundamento da questão. Eis os doze pontos: 1. O alcoolismo é uma doença. Nós somos pela defesa da vida, da saúde e da boa convivência humana. O quinto mandamento da lei de Deus manda: “Não matarás”. O álcool mata o alcoólatra e muitas vezes os irmãos em casa, nas festas, no trânsito e nas brigas. 2. O alcoolismo já está atingindo a juventude, as mulheres e também as pessoas da Igreja. Não podemos continuar dando mau exemplo em nossas Igrejas e colaborar com o prejuízo das pessoas. 3. Temos na CNBB e nas Dioceses a Pastoral da Sobriedade. Na diocese de Joinville, temos a Pastoral Antialcoólica. Permitir bebidas nas nossas festas é um contra-testemunho e uma contradição com estas Pastorais. 4. Não somos contra as festas. Pelo contrário; o que queremos é que nossas festas sejam verdadeiramente religiosas, sadias, agradáveis, num espírito de família e de boa convivência. Nos lugares onde forma tiradas as bebidas alcoólicas, as festas melhoraram em tudo. 5. Para tirar as bebidas alcoólicas, é preciso implantar bem o dizimo nas comunidades. Onde o Dizimo é bem organizado, melhorou em muito o lado econômico da comunidade e pode-se então abolir as bebidas alcoólicas das festas sem prejuízo financeiro. O segredo está na boa implantação da Pastoral do Dizimo. 6. As festas com bebidas alcoólicas, mais a contratação de músicos, cantores e conjuntos musicais, acabam sendo muito dispendiosas. E a maior parte do lucro não fica na comunidade. Não podemos mais continuar apoiando coisas do mundo, nas festas religiosas. “Detesto vossas festas, tornaram-se uma carga que não suporto mais” (Is 1,14). 7. O povo e a comunidade aprovam a abolição das bebidas alcoólicas em nossas festas. Quem ainda quer fazer festa com bebidas alcoólicas são as lideranças mais antigas, que não conhecem as novas experiências, de festas sem álcool. Algumas vezes pessoas da Igreja também não estão ainda bem convencidas no assunto. Geralmente quem bebe, são pessoas que não frequentam a comunidade. Elas aparecem nas festas, depois não participam da comunidade. 8. As Paróquias e comunidades que já tiraram as bebidas alcoólicas de suas festas começaram primeiro conscientizando a comunidade, e paralelamente implantaram a Pastoral do dizimo. Algumas fizeram uma votação, ou melhor, um plebiscito. Tudo deu certo. O povo está feliz, e as finanças aumentaram, sem as bebidas alcoólicas nas festas. 9. Tirando as bebidas alcoólicas, estamos dando bom exemplo para outras religiões, colaborando com a saúde pública, sendo coerentes com nossa fé e nossas Pastorais. 10. Após alguns anos de conscientização, a Assembléia Diocesana de Pastoral, em 2005 votou pela abolição de bebidas alcoólicas em festas da igreja, Padres e lideranças, devem dar oportunidade de conscientização da comunidade sobre este assunto. 11. “Não vos embriagueis, mas enchei-vos do Espírito (Ef 5,18). A experiência tem mostrado que suco de uva e outras bebidas substituem as bebidas alcoólicas. Para maior clareza, decidimos que, se alguém aluga salões da Igreja para casamento e outros encontros, consideramos que tais festas não são promoção da Igreja e por isso o uso de bebida alcoólicas é da responsabilidade dos encarregados da festa. 12. Percebemos também que nas comunidades onde o Pároco assume a responsabilidade de tirar as bebidas alcoólicas, o povo aceita e as lideranças se rendem. Onde o Padre fica neutro ou é contra, é quase impossível a mudança do hábito. "CONSUMO DE ÁLCOOL PRECOCE EM MENINAS". Uma nova pesquisa foi realizada novamente na cidade de Botucatu, mas desta vez a Faculdade de Medicina (FM) da USP buscou saber a quantas anda o consumo de álcool entre adolescentes. E o estudo trouxe um resultado surpreendente quanto às meninas adolescentes. O consumo de bebidas alcoólicas é mais precoce entre mulheres do que entre homens e isto, somado à pouca maturidade das adolescentes, pode favorecer o comportamentos de risco, como a prática de sexo sem proteção. A conclusão é de uma pesquisa da Faculdade de Medicina (FM) da USP do Campus de Botucatu. Além da precocidade, o levantamento indicou que as estudantes do sexo feminino apresentaram maior propensão para o comportamento de beber com embriaguez. O termo é usado para definir um consumo igual ou até maior a 5 doses em uma ocasião para homens e maior ou superior a 4 doses para mulheres. Nesse caso, uma dose equivale a 50 ml de destilado com teor alcoólico de 40%; 350 ml de cerveja (teor alcoólico de 4-5%) e 150 ml de vinho a 12,5% de álcool. Os jovens são os que apresentam maiores riscos em relação ao consumo do álcool, com consequências negativas diversas como problemas nos estudos, problemas sociais, práticas de sexo sem proteção, maior risco de suicídio, homicídio e acidentes, frisa a assistente social Priscila Lopes Pereira, autora do estudo, que é sua dissertação de mestrado na FM. Ela teve a orientação da psiquiatra Florence Kerr-Corrêa, professora da mesma unidade. O padrão de consumo, segundo o sexo, vem sendo objeto de discussão em estudos envolvendo a epidemiologia do alcoolismo. Há de se salientar as conquistas femininas nas últimas décadas, entre elas, além da independência financeira, as adolescentes passaram a ter mais liberdade para frequentar locais onde são consumidas bebidas alcoólicas antes restritas aos homens, explica Priscila. Além disso, as mulheres que bebem regularmente desenvolvem uma série de doenças graves mais rapidamente que os homens, tais como: fígado gorduroso, hipertensão, anemia, desnutrição, hemorragia gastrintestinal e úlcera péptica, ressalta a autora, que acrescenta: é necessário estabelecer uma política clara de orientação sobre o uso de álcool para os estudantes, bem como programas de prevenção. Influência dos amigos O álcool é a droga lícita mais consumida no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Ainda de acordo com a OMS, a substância é a droga de escolha entre crianças e adolescentes estima-se que o uso dessa droga tenha início (aos) entre 10 (ou) a 12 anos. Estudos anteriores encontrados na literatura científica mostravam que os homens bebem mais que as mulheres em todas as faixas etárias e que jovens consomem mais álcool do que idosos. O estudo realizado pela UNESP apontou a influência de amigos que bebam ou fiquem embriagados uma vez por semana como cruciais para o estímulo do consumo entre os jovens. A pesquisa indicou, ainda, outros fatores que também são facilitadores, embora menos significativos: pertencer a uma classe social mais alta; estudar em escola pública e não ter prática religiosa. Para a pesquisadora, esse contato precoce com o álcool requer atenção maior não somente por parte da família, mas da sociedade. O comportamento pode provocar situações de violência sexual, início precoce da vida sexual, propensão a contrair doenças sexualmente transmissíveis e gerar uma gravidez indesejada. Saiba mais a respeito do assunto e como se deu esse resultado lendo a matéria na íntegra no Portal RAC. * Com informações do Portal RAC. ** Fonte: www.alcoolismo.com.br "CONIVÊNCIA DOS PAIS AJUDA A AGRAVAR CONSUMO DE ÁLCOOL POR ADOLESCENTES". O estado de São Paulo endureceu o combate ao álcool na infância e na juventude. Em novembro de 2011, entrou em vigor uma lei que prevê punições administrativas, além das sanções penais aos comerciantes que venderem oferecerem ou permitirem o consumo de bebidas alcoólicas por menores de idade no interior de seus estabelecimentos. A lei será aplicada mesmo se o adolescente estiver na companhia de seus pais ou de um responsável maior de idade. Para burlar a lei, adolescentes passaram a cometer uma infração ainda mais grave: falsificar a carteira de identidade. Não se trata mais, como no passado, de colocar com caneta preta um outro número no documento. A falsificação é para valer. É feita no programa Paint, disponível para qualquer computador. Há até mesmo um tutorial no YouTube, com mais de 50 mil acessos, em que parte da falsificação é mostrada. O que mais surpreende é que muitos adolescentes falsificam a carteira de identidade com a anuência dos pais. Profissional bem-sucedida, A. ajudou seu filho M., de 17 anos, a falsificar seu RG. Ela aceitou mostrar ao jornal O Globo como se faz. Em cinco minutos, foi falsificada a data de nascimento de uma carteira de identidade. O documento, a seguir, foi destruído, já que falsificar documento é crime, com pena prevista de dois a seis anos de prisão. - Faltavam apenas dois meses para ele fazer 18 anos. Ele queria muito ir naquela balada – justifica A., acrescentando que o filho já fez 18 anos e rasgou o documento falso. M. afirma que aprendeu com colegas como falsificar: - Isso não é novidade. Muita gente faz. Uma pesquisa feita pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) com 5.226 alunos de 37 escolas privadas de São Paulo, divulgada em 2010, mostrou que 40% dos estudantes haviam bebido no mês anterior à pesquisa. Os estudantes disseram ter começado a consumir bebida alcoólica com 12,5 anos, e 46% afirmaram que beberam pela primeira vez em casa. A bebida foi oferecida por familiares (46%) ou amigos (28%). Apenas 21% disseram ter tomado a iniciativa de buscar a bebida. Fonte: O Globo >>> www.alcoolismo.com.br "A DOENÇA DO ALCOOLISMO" No ano passado, o jornal Bom Dia mostrou, em reportagem especial, que o consumo de álcool entre as pessoas que estão na terceira idade cresceu assustadoramente nos últimos anos. Uma pesquisa apontava que o abuso do álcool estava presente em todas as classes econômicas, não apenas em idosos pertencentes a camadas mais pobres. Além dos males clínicos à saúde, o alcoolismo também provoca graves problemas sociais, de relacionamento com a família e com os amigos. E, nos idosos, as consequências do uso em excesso de bebida alcoólica são ainda maiores, já que aumenta o risco de quedas, traz desnutrição, provoca o aumento da pressão arterial e ainda pode desencadear uma série de doenças cardiovasculares. Isso sem falar que pessoas da terceira idade, geralmente, fazem uso de medicamentos – e a mistura desses remédios com o álcool pode ser altamente prejudicial ao organismo. Nesta semana o jornal trouxe uma constatação ainda mais perigosa: Cada vez mais as mulheres estão abusando das bebidas alcoólicas. Se, há 15 anos, a proporção era de consumo de álcool era de uma mulher para cada cinco homens, hoje, segundo pesquisa do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, é de uma mulher para cada 1,2 homens. Nos Alcoólicos Anônimos de Bauru, por exemplo, elas já representam 30% do grupo. E tem mais um dado, no mínimo, preocupante, revelado por esta pesquisa. Se, no universo masculino, quanto menor o grau de instrução, maior o risco de cair no alcoolismo, entre as mulheres ocorre o inverso: quanto mais estudadas, mais as meninas têm tendência a beber. O problema é claro: o metabolismo do álcool nas mulheres, segundo o médico Dráuzio Varella, não é igual ao dos homens. Isso significa que se for administrada, para dois indivíduos de sexos opostos, a mesma dose ajustada de acordo com o peso corpóreo, a mulher apresentará níveis alcoólicos mais elevados no sangue. O problema do alcoolismo é um problema social, de saúde pública, e deveria receber uma atenção especial de todos. Não se trata mais de um problema esporádico, que ocorre longe, nos botecos mais escondidos da cidade, apenas com pessoas de classes sociais mais baixas, que não têm oportunidades de uma vida melhor. Este é um mal que não faz mais distinção de idade, sexo ou poder aquisitivo. Acontece ali, ao seu lado, muitas vezes dentro da nossa própria casa, e precisa ser combatido por todos, com conversa, esclarecimentos e ajuda profissional. Não dá para deixar que só campanhas educativas mudem esse panorama. Fonte: Jornal Bom Dia >>> www.alcoolismo.com.br "MULHERES COM MAIOR INSTRUÇÃO BEBEM MAIS" O consumo de bebidas alcoólicas está diretamente relacionado ao grau de instrução das mulheres paulistanas: quanto maior o tempo de estudo, maiores os riscos de beberem mais e sofrerem, consequentemente, com problemas ligados à bebida. Essa é a conclusão de um estudo do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (IPq – HC), publicado na edição deste mês da revista científica Clinics. "Há quinze anos, a proporção era de sete homens que bebiam para cada mulher. Hoje, temos 1,2 homens para cada mulher que consome bebidas alcoólicas", constata a psiquiatra Camila Magalhães Silveira, uma das autoras da pesquisa. No caso das mulheres com grau de instrução maior e melhores condições econômicas, a situação pode ser ainda mais complexa. "Elas têm de dar conta de mais de um papel. São mães, esposas e profissionais. Sofrem uma cobrança social muito grande." Já entre o sexo masculino, a escolaridade é um fator de proteção. Homens com baixo grau de instrução apresentam oito vezes mais riscos para o alcoolismo. "A relação entre escolaridade e consumo de álcool reflete uma mudança cultural", diz o conselheiro da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (Abead), Carlos Salgado. Considerada um indicador socioeconômico, a educação é um sinônimo de independência feminina, tanto emocional quanto financeira. "Mulheres com grau de escolaridade maior são mais independentes e estão mais expostas", explica a pesquisadora do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas (Inpad), Ilana Pinsky. Para Salgado, o álcool acaba sendo utilizado com uma válvula de escape feminino contra o estresse. "Ela bebe para aliviar a pressão social e por ter conquistado direitos semelhantes aos do universo masculino. Quanto mais instruída, mais chances essa mulher terá de socializar. Ela terá mais oportunidades de beber", completa. Os especialistas afirmam que as bebidas alcoólicas também são utilizadas por homens para aliviar a tensão. Mas há, contudo, uma conscientização maior com relação ao impacto negativo do álcool sobre eles. "O processo é contrário. À medida que o homem recebe cultura, mais ele irá se cuidar", diz Salgado. "Todas as campanhas (sobre o álcool) são voltados para o público masculino", completa Camila. Historicamente, casos de alcoolismo feminino também são menos discutidos. "Mesmo que essa mulher identifique um problema com a bebida, ela terá mais dificuldade de assumir e encontrar ajuda. Mulheres identificam o problema nos companheiros, mas não nelas", afirma Camila. Exatamente 1.464 indivíduos foram entrevistados para o estudo, que avaliou as diferenças de gêneros no consumo do álcool – a maior abordagem epidemiológica nessa linha já feita na cidade. Organismo A relação das mulheres com o álcool também preocupa porque elas são mais vulneráveis aos seus efeitos do que os homens. A produção inferior de uma enzima que "digere" o álcool, a menor quantidade de água no organismo e os hormônios são fatores que as tornam menos resistentes às bebidas. "Elas pagam mais caro pela mudança cultural", diz Salgado. * Fonte: Jornal da Tarde >>> www.alcoolismo.com.br "COMERCIAIS DE CERVEJA PODEM INFLUENCIAR JOVEM" Pelo sistema de classificação indicativa do Ministério da Justiça, emissoras de TV só podem veicular programas identificados como inadequados para menores de 18 anos depois das 23h. Você já parou para se perguntar, no entanto, por que os comerciais de cerveja – cuja venda para menores é proibida por lei – podem ser veiculados em qualquer horário? Legalmente, as propagandas de cervejas antes das 23h não podem ser proibidas porque elas não são consideradas bebidas alcoólicas, para fins de publicidade. Hoje, a lei proíbe apenas propagandas de produtos cujo teor alcoólico seja superior a 13° Gay-lussac, o que deixa de fora do veto as cervejas, as bebidas ice e os vinhos mais populares. Dois projetos apresentados no Senado – um pela senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) e outro por Marcelo Crivella (PRB-RJ) – propõem a revisão da regra, mas enfrenta resistências. No ano passado, ambos foram rejeitados pelo relator responsável na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT), senador Lobão Filho (PMDB-MA), que disse considerar que a restrição à publicidade de bebidas alcoólicas "contraria o princípio constitucional da liberdade de expressão e informação". Para a psicóloga Ilana Pinsky, professora supervisora na pós-graduação do Departamento de Psiquiatria da UNIFESP, a exposição de crianças e adolescentes a comerciais de bebidas alcoólicas pode levá-los e beber mais cedo. "Pela lei federal, cerveja não é considerada bebida alcoólica para fins de publicidade, o que é uma piada, não tem sentido. As cervejarias podem fazer propaganda em qualquer horário e são as que mais aparecem nos intervalos comerciais. Assim, os jovens estão muito mais expostos a essas publicidades. Sem contar que a cerveja é um produto de iniciação para o jovem e, no Brasil, é a primeira bebida de escolha, seguida do vinho e das bebidas destiladas. Então, sim, a publicidade tem influência na medida em que ela é muito mais frequente e criativa. O jovem se associa e se interessa mais e, portanto, acha que pode beber mais também", afirma em entrevista ao site da ONG Instituto Alana. Um levantamento feito pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) e pela Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) fornece argumentos à tese da psicóloga. Segundo o relatório final, 54% dos entrevistados para o estudo com idades de 12 a 17 disseram consumir álcool e 7% apresentavam dependência. Na faixa etária dos 18 aos 24, 78% afirmaram já ter feito uso de bebidas alcoólicas e 19% foram identificados como dependentes. "Claro que se você fizesse publicidade de cerveja 24 horas, mas fosse muito difícil para o jovem comprar a bebida seria diferente. Mas essa não é a nossa realidade. No Brasil, é fácil e é barato consumir essas bebidas. Quanto mais exposto à publicidade, mais propenso o público infanto-juvenil está a beber cada vez mais e mais cedo", afirma Ilana Pinsky. Redes sociais Com o crescimento das novas mídias, a expansão das ações de marketing das cervejarias no ambiente virtual preocupa a psicóloga. "O que eu vejo é que isso (a publicidade de cervejas) entrou nas redes sociais de uma maneira massiva. É a grande estratégia do momento. As marcas exercem muita influência lá, com ações muito criativas e quase sempre voltadas aos mais jovens. Claro que as redes são frequentadas por todas as idades, mas os mais jovens e as crianças têm mais facilidade em usá-las", afirma. * Fonte: Administradores >>> www.alcoolismo.com.br "ÁLCOOL ALTERA QUÍMICA DO CÉREBRO DE ADOLESCENTES" Vivenciando uma fase de novas descobertas e experiências, os jovens tendem à ultrapassar limites em algumas situações, como o primeiro contato com o álcool. Frequentando as primeiras festas e expostos às bebidas, muitos desconhecem os efeitos que a substância causa no organismo e, consequentemente, esse comportamento culmina em preocupação para os pais. Além das alterações comportamentais, o excesso traz danos ao cérebro, que podem ser irreversíveis. Seus primeiros efeitos podem ser observados a partir da sonolência, da sensação de relaxamento corporal e até mesmo da desinibição de suas atitudes, segundo o Dr. Mario Peres, neurologista do Hospital Israelita Albert Einstein e membro do Departamento de Cefaleia da Academia Brasileira de Neurologia. "Estes sinais físicos ocorrem devido à forma com a qual o álcool afeta o cérebro e o sistema nervoso central", explica o especialista. Comprovado cientificamente que o álcool é nocivo em qualquer faixa etária, seus malefícios entre os adolescentes são evidentes, sobretudo, durante a fase escolar, uma vez que o uso contínuo da substância atrapalha o rendimento, além de provocar confusão mental, falta de coordenação, problemas de memória e de aprendizado. Consequentemente, esse processo resulta também em dores de cabeça, alteração do ciclo natural do sono, da fala e do equilíbrio. Esta substância tem ação depressora sobre o cérebro e pode causar complicações no sistema nervoso. "São dois tipos, a aguda e a crônica. A primeira é decorrente da ingestão excessiva e isolada de álcool. Na segunda, é causada pelo consumo frequente de um longo período", diz o Dr. Mario Peres, enfatizando que a bebida pode gerar atrofia no cérebro e aumentar o risco para o Acidente Vascular Cerebral, AVC. Segundo o neurologista, o álcool modifica a química do cérebro, alterando as funções cerebrais e os níveis de neurotransmissores que controlam os processos de comportamento, emoções e pensamento. Ele ressalta que estas reações causam também mudanças no metabolismo. Na tentativa de reduzir o índice de dependência química entre os jovens, o neurologista destaca que o tratamento pode começar a partir da mudança de comportamento, e que os adolescentes devem se conscientizar dos males que a bebida provoca não apenas ao corpo, mas também nos relacionamentos interpessoais. Os pais precisam exercer total autoridade e manter um diálogo franco sobre o tema, restringindo de imediato o consumo. *Fonte: www.alcoolismo.com.br "ÁLCOOL É A DROGA QUE MAIS MATA NO BRASIL" A cada ano, cerca de 8 mil pessoas morrem em decorrência do uso de drogas lícitas e ilícitas no Brasil. Um estudo elaborado pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) aponta que, entre 2006 e 2010, foram contabilizados 40,6 mil óbitos causados por substâncias psicoativas. O álcool aparece na primeira colocação entre as causas, sendo responsável por 85% dessas mortes. Para elaborar o estudo, a CNM coletou dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, que reúne e consolida os óbitos no território brasileiro conforme os locais da ocorrência e de residência do indivíduo. De acordo com o levantamento, as 40.692 pessoas morreram no Brasil vítimas do uso de substâncias como álcool, fumo e cocaína. E os dados podem estar subestimados, conforme a própria confederação, devido à complexidade de registros no SIM e pelo fato de não serem contabilizadas mortes causadas indiretamente pelo uso de drogas, como acidentes de trânsito e doenças crônicas. No estudo foram contabilizadas mortes em decorrência de envenenamento (intoxicação), transtornos mentais e comportamentais. Drogas ilícitas são minoria dos casos Quando se fala em drogas, substâncias ilícitas, como cocaína e crack, costumam ser as mais lembradas. Segundo o levantamento da CNM, contudo, elas são responsáveis por uma parcela mínima das mortes causadas diretamente pelo seu consumo. Juntos, o álcool e o fumo, drogas vendidas e consumidas legalmente, representam 96% dos mais de 40 mil óbitos contabilizados nos últimos anos. Mortes indiretas elevariam os números Se o número de 40 mil mortes em cinco anos já é considerado preocupante, é preciso lembrar que ele representa apenas uma parcela dos óbitos em consequências do uso de drogas no Brasil. O estudo levou em consideração somente as mortes em que o consumo de substâncias psicoativas foi apontado como causa direta. Ou seja, existe um contingente ainda maior de óbitos não contabilizados que podem entrar nessa relação. Com base no Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, foram selecionadas as ocorrências a partir do que indicavam os atestados de óbito. Dessa forma, não foram contabilizadas as mortes decorrentes de doenças crônicas ou acidentes de trânsito. "Dos casos de câncer de pulmão, 95% são decorrentes do fumo. Grande parte dos acidentes com morte é causada por motoristas embriagados. O número de mortes relacionadas a drogas é extremamente superior aos dados formais", observa o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski. Para o médico Élio Mauer, o álcool se constitui na mais perigosa das drogas porque, além de ser legalizada, pode dar origem a uma série de outros problemas. "Além das mortes por acidentes de trânsito, temos as doenças decorrentes do uso contínuo, como as hepáticas, que podem matar", diz. A depressão muitas vezes também está associada ao consumo de bebidas alcoólicas e outras drogas. Grande parte das mortes contabilizadas no estudo, 34,5 mil, ocorreram em decorrência do uso de álcool. Somente no Paraná, foram 2.338 vítimas. É o estado com o quarto maior índice em proporção à população, ficando atrás somente de Minas Gerais, Ceará e Sergipe. * Fonte: Gazeta do Povo >>> www.alcoolismo.com.br "ALCOOLISMO ALTERA PROPRIEDADES MECÂNICAS DOS OSSOS" Estimativas apontam que 13% da população mundial sofrem com o alcoolismo. Diante da gravidade do problema, cada vez mais pesquisadores vêm se dedicando ao estudo do álcool e seus malefícios sobre o organismo. Para investigar os efeitos do álcool e da desintoxicação alcoólica sobre a neoformação óssea e propriedade estrutural do osso, Evelise Aline Soares, da Universidade José do Rosário Velano (UNIFENAS), de Minas Gerais, e colegas desenvolveram uma pesquisa com animais. Os autores contam em um estudo publicado ano passado na Acta Ortopédica Brasileira que 15 ratos foram divididos em três grupos, cada um com cinco animais. O primeiro recebeu uma dieta líquida à base de álcool etílico a 5% e 10%, nas duas primeiras semanas, e de álcool etílico a 15% da terceira até a décima semana. Um segundo grupo foi submetido ao mesmo regime, porém na quarta semana iniciaram um período de desadaptação gradativa ao álcool. Houve ainda um terceiro grupo (controle) que não foi submetido à dieta líquida à base de álcool. Vale lembrar que todos os animais receberam a mesma dieta sólida e recebiam água. Após quatro semanas, foram colocados implantes de hidroxiapatita (HAD) na tíbia dos animais e foi produzida uma falha no osso parietal e, ao final das 13 semanas, os autores analisaram os ossos dos ratos. Eles contam no artigo que os animais do grupo de alcoolista crônico "apresentaram menores valores de neoformação óssea, de calcemia e resistência mecânica, quando comparado aos grupos controle e desintoxicado". Além disso, os ratos desintoxicados "apresentaram valores superiores em todas as variáveis avaliadas em relação ao grupo alcoolista crônico", destacam na pesquisa. Dessa forma, os pesquisadores concluem que "o consumo de etanol na concentração de 15% interferiu negativamente na osteogênese ao redor de implante de HAD, nos níveis de cálcio e na resistência mecânica óssea". Já a desintoxicação alcoólica demonstrou-se eficaz. Nesse sentido, os autores lembram que os profissionais de saúde devem estar atentos aos hábitos do paciente uma vez que estes podem interferir na osseointegração e no reparo ósseo após fraturas. * Fonte: Wscom >>> www.alcoolismo.com.br "ÁLCOOL NA GESTAÇÃO COMPROMETE FETO" Mesmo que a gravidez seja considerada algo sublime pela maioria das mulheres, existem também as que não desejam passar por essa experiência e são pegas de surpresa quando se descobrem grávidas. O impacto é ainda maior quando as futuras mães são ainda adolescentes. No entanto, o choque emocional pode ser por elas absorvido com mais naturalidade quando consomem bebidas alcoólicas. Mais comum do que se imagina, muitas garotas tornam-se mães e mesmo assim não abandonam a dependência química. A Unidade de Pesquisas em Álcool e Drogas (Uniad) conduziu, em 2002, um estudo coordenado pelos Drs. Ronaldo Laranjeira, Sandro Sendin Misuhiro e Elisa Chalem, no bairro de Vila Nova Cachoeirinha, zona norte de São Paulo, e constatou que, dentre as mil adolescentes grávidas participantes do levantamento, 1,6% apresentou diagnóstico de dependência química ou uso nocivo do álcool. Ainda que a pesquisa tenha sido realizada há 10 anos, não existem outros relatos bibliográficos com este tipo de informação no País. Portanto, é possível que as estatísticas tenham crescido e dentro do índice da pesquisa, 0,9% destas jovens preencheram os critérios avaliados para a dependência do álcool. Para o psiquiatra Sandro Sendin Misuhiro, um dos coordenadores do estudo, "é provável que boa parte dessas adolescentes tenha se tornado alcoólatra já durante a gestação". É fato que o consumo de bebida alcoólica é nocivo à saúde, mas os danos provocados podem ser irreversíveis ao bebê. Nas mães, o excesso causa alterações no fígado, como a gastrite e úlcera. No feto, a Síndrome Fetal do Álcool, conhecida como um conjunto de alterações que facilitam a má formação da criança, pode ocorrer o retardo de crescimento intrauterino e após o nascimento, o peso baixo ao nascer, o lábio superior fino, as anomalias na pálpebra, as disfunções no sistema nervoso central como o atraso no desenvolvimento de habilidade motores e sociais e os distúrbios comportamentais, como irritabilidade. Amamentação Pelos efeitos que o álcool provoca durante a gestação, é prejudicial o seu consumo em qualquer quantidade, por menor que seja. "Cinco doses ou mais por semana durante a gravidez está relacionado com peso baixo ao nascer o bebê, parto prematuro e abortamento espontâneo", alerta o Dr. Sandro Sendin Misuhiro. A contraindicação é severa, uma vez que o álcool presente no organismo da mãe pode ser evacuado no leite e "isso significa que o álcool consumido pela mãe lactante será ingerido pelo bebê lactente", diz o médico. Influência familiar "A disponibilidade de bebida alcoólica e o nível de aceitação de seu consumo em determinado meio são fatores que aumentam a probabilidade de uso. Se essas condições forem encontradas em uma família, a chance dessas jovens beberem será maior", adverte o psiquiatra. A responsabilidade das adolescentes ao criar um filho, ainda que tão jovens, não impede que as famílias atuem como orientadores no alerta para este comportamento juvenil. A melhor arma contra o problema é uma boa conversa, aliada à limitação e fiscalização do consumo das substâncias etílicas. Mesmo que não seja determinante, os filhos de mães dependentes podem adquirir, futuramente, o mesmo hábito. O Dr. Sandro salienta os riscos: "Mesmo que o bebê exposto ao álcool na gravidez não tenha alterações físicas profundas como as observadas na Síndrome Fetal pelo Álcool, alterações mais sutis, porém graves o suficiente para comprometer a funcionalidade dessas crianças, podem ocorrer". Por isso, evite o álcool não somente durante a gestação, mas em qualquer ocasião, adverte o médico. * Fonte: www.alcoolismo.com.br "BEBER DEMAIS PODE ENCOLHER O CÉREBRO" Um estudo, conduzido nos Estados Unidos, avaliou os efeitos do consumo crônico de álcool em ratinhos com e sem receptores para a dopamina, o neurotransmissor responsável pelas sensações de prazer e motivação. Durante seis meses, a metade de cada grupo bebeu apenas água, enquanto a outra bebeu uma solução incrementada com 20% de álcool. Os pesquisadores descobriram que os ratos sem os receptores DRD2 apresentaram mais danos cerebrais que os ratos normais. Além disso, o tamanho do cérebro também mostrou alterações. Os resultados O resultado da pesquisa demonstrou que o consumo crônico de álcool por parte dos ratos sem receptores provocou uma atrofia significativa do cérebro como um todo, e que algumas áreas — especialmente as responsáveis pela fala, memória de longo prazo, sinais motores e informação sensorial — chegaram a encolher. Os ratos normais não apresentaram os mesmo sinais. O fato de que apenas os ratos sem dopamina apresentaram esses danos sugere que o receptor tem um importante papel na proteção contra a atrofia cerebral e a exposição crônica ao álcool. Portanto, humanos com baixos níveis de receptores DRD2 podem ser mais susceptíveis a se tornarem alcoolistas e, de acordo com um dos autores do trabalho, estudos como este podem nos ajudar a entender o papel da variação genética no alcoolismo e nos danos cerebrais em humanos, apontando melhores estratégias para prevenção e tratamento. *Fonte: www.alcoolismo.com.br "BEBER SOCIALMENTE TAMBÉM GERA PROBLEMAS" O efeito do consumo agudo do álcool, relacionado a ingestões de bebida em ocasiões específicas, pode causar hipertensão e problemas cardiovasculares, além de aumentar o risco do desenvolvimento de Acidentes Vasculares Cerebrais (AVCs). É o que aponta uma pesquisa desenvolvida pelo doutorando Ulisses Vilela Hipólito, no laboratório da farmacologia da USP, em parceria com a Universidade de Ottawa, no Canadá. "As linhas de pesquisas existentes já estudaram os efeitos do consumo crônico do álcool, que é prejudicial à saúde. O objetivo dessa pesquisa foi analisar se um consumo, mesmo que menor, também poderia trazer danos para a saúde. Percebemos que isso ocorre", diz Hipólito. Para a realização da pesquisa, foi utilizado o modelo "Binge drinking", termo em inglês que pode ser entendido como o bebedor de fim de semana. Os estudos se basearam na administração do álcool em ratos e comprovou que 85% dos animais que fizeram a ingestão da substância apresentaram alterações no sistema cardiovascular. O coordenador da pesquisa, Carlos Renato Tirapelli, explica que a grande pergunta a ser respondida é como o álcool induz à hipertensão. "Foi possível perceber que o álcool relaxa a aorta. Ele produz muitos radicais livres, que são as moléculas formadas no organismo, resultado da oxidação natural. Esses danos podem provocar um gatilho que desencadeie num espasmo e até levar ao AVC", diz o pesquisador. A pesquisa tem sido desenvolvida nos últimos dois anos. São observados ratos sob o efeito de uma quantia de 13% de álcool no organismo. O estudo é feito após a absorção do etanol pelo organismo. Tirapelli explica que o Sistema Estadual de Análise de Dados (Senad) também tem demonstrado preocupação com o hábito de beber socialmente. "O Senad fez um levantamento em 2007 e, no Brasil, esse hábito é muito comum entre jovens de 18 a 30 anos. Por isso, a necessidade de reconhecer que esse uso agudo também é prejudicial", afirma. Além do apoio da universidade canadense, a pesquisa teve financiamento da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). * Fonte: www.alcoolismo.com.br "EFEITOS DA INTOXICAÇÃO AGUDA POR ÁLCOOL (" RESSACA")" Efeitos da intoxicação aguda por álcool ("Ressaca") A "ressaca" do álcool, ou veisalgia (do norueguês kveis, "mal-estar após devassidão/libertinagem", e do grego algia, "dor"), parece ser a maneira que nosso organismo tem de nos lembrar sobre os perigos do consumo excessivo de álcool. A ressaca sempre se associa à intoxicação aguda de álcool; inicia-se cerca de 6 a 8 horas após o consumo (período em que a concentração de álcool no sangue diminui e retorna a zero, em média) e pode durar até 24 h. Ela é caracterizada por efeitos físicos e mentais adversos, com uma variedade de sintomas de "mal-estar", sendo os mais comuns: dor de cabeça, náuseas, problemas de concentração, boca seca, tontura, desconforto gastrintestinal, cansaço, tremores, falta de apetite, sudorese, sonolência, ansiedade, e irritabilidade. No entanto, há uma variação muito grande desses sintomas (de pessoa para pessoa e de ocasião para ocasião), impossibilitando uma definição exata da ressaca1, 2. Existem várias hipóteses para explicar o aparecimento e a gravidade da ressaca. Além da quantidade de álcool consumida, outros fatores relacionados ao consumo propriamente dito (intervalo de tempo do consumo ou o tipo de bebida) podem influenciar o aparecimento da ressaca. Fatores psicológicos também parecem estar envolvidos, assim como a vulnerabilidade à dependência de álcool (como predisposição genética). Por exemplo, filhos de pais dependentes de álcool, mais vulneráveis à dependência, apresentavam ressacas mais graves do que filhos de não dependentes, em condições comparáveis de frequência e quantidade de álcool consumido3. A presença de alguns traços de personalidade em indivíduos com histórico familiar de alcoolismo também tem sido relacionada com a gravidade da ressaca4. Tal situação poderia favorecer o consumo de álcool, visto que, somado à vulnerabilidade genética, os indivíduos poderiam consumir mais álcool com o intuito de aliviar a sintomatologia da ressaca. Entretanto, ainda são necessários outros estudos a fim de estabelecer uma relação entre diversos fatores (genéticos e psicossociais), os efeitos do álcool e a ressaca. Com relação à prevalência da ressaca na população em geral, presume-se que ela seja muito elevada. Alguns estudos mostram que 75% das pessoas que consumiram doses intoxicastes de álcool tiveram ressaca pelo menos uma vez na vida. Enquanto 50% dos bebedores frequentes (consumo de uma ou duas doses por dia, de acordo com estudo5) apresentaram ressaca no último ano, 90% dos estudantes bebedores pesados episódicos (definido pelo estudo como o consumo de 5 ou mais doses em uma única ocasião) haviam sofrido ressaca5. Em geral, as pesquisas sugerem que a ressaca é um fenômeno muito prevalente, mas ainda há poucos estudos epidemiológicos para determinar com mais precisão e, especificamente, a real prevalência da ressaca em populações diferentes. CUSTOS ECONÔMICOS DERIVADOS DA RESSACA A ressaca é uma experiência relativamente muito frequente entre as pessoas que consomem álcool e tem sido associada a um alto custo econômico. Contudo, é difícil separar os efeitos da ressaca dos efeitos do álcool em geral, com relação aos custos econômicos envolvidos. No trabalho e em ambientes acadêmicos, grande perda econômica associa-se a consequências negativas do álcool e da ressaca, como o absenteísmo (falta ao trabalho), baixa produtividade ou baixo desempenho, maior número de acidentes de trabalho e conflitos interpessoais. Uma pesquisa nos Estados Unidos, com 2.805 trabalhadores, mostrou que o álcool afeta diretamente cerca de 15% dos trabalhadores. Mais especificamente, este estudo estimou que, entre os trabalhadores, 9,23% trabalham com ressaca, 1,68% trabalharam sob os efeitos do álcool, 1,83% beberam antes de trabalhar e 7,06% beberam durante o horário de trabalho. Assim, os custos derivados de trabalhadores que exercem a sua atividade de trabalho enquanto estão de ressaca seriam maiores do que os custos derivados de trabalhadores que bebem durante a jornada de trabalho, trabalham sob a influência de álcool, ou bebem antes do trabalho6. A FISIOLOGIA DA RESSACA A fisiologia da ressaca é intrigante por seus sintomas se apresentarem somente após a (quase) completa eliminação do álcool e de seus metabólitos do organismo, geralmente no dia seguinte ao consumo excessivo de álcool. Existe a crença popular (não comprovada cientificamente) de que a desidratação é a principal causa dos sintomas da ressaca. Sugere-se que a ressaca e a desidratação sejam dois processos independentes que ocorrem concomitantemente, por meio de diferentes mecanismos. Na ressaca, há mudanças fisiológicas significativas em parâmetros endócrinos (aumento nas concentrações de vasopressina, aldosterona e renina), além de acidose metabólica (redução do pH do sangue devido ao aumento de lactato, corpos cetônicos e ácidos graxos livres). Estes efeitos são também relacionados com a desidratação, podendo causar os sintomas como boca seca e sede. Como o álcool, por si mesmo, também induz a desidratação, durante a ressaca (ou durante/após o consumo não exagerado de álcool) é essencial reidratar-se o máximo possível. Estima-se que o consumo de 50 g de álcool em 250 ml de água (aproximadamente 4 doses) causa a eliminação de 600 a 1000 ml de água em algumas horas7: o álcool é diurético (por aumentar a concentração de vasopressina, ou hormônio antidiurético) e alguns de seus efeitos, como suor, vômito e diarreia (comuns na ressaca), ainda promovem mais perda de água no organismo. Há muitas hipóteses para explicar a fisiologia da ressaca. No entanto, todas explicam apenas parcialmente os diferentes aspectos da ressaca, ou como vários fatores são capazes de modificar seu surgimento e gravidade. Seguem abaixo as teorias mais aceitas ou discutidas atualmente, segundo Verster (2008)1, Stephens e colaboradores (2008)8, e Prat e colaboradores (2009)2. a) A ressaca como resultado dos efeitos diretos do álcool em diferentes sistemas fisiológicos Vários sintomas da ressaca podem ser explicados pelos efeitos diretos do álcool sobre diferentes sistemas fisiológicos. Contudo, as sobreposições existentes entre os processos fisiológicos e os diversos sintomas da ressaca dificultam o esclarecimento sobre os mecanismos envolvidos. Por exemplo, a dor de cabeça, um dos sintomas mais relatados durante a ressaca, pode ser explicada pelos efeitos de vasodilatação do álcool, ou pelo aumento de prostaglandinas e citocinas. Os efeitos do álcool, relacionados à ressaca, mais estudados recentemente são sobre o aumento de citocinas, alteração no sono e hipoglicemia. O álcool aumenta as concentrações de algumas citocinas pró-inflamatórias, que seriam potenciais responsáveis pelos efeitos mais "cognitivos" da ressaca, como perda de memória e alterações de humor9. A diminuição da memória na ressaca estaria relacionada à ativação do sistema imunológico, que se comunica diferencialmente com o sistema nervoso central (SNC). Os efeitos causados por citocinas são muito semelhantes a diversos sintomas da ressaca, como dor de cabeça, náusea, diarréia e cansaço, sugerindo que os processos subjacentes poderiam ser os mesmos5. Outros estudos verificaram uma relação entre os níveis de citocinas e transtornos da memória em seres humanos10, 11. A hipoglicemia induzida pelo álcool pode afetar o funcionamento cerebral, levando a estados de fraqueza, cansaço e mudanças de humor, conforme observados durante a ressaca. No entanto, é preciso lembrar que a hipoglicemia induzida pelo álcool varia de acordo com o metabolismo de cada pessoa e também da ocasião em que o álcool é consumido (se o indivíduo se alimenta antes ou durante o consumo de álcool, a indução de hipoglicemia é muito menor)12. O consumo de álcool também pode provocar alterações do sono, por interferir na atividade do cérebro e nos níveis de hormônios que regulam o sono e o "relógio biológico". Alguns dos sintomas da ressaca são significativamente relacionados à duração e qualidade do sono, e não exatamente à quantidade de álcool consumido. Alguns autores observaram que, logo após a ingestão de altas doses de álcool, há diminuição da latência do início do sono13. No entanto, com a diminuição de álcool no sangue, período em que os sintomas da ressaca surgem, ocorrem alterações no padrão de sono e perda na qualidade do sono. Dessa maneira, os efeitos do álcool no sono poderiam explicar o cansaço e disfunção cognitiva observados durante a ressaca1,2. b) A ressaca como consequência dos efeitos de congêneres nas bebidas alcoólicas As bebidas alcoólicas contêm diversos congêneres, que são compostos quimicamente relacionados ao álcool, produzidos durante a fermentação alcoólica ou adicionados durante o processo de produção da bebida, incluindo o metanol, aminas, amidas, cetonas, polifenóis, e outras substâncias que dão sabor e cor às bebidas alcoólicas. Esses congêneres podem exercer diversos efeitos no organismo, sendo os efeitos tóxicos considerados potenciais causadores de alguns sintomas da ressaca. Um dos congêneres mais estudados é o metanol, cujo metabolismo se correlaciona com o estabelecimento da sintomatologia da ressaca14 e também exerce diversos efeitos no SNC. Nota-se que as bebidas alcoólicas com maiores níveis de metanol induzem mais efeitos tóxicos e ressaca. Em paralelo, o consumo de bebidas alcoólicas com alta concentração de congêneres (vinho tinto, uísque, conhaque e tequila) aumenta a frequência e intensidade dos sintomas da ressaca, em comparação a bebidas "claras", como rum, gin e vodka, geralmente com pouco aditivos15. c) A ressaca como uma crise de abstinência Uma hipótese sustenta que a ressaca seria como uma primeira fase de abstinência alcoólica aguda, com base em vários pontos em comum na sintomatologia da ressaca e abstinência, tais como: dor de cabeça, náuseas, tremor e prejuízo cognitivo. Muitas vezes, as pessoas bebem para aliviar esses sintomas, tanto na ressaca ou na crise de abstinência; porém, o uso do álcool como um "remédio" para a ressaca não permite a recuperação do organismo, e o álcool continua a exercer seus efeitos. Pelo fato da sintomatologia ser semelhante, foi sugerido que ambos os processos talvez envolvam um mecanismo biológico comum. Contudo, diversos estudos apontam para uma série de diferenças entre a ressaca e a abstinência alcoólica: as alterações hormonais e hemodinâmicas são diferentes; a síndrome de abstinência requer o consumo de álcool anterior e contínuo de grandes doses de álcool por um longo período de tempo, enquanto a ressaca pode surgir após uma única ingestão de álcool; durante a ressaca não há uma diminuição da atividade cerebral, ao contrário da hiper-excitabilidade do SNC observada durante a abstinência de álcool. Sendo assim, a maior parte dos pesquisadores acredita que a ressaca é um fenômeno diferente da abstinência alcoólica. d) A ressaca como resultado dos efeitos do acetaldeído No organismo, o álcool é metabolizado pela enzima álcool desidrogenase e transformado em acetaldeído (substância tóxica ao organismo). Este, por sua vez, é metabolizado pela enzima acetaldeído desidrogenase e transformado em acetato, gás carbônico e água. Em altas concentrações, o acetaldeído é capaz de produzir efeitos tóxicos adversos (como taquicardia, sudorese, náusea e vômito); e, como estes sintomas também estão associados à ressaca, alguns pesquisadores têm sugerido que este metabólito pode contribuir para ressaca. Entretanto, alguns estudos mostram que o acetaldeído não é acumulado em concentrações tão altas no organismo durante a ressaca. Assim, o papel do acetaldeído na ressaca ainda não está bem estabelecido. CONCLUSÕES Provavelmente, a ressaca é uma das conseqüências negativas da ingestão aguda de álcool mais vivenciada pela população geral. No entanto, este fenômeno não foi totalmente elucidado, apesar de sua elevada prevalência (principalmente em jovens) e os custos econômicos gerados por ela. As pesquisas científicas ainda caminham lentamente, sendo limitadas principalmente pela falta de um instrumento validado para medir a ressaca (devido à grande variabilidade e subjetividade dos sintomas). Além disso, a maioria dos estudos relatados em humanos, até o presente momento, não foi capaz de avaliar uma grande amostra de pessoas, geralmente apresentando menos de 200 indivíduos. Outros fatores como o impacto do gênero, alimentos e fumo sobre a gravidade da ressaca também merecem atenção no futuro. Há vários aspectos que precisam ser esclarecidos, a fim de prevenir e reduzir as conseqüências negativas clínicas, econômicas e sociais relacionadas à ressaca. REFERÊNCIAS 1 Vester, 2008. The alcohol hangover – a puzzling phenomenon. Alcohol Alcohol 43:124-126. 2 Prat et al., 2009. Alcohol hangover: a critical review of explanatory factors. Hum Psychopharmacol Clin Exp 24:259-267. 3 Span & Earleywine, 1999. Familial risk for alcoholism and hangover symptoms. Addict Behav 24:121-125. 4 Earleywine, 1993. Personality risk for alcoholism covaries with hangover symptoms. Addict Behav 18:415-420. 5 Howland et al., 2008. Are some drinkers resistant to hangover? A literature review. Curr Drugs Abuse Rev 1:42-46. 6 Frone, 2006. Prevalence and distribution of alcohol use and impairment in the workplace: a U.S. national survey. J Stud Alcohol 67:147-166. 7 Swift & Davidson, 1998. Alcohol Hangover – Mechanisms and mediators. Alcohol Health Res World 22:54-60. 8 Stephens et al., 2008. A review of the literature on the cognitive effects of alcohol hangover. Alcohol Alcohol 43:163-170. 9 Kim et al., 2003. Effects of alcohol hangover on cytokine production in healthy subjects. Alcohol 31:167-170. 10 Reichenberget AL., 2001. Cytokine-associated emotional and cognitive disturbances in humans. Arch Gen Psychiatry 58:445-452. 11 Prat et al., 2008. Neurocognitive effects of alcohol hangover. Addict Behav 33:15-23. 12 Williams, 1984. Alcoholic hypoglycemia and ketoacidosis. Med Clin North Am 68:33-38. 13 Roehrs & Roth, 2001. Sleep, sleepiness, sleep disorders and alcohol use and abuse. Sleep Med Rev 5:287-297. 14 Bendtsen et al., 1998. Urinary excretion of methanol and 5-hydroxytryptophol as biochemical markers of recent drinking in the hangover state. Alcohol Alcohol 33:431-438. 15 Pawan, 1973. Alcoholic drinks and hangover effects. Proc Nutr Soc 32:15A. * Fonte: www.cisa.org.br " TUDO SÔBRE ALCOOLISMO " O que é Alcoolismo? Alcoolismo é a dependência do indivíduo ao álcool, considerada doença pela Organização Mundial da Saúde. O uso constante, descontrolado e progressivo de bebidas alcoólicas pode comprometer seriamente o bom funcionamento do organismo, levando a conseqüências irreversíveis. A pessoa dependente do álcool, além de prejudicar a sua própria vida, acaba afetando a sua família, amigos e colegas de trabalho. O que é o abuso de álcool? O abuso de álcool é diferente do alcoolismo porque não inclui uma vontade incontrolável de beber, perda do controle ou dependência física. E ainda o abuso de álcool tem menos chances de incluir tolerância do que o alcoolismo (a necessidade de aumentar as quantias de álcool para ficar "alto"). Complicações possíveis: Gastrite, quando ocorre no estômago Hepatite alcoólica, no fígado Pancreatite, no pâncreas Neurite, nos nervos. A longo prazo, o álcool prejudica todos os órgãos, em especial o fígado, que é responsável pela destruição das substâncias tóxicas ingeridas ou produzidas pelo corpo durante a digestão. Dessa forma, havendo uma grande dosagem de álcool no sangue, o fígado sofre uma sobrecarga para metabolizá-lo. O álcool no organismo causa inflamações, que podem ser: Os perigos do álcool: Apesar de ser aceito pela sociedade, o álcool oferece uma série de perigos tanto para quem o consome quanto para as pessoas que estão próximas. Grande parte dos acidentes de trânsito, arruaças, comportamentos anti-sociais, violência doméstica, ruptura de relacionamentos, problemas no trabalho, como alterações na percepção, reação e reflexos, aumentando a chance de acidentes de trabalho, são provenientes do abuso de álcool. Sintomas: A palavra alcoolismo é conhecida de todos. Porém, são poucos os que sabem exatamente o seu significado. Portanto, vamos lá. Duas latinhas de cerveja por dia já podem levar ao alcoolismo. O alcoolismo, também conhecido como "síndrome da dependência do álcool", é uma doença caracterizada pelos seguintes elementos: Compulsão: uma necessidade forte ou desejo incontrolável de beber Perda de controle: a inabilidade freqüente de parar de beber uma vez que a pessoa já começou. Dependência física: a ocorrência de sintomas de abstinência, como náusea, suor, tremores e ansiedade, quando se pára de beber após um período bebendo muito. Tais sintomas são aliviados bebendo álcool ou tomando outra droga sedativa. Tolerância: a necessidade de aumentar as quantias de álcool para sentir-se "alto". (Nem todos estes problemas precisam ocorrer juntos) O alcoolismo tem pouco a ver com o tipo de álcool bebido por uma pessoa, há quanto tempo a pessoa bebe, ou até mesmo exatamente quanto álcool bebe. Porém, tem muito a ver com a necessidade incontrolável por álcool. Esta descrição do alcoolismo nos ajuda a entender o porquê de a maioria dos dependentes de álcool não conseguir se valer só de "força de vontade" para parar de beber. Estas pessoas estão sob a forte compulsão do álcool, uma necessidade que se mostra tão forte quanto a sede ou a fome. Diagnóstico: Você já sentiu que deveria diminuir a bebida? Álcool vicia e causa muitos prejuízos à saúde. Assista ao vídeo e saiba como se livrar do vício.As pessoas já o irritaram quando criticaram sua bebida? Você já se sentiu mal ou culpado a respeito de sua bebida? Você já tomou bebida alcoólica pela manhã para "aquecer" os nervos ou para se livrar de uma ressaca? Apenas um "sim" sugere um possível problema. Em qualquer dos casos, é importante ir ao médico ou outro profissional da área de saúde, imediatamente, para discutir suas respostas. Eles podem ajudar a determinar se você tem ou não um problema com a bebida, e, se você tiver, poderão recomendar a melhor atitude a ser tomada. A decisão de pedir ajuda: Reconhecer que precisa de ajuda para um problema com álcool talvez não seja fácil. Porém, tenha em mente que, o quanto antes vier a ajuda, melhores serão as chances de uma recuperação bem sucedida. Qualquer relutância que você sinta em discutir sobre a sua bebida com seu profissional de saúde pode reforçar muitos preconceitos sobre o alcoolismo e os dependentes de álcool. Em nossa sociedade prevalece o mito de que um problema com álcool é sinal de fraqueza moral. Como resultado disto, você pode até achar que procurar ajuda é admitir algum tipo de defeito, que você deveria se envergonhar. Contudo, o alcoolismo não é uma doença que indique maior fraqueza que o diabetes ou a asma. E ainda, identificar um possível problema com álcool tem uma compensação enorme, uma chance de viver com mais saúde. Quando você for a seu médico, ele vai lhe fará uma série de perguntas sobre o seu uso de álcool para determinar se você está ou não tendo problemas por causa do álcool. Tente ser o mais completo e honesto possível. Você também pode passar por exames físicos. Se o médico concluir que você é dependente de álcool, ele deve recomendar que você se dirija a um especialista para diagnosticar e tratar o alcoolismo. Você deverá tomar decisões e entender tudo sobre a necessidade do tratamento e as formas de tratar a dependência. Tratamento: A natureza do tratamento depende da gravidade do alcoolismo do indivíduo e dos recursos disponíveis na comunidade. O tratamento pode incluir a desintoxicação (o processo de retirar o álcool do sistema de uma pessoa com segurança); tomar medicamentos receitados pelo médico para ajudar a evitar o retorno à bebida uma vez que já parou; e aconselhamento individual e/ou em grupo. Há tipos de aconselhamento promissores que ensinam a recuperar dependentes de álcool e a identificar situações e sentimentos que levam à necessidade de beber e de descobrir novas maneiras de lidar com a ausência do álcool. Quaisquer destes tratamentos podem ocorrer tanto em um hospital, como em tratamento residencial ou ambulatorial (o paciente fica em sua casa e vai às consultas, até todos os dias). Como o envolvimento com a família é importante para a recuperação, muitos programas oferecem aconselhamento conjugal e terapia familiar como parte do processo de tratamento. Alguns programas podem oferecer para o dependente recursos vitais da comunidade como a assistência legal, treinamento de trabalho, creche e aulas para pais. Alcoólicos Anônimos: Quase todos os programas de tratamento do alcoolismo também incluem encontros de Alcoólicos Anônimos (A. A.), cuja descrição é "uma comunidade mundial de homens e mulheres que se ajudam a ficarem sóbrios". Enquanto o A. A. é geralmente reconhecido como um programa eficiente de auto-ajuda para recuperar dependentes de álcool, nem todas as pessoas respondem positivamente ao estilo e mensagens do AA, e outras abordagens podem estar disponíveis. Até mesmo, os que vêm conseguindo ajuda pelo A. A. geralmente descobrem que a recuperação funciona melhor com outros tratamentos juntos, inclusive aconselhamento e tratamento médico. Alcoolismo tem cura? Embora o alcoolismo seja uma doença tratável, ainda não há cura. Isto significa que mesmo que um dependente de álcool esteja sóbrio por muito tempo e tenha sua saúde de volta, ele ainda está suscetível a recaídas e deve continuar a evitar todas as bebidas alcoólicas. "Reduzir" não adianta; parar é necessário para uma recuperação bem sucedida. Contudo, até indivíduos determinados a ficarem sóbrios podem ter recaídas, antes de chegar à sobriedade de longo prazo. Recaídas são muito comuns e não significam que uma pessoa fracassou ou não pode eventualmente se recuperar do alcoolismo. Tenha em mente também que todo dia que um dependente do álcool fica sóbrio antes de uma recaída é extremamente valioso, tanto para o indivíduo quanto para sua família. Se ocorre uma recaída, é muito importante tentar parar de beber de novo e obter o apoio necessário para não beber mais. A recaída não destrói as conquistas que ocorreram durante a abstinência, na maioria das vezes. Ajuda ao abuso do álcool: Se o seu médico determinar que você não é dependente de álcool, mas está envolvido em um padrão de abuso de álcool, ele pode ajudá-lo: Examine os benefícios de parar de beber e o risco de continuar bebendo. Estabeleça uma meta de bebida para você mesmo. Algumas pessoas se abstêm do álcool, enquanto outras preferem limitar as quantidades bebidas. Examine as situações que desencadeiam seus padrões não saudáveis de bebida, e desenvolva novas formas de lidar com situações de modo a manter suas metas em relação à bebida. Algumas pessoas que pararam de beber depois de terem tido problemas relacionados ao álcool frequentam os A. A. para obter informação e apoio, mesmo não sendo dependentes. Fontes e referências: Ministério da Saúde " BEBIDAS ALCOÓLICAS SÃO AS DROGAS MAIS CONSUMIDAS POR ADOLESCENTES " Segundo o artigo "Fatores de risco para dependência de álcool em adolescentes", há evidências de que o álcool é a droga mais consumida entre os adolescentes. O objetivo do estudo foi identificar esses fatores que contribuem para a dependência do álcool na adolescência. O artigo foi publicado este ano na Acta Paulista de Enfermagem e tem como autores Leandro Rozin, do programa de pós-graduação em Biotecnologia aplicada à Saúde da Criança e do Adolescente, e Ivete Palmira Zadonel, professora do mesmo programa de pós-graduação, Ambos fazem parte da Faculdade Pequeno Príncipe – FPP – Curitiba (PR). Durante a adolescência, o indivíduo deixa de viver apenas com a família e passa a se inserir em grupos sociais como forma de identificação pessoal, informam os autores no artigo. Os pesquisadores descrevem que para muitos adolescentes a inserção no meio social apresenta situações diversas que não tinham sido presenciadas antes, como o contato com o álcool. "Esta é uma droga socialmente aceita por todos os níveis sociais, de fácil acesso e possibilita, conforme suas reações iniciais bem-estar instantâneo como forma de resolução de incertezas e conflitos, mas também para comemorar momentos felizes e agradáveis", afirmam. Os autores dizem no artigo que quanto mais precoce for o consumo da droga, maior será a probabilidade de o adolescente torna-se dependente. Além disso, o uso constante da substância cria no organismo uma tolerância à droga e, consequentemente, é preciso aumentar as doses para proporcionar satisfação, explicam. Desta maneira, o aumento do consumo da bebida alcoólica desenvolve a dependência da mesma, alertam. "Os fatores de risco para dependência estão relacionados ao início precoce do uso, influência da mídia, relacionamento conturbado com os pais, uso por membro da família, abuso sexual, violência doméstica, baixa autoestima, curiosidade, pressão de colegas, entre outros", informam. Ainda há fatores como exposição genética, neurobiológica, comportamentais – personalidade –, os quais predispõem o início e a continuidade do uso da substância, acrescentam. "Com o passar dos anos, a dependência de álcool instala-se no indivíduo e é identificada quando há perda do controle de decisão sobre o beber e sofrimento com os sintomas de abstinência da droga", lembram os autores. De acordo com os pesquisadores, no Brasil, as ações públicas de saúde possuem foco descentralizado "como forma de estar mais perto da população, e intervirem nas problemáticas identificadas". "Dessa forma, cabe aos serviços e profissionais de saúde, com maior proximidade da população, intervir com educação em saúde e acompanhamento dos adolescentes expostos aos riscos, bem como de suas famílias e atuar no controle do uso de álcool", explicam no artigo. Neste caso, é necessário realizar um levantamento individualizado através do diagnóstico comunitário na área de abrangência da atuação da equipe de saúde para identificar os sinais precoces. Para os autores, os serviços de saúde devem incorporar estratégicas preventivas de identificação de riscos para a dependência, controle e acompanhamento específicos para os adolescentes dependentes. "As ações preventivas tornam-se possíveis, quando há efetivamente profissionais capacitados que assistam individualmente e/ou em grupos essa faixa etária, no sentido de intervir nos fatores de risco relacionados aos aspectos familiares, psicológicos e sociais", finalizam no artigo. Fonte: Jornal O Serrano >>> www.alcoolismo.com.br