RESUMO A doença de Alzheimer (DA) é um processo patológico neurodegenerativo crônico associado ao envelhecimento. Essa patologia ocasiona deterioração da cognição e perda da memória. A formação de placas senis contendo o peptídeo β-amiloide (βa) é a principal característica dessa doença, que também está associada à inflamação e ao estresse oxidativo. A falta de fármacos empregados na prevenção e no tratamento da DA tem estimulado a pesquisa por novos agentes que possam representar uma inovadora alternativa terapêutica. No presente estudo, investigamos o efeito benéfico das nanocápsulas contendo meloxicam sobre o déficit de aprendizagem e de memória em um modelo da DA induzido pela injeção intracerebroventricular (i.c.v.) do peptídeo βa (fragmento 25-35) nos camundongos, comparando o efeito com o fármaco na forma livre. Os camundongos foram divididos em seis grupos: (I) Controle, (II) βa, (III) Nano, (IV) Livre, (V) Nano + βa, (VI) Livre + βa. Os camundongos foram pré-tratados com as nanocápsulas contendo meloxicam (5 mg/kg, por gavagem), ou com o fármaco na forma livre (5 mg/kg, por gavagem), ou com as nanocápsulas brancas. Trinta minutos após os tratamentos, foram injetados i.c.v. o peptídeo βa (3 nmol) ou água filtrada (dia 1). A aprendizagem e a memória foram avaliadas através dos testes do labirinto aquático de Morris e da esquiva passiva, nos dias 4-7 e 7-8 após a injeção do peptídeo βa, respectivamente. No final dos testes comportamentais, os animais foram mortos e os cérebros removidos para a determinação dos níveis de espécies reativas (ER) e tióis nãoproteicos (SHNP), e a atividade das enzimas superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT), glutationa peroxidase (GPx), glutationa redutase (GR) e glutationa S-transferase (GST). Os resultados demonstraram, através dos testes do labirinto aquático de Morris e da esquiva passiva, que a injeção i.c.v. do peptídeo βa causou um déficit na aprendizagem e na memória dos camundongos. Além disso, esse estudo demonstrou que o estresse oxidativo foi aumentado nos camundongos que receberam a injeção i.c.v. do peptídeo βa. Os achados mais importantes desse estudo foram que as nanocápsulas contendo meloxicam protegeram o déficit de aprendizado e de memória induzidas pela injeção i.c.v. do peptídeo βa, assim como foram capazes de proteger contra o aumento do estresse oxidativo. No entanto, o meloxicam na forma livre não apresentou esse efeito protetor. Todos esses achados reforçam o papel benéfico do meloxicam nanoencapsulado em um modelo da DA induzido pela injeção i.c.v. do peptídeo βa, sugerindo que as nanocápsulas favorecem a passagem do meloxicam através da barreira hematoencefálica (BHE) e a entrada do fármaco no sistema nervoso central (SNC). Palavras-chave: nanocápsulas, meloxicam, doença de Alzheimer, β-amiloide