Iraque, a primeira guerra do século

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RETROSPECTIVA
QUARTA-FEIRA, 31 de dezembro de 2003, e QUINTA-FEIRA, 1O de janeiro de 2004
AFP / CP
2003
O ANO NO MUNDO
Clone — 5/1. A empresa Clonaid, da seita raeliana, reafirma ter produzido os dois primeiros
clones humanos e anuncia que estão por nascer outros três bebês clonados.
Nuclear — 9/1. A Coréia do Norte deixa o Tratado de Não-Proliferação Nuclear.
Oposição à guerra — 22/1. França e Alemanha
declaram que irão de se opor a uma guerra contra o Iraque sem o aval do Conselho de Segurança (CS) da ONU e defendem a prorrogação
do prazo para inspeções.
Columbia — 1/2. O ônibus espacial Columbia
explode ao reentrar na atmosfera. Sete morrem.
Provas americanas — 5/2. Os EUA apresentam
ao CS “provas irrefutáveis” de que o Iraque esconde armas de destruição em massa.
Documento — 10/2. França e Rússia, com o
apoio chinês, lançam texto contra a guerra.
Relatório da ONU — 14/2. O chefe dos inspetores de armas da ONU, Hans Blix, informa ao CS
que não encontrou indício de que o Iraque possua armas de destruição em massa.
Manifestação pela paz — 15/2. Milhões de pessoas em mais de 600 cidades do mundo – mais
de 50 mil no Brasil – participam de manifestações de rua contra a guerra no Iraque.
Proposta — 7/3. Grã-Bretanha e EUA propõem
à ONU um ultimato ao presidente iraquiano,
Saddam Hussein, para cumprir as inspeções
até 17 de março. França, Alemanha e outros
membros do CS rejeitam a proposta.
Assassinato — 12/3. O premiê sérvio, Zoran
Djindic, é assassinado em Belgrado.
Ultimato — 17/3. O presidente dos EUA, George W. Bush, dá, pela TV, um ultimato a Saddam para que deixe o país em 48 horas.
Início da guerra — 19/3. 90 minutos depois de
encerrado o prazo dado pelos EUA para que
Saddam Hussein deixasse Bagdá, a aviação
americana inicia o ataque contra o Iraque.
Invasão — 3/4. Soldados dos EUA chegam aos
arredores de Bagdá e invadem o Aeroporto Internacional Saddam Hussein.
Chegada a Bagdá — 6/4. Tropas americanas
atingem, por terra, o centro de Bagdá.
Fim da era Saddam — 9/4. A era Saddam Hussein chega ao fim 21 dias depois do início da
ofensiva militar anglo-americana no Iraque.
Fuzilamento — 11/4. Três dos principais seqüestradores cubanos de uma balsa com 50
pessoas são condenados à morte e fuzilados.
DNA da Sars — 13/4. Canadenses anunciam o
seqüenciamento do código genético do coronavírus, identificado como causador da Síndrome
Respiratória Aguda Severa (Sars).
Sanções — 16/4. O presidente George W. Bush
pede à ONU que suspenda as sanções econômicas impostas ao Iraque desde 1990.
Israel ataca — 20/4. Tropas israelenses atacam
o acampamento de refugiados de Rafah, na Faixa de Gaza, em uma das maiores operações militares dos Exército do Estado judeu nos 30 meses de conflito. Sete morrem.
Mapa de Rota — 30/4. Mediadores internacionais apresentam aos líderes israelense e palestino o Mapa de Rota, um ambicioso esboço para pôr fim a mais de 31 meses de violência.
Fim da guerra — 1/5. Os EUA anunciam o fim
das operações de combate no Iraque.
Terremoto — 1/5. Um terremoto de 6,4 graus
na escala Richter atinge Bingol, Sudeste da
Turquia. Mais de 200 pessoas morrem.
Bremer — 6/5. O americano Paul Bremer é nomeado administrador civil para o Iraque.
Chechênia — 12/5. Ataque suicida na Chechênia deixa 41 mortos e 110 feridos.
Argentina — 25/5. Néstor Kirchner assume.
Vieira de Mello — 27/5. O secretário-geral da
ONU, Kofi Annan, nomeia o diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Mello como representante
especial no Iraque.
Perdão católico — 22/6. O papa João Paulo II
pede perdão pelos crimes cometidos por católicos na Croácia e na Bósnia Herzegovina durante as duas guerras ocorridas no século XX.
Libéria — 26/6. Combates entre rebeldes e o
governo deixam mais de 300 mortos na Libéria.
Cessar-fogo — 29/6. O Fatah, do presidente da
Autoridade Palestina, Yasser Arafat, anuncia
um cessar-fogo nas ações contra alvos israelenses. Israel deixa Beit Hanun, Gaza.
CORREIO DO POVO
INTERNACIONAL
FOTOS CP MEMÓRIA
2003
Iraque, a primeira guerra do século
tas das suas mais singulares figuras de proa desde a
invasão do território, em março, permitiram o estabelecimento de uma relativa tranqüilidade nacional.
Washington quer uma assembléia de transição,
que poderá vir a ser designada por eleição, para assumir o comando da nação no lugar do Conselho de Governo provisório, até 30 de junho de 2004. Qualquer
adiamento significará um aumento dos ataques diários contra as tropas que integram a coalizão, liderada pelos EUA. O administrador civil americano no
Iraque, Paul Bremer, já prevê o recrudescimento dos
antagonismos nos próximos seis meses, ou seja, até
que os iraquianos possam assumir uma maior participação nas decisões relativas à sua própria terra. Os
ataques cotidianos da guerrilha contra alvos estrangeiros, o ressentimento popular e as rivalidades internas tornarão o processo no mínimo complicado.
As chances do presidente George W. Bush de conquistar a reeleição dependem muito da evolução des-
sa situação. A estratégia de sua gestão para abordar
os distintos aspectos da primeira guerra do século e
de lidar com ela continua preocupando a comunidade internacional. Mesmo com o crescimento da popularidade de Bush – que vinha em significativa trajetória descendente – após a prisão de Saddam Hussein,
as autoridades civis e militares admitem que objetivos americanos continuarão sendo alvo de violência a
curto prazo. A mais otimista das previsões é a de que
10 mil soldados tenham de permanecer na região durante todo 2004. Como conseqüência, Bush será
submetido a pressões internas para pôr um fim à
ocupação antes do pleito presidencial, em novembro.
O ano termina com um novo foco de tensão marcado pela decisão dos EUA de excluir os países que se
opuseram ao conflito dos contratos para a reconstrução iraquiana e com um contraponto: o consenso entre Washington, Paris e Berlim em torno da redução
da dívida iraquiana, de 120 milhões de dólares.
Bagdá, 21 de março: bombas caem sobre um dos palácios de Saddam
China cresce e se impõe
Beth Mattos
Uma campanha militar relâmpago, sucedida por
um sangrento pós-guerra cuja data para terminar segue indefinida, transformou o Iraque na segunda
grande frente de testes da nova ordem mundial idealizada pela gestão George W. Bush após os atentados
de setembro de 2001, caracterizada por ataques preventivos ao inimigo, que lhe renderam a denominação de guerra global contra o terror, da qual o Afeganistão dos talibãs foi o alvo inicial. A questionável
ação americana, vitoriosa sob o ponto de vista logístico, teve o seu melhor momento em 13 de dezembro,
com a prisão do ex-ditador Saddam Hussein; porém,
quase nada conseguiu em termos de restauração da
segurança no país e de avanços rumo à transferência
do poder a uma administração civil local. Da mesma
forma, nem mesmo a morte em combate, ainda no
mês de julho, de Uday e Qusay, filhos e herdeiros do
líder do antigo regime, assim como a captura de mui-
Com novos dirigentes, a China em 2003 continuou a se
impor no cenário internacional, enviando pela primeira vez
um homem ao espaço e gozando de um dinamismo econômico apenas afetado pela epidemia de pneumonia asiática, a
Sars. As reformas políticas, porém, não foram levadas adiante. Designados durante o 16O Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC) no final de 2002, os novos governantes assumiram em março. Logo após a posse, o presidente Hu Jiantao
e o primeiro-ministro Wen Jiabao tiveram que enfrentar a
Sars, que paralisou o turismo e outros serviços durante algumas semanas da primavera boreal. Pragmática, a nova equipe
soube tirar proveito da crise, insistindo na necessidade de
uma maior transparência no regime para combater a epidemia com mais eficiência. Na ocasião, ficou evidenciada a importância de um melhor sistema de saúde e de ajuda às classes mais pobres da sociedade, já que os camponeses e os imigrantes foram os mais atingidos pelas conseqüências econômicas da epidemia. Ainda assim, a produção industrial, as exportações e os investimentos sólidos de capital progrediram
muito. Graças a isso, Pequim pôde prever, para 2003, uma taxa de crescimento de pelo menos 8,5%, uma das maiores do
mundo, apesar do recuo nos investimentos externos.
Em 16 de outubro, a China tornou-se o terceiro país do
planeta a enviar um homem ao espaço. Yang Liwei foi consagrado herói nacional por Jiang Zemin, ex-chefe de Estado,
agora à frente do Exército e promotor do programa espacial.
No entanto, o presidente Jiantao, que prometera reformas políticas de forma “prudente”, ainda prefere mantê-las no papel.
Um ano de tristes recordações para a ONU
Columbia: tragédia no céu
Um ano negro. Assim
revelou a impossibilidade de
a Organização das Nagarantir segurança ao pesções Unidas (ONU) se
soal da ONU em Bagdá, cullembrará de 2003 no fuminando com sua retirada.
turo. O ano em que foi igA organização falhou ainnorada pelos EUA nas
da ao não encontrar uma sodecisões sobre a guerra
lução pacífica para a crise
no Iraque, falhou em evipolítica na Costa do Marfim,
tar a intensificação de
onde servidores seus tiveconflitos na África, amarram de ser resgatados por
gou a perda de funcionásoldados franceses, nem parios em um atentado em
ra a melhoria da situação na
Bagdá e suportou acusações
Libéria, com dias de saques
de corrupção interna.
a depósitos da entidade anAs questões ligadas ao
tes que representantes de
Iraque constituíram o maior
forças estrangeiras restabeproblema enfrentado pela
lecessem a tranqüilidade no
entidade. A determinação de
país. Denúncias de corrupWashington de levar adiante O maior revés: ONU perde 17 servidores em Bagdá, entre eles Vieira de Mello
ção também fizeram parte
a campanha contra Saddam Hussein, ape- um ataque à bomba em Bagdá matou 17 da agenda da ONU em 2003. A Organizasar da falta de aval do Conselho de Segu- dos seus melhores servidores, entre os ção Meteorológica Mundial e o Escritório
rança, pôs em cheque sua preponderância quais o chefe da missão local, o diplomata para Drogas e Crimes se viram envolvidos
na ordem mundial. O mais duro revés so- brasileiro Sérgio Vieira de Mello, e feriu em escândalos de desvio de dinheiro até
breveio, contudo, em 19 de agosto, quando mais de cem outras pessoas. O incidente agora não devidamente esclarecidos.
A Nasa fecha 2003 com a esperança de série de erros e pelo desgaste dos procedique a chegada a Marte, em janeiro, de dois mentos de segurança desde a explosão da
de seus veículos de exploração deixe para Challenger, em 1986. Os investigadores estrás a tragédia com o ônibus espacial Co- timaram que, se o dano tivesse sido detectado em órbita, a Nasa polumbia, que paralisou a
construção da Estação
deria enviar outro ônibus
Espacial Internacional
espacial, o Atlantis, para
resgatar os astronautas.
(EEI). O Columbia se desintegrou quando entraNo Congresso, legislava na atmosfera terrestre,
dores exigiram nova defiO
em 1 de fevereiro. Os senição da política espacial,
te tripulantes morreram.
inclusive para o financiamento de um novo proMeses de investigação
concluíram que uma fisgrama de nave orbital. E
há quem peça o abandosura na asa esquerda do
Columbia deixou o ar enno da EEI – que tem custo de mais de 30 bilhões
trar em uma temperatura
altíssima, danificando a
de dólares – e o cancelaestrutura de alumínio.
mento das missões das
Mas a comissão indepennaves, diante da impossibilidade de se consertadente de investigação
criada pelo Congresso
rem ou substituírem
equipamentos que já coconcluiu que a tragédia
foi provocada por uma Sete tripulantes morreram na explosão meçaram a virar sucata.
Painel em Pequim vende plano de seguro: país abre sua economia
AFP / CP
Oriente Médio longe da paz América Latina gira à esquerda
Israelenses e palestinos, que viveram momentos de esperança, terminam 2003 com
pessimismo e incertezas. O Exército israelense retomou a política de assassinatos seletivos e as organizações radicais palestinas voltaram aos ataques suicidas, complicando a
missão do Egito, empenhado em nova trégua
devido ao insucesso do premiê palestino, Ahmed Qorei, nessa empreitada. Ele assumiu
em novembro, no lugar de Mahmud Abbas,
Novo mal, que tirou a vida de 814 pessoas em todo o planeta, ameaça voltar com a chegada do inverno
Sars, a morte que vem com o frio
Ainda não se sabe a origem, a forma de
contágio e o combate adequado ao vírus da
Síndrome Respiratória Aguda e Severa (Sars,
pela sigla em inglês), que sacudiu os alicerces
políticos, sociais e sanitários da China e assustou o planeta em 2003. Sabe-se, sim, que
causou a morte de 350 chineses em dois meses e de um total de 814 pessoas no mundo. A
falta de reação de Pequim, o caráter secreto
com o qual a crise inicial foi administrada, a
ocultação de dados, o deficiente sistema de
saúde e o medo incontrolável de uma epidemia que não parava de se alastrar fizeram soar todos os alarmes sanitários internacionais.
Propagada a partir de Cantão, no Sul da
China, a doença se estendeu a Hong Kong,
Vietnã, Canadá, Taiwan e outras localidades,
até que foi controlada, mas não eliminada,
com a chegada do verão e o aumento das temperaturas, deixando no ar a expectativa de
um novo surto neste inverno no hemisfério
Norte. Embora tudo indique que a epidemia
tenha surgido na cidade de Foshan, no Cantão, transmitida pelo consumo da carne de
um civeta selvagem, um mamífero, os cientistas não descartam outras origens asiáticas.
Para satisfazer à demanda mundial por transparência nas informações, o governo chinês
destituiu o prefeito de Pequim, Meng Xuenong, e o ministro da Saúde, Zhang Wenkang.
que abandonou o cargo após um duro embate com o presidente da AP, Yasser Arafat.
A última semana do ano, marcada por um
atentado em Tel Aviv que matou quatro israelenses e por um ataque de Israel à Faixa de
Gaza que matou sete palestinos, quase zerou
os esforços do Mapa de Rota, lançado em junho na Jordânia e liderado pelos Estados
Unidos, pela União Européia, pelas Nações
Unidas e pela Rússia. Passados seis meses
AFP / CP desse “primeiro sinal de paz”, a
criação do Estado palestino, que o
documento prevê para 2005, é um
objetivo cada vez mais distante.
A trégua aceita por alguns grupos radicais, entre eles o Hamas,
vigorou somente entre o final de junho e meados de agosto. Em outubro, outro atentado suicida, em
Haifa, deixou um saldo de 21 mortos e teve como resposta um bombardeio aéreo israelense nas proximidades de Damasco, Síria. Reeleito em janeiro por ampla maioria, o
premiê Ariel Sharon vê sua supremacia desmoronar por não cumprir a promessa eleitoral de “paz
com segurança”. O muro divisório
que se ergue na Cisjordânia e os
“assassinatos seletivos” para acabar com grupos radicais evidenciam que não há solução à vista. O
que cresce é a ameaça de “separação unilateral”, traduzida pelo desmantelamento de colônias judaiCresce a separação: Exército controla passagem em Hebron cas nos territórios palestinos.
Buenos Aires — A América Latina deu uma virada para a esquerda em 2003, com a chegada ao
poder na Argentina do peronista Néstor Kirchner,
que se aliou ao brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva para se distanciar do modelo neoliberal americano e reforçar a integração regional. O novo eixo
Buenos Aires–Brasília concretizou-se em outubro, durante a visita de Lula à Argentina, depois
da posse de Kirchner no dia 25 de maio.
Na ocasião, assinaram o Consenso de Buenos
Aires, um manifesto no qual são priorizadas as
questões sociais em detrimento do ajuste orçamentário e da dívida externa. Nessa corrente da
“nova esquerda”, uniram-se nomes como o novo
presidente progressita paraguaio, Nicanor Duarte, e o ex-jornalista boliviano Carlos Mesa, que
substituiu o presidente Gonzalo Sánchez de Lozada, derrubado por uma rebelião popular.
Levante popular sacode a Bolívia
La Paz — Devido a um conflito social que deixou mais de 70 mortos e
provocou a queda do presidente Gonzalo Sánchez de Lozada, a Bolívia viveu em 2003 a crise institucional mais
grave desde o restabelecimento da democracia no país, em 1982. Após um
mandato de 1993 a 1997, Sánchez de
Lozada foi novamente eleito e permaneceu no poder apenas 14 meses e 11
dias, por não ter conseguido satisfazer
as crescentes reivindicações da população, reforçadas pela ascensão política de líderes sindicais.
Em setembro, centenas de camponeses bloquearam as estradas do planalto andino de La Paz. O envio de Revolta que incendiou o país em outubro derrubou o governo Lozada
uma missão militar para resgatar mil turistas El Alto, cidade vizinha de La Paz, sitiou a sede do
isolados pelas medidas de pressão resultou em governo e o Exército voltou a intervir, causando
cinco mortos e na ampliação do conflito para ou- pelo menos 70 mortes. Com a atitude repressiva,
tras regiões do país, devido à oposição ao projeto Sánchez de Lozada perdeu o apoio de importande exportação do gás boliviano para Estados Uni- tes aliados. Em 17 de outubro, ele renunciou ao
dos e México. A crise ampliou-se na segunda se- seu mandato, assumindo o, vice Carlos Mesa,
mana de outubro, quando uma paralisação em que enfrentará agora o desafio de unir o país.
O ANO NO MUNDO
Acidente aéreo — 5/7. Um Boeing 737 da Sudan Airways cai com 116 pessoas a bordo, no
trajeto de Porto Sudão a Cartum. Apenas um
menino de 2 anos sobreviveu.
Manipulação — 19/7. O cientista britânico David Kelly, 59 anos, suicida-se e aprofunda a
controvérsia sobre a manipulação de informes
para justificar a guerra no Iraque.
Mortes — 22/7. Forças americanas matam os
dois filhos do ex-presidente do Iraque Saddam
Hussein, Uday e Qusay, em Mosul.
Carro-bomba — 5/8. Um carro-bomba explode
em frente ao hotel JW Marriot, em Jacarta, na
Indonésia, matando dez pessoas e ferindo 150.
Pressão — 11/8. Pressionado pelos EUA e por
líderes africanos, o presidente da Libéria, Charles Taylor, renuncia e exila-se na Nigéria.
Blecaute — 14/8. Um blecaute atinge Nova Iorque, Detroit, Toledo, Cleveland, Erie e Nova Jersey, além de Toronto e Ottawa, no Canadá.
Acordo — 18/8. Governo e rebeldes liberianos
assinam em Gana acordo para terminar com
três anos de guerra.
Calor — 21/8. O presidente francês, Jacques
Chirac, admite que o sistema sanitário é, em
parte, responsável pelas estimadas 10 mil mortes ocorridas devido à forte onda de calor.
Indenização — 2/9. O governo da Líbia aceita
pagar uma boa indenização às famílias das vítimas do atentado cometido contra o DC10 da
UTA que matou 170 pessoas em 1989.
Renúncia — 6/9. O primeiro-ministro da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, renuncia
após conflito com o presidente Yasser Arafat.
Esfaqueada — 11/9. A ministra das Relações
Exteriores da Suécia, Anna Lindh, morre um
dia depois de esfaqueada por um desconhecido.
Sanções — 12/9. O Conselho de Segurança da
ONU levanta sanções econômicas impostas à
Líbia por atentado ocorrido há 15 anos.
Nobel da Paz — 10/10. A advogada iraniana
Shirin Ebadi, ativista dos direitos humanos e
da democracia, conquista o Prêmio Nobel da
Paz por seus esforços pela promoção dos direitos da mulher e das crianças.
Ramadã — 27/10. No primeiro dia do Ramadã,
mês sagrado islâmico, o Comitê Internacional
da Cruz Vermelha e três delegacias de Polícia
em Bagdá são alvos de atentados à bomba que
matam pelo menos 35 pessoas e ferem 200.
Evasão — 30/10. A Justiça russa congela 53%
das ações da Yukos, a segunda maior companhia petrolífera do país. Seu proprietário, Mikhail Khodorkovski, o homem mais rico da
Rússia, está preso em Moscou, acusado por
evasão fiscal de 2 bilhões de dólares.
Italianos — 12/11. Um caminhão-bomba explode diante de uma base militar usada por italianos em Nassiriya, no Sul do Iraque, matando
pelo menos 18 italianos e nove iraquianos.
Qorei — 12/11. O parlamento palestino anuncia Ahmed Qorei como primeiro-ministro da
Autoridade Palestina, em substituição a Mahmud Abbas, que renunciara.
Sinagogas — 15/11. Dois carros-bomba explodem quase simultaneamente na frente de duas
sinagogas em Istambul, matando pelo menos
23 pessoas e ferindo mais de 270.
Istambul — 20/11. Dois atentados contra o
banco inglês HSBC e o consulado da Grã-Bretanha em Istambul, na Turquia, deixam 27
mortos e 400 feridos.
Cessar-fogo — 25/11. Índia e Paquistão iniciam o primeiro cessar-fogo total entre seus
exércitos, após 14 anos de insurgência e combates na dividida região da Caxemira, que deixaram mais de 65 mil mortos, a maioria civis.
Emboscada — 29/11. Sete agentes da inteligência militar espanhola são mortos numa emboscada ao Sul de Bagdá.
Genebra — 1/12. Após dois anos de negociações secretas, representantes civis da Palestina
e de Israel lançam em Genebra um plano de paz
alternativo, chamado de Iniciativa de Genebra.
Trem — 5/12. Um atentado suicida num trem
de passageiros que se aproxima da Chechênia
mata 41 pessoas e deixa mais de 150 feridos.
Terremoto — 26/12. Pelo menos 30 mil pessoas
morrem e outras 40 mil ficam feridas no terremoto que devastou a cidade histórica de Bam e
seus arredores, no Sudeste do Irã.
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