Iraque: três anos de ocupação, três anos de resistência

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Iraque: três anos de ocupação, três anos de resistência concentração em Lisboa apelou à Paz
Centenas de pessoas juntaram-se (18 de Março) no Largo Camões, em Lisboa, para exigir o fim da "ocupação" e
da guerra no Iraque e assinalar a "resistência" do povo iraquiano, três anos após o início da intervenção armada
da coligação liderada pelos Estados Unidos no país. Milhares de norte-americanos e europeus reuniram-se
também em várias manifestações antiguerra.
O terceiro aniversário da guerra no Iraque foi hoje assinalado em várias capitais europeias, como Roma, Londres
ou Atenas, com protestos que reuniram dezenas de milhares de pessoas, tal como nos Estados Unidos, onde
estavam previstas mais de 400 manifestações por todo o país.
A actriz Maria do Céu Guerra leu uma declaração apelando à paz e expressando solidariedade com os
iraquianos.
"É uma guerra com antecedentes criminosos. É revoltante aceitar a hipocrisia dos líderes das nações que, na
altura, aceitaram tranquilamente a mentira das armas de destruição" maciça, afirmou Maria do Céu Guerra à
Lusa.
Para a actriz, esta iniciativa serviu sobretudo para "que as pessoas tenham consciência de que o povo iraquiano
não está sozinho".
Também Sandra Benfica, do Conselho Português para a Paz e Cooperação, frisou o sofrimento dos iraquianos e
pediu o fim da ocupação.
"É uma guerra ilegal, criminosa e baseada em mentiras. Já morreram 132 mil iraquianos nestes três anos, e
agora sim estão a ser usadas armas proibidas como o napalm e o fósforo branco", criticou a activista.
A manifestação reuniu no Largo Camões entidades político-partidárias, católicas, sindicalistas e organizações
não-governamentais.
*
Completam-se a 20 de Março três anos sobre a invasão do Iraque. Completam-se também três anos de resistência
do povo iraquiano à ocupação - um direito que a Carta das Nações Unidas e a Constituição Portuguesa consagram.
A onda de protesto que se levantou nas vésperas do ataque militar não foi suficiente para impedir a agressão,
mas revelou o repúdio de milhões de pessoas de todo o mundo pela ilegalidade e pela barbárie que se adivinhava.
Dezenas de milhares de portugueses opuseram-se também na mesma altura ao envolvimento de Portugal na agressão,
rejeitando o alinhamento com os EUA.
O Iraque continua ocupado, persiste a destruição e o saque dos seus recursos, as violações cometidas pelos
agressores seguem impunes, o direito internacional continua por aplicar. As "eleições" realizadas em clima de guerra e
organizadas pelos ocupantes não passaram de uma fraude.
A política de guerra dos EUA prossegue. Depois da Palestina, do Afeganistão e do Iraque - o Líbano, a Síria e o Irão
estão debaixo de mira. Em nome dos interesses imperialistas, as liberdades estão a ser amputadas mesmo nos países
que se consideram baluartes da democracia e do direito.
Quem está contra esta guerra não pode assistir inerte à continuação da ilegalidade e da barbárie. Há que reunir as
forças que se juntaram para tentar impedir a invasão - agora com o conhecimento da dimensão das violências cometidas
contra o povo iraquiano.
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