A favor da Paz

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A favor da Paz
Senhor Presidente
Senhoras e Senhores Deputados
O mundo se encontra na terrível expectativa de um ataque militar
dos Estados Unidos ao Iraque. No final de semana passada, em
centenas de cidades de todo o planeta, muitas no Brasil, inclusive
no Sul Fluminense, manifestações pela paz foram realizadas. A
paz que a maioria almeja, sabedora que qualquer guerra é insana
e que conflitos e interesses não podem estar acima da vida
humana.
Em pleno século 21, não se justifica que as armas substituam o
diálogo, que a diplomacia seja trocada por aparelhos de guerra.
Sabemos que os Estados Unidos jamais cicatrizarão as feridas
abertas naquele fatídico 11 de setembro de 2001, quando o
orgulho do povo Norte-Americano foi alvejado covardemente com
ataques terroristas que também custaram a vida de milhares de
inocentes. Mas também sabemos, Senhor Presidente, que por
trás a decisão de atacar o Iraque, estão em jogo também
interesses econômicos. E tais interesses – sabemos todos dos
quais se tratam – aprofundam ainda mais a convicção daqueles
que não querem ver um derramamento de sangue com ares de
show bélico nas emissoras de TV.
O Brasil sempre adotou uma postura contra as guerras e a favor
da diplomacia para resolver impasses internacionais. Esta atitude
é a que espera, sempre, o pacífico povo brasileiro.
Ainda que impressionem os métodos truculentos com que o
Iraque trata seu povo, ainda que pairem desconfiança de que
aquele país é uma ameaça a outras nações, devem ser tentadas
todas as soluções, esgotadas todas as alternativas do diálogo.
A Organização das Nações Unidas já impôs sanções ao Iraque e
pode adotar outras medidas mais duras caso se façam
necessárias. A maioria dos países congregados na ONU não quer
a guerra. França, Alemanha e Rússia, três potências mundiais,
lideram este bloco majoritário, de só reconhecer a legitimidade de
um ataque com provas inequívocas de que se trata da única
saída. Que não há mesmo nenhuma outra possibilidade.
Homens, mulheres e crianças, no Iraque ou em qualquer outra
parte do mundo, não podem ser vítimas inocentes do erro dos
dirigentes mundiais. Cabe a estes homens a reflexão que deles se
espera. E cabe ao Brasil também atuar neste momento para que
prevaleça a tese de prosseguimento das inspeções em território
iraquiano. O mundo não precisa de xerifes, Senhor Presidente. O
mundo precisa de consciência, em que a força esteja nas
palavras, não na mobilização de máquinas de guerra, que
destroçam vidas inocentes, desarranjam a economia mundial e
favorece apenas a indústria bélica e o desejo de políticos que
usam a guerra para aumentar sua popularidade interna.
O mundo quer paz. Homens e mulheres de bem querem paz.
Muito obrigado.
CARLOS NADER
PFL/RJ
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