UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM GESTÃO DE ESTOQUES: case Eletrônica Girimum LTDA Por: Helton da Silva Freire Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço Rio de Janeiro 2011 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM GESTÃO DE ESTOQUES: case Eletrônica Girimum LTDA Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Logística Empresarial. Por: Helton da Silva Freire 3 AGRADECIMENTOS Agradeço em primeiro a Deus por ter me concedido saúde e proteção durante a elaboração deste trabalho. À minha família, em especial pela minha avó Rosa Maria de Jesus Silva, que desde o primeiro momento me apoiou e me incentivou na conclusão da especialização. Agradeço também a todos os meus amigos da faculdade que estiveram na mesma caminhada que eu, que soubemos a driblar todas as dificuldades que nos impuseram. E aos meus amigos do trabalho que me ajudaram com informações, experiências de vida, que compuseram o resultado final. E minha mãe Eliane da Silva e minha tia Maria Auxiliadora, que me criaram e contribuíram na formação do caráter do homem que sou hoje. 4 DEDICATÓRIA À minha família por me apoiar em todo o momento de minha formação. Aos meus amigos que compreenderam durante todo o tempo de minha ausência. Aos professores que contribuíram para a minha formação. 5 RESUMO O mercado globalizado e competitivo, bem como os altos investimentos despendidos pelas empresas em materiais e suprimentos, tem feito dos estoques, elemento estratégico dentro do processo de gestão empresarial. Diante disso o estudo de caso mostrará os principais problemas encontrados na gestão de estoques da Eletrônica Girimum, e apresentar as soluções para esses problemas. Dentre os problemas encontrados estão à falta de controle dos estoques, falta de produtos para venda e contratação de estoquistas sem nenhum tipo de experiência na área. O objetivo é verificar a relação entre a eficiência da gestão de estoques e a maximização dos resultados empresariais. 6 METODOLOGIA A metodologia utilizada para a execução deste trabalho consistiu em pesquisas bibliográficas referentes ao tema de gestão de estoques, questionários realizados dentro da empresa e artigos na internet. Num primeiro momento, foi realizada uma pesquisa de campo para verificar a dimensão do problema. Após analisar os dados coletados nas pesquisas iniciou-se o estudo sobre o caso da Eletrônica Girimum e os problemas em sua gestão de estoques. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I - Administração de Materiais 11 CAPÍTULO II - Gestão de Compras 13 CAPÍTULO III – Gestão de Estoques 16 CAPÍTULO IV – Gestão de Centros de Distribuição 33 CAPÍTULO V – Estudo de Caso: Eletrônica Girimum 36 CONCLUSAO 57 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 59 INDICE 61 8 INTRODUÇÃO Devido à atual fase de competitividade global, as empresas buscam cada vez mais melhorias, para garantir seu espaço no mercado. Numa época em que os consumidores estão cada vez mais exigentes e as empresas precisam atender as necessidades dos mesmos, ao mesmo tempo em que têm reduzir seus custos é necessária uma eficiente área de logística. O gerenciamento de estoque é um ramo da administração de empresas que está relacionado com o planejamento e controle de estoques de materiais ou de produtos que serão utilizados na produção ou na comercialização de bens ou serviços. Preocupar-se efetivamente com os estoques pode interferir nos resultados estratégicos de uma empresa. Definir o momento correto da compra, a quantidade ideal a serem comprados, os melhores preços, os níveis de segurança, a qualidade do bem ou do serviço, são características importantes nesse processo. O balanceamento da demanda real de consumo com a produção também é elemento fundamental para evitar estoques elevados. O capital investido em estoque e o impacto que exerce sobre as atividades operacionais das organizações são razões essenciais para que as empresas estabeleçam prioridades efetivas na sua administração. A cadeia de abastecimento não pode ser eficiente e eficazmente administrada, sem que os estoques recebam um enfoque prioritário. Muitas empresas estocam centenas ou milhares de itens, variando desde aquele cujo valor é extremamente baixo até aquele com altíssimo valor, dependendo do tipo de segmento de mercado em que atua. A estratégia de 9 estoque sofrerá variações de empresa para empresa, dependendo do foco estratégico a ser adotado. Toda organização deve estabelecer e manter uma estratégia adequada para administrar o estoque. Uma estratégia bem aplicada e bem conduzida não só assegura o desempenho apropriado dos diferentes processos e funções empresariais, bem como poderá minimizar custos. Controles não adequados podem levar a organização a possuir elevados estoques incorrendo em altos valores de investimento. Por outro lado, a manutenção de estoques insuficientes trará conseqüências drásticas à cadeia trará conseqüências drásticas à cadeia de abastecimento, afetando recursos e serviços. O presente estudo se propõe a fornecer elementos que possibilite dar resposta ao seguinte problema: de que forma a gestão estratégica de estoques poderá auxiliar na maximização dos lucros de uma organização? A empresa em questão será a Eletrônica Girimum LTDA, uma média empresa, localizada no bairro de Cascadura, subúrbio do Rio de Janeiro, que atua como grande potência no setor de áudio e iluminação profissional, peças e componentes eletrônicos e instrumentos musicais. Porém a Eletrônica Girimum possui grandes problemas na gestão de seus estoques: falta de controle de materiais (quantidades erradas no sistema), entrega de mercadorias erradas, demora no atendimento, pessoas incapacitadas, produtos em excesso, produtos em obsolescência, que serão abordados no trabalho com o objetivo de encontrar soluções adequadas para melhoramento dos processos evitando altos custos de armazenagem e nem a falta de produtos aos clientes. A empresa adquire seus produtos de fornecedores, não possui nenhum de fabricação própria, e depende do volume de vendas na loja, para verificar as necessidades de materiais, por isso tem que manter certo o 10 nível de estoque. Das relevâncias para as soluções dos problemas, destacam-se: diminuição de perdas de vendas, satisfação de clientes, rapidez no atendimento aos clientes, maior controle na entrada e saída de materiais, planejamento das necessidades de materiais. Neste estudo de caso veremos como a empresa administra e tenta melhorar a gestão de estoques, e as conseqüências dessas melhorias nos processos do dia-a-dia, da referida empresa. A abordagem está dividida em dois momentos: a parte teórica sobre a Administração de Materiais (compras, estoques e centros distribuição) e o estudo de caso as empresa em questão. 11 CAPÍTULO I ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS De acordo com Dias (1993) até alguns anos atrás o controle de estoques era responsabilidade de um almoxarife e as compras eram feitas pelo próprio dono do negócio. Naquela época valorizavam-se muito mais áreas de vendas, finanças, de pessoal e de produção, deixando em segundo plano a área de materiais. Com o passar do tempo e com a própria evolução comercial, tecnologia e humana, passou-se a dar mais importância mais aos estoques, dessa forma, o estoque passou a ser visto como um elemento relevante dentro do processo de gestão empresarial. A Administração de Recursos Materiais engloba a seqüência de operações que tem inicio na identificação do fornecedor, na compra do bem ou serviço, em seu recebimento, transporte interno e armazenagem, em seu transporte durante o processo produtivo, em sua armazenagem como produto acabado e, finalmente, em sua distribuição ao consumidor final. Segundo Ballou (1993), a administração de materiais e distribuição física integra-se para formar o que chama hoje de logística empresarial. Muitas companhias desenvolveram novos organogramas para melhor tratar das atividades de suprimento e distribuição, freqüentemente dando status de alta administração para a função ao lado do marketing e produção. Para Gonçalves (2007), uma administração de materiais bem estruturada permite a obtenção de vantagens competitivas por meio de redução de custos, da redução dos investimentos em estoques, das melhorias nas condições de 12 compras mediante negociações com fornecedores e da satisfação de clientes e consumidores em relação aos produtos oferecidos pela empresa. A Administração de Materiais voltada à Gestão Empresarial propõe mostrar a importância do gerenciamento de materiais dentro de uma relação clientefornecedor, desde o planejamento das necessidades de materiais até a colocação do produto acabado no cliente final. Nunca se falou tanto em logística integrada, que nada mais é que controlar o fluxo de materiais até o produto final: administrar o fluxo de informações, fluxo físico, níveis de estoques, confiabilidades de entregas. A Administração de materiais pode ser dividida em três grandes especialidades: Gestão de Compras Gestão de Estoques Gestão dos Centros de Distribuição Essas três especialidades se complementam entre si, num ciclo contínuo de retroalimentação. Em cada uma das áreas citadas há possibilidades de mediante uma boa gestão, promover reduções de custos. Neste momento examinaremos cada uma das áreas em questão, mostrando a sua importância dentro da cadeia de suprimentos. 13 CAPÍTULO II GESTÃO DE COMPRAS A função compras é um segmento essencial do departamento de material de suprimentos que tem por finalidade suprir as necessidades de materiais ou serviços, planejá-las quantitativamente e satisfazê-las no momento certo com as quantidades corretas, verificar se recebei efetivamente o que foi comprado e providenciar o andamento. Compras são, portanto, uma operação da área de materiais, muito importante entre as que compõem o processo de suprimento. Bertaglia (2003) define como comprar, o conceito utilizado na indústria com a finalidade de obter materiais componentes, acessórios ou serviços. É o processo de aquisição que também inclui a seleção dos fornecedores, os contratos de negociação e as decisões que envolvem compras locais ou centrais. A aquisição compreende a elaboração e colocação de um pedido de compra com um fornecedor já selecionado e a monitoração contínua desse pedido a fim de evitar atrasos no processo. O autor vai mais além e diz que a gestão de compras é um processo estratégico que envolve custo, qualidade e velocidade de resposta. Para Gonçalves (2007), a função compras envolve uma responsabilidade muito maior. Ela requer planejamento e acompanhamento, processos de decisão, pesquisas e seleção das fontes supridoras dos diversos materiais, diligenciando para assegurar que o produto será recebido no momento esperado, inspeção tanto da qualidade quanto das quantidades desejadas. Gonçalves (2007) diz ainda que a função compras requer uma coordenação geral entre os diversos órgãos da empresa: almoxarifados, no que tange armazenamento dos materiais; 14 planejamento de estoques, responsável por definir as quantidades a serem adquiridas e os respectivos prazos de entrega; finanças, no que se relaciona a autorização e controle de pagamentos das faturas dos materiais recebidos e muitos outros setores da estrutura organizacional. Com relação aos profissionais da área, Gonçalves (2007) fala que o setor de compras de uma empresa deve possuir executivos bem preparados, com talento compatível com a função que vão exercer. Com o advento de tecnologias mais modernas e o avanço da área de informática e de novas técnicas gerenciais, o autor relata que a demanda para contratação de executivos para gerenciar as atividades de aquisição de materiais levou a um critério de seleção muito mais apurado, por buscar identificar as potencialidades técnicas e gerenciais de cada candidato. Os profissionais da área de compras devem ter um entendimento global de negócios e tecnologia. O comprador, hoje, em função da tecnologia, é muito mais um analista de suprimentos e um negociador do que propriamente um operador de transações que fazem pedidos e monitora-os. Segundo Dias (1993), os objetivos básicos do setor de compras, seriam: Obter um fluxo contínuo de suprimentos a fim de atender aos programas de produção; Coordenar esse fluxo de maneira que seja aplicado um mínimo de investimentos que afete a operacionalidade da empresa; Comprar materiais e insumos aos menores preços, obedecendo a padrões de quantidade e qualidade definidos; Procurar sempre dentro de uma negociação justa e honesta as melhores condições para empresa, principalmente em condições de pagamento; 15 O ciclo de compras consiste nos seguintes passos: receber e analisar as requisições de compra; selecionar os fornecedores certos; determinar o preço correto, apartir da escolha do melhor fornecedor; emitir o pedido de compra; fazer um acompanhamento para garantir que os prazos de entrega sejam cumpridos; receber e aceitar as mercadorias; aprovar a fatura para pagamento ao fornecedor. O setor de compras tem que ter uma visão estratégica e ética, no momento de selecionar o fornecedor e na determinação de preços. Tem que ser levado em conta na hora da escolha os quesitos qualidade, preço e prazo de entrega para alcançar a máxima eficiência. As empresas mais competitivas não são as que possuem acesso aos insumos de baixo custo, mas aquelas que empregam tecnologias e métodos mais avançados em sua gestão, agregando valor ao produto final. 16 CAPÍTULO III GESTÃO DE ESTOQUES Estoques existem por ser impossível prever com exatidão a demanda futura dos consumidores. Eles são eficientes para garantir a disponibilidade das mercadorias no momento que elas são requisitadas. A gestão de estoques inclui a função de compras, acompanhamento de estoque, planejamento da distribuição física. É preciso haver maior integração entre os diversos departamentos da empresa, buscando melhor atender as necessidades dos clientes em tempo hábil e com o menor custo possível. Gonçalves (2007) define como o gerenciamento dos materiais, através do uso de técnicas de previsão de consumo, sistemas de controle dos estoques etc., com o objetivo primordial de adequar os níveis de estoques às necessidades dos usuários dos diversos materiais, com o menor custo possível, sem comprometer o nível de serviço esperado para atender às exigências dos usuários. Segundo Bowersox (2001) o gerenciamento de estoques é um processo integrado onde são obedecidas as políticas da empresa em relação aos estoques. Podemos definir estoque como quantidades armazenadas de determinados produtos (matérias-primas, produtos acabados, semi-acabados, componentes etc.), para a produção ou venda. De acordo com Viana (2002), o termo estoque é muito amplo, tradicionalmente pode ser considerado como representativo de matérias-primas, produtos semi-acabados, materiais administrativos e suprimentos variados. Partindo dessa premissa, Viana define estoque como sendo materiais, 17 mercadorias ou produtos acumulados para utilização posterior, de modo a permitir o atendimento regular das necessidades dos usuários para a continuidade da atividade da empresa, sendo o estoque gerado, conseqüentemente, pela impossibilidade de prever-se a demanda com exatidão. 3.1) – Funções e Objetivos dos Estoques De acordo com Dias (1993), a função da gestão de estoque é justamente maximizar o efeito lubrificante no feedback de vendas não realizadas e o ajuste do planejamento da produção. Paralelamente, a administração de estoques deve minimizar o capital total investido em estoques, pois ele é caro e aumenta continuamente, uma vez que o custo financeiro aumenta. Sem estoque é impossível uma empresa trabalhar, pois ele funciona como amortecedor entre vários estágios de produção até a venda final do produto. Para a gerência financeira, a minimização dos estoques é uma das metas prioritárias. O objetivo, portanto, é otimizar o investimento em estoques, aumentando o uso eficiente dos meios internos da empresa minimizando as necessidades de capital investido, em contrapartida garantir o suprimento dos materiais necessários ao bom funcionamento da empresa evitando faltas, paralisações eventuais na produção e satisfazendo às necessidades dos clientes e usuários. Existe uma situação conflitante entre a disponibilidade de estoque e a vinculação do capital, como pode ser visualizada no quadro abaixo. Sob o enfoque de vendas, deseja-se um estoque elevado para atender os clientes. Do ponto de 18 vista financeiro, necessita-se de estoques reduzidos para diminuir o capital investido. A administração de estoques deverá conciliar da melhor maneira os objetivos dos quatro departamentos, em prejudicar a operacionalidade da empresa. Quando as metas dos diferentes departamentos são conflitantes, o departamento que tem maior agressividade é, geralmente, o mais ouvido. O sistema de administração de estoques deve remover estes conflitos entre as áreas envolvidas, providenciando a necessidade real dos suprimentos da empresa. A gestão de estoques exige que todas as atividades envolvidas com controle de estoques, qualquer que seja a forma, sejam integradas e controladas num sistema em quantidades e valores. 3.2) Tipos de Estoques Os estoques podem ser classificados em diversos tipos, conforme se observa a seguir: Matérias-primas: são os materiais básicos e necessários para a produção do produto acabado. Seu consumo é proporcional ao volume da produção. Produtos em processo: consiste em todos os materiais que estão sendo usados no processo fabril. Consideram-se produtos em processo os diversos materiais que estão em diferentes fases do processo produtivo, materiais que sofreram 19 algum tipo de transformação, porém não atingiram a forma final do produto a ser comercializado. Materiais de embalagem: correspondem às caixas para embalar os produtos, recipientes, rótulos etc. Produtos Acabados: compreendem os produtos que sofreram um processo de transformação e estão prontos para serem vendidos. Suprimentos: neste tipo de estoque, estão inseridos todos os itens não regularmente consumidos pelo processo produtivo. São os componentes utilizados para a manutenção de equipamentos, instalação predial, dentre outros. 3.3) Custos de Estoques De acordo com Dias (1993), todo e qualquer armazenamento de material gera determinados custos, que são: juros, depreciação, aluguel, equipamentos de movimentação, deterioração, obsolescência, seguros, salários, conservação. Ballou (1993) considera que uma boa administração de estoques deve aplicar o conceito de custo total às atividades de suprimento, de modo a obter vantagens, ou seja, o objetivo da administração de estoques é prover o material certo, nos locais e instantes corretos e em condições de serem utilizados ao custo mínimo. 20 Segundo Arnold (1999), diz que um dos aspectos mais importantes da gestão de estoques é o gerenciamento dos custos associados. Diz ainda que, manter um estoque que supera as necessidades atuais só é bom se a manutenção implica em menor custo que a sua falta. Portanto, devem-se voltar às atenções para o gerenciamento dos custos associados aos estoques. Existem duas variáveis que aumentam os custos de estocagem: as quantidades em estoque e o tempo de permanência no mesmo. Grandes quantidades em estoque somente poderão ser movimentadas com a utilização de mais pessoal ou, então, com o maior uso de equipamentos, tendo como conseqüência a elevação destes custos. No caso de um menor volume em estoque, o efeito é exatamente ao contrário. 3.3.1) Custo de manutenção São todos os custos necessários para manter em estoque a quantidade de mercadorias por um determinado tempo. Isso inclui: custos de impostos para as mercadorias guardadas em armazéns dentro dos limites estaduais, custos de seguros contra incêndio e roubo, custos de armazenagem relacionados com a quantidade do estoque mantido e custos de risco de manter estoques que inclui deterioração, obsolescência, dano e furto. O mais importante é o custo de oportunidade de se empregar o dinheiro em estoque. Gonçalves (2007) define custos de manutenção de estoques como custos variáveis unitários, definidos normalmente em termos de atribuir um valor por unidade do item estocado durante certo período. 21 A soma do custo de armazenagem com o custo de capital, já identificado, resulta no denominado custo de posse do estoque. Em resumo, o custo de posse do estoque, que representa quanto estaremos pagando para manter certo estoque, possui dois componentes: um custo de armazenagem e um custo de capital investido em estoque. 3.3.2) Custo do pedido Custos associados à aquisição de produtos para repor os estoques. São exemplos, custos de preencher o pedido de compra, processar o pedido, enviá-lo ao fornecedor e ao receber o material conferi-lo com a nota fiscal. Ou seja, devemos relacionar todos os gastos em salários do pessoal de Compras, para emissão e processamento do pedido, materiais utilizados na confecção do pedido (papel, lápis, borracha, envelope, etc.) e custos indiretos que são todas as despesas ligadas indiretamente com o pedido (telefone, luz, escritório de compra etc.). Após a apuração anual destas despesas teremos o custo total anual de pedido. Sendo que para chegar ao valor de cada pedido é dividir o custo total anual de pedido pelo número total de pedidos. 3.3.3) Custo de Falta de Estoque Ocorre quando o cliente solicita algum produto em falta no estoque, na logística “falta” é um termo que não deve existir. É uma questão difícil. Se houver 22 insumos em excesso de estoque, há excesso de estoque e isso não é favorável para a empresa. Se faltar insumos a produção pode ser interrompida, haverá falta de produtos e o consumidor não vai receber seu produto em tempo hábil. Se o cliente não recebe a mercadoria não vai pagar e isso diminui a margem de lucro da empresa. Dias (1993), relata que os custos de falta de estoque ou custo de ruptura podem ser determinados das seguintes maneiras: por meio de lucros cessantes, devidos à incapacidade de fornecer. Perdas de lucros com cancelamento de pedidos; por meio de custos adicionais, causados por fornecimentos em substituição com material de terceiros; por meio de custos causados pelo não cumprimento dos prazos contratuais como multas, prejuízos, bloqueio de reajuste; e por meio de “quebra de imagem” da empresa, e em conseqüência beneficiando o concorrente. 3.3.4) Custo Total Sendo considerado fico o preço de determinado item, a equação do custo total é: CUSTO TOTAL = CUSTO DE ARMAZENAGEM + CUSTO TOTAL DO PEDIDO 23 Logo o custo total é o somatório do custo de armazenagem e do custo do pedido. Toda teoria de dimensionamento e controle de estoques baseia-se em minimizar o custo total dado pela equação. Figura 1: Custos (Adaptada de POZO, 2002). 3.4) Sistemas de Controle de Estoques O controle de estoques é muito importante para uma empresa no ambiente competitivo. Através dele a empresa é capaz de prever o quanto será necessário comprar no próximo pedido ao fornecedor, além de fornecer informações úteis sobre as vendas, já que muitas vezes os relatórios do setor de vendas não são muito claros, e muita das vezes não condiz com a realidade. 24 A maioria das grandes empresas não está mais enfatizando o “quanto”, e sim o “quando”. Possuir em estoque a quantidade correta no tempo incorreto não adianta e nem resolve nada, pois a determinação desses prazos que é importante. O principal objetivo do controle de estoques é aperfeiçoar o investimento em estoques, aumentando o uso eficiente dos meios internos de uma empresa, e minimizar as necessidades de capital investido em estoque, como já falando anteriormente. Analisaremos nesse momento as principais técnicas de controle de estoques. 3.4.1) – Controle Kanban O Kanban especifica quanto será retirado do estoque do fornecedor, quando acaba algum material, um cartão Kanban é enviado ao fornecedor para repô-lo, especificando o quanto será retirado do estoque. O fluxo é regulado e o estoque é mantido em nível predefinido. Gonçalves (2007) aponta que o objetivo primordial do Kanban é sinalizar a necessidade de um movimento para suprir a linha de produção, seja transportando produtos, seja produzindo-o ou fornecendo-o a um determinado estágio do processo produtivo. O Kanban fornece um controle visual de produtos de grande volume: autorização para substituir exatamente o que já foi utilizado e produtos de pequeno volume: autorização para enviar o seguinte a uma linha. Para que o sistema seja eficiente é necessário que haja um planejamento da produção, layout 25 de máquinas, reduzindo o tempo de troca de ferramentas. Existem diferentes tipos de Kanban, como: Kanban de transporte: destinado a avisar ao estágio de produção que o material está pronto para ser retirado e transferido. Kanban de produção: indicado a necessidade de produção de um determinado material. Kanban do fornecedor: destinado a sinalizar o fornecedor sobre a necessidade de reposição de um material ou um componente na linha de produção. O Kanban agiliza as operações eliminando os elementos de burocracia que geram retardamento nas atividades de produção e abastecimento. Esse sistema é importante, pois coordena toda a produção de acordo com a demanda dos produtos finais, determina em que local e quando o produto deve chegar ao cliente. 3.4.2) Just in Time (JIT) O Just in Time é sistema integrado de planejamento de distribuição derivado do sistema de Kanban. Como o próprio nome diz a metodologia Just in Time busca, como objetivo, a produção de bens e serviços no exato momento em que são necessários, minimizando custos, re-trabalho e otimizando processos. Essa metodologia consiste em uma mudança radical nas práticas tradicionais que 26 foi introduzida no Japão, na década de 1970, nas linhas de produção da Toyota. O Just in Time visa o “estoque zero”. Para Gonçalves (2007), a filosofia do JIT é simples e poderosa, visto que procurava eliminar perda diminuindo o estoque desnecessário, enquanto procura eliminar todas as tarefas que não agregam valor, tendo como meta final melhorar as vantagens do valor agregado em cada operação e produzir os bens e serviços somente nas quantidades necessárias eliminando conseqüentemente os desperdícios. Ao longo da cadeia logística, as relações entre as empresas, inclusive com o emprego de recursos de comunicação e tecnologias de informação, devem ser garantidas de tal forma que os resultados, e, portanto, os serviços prestados pela logística obedeçam exatamente às necessidades de serviços expressas pelos clientes. É muito importante, portanto que haja uma cooperação, um bom relacionamento entre a empresa e seus fornecedores externos e internos. Um ponto muito favorável no JIT é que ele diminui a probabilidade de que ocorram perdas de produtos. Shank (1997) alerta que o método JIT tem enormes vantagens, porém, as empresas devem firmar parcerias com seus fornecedores, pois, caso contrário, a adoção do modelo JIT implicará em um aumento de custos ao invés de redução. O foco principal do sistema de JIT está voltado para a manufatura e, mais especificamente, para suas linhas de produção. Requer produtos de alta qualidade, que é controlada na fonte, onde os próprios empregados atuam como inspetores de qualidade. Isso exige um treinamento e uma capacitação adequados para que os empregados possam atuar de foram segura e eficiente. 27 Embora o JIT seja extremamente simples, sua utilização prática requer um sistema de produção enxuta, com baixa instabilidade da demanda. Como os níveis de estoques que transitam ao longo da linha de produção são reduzidos, o risco de paralisação do processo de produção é bem maior visto que a produção sendo sincronizada em pequenos lotes há poucos estoques intermediários entre os pontos de trabalho e qualquer evento que cause interrupção no fluxo paralisa integralmente toda a linha de produção. O sistema de Just in Time é vantajoso quando: Os produtos têm valor unitário alto; As necessidades ou demandas são conhecidas com certeza; Os tempos de ressuprimento são pequenos e conhecidos; Não há nenhuma vantagem em comprar grandes lotes para manter estoque. De acordo com Henrique Corrêa e Irineu Gianesi (1993), para se implantar esse sistema é necessários alguns requisitos: Capacitação em termos de qualidade; Elevado grau de confiabilidade; Custos reduzidos de fabricação decorrente de técnicas de produção eficazes; 28 Gonçalves (2007) fala que a utilização do JIT envolve a implantação de um sistema de produção em fluxo contínuo que exige um adequado balanceamento das células de trabalho. Considerando que o JIT se destina a produzir somente os itens certos, nas quantidades certas e no momento adequado, o conceito de produção puxada é muitas vezes confundido com a definição do JIT, que também depende essencialmente de elevado nível de sincronismo dos processos e regularidade de demanda e de produção. 3.4.3) MRP (Material Requeriment Planning) O MRP é um sistema de controle de estoques que mostra com precisão os volumes a serem comprados para determinado período, através de cálculos da quantidade e dos prazos em que os materiais são necessários à fabricação de um produto. Segundo Dias (1993), integram ao MRP funções de planejamento empresarial, previsão de vendas, planejamento dos recursos produtivos, programa-mestre de produção, planejamento das necessidades de materiais, planejamento das necessidades de produção, controle e acompanhamento da fabricação, compras e contabilização dos custos. O MRP tem ainda a função de criar e manter a infraestrutura de informação industrial, que inclui o cadastro de materiais, a estrutura de informação industrial, a estrutura do produto (lista de materiais), saldos de estoque, ordens em aberto, rotinas de processo, capacidade do centro de trabalho etc. 29 O MRP baseia-se na emissão de ordens de uma demanda calculada a partir do programa de montagens observando-se como ele é produzido passo a passo, demonstrando uma grande capacidade em reduzir estoques, pois as ordens de compra não sã emitidas para repor estoques e sim para atender as necessidades. Esse sistema só emitirá pedidos de acordo com os leads times registrados, fazendo com o que material chegue na hora e quantidade corretas para produzir para seus clientes. Para atender a demanda nas datas planejadas deve-se alocar tempo suficiente no programa de produção para permitir a entrega dos fornecedores e a manufatura dos produtos. Figura 2: Sistema MRP (extraída de GONÇALVES, 2007). 3.4.4) MRP II (Manufacturing Resource Planning) O sistema MRP II é a evolução natural da lógica do sistema MRP, com a extensão do conceito de calculo das necessidades ao planejamento dos demais recursos de manufatura e não mais apenas dos recursos materiais. 30 Correa e Gianesi (1993) definem o MRP II como um sistema hierárquico de administração da produção, em que os planos de longo prazo de produção, agregados (que contemplam níveis globais de produção e setores produtivos), são sucessivamente detalhados até se chegar ao nível do planejamento de componentes e máquinas específicas. Para Gonçalves (2007) o MRP II funciona como um sistema integrado, por incluir dados sobre capacidades dos equipamentos, recursos de engenharia, finanças, marketing e recursos de mão-de-obra, permitindo obter diversos relatórios financeiros sobre o custo dos produtos. Esse é um sistema integrado que mais tarde deu origem ao projeto de sistema de gestão integrada, conhecidos como sistemas ERP (Enterprise Resource Planning) que funcionam dentro de uma plataforma de Tecnologia da Informação (TI) e contem poderosas ferramentas de análise, programação e controle. O ERP é um sistema que obtém informações de todas as funções da empresa, monitorando materiais, compras, programação de produção, estoque de produtos acabados e outras informações que tramitam na empresa como um todo. O MRP II fornece dados precisos sobre o que produzir, onde produzir e quando produzir. Esse sistema é mais adequado para empresas que tenham por prioridade básica entregar as mercadorias de seus clientes no prazo acordado e reduzir seus estoques. 3.5) Avaliação da Gestão de Estoques 31 A avaliação de desempenho é uma atividade permanente e fundamental para a gestão de estoques. Através de indicadores pode-se aferir a qualidade das ações e verificar o alcance dos objetivos e metas, e se a evolução dos níveis de estoques estão em conformidade com a política de estoques adotada pela empresa. O desempenho da gestão de estoques é avaliado por meio de indicadores tais como: cobertura média dos estoques, giro dos estoques, nível de atendimento aos clientes, evolução dos custos e dos estoques, etc. O monitoramento desses indicadores permite que sejam corrigidas eventuais distorções quanto ao planejamento, além de ser uma das principais fontes de informação do gestor, permitindo-o revisar e manter adequado o planejamento à política de estoques da empresa. Sucupira (2003) define a gestão de estoques no varejo como sendo a procura do constante equilíbrio entre a oferta e demanda, e diz ainda que este equilíbrio deva ser aferido sistematicamente por meio de alguns indicadores e dentre os mais importantes cita: o giro dos estoques, a cobertura dos estoques e o nível de serviço ao cliente. Para Sucupira (2003) o giro dos estoques, indica o número de vezes em que o capital investido em estoques é recuperado por meio das vendas. Normalmente o giro dos estoques tem base anual e tem característica de representar o que ocorreu no passado. Este índice é obtido através da divisão do custo das mercadorias vendidas (CMV) pelo custo do estoque médio do período. O autor alerta que, para que a empresa varejista tenha um bom desempenho em função do aumento do giro dos seus estoques, é necessário que a margem (valor recebido na venda menos o custo da mercadoria vendida) seja positiva. Sucupira 32 conclui que o giro dos estoques é fundamental para obtenção de lucro num ambiente cada vez mais competitivo, onde as margens tendem a ser cada vez menores. A cobertura dos estoques, na visão de Sucupira, representa o período de tempo em que os estoques conseguem cobrir as necessidades futuras de vendas, sem que haja o ressuprimento. Segundo o autor este índice é obtido através da divisão dos estoques em determinada data pela previsão de vendas futuras. Quanto menor for o índice de cobertura dos estoques, maior a possibilidade de faltar mercadoria para atendimento aos clientes. Ocorre também que, se o índice de cobertura for elevado, as organizações varejistas arcam com os custos e os risos relativos aos estoques. De acordo com Sucupira (2003) o indicador do nível de serviço ao cliente demonstra o número de oportunidades de vendas que podem ter sido perdidas pelo fato da não existência da mercadoria em estoque. Este indicador PE obtido através da divisão entre o número de itens em estoque pelo número total de itens para venda. E ainda por meio de sistemas informatizados pode-se verificar o valor perdido pela empresa devido à falta de materiais em estoque. 33 CAPÍTULO IV GESTÃO DE CENTROS DE DISTRIBUIÇÃO Para Dias (1993), comprar bem, procurando os melhores preços e prazos de pagamento para matérias-primas, e estocar de maneira a evitar perdas e no mínimo custo já não são somente fatores de lucratividade. Nos últimos anos a distribuição tornou-se uma questão comercial e muitas empresas não hesitam em afirmar que são os seus custos que determinam atualmente a sua rentabilidade. Um centro de distribuição (CD) constitui um dos mais importantes e dinâmicos elas da cadeia de abastecimento, o CD é um armazém cuja missão consiste em gerenciar o fluxo de materiais e informações, consolidando estoques e processando pedidos para a distribuição física. Ele pode manter o estoque necessário para controlar e equilibrar as variações entre o planejamento de produção e a demanda: permite acumular e consolidar produtos de vários pontos de fabricação de uma ou de várias empresas, combinando o carregamento para clientes para clientes ou destinos comuns; possibilita entregas no mesmo dia a clientes-chave e serve de local para customização de produtos, incluindo embalagem, etiquetagem e precificação, entre outras importantes atividades. 34 Figura 3: Centro de Distribuição numa cadeia de abastecimento (adaptada de BALLOU, 1993). Segundo Gonçalves (2007), a administração dos depósitos, almoxarifados e centros de distribuição envolvem, em uma visão mais generalista, a gestão do fluxo de entrada, movimentação interna e saída dos materiais. Assim a movimentação física e a gestão da armazenagem estão intimamente relacionadas. Entre os atributos dos gestores da armazenagem e movimentação física dos materiais, o autor cita: Recebimento dos materiais Identificação dos materiais Transporte e movimentação armazenagem. Armazenamento dos materiais. física dos materiais para áreas de 35 Controle e localização física dos materiais. Fornecimento dos materiais. Objetivando minimizar os custos operacionais, os almoxarifados deverão ser dimensionados para atender as necessidades das empresas quanto à guarda provisória dos materiais e ao arranjo físico de suas instalações adequado à finalidade de maximizar a produtividade e permitir um rápido fluxo dos materiais nos processos de recebimento, guarda e expedição. Os centros de distribuição são projetados para colocar produtos em movimento, não apenas armazená-los. São depósitos grandes e automatizados, projetados para receber produtos de várias fábricas e fornecedores, receber os pedidos, atendê-los com eficiência e expedir os produtos para consumidores de uma determinada região o mais rápido possível. A implementação de um CD pode racionalizar os níveis de estoques contribuindo para a redução do custo logístico total, pois o estoque centralizado permite acompanhar melhor o nível de estoque e controlar as necessidades de reabastecimento. Aliado ao CD, a distribuição física percebe os benefícios da localização geográfica do CD junto ao principal mercado consumidor, tendo em vista a redução das distâncias, menor trajeto percorrido, volume maior de entregas, melhor ocupação do veículo, otimizando tempo e custos. 36 CAPÍTULO V ESTUDO DE CASO – ELETRONICA GIRIMUM 5.1) Descrição da Empresa A Eletrônica Girimum é uma empresa que vende tecnologia sonora, localizada no bairro de Cascadura, subúrbio do município do Rio de Janeiro. Fundada em 1974, pelo presidente atual José Teotônio da Silva, a empresa começou apenas na área de assistência técnica de aparelhos eletrônicos, tais como, televisão, som, vídeo cassete, auto-rádios dentre outros. Ficou muito famosa e conhecida no ramo, levando o certificado de excelência da CCE, como melhor empresa de assistência técnica autorizada. Com uma assistência técnica tão conhecida no mercado e uma crescente demanda, houve a necessidade de expansão da própria estrutura interna e do número de pessoal. Devido a isso, em 1993, inaugura o setor de peças e componentes eletrônicos (transistores, resistores, fly backs, unidades óticas, etc.). Neste momento a Eletrônica Girimum começa fornecer produtos. Analisando que a venda de produtos estava gerando um lucro muito bom para a empresa e acompanhando as novas tendências que o mercado exigia, houve a necessidade de um novo investimento dentro do segmento da área eletrônica: o de áudio e iluminação profissional. O Show Room de áudio e iluminação foi inaugurado em junho de 2000, com um grande coquetel oferecido para nossos fornecedores e parceiro, em mais uma nova empreitada: produtos mais caros, com uma tecnologia super avançada, gerando lucros muito maiores. A 37 Eletrônica Girimum passa ficar ainda mais em evidência perante a concorrência, e na tentativa de aniquilar completamente a mesma, em 2006 inaugura o show room de instrumentos musicais. A empresa é familiar, visto que filhos, sobrinhos, e a atual esposa do Sr. José trabalham na empresa em cargos de chefia, dentre eles o filho Maurício Teotônio da Silva que é administrador da empresa e sócio, idealizador do setor de áudio e iluminação e instrumentos musicais. A organização localiza-se em uma rua que é referência em artigos eletrônicos de manutenção em geral e tecnologia sonora. Hoje a Eletrônica Girimum dispõe de três lojas localizadas estrategicamente no local, aparecendo como grande potência no segmento. 5.1.1) Atividade A organização tem como foco a venda de produtos de tecnologia sonora, componentes eletrônicos e instrumentos musicais, e no serviço de assistência técnica. 5.1.2) Missão Oferecer a todos os clientes a excelência em atendimento, e produtos da mais alta qualidade e soluções diferenciadas em tecnologia sonora, componentes eletrônicos e instrumentos musicais, sendo a melhor opção de nosso consumidor na busca no mercado. 38 5.1.3) Visão Liderar o Rio de Janeiro na comercialização de produtos em tecnologia sonora, componentes eletrônicos e instrumentos musicais, e serviços de assistência técnica, garantindo o retorno sobre os investimentos e agregando produtos e serviços que gerem valor à operação. 5.1.4) Valores Cliente em 1º lugar Integridade Ética e Respeito Lideranças Interativas Trabalho em Equipe Qualidade Transparência “Disseminando a nossa visão, realizando a nossa visão, e trabalhando os nossos valores, com todos os colaboradores, parceiros, clientes e consumidores, fortaleceremos nossa posição como melhor empresa no Brasil de produtos eletrônicos”. José Teotônio da Silva – Presidente. 39 5.1.5) Estrutura da Empresa A empresa conta hoje com três lojas físicas: a matriz (setor de componentes eletrônicos e áudio e iluminação), a assistência técnica e a loja de instrumentos musicais. Possui ainda a página virtual onde são vendidos produtos para todo o Brasil. A loja tem 150 funcionários distribuídos entre todos os setores da empresa: administrativo, financeiro, compras, marketing etc. 5.2) Cadeia de Suprimentos A cadeia de suprimentos da Eletrônica Girimum começa no setor de compras, onde são realizados os pedidos dos materiais aos fornecedores, o recebimento e armazenamento dos produtos ficam a cargo dos estoques, e o cliente final adquire os produtos através dos consultores de venda na loja física ou na loja virtual. As entregas em domicílio, quando solicitado pelo cliente ou quando é uma venda on-line, são feitas através dos correios, transportadoras ou pelo carro da empresa. Vejamos abaixo com detalhes como funciona a cadeia de suprimentos da Eletrônica Girimum, passando pelo setor de compras, estoques e a distribuição do produto ao cliente final. 5.2.1) Setor de Compras O setor de compras da Eletrônica Girimum é responsável pela aquisição dos materiais para venda ao cliente final. Por atuar com diversos tipos de 40 produtos, as compras não são centralizadas em um único setor. Existe o setor de compras do departamento de peças e componentes, do departamento de áudio e iluminação profissional e o de instrumentos musicais. Os compradores da empresa ficam encarregados de verificar a necessidade de materiais, fazer levantamentos de consumo, formar o cadastro de fornecedores, negociar as melhores condições de compra (preço, prazo de entrega, transporte), e elaborar e monitorar os pedidos junto aos fornecedores. A decisão pela escolha do melhor fornecedor tem que ser feita com base em trade off, que significa conflito de custos. O comprador deve conflitar os custos de pedido para obter a solução mais vantajosa para comprar, ter um “olhar” estratégico para determinar o seu fornecedor certo. Hoje, a Eletrônica Girimum, possui 1842 fornecedores ativos. O comprador tem que consultar ao cadastro para saber quais fornecedores tem que encaminhar as cotações (tomada de preços) certas, por exemplo, para um circuito integrado há diversos fornecedores diferentes. Em outros casos, há apenas um fornecedor disponibilizando um determinado produto, por exemplo, altos falantes Selenium só são fornecidos pela fábrica da Selenium que se localiza no Rio Grande do Sul. Neste caso cabe ao comprador negociar as melhores condições de preço e de pagamento, e estabelecer parcerias. A gestão de compras, na Eletrônica Girimum é tida como um fator estratégico e sendo um diferencial competitivo junto aos concorrentes, pois conseguindo produtos com preços de custo mais vantajosos, consegue tornar os seus produtos ao cliente final com preços mais diferenciados da concorrência. 41 5.2.2) Estoques A Eletrônica Girimum possui três estoques para armazenamento dos materiais para venda aos clientes. O primeiro estoque situa-se na matriz onde são guardados os artigos eletrônicos referente ao setor de peças e componentes (circuitos integrados, transistores, diodos, resistores, fly backs, divisores capacímetros, amperímetros, multímetros, materiais de informática, equipamentos e materiais para instalação de antenas, parabólicas etc.). Esse estoque conta com uma equipe de quatro estoquistas, que possuem funções de recebimento e conferência de materiais, armazenagem, abastecimento na loja física, e atendimento aos vendedores quando solicitado. O pedido de materiais dos vendedores é feito através de dois microfones posicionados no caixote (um elevador), por onde desce os materiais. O segundo estoque encontra-se em uma loja ao lado da matriz. Nesse estoque encontram-se estocados os produtos do setor de áudio e iluminação, é o estoque de maior valor da empresa. É o principal estoque da empresa. Os tipos de materiais que são armazenados nesse estoque são altos falantes, amplificadores, caixas de som, mesas de som, equalizadores, microfones, lasers, canhões de iluminação, estrobos, maquinas de fumaça, processadores de áudio, acessórios, enfim todo o tipo de material em tecnologia sonora. Este estoque foi ampliado recentemente devido ao aumento no fluxo de materiais: ele contava apenas com três andares, e hoje ampliou para cinco. Nesse estoque possui uma equipe com sete estoquistas sendo que suas funções são distribuídas pelo encarregado do setor. Dentre as funções estabelecidas estão o recebimento e conferência dos 42 materiais, armazenamento, abastecimento no setor de som e iluminação, atendimento aos vendedores quando solicitado controle da saída dos materiais para entrega através do carro da empresa. Por ser uma loja, tipo um galpão, fora da matriz fica a cargo desse estoque controlar o fluxo de materiais do estoque para as lojas a serem abastecidas. Os vendedores ou o gerente solicitam produtos ao estoque mediante uma requisição de material, todo o material do estoque só pode sair com a requisição. A função do gerente do estoque é controlar com rigor essa saída de materiais do estoque para a loja. Através do sistema “Shop 7”, o gestor do estoque faz a transferência dos produtos solicitados para as lojas de destino, mantendo assim o controle interno do fluxo de materiais. Apesar de ser o estoque mais correto e bem mais controlado da empresa, ele apresenta problemas em sua gestão que veremos mais à frente. O terceiro estoque é da loja de instrumentos musicais onde ficam produtos como violões, guitarras, contrabaixos, baterias, teclados, encordoamentos, palhetas, pedaleiras etc. Como são materiais de pouco giros exige pouco espaço para armazenagem. Esse estoque conta apenas com um estoquista que fica encarregado de guardar esses produtos e expor na loja física. Todo o recebimento desse tipo de material é feito pelo estoque de som e iluminação. O encarregado do setor comunica o recebimento ao estoquista do setor de instrumentos musicais, que leva os materiais para o setor para serem expostos ou guardados. Todos os processos burocráticos de lançamento das notas fiscais recebidas nos estoques, assim como suas respectivas duplicatas de pagamento, ficam a cargo de pessoas que trabalham no departamento de compras. 43 5.2.3) Distribuição Os clientes podem adquirir os produtos na Eletrônica Girimum de duas formas: a primeira na loja física e a segunda pela loja virtual. Na loja física o intermédio é feito através dos vendedores, que além de instruir os clientes sobre os produtos que estão levando também verificam disponibilidade dos produtos junto aos estoques. Caso o cliente opte pela entrega em domicílio o carro da empresa leva o material cobrando uma taxa de entrega junto com a compra. Pela loja virtual o intermédio é feito através de um consultor de vendas que fica no on-line o dia todo negociando as vendas, através de ferramentas como o Messenger e skype. A Eletrônica Girimum possui um site onde os clientes podem ver os produtos e adquirir através do consultor. Os consumidores de todo o Brasil podem adquirir os produtos da Girimum, e a entrega é feita, dependendo da localidade, através dos correios, de transportadoras ou até mesmo do carro da empresa. É de competência do consultor de vendas on-line antes de fechar um pedido com o cliente confirmar com o estoque a disponibilidade dos produtos, para evitar maiores transtornos. Todos os consumidores da Eletrônica Girimum também podem adquirir os materiais por encomenda. Cabe aos vendedores deixar os clientes cientes do prazo de entrega, e também verificar com o setor de compras os preços corretos dos produtos que se encontram indisponíveis na loja. 5.3) Problemas na Cadeia de Suprimentos 44 5.3.1) Controle de Materiais A falta de controle dos materiais é o principal problema na cadeia de suprimentos da Eletrônica Girimum. Por ser uma empresa que tem uma grande variedade de produtos, e em boa parte desses produtos componentes eletrônicos muito pequenos, fica realmente difícil o controle eficaz dos produtos. O estoque mais controlado da empresa é o estoque de áudio e iluminação profissional, que possui hoje, 65% de seus produtos corretos no sistema. Em contrapartida, o estoque de peças e componentes eletrônicos é o menos controlado, possui apenas 5% de seus materiais totalmente certos. O estoque de peças e componentes eletrônicos possui uma demanda muita alta e uma variedade enorme de componentes eletrônicos que dificulta o controle eficaz dos materiais. O falta de espaço físico para armazenamento dos materiais também é um fator que atrapalha um controle maior dos materiais. O controle dos materiais dos artigos eletrônicos se faz no momento que é feito um levantamento físico pelo comprador na hora de comprar, o que leva demora nos processos de emissão de cotações para os fornecedores. Como este estoque localiza-se na matriz, na parte superior, os lançamentos no sistema dos produtos são efetuados na própria matriz, denominada no sistema como filial 1. Todas as vendas aos clientes finais efetivadas na matriz são automaticamente descontadas na filial correspondente. Outro ponto-problema a ser destacado neste estoque é a grande movimentação de materiais durante o dia de trabalho, acarretando em diferenças muito grandes das quantidades no sistema, e as quantidades físicas. Como foi dito anteriormente os vendedores solicitam os materiais a esse estoque verbalmente, 45 sem qualquer tipo de requisição, e cabe aos estoquistas consultarem a disponibilidade dos produtos no ato do pedido. E ainda a assistência técnica quando solicita os produtos aos estoques não elaboram qualquer tipo de requisição para a saída dos materiais, fazendo com que as diferenças entre as quantidades no sistema e as quantidades reais aumentem cada vez mais. No estoque de som e iluminação, o problema da falta de controle dos materiais armazenados deve-se ao dinamismo do setor, que por sua vez não consegue fazer a transferência do material no momento de sua saída. A facilidade de neste estoque possuir produtos grandes facilita a contagem e um controle freqüente dos materiais, mas a falta de espaço físico para armazenagem dificulta a arrumação, e conseqüentemente acarreta em “furos” de estoque. O volume de mercadorias que chega também é outro fator que dificulta o controle, pois muitas das vezes os produtos não constam no sistema no mesmo momento em que chegam. A liberação de materiais para vendedores sem a requisição aparece como um problema. Sem a requisição o gerente do estoque não tem como dar a saída ou entrada do material que está sendo movimentado. Hoje, os produtos de maior giro são os produtos que apresentam seus estoques controlados, pois há a necessidade de saber as quantidades ideais para compra. A falta de controle de materiais afeta também o estoque mais recente da Eletrônica Girimum, que é o de instrumentos musicais. Apesar de serem produtos de pouco giros, os controles desses materiais ficam a cargo do gerente do estoque de som e iluminação, devido a esse tipo de produto ser recebido no referido estoque. Este gestor assim que o material chega ao estoque de som e iluminação, chamado no sistema “Shop 7” de filial 2, ele tem que ser transferido 46 para o estoque de instrumentos musicais, no sistema “Shop 7” referente à filial 8. A movimentação física do material fica a responsabilidade do estoquista da filial 8. Muitas vezes o gerente não faz a transferência do material acarretando nos problema de controle da filial de instrumentos musicais. 5.3.2) Falta de Produtos Conforme citado anteriormente, o setor de compras da Eletrônica Girimum é responsável pela compra de materiais para venda. Por não constar às quantidades corretas dos produtos no sistema, os levantamentos da falta de produtos para realizar uma nova compra são feitos manualmente, dispondo de grande tempo para realização de um pedido. Com isso, alguns dos materiais que estão faltando passam despercebidos aos olhos do comprador. Uma classe de produtos como transistores, que são produtos de giro contínuo e possuem diversos tipos de modelos, com isso o comprador não consegue fazer um levantamento com 100% de certeza desse item, sem poder consultar a sua demanda em um sistema de informação. A falta de produtos na loja PE conseqüência da falta de controle dos estoques. Como resultado da falta de estoques está à perda de vendas, o que abaixa o nível de satisfação dos clientes. 5.3.3) Produtos em Excesso O problema de produtos em excesso nos estoques se deve a compras erradas. Estoques excessivos reduzem a lucratividade da empresa, pois o lucro 47 líquido é reduzido pelos custos de desembolsos associados com a manutenção dos estoques tais como seguros, impostos, armazenagem, obsolescência e danos, conseqüentemente reduzindo o retorno nos ativos. Por possuir uma grande quantidade e variedade de produtos, a Eletrônica Girimum, possui um número considerável de produtos que se encontram parados nos estoques. Com a grande evolução do segmento o tempo para que esses materiais se tornem obsoletos é muito rápido. O setor de compras não consegue ter o controle correto desses materiais devido às quantidades estarem erradas no sistema. 5.3.4) Pessoas Incapacitadas No total, hoje são doze estoquistas que trabalham na Eletrônica Girimum nos três estoques. No estoque de peças e componentes temos um gerente com mais três estoquistas, e no estoque de áudio e iluminação temos um gerente, um subgerente e mais cinco estoquistas, e um estoquista no setor de instrumentos musicais, que não possui gerente, pois é vinculado ao estoque principal. No momento da seleção de pessoas para trabalhar nos estoques, não há nenhum requisito básico para a contratação dos novos estoquistas. Em geral, não é pedido nenhum conhecimento técnico, e nenhum tipo de experiência anterior, e nem é feita nenhum tipo de dinâmica de grupo para que os gestores da empresa possam avaliar como os candidatos se comportam diante certas situações. Para suprir a necessidade de mão-de-obra nos estoques, o recrutamento e seleção são feitos apenas através do preenchimento de uma ficha de pedido de emprego, e uma 48 entrevista final com os administradores da empresa. Para a empresa o benefício disso é a contratação de uma mão-de-obra barata, em contrapartida, são selecionadas pessoas sem experiência anterior em estoques, e sem nenhum conhecimento técnico dos produtos armazenados, que gera problemas como demora no atendimento aos vendedores, entrega de materiais errados ou negando os materiais que desconhecem contagens de estoque de forma incorretas, sem contar que o gerente do estoque ainda perde semanas ou até mesmo meses, em treinamentos para preparar os novos contratados. Entretanto, os problemas relacionados mostram como a gestão de estoques é importante para empresa, que totalmente solucionados melhoram o desempenho da Eletrônica Girimum junto aos seus clientes finais. O gestor dos estoques possui função estratégica, de não apenas controlar o fluxo de materiais, mas também na gestão de pessoas. 5.4) Pesquisas realizadas Foi realizado no dia 20 de junho de 2009 uma pesquisa com os compradores, estoquistas e vendedores em um universo de 20 pessoas, sobre o problema na gestão dos estoques, que são o centro da cadeia de suprimentos da Eletrônica Girimum. Abaixo estão os resultados das pesquisas realizadas: 49 Principal Problema dos Estoques 17% 8% 50% 25% Controle dos Materiais Falta de Espaço Físico Relacionamento com vendedores e compradores Pessoas Incapacitadas Principal Razão da Falta de Controle dos Materiais 25% 25% 31% 19% Sistema Logístico mal estruturado Falta de uma política de estoques Falta de um planejamento das necessidades de materiais Dificuldade de contagem dos materiais pequenos 50 Relacionamento Estoques x Vendas Péssima 0% Excelente 0% Ruim 20% Bom 33% Regular 47% Excelente Bom Regular Ruim Péssima Relacionamento Estoques x Compras Ruim 8% Péssimo 0% Excelente 23% Regular 8% Bom 61% Excelente Bom Regular Ruim Péssimo 51 Nivel de Conhecimento dos Estoquistas 11% 5% 5% 16% 16% 47% Excelente (10 - 9) Muito Bom (8 - 8,9) Bom (7 - 7,9) Regular (5 - 6,9) Ruim (3 - 4,9) Péssimo (0 - 2,9) A pesquisa foi realizada através do preenchimento de um questionário de perguntas. Na análise dos resultados com as pessoas envolvidas na cadeia de suprimentos, o controle dos estoques é apontado como o principal problema dos estoques. Quando foram perguntadas sobre a principal causa da falta de controle as opiniões ficaram dividas, mas a maioria dos entrevistados disse que o sistema logístico mal estruturado seria a principal causa, mas a falta de uma política de estoques aparece com uma porcentagem significativa. A Eletrônica Girimum não possui uma política de estoques adequada a todos os estoques da empresa. Hoje o único estoque que possui uma política e mesmo assim não é bem elaborada é o estoque principal, o de som e iluminação. Quando foi perguntado sobre o relacionamento entre os setores de compras, estoques e vendas, a pesquisa mostrou que o problema de relacionamento entre os estoques e o setor de vendas precisa melhorar. A melhor 52 relação encontra-se entre o setor de compras e os estoques. O questionário de pesquisa ainda abordou sobre o nível de conhecimento dos estoquistas em relação aos produtos estocados e suas utilidades, e que a maioria dos estoquistas possui um nível regular de conhecimento. Foram atribuídas notas de 0 a 10, e o parâmetro utilizado para a definição da nota foi à média aritmética entre o nível de conhecimento técnico sobre os produtos e o conhecimento sobre a armazenagem dos mesmos. 5.5) Soluções para os problemas na Gestão dos Estoques Uma das primeiras soluções apresentadas por este estudo para a solução de problemas na cadeia de suprimentos da Eletrônica Girimum é a unificação dos estoques. A empresa tem que montar uma estrutura na qual fique centralizado em apenas um único lugar o recebimento dos materiais, e armazenagem dos mesmos. Sendo que os produtos devem ser armazenados de acordo com o tipo de material, ou seja, produtos de peças e componentes, produtos de áudio e iluminação profissional e os produtos de instrumentos musicais. Melhorar o ambiente de trabalho aos estoquistas, com um local amplo, com bastante ventilação, para minimizar as precárias condições de ambiente a qual os estoquistas são submetidos. Com relação ao controle dos materiais a solução seria adotar um sistema mais atual de codificação, como o de código de barras, para facilitar o processo de venda no balcão e visualizar melhor através de um software mais avançado as movimentações gerenciando as entradas e saídas dos materiais nas lojas para 53 não haver erro de contagem de material e evitando que ocorram compras desnecessárias. O “Shop 7” sistema utilizado pela empresa hoje é um sistema que já se encontra saturado devido à grande movimentação dos produtos durante o dia. A oportunidade de implantação deste projeto é o fato de que existem outras empresas que possuem um ótimo sistema de estocagem de seus produtos e um bom sistema de gerenciamento deles através de softwares funcionais que integram as informações na empresa e as compartilham com todos os setores que a compõe (ERP). O novo sistema terá a capacidade de atualizar os dados sobre o produto no momento em que ele acontece. Por exemplo, quando um produto é guardado para um cliente em específico, o sistema bloqueará a venda do mesmo para outro cliente, mas o item não deixa de contabilizar no ativo da empresa. Visando o aproveitamento dessas informações para que a Eletrônica Girimum não sofra riscos, apontando estes fatos tem-se base suficiente para uma análise de implantação de uma nova tecnologia de informações, com um software e um sistema mais avançado de processamento de informações, porém aprovada funcionalmente por outra empresa que já esteja utilizando os recursos que serão adotados. No projeto haverá certa despesa financeira para inserir o novo sistema de processamento de informações e acessórios para organização de materiais no espaço físico de armazenagem e exposição. No entanto, será compensatória para o investidor, pois diminuirá o tempo de processamento das vendas e trará benefício para o setor de compras, devido o fato de que o comprador necessita atualizar constantemente a contagem dos produtos para compra, tornando-se um processo longo e demorado para este, quando poderia estar apenas aferindo os 54 resultados de entrada e saída dos produtos através do sistema informativo, lembrando que a empresa em estudo possui uma grande variedade de produtos com características distintas de setores diferentes. O novo software possibilitará verificar as quantidades reais dos produtos disponíveis em estoque, efetuando vendas seguras. O objetivo é informar a quantidade disponível de cada item existente na empresa e quanto essa quantidade significa em valores monetários. Periodicamente deve-se confirmar se o saldo apurado no controle de estoque confere com o estoque físico existente na empresa. Qualquer saída de material do estoque deve ser acompanhada de uma requisição. Não deverá ser permitido que sejam retiradas mercadorias ou materiais sem a devida requisição e com a identificação de quem a retirou. Além desses benefícios, o gestor terá segurança de que as mercadorias estão sendo vendidas e não desviadas. O controle eficaz dos estoques é de vital importância para Eletrônica Girimum, que dentre outros benefícios, obtém-se os dados necessários ao ressuprimento correto e a disponibilidade real de um produto aos vendedores, e melhorando os meios de armazenagem e comunicação. No que tange as compras, tanto na falta de produtos quanto nas compras em excesso, o novo sistema possibilitará ao comprador verificar os níveis de estoque em tempo real, e a demanda por um determinado produto num determinado período. O comprador poderá elaborar um planejamento de compras por período facilitando os processos, e com isso tendo mais tempo para negociações com fornecedores do que com levantamentos de faltas de produtos no estoque. E também possibilitará a implantação do conceito de estoque de segurança, que a Eletrônica Girimum não possui hoje. Pela falta de controle 55 muitos produtos esgotam dos estoques atingindo o ponto de ruptura. O novo sistema proporcionará que o comprador verifique o ponto de pedido (quantidade de estoque, que ao ser atingido, dá início ao processo de reposição). No âmbito dos produtos que se encontra em excesso, a empresa poderá verificar com grande eficiência o giro dos produtos, e evitar as compras desses produtos. Com os materiais excessivos, para que o dinheiro não fique parado, é necessário que diminua os preços, realize promoções etc. Porém, o objetivo do projeto não se baseia tão somente em informatizar os recursos de informações da empresa, tem-se também o foco a estrutura do espaço e na disposição adequada de cada produto de acordo com o volume de saída e suas importâncias, isso custará apenas ao investidor o trabalho de rearrumar o espaço e treinar seus funcionários, para isso será gasto tempo e empenho dos funcionários. O problema de incapacitação de pessoas na Eletrônica Girimum pode ser solucionado através de um bom processo de recrutamento e seleção dos novos funcionários. Solicitar o mínimo de experiência em técnicas de armazenagem e controle de estoque. Treinar os novos estoquistas antes de eles irem para o ambiente, para que o gerente do estoque não perca muito tempo com o treinamento e capacitação. Efetuar dinâmicas de grupo para avaliar o dinamismo do candidato, pois para trabalhar nos estoques o funcionário necessita de seja ágil, versátil, com boa integração com pessoas. Com relação às pessoas, para melhoramento dos processos, há a necessidade de um trabalho com os vendedores, através de palestras, cursos de relacionamento com pessoas, para melhorar o seu relacionamento com os estoques. 56 Colocando em prática todos esses processos, a Eletrônica Girimum chegará a um nível ótimo de eficiência e eficácia na gestão de estoques, conseguindo controlar os estoques severamente, realizando compras corretas, possuindo pessoas altamente capacitadas. Minimizando todos esses erros, a empresa terá um grande diferencial competitivo junto aos concorrentes, pois conseguirá atender com excelência o cliente final. 57 CONCLUSÃO A importância dada à gestão de estoques foi aumentando com o passar dos anos, em virtude do aumento da concorrência entre as empresas e das exigências do mercado consumidor, da evolução das tecnologias e do conhecimento humano, e do aparecimento de novas ferramentas de controle e gestão. A existência de estoques em uma empresa implica em custos, e a redução desses custos aos patamares mínimos sem que haja comprometimento das atividades normais da empresa é função principal da gestão estratégica de estoques. Quando se fala em estoques não pode deixar de lado a gestão de compras e a gestão de centros de distribuição que integram a cadeia de suprimentos. Este trabalho mostrou a importância da gestão de estoques e suas implicações. Foi utilizada a Eletrônica Girimum como base de estudo, pois é uma empresa que tem tudo para se tornar líder no Brasil em seu segmento, se administrar corretamente o fluxo de seus materiais. Foram apresentados todos os problemas referentes aos estoques, mas com destaque para o principal que é a falta de controle dos estoques. Não menos importante falou-se de como a falta de controle implica no setor de compras e de vendas, e que o processo de recrutamento e seleção para os estoques deve ser mais exigente. Pesquisas junto ao público interno envolvido foram feitas e evidenciaram ainda mais os problemas relatados. O presente estudo apresentou as soluções para tais problemas, correlacionando com os conceitos aprendidos na disciplina de Gestão de Materiais e Estoques. Foi verificada a importância do controle eficaz dos estoques, com a implantação de um novo software, e as implicações causadas na cadeia de 58 abastecimento. Relatou-se no trabalho que para avaliar a eficiência e a eficácia de uma gestão de estoques pode ser definido por alguns indicadores, e dentre eles o mais conhecido é o giro dos estoques. Entretanto, a gestão estratégica de estoques deve ser vista como uma importante ferramenta no auxilio à Eletrônica Girimum atingir os seus objetivos e alcançar suas metas. Como foi observado no estudo de caso, quanto melhor o controle dos materiais armazenados, melhores compras serão efetuadas, níveis ideais de estoque serão mantidos, vendas não serão perdidas, e maiores serão os lucros da empresa. Sendo assim o presente estudo que a eficiência da gestão estratégica dos estoques é muito relevante, pois hoje, deixa de ter um enfoque predominantemente operacional para adquirir um caráter estratégico. 59 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARNOLD, J. R. Tony. Administração de materiais: uma introdução. São Paulo: Atlas 1999. BALLOU, Ronald H. Logística Empresarial: transportes, administração de materiais e distribuição física. São Paulo: Atlas, 1993. BERTAGLIA, Paulo Roberto. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento. São Paulo: Saraiva, 2003. BOWERSOX, Donald J; CLOSS, David J. Logística empresarial: o processo de integração da cadeia de suprimento. São Paulo: Atlas, 2001. DIAS, Marco Aurélio Pereira. Administração de Materiais: uma abordagem logística. 4ª edição São Paulo: Atlas, 1993. GIANESI, Irineu A.; CORRÊA, Henrique L. Just in time, MRPII e OPT: em enfoque estratégico. 2ª edição. São Paulo: Atlas, 1996. GONÇALVES, Paulo Sérgio. Administração de Materiais. 2ª edição Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. 60 JUNIOR, Moisés Farah. Os desafios da logística e os centros de distribuição física. Revista FAE Business, 2002. POZO, Hamilton. Administração de recursos materiais e patrimoniais: uma abordagem logística. 2ª edição. São Paulo: Atlas, 2002. SHANK, John K.; Govindarajan, Vijay. A revolução dos custos: como reinventar e redefinir sua estratégia de custos para vender em mercados crescentemente competitivos. 4ª edição. Rio de Janeiro: Campos, 1997. SUCUPIRA, Cezar. Gestão de estoques e compras no varejo. Artigo 11. Rio de Janeiro, 2003. VIANA, João José. Administração de materiais: um enfoque prático. São Paulo: Atlas, 2002. 61 ÍNDICE FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTO 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08 CAPITULO I Administração de Materiais 11 CAPITULO II Gestão de Compras 13 CAPITULO III Gestão de Estoques 16 3.1) Funções e Objetivos dos Estoques 17 3.2) Tipos de Estoques 18 3.3) Custos dos Estoques 19 3.3.1) Custos de Manutenção 20 3.3.2) Custo do Pedido 21 3.3.3) Custo de Falta de Estoque 21 3.3.4) Custo Total 22 3.4) Sistema de Controle de Estoques 23 62 3.4.1) Controle Kanban 24 3.4.2) Just in Time (JIT) 25 3.4.3) MRP 28 3.4.4) MRP II 29 3.5) Avaliação da Gestão de Estoques 30 CAPITULO IV Gestão de Centros de Distribuição 33 CAPITULO V Estudo de caso: Eletrônica Girimum 5.1) Descrição da Empresa 36 36 5.1.1) Atividade 37 5.1.2) Missão 37 5.1.3) Visão 38 5.1.4) Valores 38 5.1.5) Estrutura da Empresa 39 5.2) Cadeia de Suprimentos 39 5.2.1) Setor de Compras 39 5.2.2) Estoques 41 5.2.3) Distribuição 43 5.3) Problemas na Cadeia de Suprimentos 43 5.3.1) Controle de Materiais 43 5.3.2) Falta de Produtos 46 5.3.3) Produtos em Excesso 46 63 5.3.4) Pessoas Incapacitadas 47 5.4) Pesquisas Realizadas 48 5.5) Soluções para os problemas na gestão de estoques 52 CONCLUSAO 57 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 59