Motivacao Para Treinamento

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Motivação para treinamento esportivo
Doctorando
Instituto Superior de Cultura Física
Manuel Fajardo, La Habana
Tutor: Profesor Titular Edgardo Romero Frómeta
Doctor en Ciencias de la Cultura Física
Msc. Agnaldo Moraes
[email protected]
(Brasil)
Resumo
Este trabalho terá como preocupação geral fazer um estudo bibliográfico sobre a Motivação e suas variantes
durante o processo de treinamento esportivo, analisando os benefícios e malefícios que influenciam o atleta e
seu rendimento esportivo nas competições e no treinamento cotidiano.
Unitermos: Motivação. Treinamento.
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Introdução
O método da Ciência é formular claras hipóteses e comprová-las, mediante a
uma observação cuidadosamente controlada. O estudo científico da motivação
começou na época relativamente recente, por tanto uma das mais antigas
concepções é de que: "O homem é um ser racional, tem desejos conscientes e
usa suas capacidades para satisfazê-los". Neste sentido o atleta deve possuir
seus objetivos claros para atingir suas metas.
Essa foi à idéia básica dos antigos filósofos como: Platão e Aristóteles, dos
filósofos medievais como Tomás de Aquino, e dos mais recentes pensadores
modernos incluindo Descartes, Holbes e Spinosa. "Em relação ao treinamento
esportivo em qualquer ambiente, contendo a motivação constitui-se um dos
elementos centrais para sua execução bem sucedida" (GOUVÊA, 1997, p.167)
podendo ser de comportamento humano, ou animal, constantemente indaga-se
o que uma pessoa pretende, o que influencia sua decisão, o que será
importante para ela naquele momento, naquelas circunstâncias, e sabe-se
também que cada teoria psicológica possui uma proposta específica sobre o
que faz as pessoas se comportarem e atingirem seus objetivos, apesar de
muitas vezes não terem consciência dos motivos que influenciam a se
comportarem de tal maneira. Em função disso, VANEK e CRATTY (1990)
informam que os motivos distinguem-se usualmente, do pensamento e de
outros processos cognitivos, pois então, subjacentes a maior parte das
atividades humanas. Assim para os mesmos autores, seguindo o mesmo
raciocínio tem-se que motivo é definido como um fator interno, que dá início,
dirige e integra o comportamento de uma pessoa. Não é diretamente
observável, mas inferido explica parcialmente o próprio comportamento do ser
e pode ser dividido em dois componentes: O impulso (processo interno que
leva a pessoa à ação) e motivação (que termina ou diminui ao ser atingido o
objetivo iniciador do impulso (GOUVÊA, 1997, p. 167).
Vários fatores motivam o ser humano, em seu dia a dia, tanto de forma
interna como externa. A força de cada motivo e seus padrões influenciam e são
influenciadas pela maneira de perceber o mundo que cada indivíduo possui. E
para (RODRIGUES, 1991, p. 26) "Um dos principais fatores que interferem no
comportamento de uma pessoa é, sem dúvida a motivação que influi com
muita propriedade em todos os tipos de comportamento".principalmente em
atletas pois os mesmos dependem na maioria das vezes de seu próprio êxito de
treinamento para ter sucesso, principalmente nos esportes não coletivos.
Angelini (1973) ao citar a posição de Young de 1936 sugere que nenhum
comportamento existe sem uma causa motivadora que o determine, sendo esta
de suma importância quando se procura entender ações individuais, bem como
as coletivas. Para o treinador técnico, o estudo da motivação humana é
realmente uma necessidade reconhecida principalmente na sociedade
democrática onde os conteúdos, os métodos de aprendizagem devem respeitar
os motivos individuais em relação aos alvos a serem alcançados.
É importante saber que em determinadas circunstâncias, alguns motivos
adquirem predominâncias sobre os outros orientando o atleta para certos
objetivos, ou seja, direcionando o seu comportamento. Da mesma forma,
certos objetivos tem maior intensidade em diferentes atletas, dependemos de
fatores como a personalidade de cada um, bem como atletas diferentes podem
realizar a mesma atividade animados por motivos diferentes e intensidades
diferentes.
Em função desta viabilidade toda, (MACHADO, 1995) diz que: "A chave do
controle do comportamento humano é o conhecimento da motivação, sendo de
suma importância à consideração da intensidade dos diferentes motivos, para
seu eficiente controle". O autor segue sugerindo que a psicologia tem realçado
a importância deste conteúdo, uma vez que a maioria das dificuldades de
treinamento desportivo parece ter suas origens com problemas de motivação.
Outra das compreensões de motivação é a de (ESTEVES, 1980), o qual
relata que o desempenho de funções no plano vital e operativo do indivíduo foi
o objetivo de estudo: A função energética pede concentração e atenção
polarizada no valor a ser alcançado, intensificando a atividade reduplicando
energias e esforços para consegui-lo. Já a função direcional faz com que o
indivíduo imprima uma direção definida de todos os seus atos e trabalhos, para
atingir a sua meta.
E segundo este mesmo estudo, uma terceira função seria a seletiva, que
afastaria distrações e devaneios, eliminando reações dispersivas e excluindo
procedimentos operacionais pouco rentáveis ou inúteis para o alcance de seu
objetivo.
Através desta revisão bibliográfica podemos constatar diversos fatores que
são variantes no processo motivacional no treinamento esportivo, dentre elas
podemos citar: impulso, ação, motivo, prazer, satisfação, ambientalismo,a
competição, aspiração para a realização, o moral, vitória, derrota, motivos,
nível econômico.
Que vários autores se encontram e até mesmo se contradizem em seus
conceitos científicos para isso é necessário analisarmos algumas dessas
variantes.
O conceito mais predominante da motivação é o de "Impulso". Em conceito
foi apresentado em 1918 por Robert S. Woodworth para descrever a energia
que impele um organismo à ação, em contraste com hábitos que orientam o
comportamento em uma direção ou outra.
Observando-se a ação de diversas pessoas em diferentes situações pode-se
chegar a suposição que a ação se baseia em múltiplos motivos e objetivos. E
para colocar certa ordem nesta multiplicidade de objetivos. "Freud acreditou,
por exemplo: poder explicar ação do homem com apenas dois instintos, o do
sexo e o da morte" (THOMAS, 1983, p. 64).
Já seu aluno Adler acrescentou o terceiro "o poder", Mc Dougall elaborou
dezoito tendências, Murray elaborou uma lista com vinte e sete necessidades,
tudo em fim de representar num sistema claro os motivos e objetivos da ação
humana.
E verificando o trabalho desses diversos autores conclui-se que a motivação
tem papel importante na determinação de objetivos da ação e pode-se
distinguir as seguintes formas de ação, baseadas em suas formas de
motivação: ação de performance, ação de adesão, ação de poder, ação de
auxílio e ação de agressão e, portanto as decorrências da ação podem ser
analisadas por meio de um padrão de processo de motivação que se compõe
das divisões: solicitação, motivação, execução, auto-avaliação e conseqüência
de ação.
Para os três grandes filósofos: Sócrates, Platão e Aristóteles "o homem é
uno ser extremamente racional, o que o diferencia das outras espécies. Pelo
uso da razão e torna-se possível ter consciência de seus próprios desejos e
capacidades de satisfazê-los". "Conhece-te a ti mesmo" (SÓCRATES).
E levando em consideração este conceito tudo se verifica que quanto maior
for a consciência pessoal intrínseca das necessidades e desejos do atleta, seja
ele principiante ou de alto nível, maior será o motivo e os esforços para
satisfazê-los e cada pessoa tem seus desejos próprios inatos que se interrelacionam com o meio ambiente. E assim atendida a necessidade, ela deixa de
ser gerador de comportamento, e isto é: deixa de ser motivador, pois uma vez
satisfeita, deixam de existir. Por isso a necessidade de sempre promover novos
desafios quando uma meta é alcançada pelo atleta. E assim não é de se
estranhar que ficamos perplexos quando (BERGAMINI, 1986, p. 111), citou "A
satisfação nada mais é que o oposto da motivação".
A satisfação de uma dada necessidade não paralisa a atuação
do ser humano, pelo contrário, o próprio evento de uma dada
saciação faz que venha a tona outra necessidade a ser suprida
e que disporá nova conduta de busca rumo a um outro
esquema produtor, ou seja, a um novo objetivo motivacional a
ser atingido (BERGAMINI, 1986, p. 45).
É interessante para pessoa o nível de aspiração em relação à motivação e a
meta que alguém gostaria de atingir para estar satisfeito. "Obviamente as
metas pessoais refletem motivação" (SINGER, 1977, p. 49).
Infelizmente isto não é considerado por muitos treinadores. O nível de
aspiração daquele que desempenha é sem dúvida um assunto importante na
medida que influência seu nível de comportamento motivacional.
"O nível de aspiração da pessoa, o nível de desempenho que o indivíduo se
empenha explicitamente em atingir, é determinado pela experiência anterior"
(LAWTHER, 1973, p. 29).
Freud, o pai da psicanálise, é denominado como o primeiro psicólogo a falar
mais explicitamente sobre tipo de personalidade comportamental motivacional
quando estuda o desenvolvimento sexual infantil e divide em fases: 1ª Fase
oral: Esta fase perdura por todo o 1º ano de vida da criança, quando sua
sexualidade é manifestada através da ação de mamar e qualquer trauma nesta
fase determinará na vida adulta, características comportamentais específicas;
2ª Fase anal: Esta se estende pelo segundo e terceiro ano de vida da criança
na qual a sexualidade chega a seu tema através da excitação das mucosas
anais. Acontecimentos traumáticos nesta fase determinarão adulto do tipo anal;
3ª Fase fálica: Na qual a zona erógena ou de fonte de prazer é transferida para
os órgãos propriamente ditos, e as marcas ocorridas nesta fase do
desenvolvimento caracterizarão um tipo particular de adulto.
Vários outros discípulos de Freud continuaram fazendo este mesmo tipo de
estudo e apresentam também suas tipologias, Yung, Adler, Erich Fromm.
Embora seus escritos tiveram diferentes denominações, mas os
comportamentos, objeto de classificação são semelhantes uns dos outros.
Fromm apresenta uma dimensão a mais que Freud e a chama de orientação
de Marketing que a pouco foi descoberta no aspecto mercantil do capitalismo
da sociedade segundo esta orientação valoriza-se os demais sobre si mesmo, é
que representa o principal traço do caráter dessas pessoas.
Segundo teorias clássicas em psicologia:
O instinto era considerado como um comportamento
espontâneo inato e variável a todos os seres da mesma espécie
e que tem por função levá-los a um objetivo que embora
desejável não era muitas vezes passivo de conhecimento
imediato (BERGAMINI, 1986, p. 43).
E de acordo com (BERGAMINI, 1986, p. 46), "O objetivo motivacional é
então perseguido a cada momento particular em direção da busca será
prioritariamente por um fator interno individual".
E a busca para suprir essas necessidades intrínsecas dentro do meio externo
(meio ambiente) gera uma grande "competição" que nos acompanha durante
toda nossa vida.
"A palavra competição vem do latim (competere) que significa
'Buscar Juntos' (com, junto e petere, buscar). Ela normalmente
subentende uma disputa com outro, ou outros" (Lawther,
1973, p. 32).
Competição, que para o treinamento esportivo torna-se palavra chave como
fator motivacional para o treinamento, o desejo de vencer, o prazer da vitória,
da superação, mesmo nas categorias de base de qualquer esporte de
rendimento, seja em clubes ou escolas crianças, adolescentes, jovens adoram
competir, faz parte de seu extinto natural de sobrevivência existencial, o que
muitas vezes torna-se até mesmo preocupante é a forma na qual eles
competem, destruindo seus adversários, problema cientifico que o autor não se
propõem a falar nesta oportunidade. No entanto é impossível falar de
treinamento esportivo sem competição, pois todas ações e manifestações,
antes, durante e depois de uma seção de treinamento está centrada na
competição.
Conclusão e recomendações
O bom treinador caracteriza-se pela paciência e estratégia elaboradas para
fisgar seu peixe, (atleta), utiliza técnicas de acordo com a espécie e sabe que o
tempo influi, o vento, a lua, e não desiste facilmente, inventa formas
diferentes, lugares diferentes, em horários diferentes, procura novos rios outras
marés, tudo na perseverança de estar satisfeito, vencer, ter prazer e ainda
suprir as necessidades, fisiológicas,técnicas, psicológicas e sociais de seu
atleta..
Muitas vezes nos treinadores, técnicos acabamos perdendo nossos
peixes,(atletas) por não inovarmos, não ter prazer de estar com o cheiro deles,
não darmos motivos de despertarem curiosidades ao novo ao conhecimento e
fazermos movimentos iguais em ondas que são sempre diferentes e aplicamos
cargas de treinamento não condizentes com a capacidade individual do atleta.
È fundamental para o técnico, treinador, saber quais as fontes intrínsecas e
extrínsecas que promovam o aumento do índice motivacional comportamental
de seu atleta, para que através disso possa promover o mais alto rendimento
possível de seu atleta, durante o treinamento esportivo e principalmente nas
competições.
Referências bibliográficas
ANGELINI, A. L. Motivação Humana. Rio de Janeiro: José Olimpio,
1973.
BERGAMINI. Motivação. São Paulo: Atlas, 1986.
CHINAPAH, V. Rendimento de Aprendizagem. São Paulo: Atlas, 1999.
LAWTHER, D. J. Psicologia Desportiva. São Paulo: Fórum, 1973.
MACHADO, A. A. Psicologia do Esporte. São Paulo: Fontoura, 1997.
MARCELINO, N,C. A Pedagogia da Animação. São Paulo: Papirus, 1998.
MARINS FILHO, L. Socorro! Preciso de Motivação. São Paulo: Harbra,
1994.
MASLOW, A. H. Introdução à Psicologia do Ser. Rio de Janeiro:
Eldorado, 1966.
MURRAY, E. J. Motivação e Emoção. Rio de Janeiro: Zahar, 1973.
SINGER, R. N. Psicologia dos Esportes. São Paulo: Harper & Row do
Brasil, 1977.
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