XVIII Congresso Brasileiro de Automática / 12 a 16 Setembro 2010, Bonito-MS. ESTIMADOR NEURAL DE VELOCIDADE PARA MOTORES DE INDUÇÃO TRIFÁSICOS ALESSANDRO GOEDTEL∗, IVAN N. SILVA†, PAULO J. A. SERNI‡, CLAUDIONOR F. NASCIMENTO∗∗ , MARCELO SUETAKE†, SERGIO A. O. DA SILVA∗ ∗ Departamento de Eletrotécnica, UTFPR-CP Av. Alberto Carazzai 1640, 86.300-000, Cornélio Procópio, PR, BRASIL † Departamento de Eng. Elétrica, EESC-USP Av. Trabalhador São-carlense 400, 13.566-590, São Carlos, SP, BRASIL ‡ Departamento de Eng. Elétrica, UNESP-Bauru Av. Eng. Luiz Edmundo Carrijo Coube 14-01, 17.033-360, Bauru, SP, BRASIL ∗∗ Centro de Engenharia, UFABC Rua Santa Adélia 166,09.210-170, Santo André, SP, BRASIL E-mails: [email protected], [email protected], [email protected],[email protected], [email protected], [email protected] Abstract This work presents an approach to estimate speed in induction motors based on artificial neural networks and using measurement of primary variables like voltage and current. The use of induction motors is very common in many industrial sectors and plays an important role in the national energetic scene. The methodologies used in machine diagnoses, energy efficiency, start up and dimensioning of these motors are based on measures of the speed variable. However, the direct measure of this variable compromises the control system and start up of the machine, reducing its robustness and increasing the implementation costs. Simulation results and experimental data are presented to validate the proposed approach. Keywords Induction motors, neural networks, speed estimator. Resumo Este trabalho apresenta uma estratégia para a estimativa de velocidade do motor de indução trifásico baseada em redes neurais artificiais utilizando medidas de variáveis primárias como tensão e corrente. O uso de motores de indução trifásicos é uma constante em diversos setores industriais e de grande importância no cenário energético nacional. A maioria das metodologias de diagnóstico, monitoramento da eficiência energética, partida e especificação destes motores são fundamentadas na medida de velocidade no eixo. Entretanto, a medida da variável compromete o sistema de controle e acionamento da máquina, reduzindo sua robustez e aumentando o custo de implementação. Resultados de simulação e de ensaios experimentais para validação da proposta são também apresentados. Palavras-chave Motor de indução, redes neurais, estimador de velocidade. 1 Introdução ruído, alteração da inércia da máquina, além de exigir especial atenção em ambientes hostis (Vas, 1998). Uma alternativa para se determinar a velocidade de rotor dos motores é através do uso da técnica sensorless. Esta técnica é encontrada em aplicações de alto desempenho como Controle Vetorial (CV) e Controle Direto de Torque (CDT). Tal técnica pode ser utilizada na identificação de falhas, monitoramento da eficiência energética, acionamento e dimensionamento de motores de indução trifásicos, pois substitui o uso do sensor de velocidade por estimadores. No trabalho de Lu et al. (2009), foi descrito um conjunto de técnicas de manutenção preventiva em motores de indução trifásicos. A velocidade no eixo dos motores foi estimada para determinar a eficiência do conjunto motor-carga. Em Trajin et al. (2009) é proposto um método para identificar o desgaste de rolamentos através das medidas das correntes do estator e a estimativa de velocidade do eixo. No artigo de Sadeghian et al. (2009) foi apresentado um método para determinar, de forma online, a quebra das barras do rotor utilizando wavelet e Redes Neurais Artificiais (RNAs). Os autores usam a medida da velocidade como variável de entrada para detectar a quebra de barras no Os Motores de Indução Trifásicos (MITs) são usados em muitos setores industriais, sendo o principal elemento para converter energia elétrica em mecânica motriz. Suas principais características se fundamentam no baixo custo de manutenção e robustez. As aplicações dos MITs podem ser divididas em dois grandes grupos: no primeiro, o motor trabalha sem controle de velocidade, ou seja, uma vez dada sua partida, não há elemento de controle sobre o seu regime de operação. No segundo, por sua vez, os processos em que os motores estão acoplados necessitam da aplicação de uma metodologia de controle seja ela escalar ou vetorial. Assim, a velocidade no eixo do MIT é a variável fundamental em questões relacionadas às diversas aplicações. A velocidade nos eixos dos motores de indução pode ser medida com encoders ópticos, resolvers eletromagnéticos ou taco-geradores baseados em motores de corrente contínua sem escovas. Entretanto, estes dispositivos eletromecânicos apresentam algumas limitações em suas aplicações, tais como o aumento do custo do dispositivo de acionamento, redução da robustez mecânica, imunidade baixa ao 5052 XVIII Congresso Brasileiro de Automática / 12 a 16 Setembro 2010, Bonito-MS. enrolamento de rotor. Em Rodriguez et al. (2008) os autores apresentam metodologias que utilizam a variável escorregamento (s) para detectar problemas de excentricidade no eixo do rotor, barras do rotor rompidas bem como falhas no enrolamento de estator. O artigo de Bortoni (2009) descreve um conjunto de estratégias para análise do dimensionamento de motores de indução trifásicos em regime permanente e transitório. O autor utiliza as medidas de corrente e velocidade para determinar a eficiência de cada conjunto motor-carga. Artigos recentes têm usado as RNAs como ferramenta eficaz na estimativa de parâmetros e monitoramento de máquinas elétricas. O artigo de Vukadinovic et al. (2010) utiliza as RNAs para estimar a resistência de estator aplicado ao controle por orientação de campo indireto. No trabalho de Ghate et al. (2010) uma RNA Perceptron Multicamadas (PMC) atua como um classificador de falhas em motores de indução trifásicos. A proposta deste artigo é apresentar uma metodologia alternativa para estimativa de velocidade do motor de indução trifásico baseado em RNAs com alimentação senoidal. São considerados os problemas de qualidade de energia como sub-tensão e sobretensão simétrica numa grande faixa de operação do conjugado de carga, no transitório e no regime permanente. A organização deste trabalho segue a seguinte ordem: Na Seção 2 serão apresentados os aspectos da modelagem matemática do motor de indução. Na Seção 3 serão descritos os princípios das RNAs. Na Seção 4 os resultados de simulação e experimentais, bem como a validação da estrutura proposta, serão apresentados. Na Seção 5 as conclusões deste trabalho serão expostas. Figura 1. Corrente de Estator e Rotor do MIT. As equações de tensão de linha do estator são dadas por: Vas = ias rs + Vbs = ibs rs + Vcs = ics rs + dλas dt dλbs dt dλ cs dt (1) (2) (3) onde: Vas, Vbs, Vcs são as tensões trifásicas do estator, em Volts. ias, ibs, ics são as correntes trifásicas do estator, em Ampères λas, λbs, λcs são os fluxos magnéticos concatenados trifásicos do estator, em Webers. rs é a resistência do estator, em Ohms. Com relação ao rotor, as equações de tensão do mesmo são descritas por: dλar Var = iar rr + dt Vbr = ibr r + r 2 Aspectos da Modelagem do Motor de Indução Trifásico Vcr = icr rr + dλbr dt dλcr dt (4) (5) (6) onde: Var, Vbr, Vcr são as tensões trifásicas do rotor, em Volts. iar, ibr, icr são as correntes trifásicas do rotor, em Ampères. λar, λbr, λcr são os fluxos magnéticos concatenados trifásicos do rotor em Webers. rr é a resistência do rotor, em Ohms. As equações de fluxo concatenado entre os enrolamentos de rotor e estator são representadas na forma matricial como se segue: λ abc Labc Labc i abc s ss sr s = abc (7) abc . abc L rs L rr i r λ abc r onde: O primeiro passo envolvido no treinamento de uma RNA é compilar o conjunto de padrões de entrada e saída com o objetivo de ajustar os parâmetros internos da rede, ou seja, os pesos sinápticos. Este procedimento é conhecido como processo de treinamento e se deve assegurar que a rede é exposta a sequências de padrões que descrevam de forma satisfatória o comportamento do sistema analisado (Goedtel, 2007). Com o propósito de gerar os padrões de treinamento para a estimativa de velocidade do motor de indução, quando em diferentes situações de carga e tensão de alimentação, foram realizadas várias simulações utilizando a ferramenta Matlab/Simulink. A modelagem matemática é iniciada pelas equações de tensão do estator e do rotor. A Figura 1 representa o rotor e estator de um MIT, onde as correntes de rotor e estator são apresentadas com índices “r” e “s” respectivamente (Ong, 1997). [ ] abc λs = λ λ λ T as bs cs estator, em Webers. 5053 é o fluxo concatenado do XVIII Congresso Brasileiro de Automática / 12 a 16 Setembro 2010, Bonito-MS. [ ar abc λr = λ λ br λ cr ]T é o fluxo concatenado do Park (qd0) e Clark (ab0) facilitam o cálculo da solução transitória, pois transformam as equações diferenciais variantes no tempo em equações de indutâncias constantes (Ong, 1997). A transformação de coordenadas consiste em referenciar as variáveis do motor tais como tensão, corrente e fluxo eletromagnético, descrito num sistema original, para outro sistema de coordenadas, o qual será tomado como referência. A fundamentação deste processo está baseada no princípio da similaridade eletromagnética. A possibilidade de reproduzir o fluxo magnético no entreferro, bem como a distribuição de correntes no rotor e estator no sistema de coordenadas adotado como referência, tem o mesmo efeito do sistema de coordenadas original (Ong, 1997). Valendo-se das equações acima é possível simular o comportamento elétrico e mecânico do motor de indução trifásico. O objetivo do presente equacionamento é simular o comportamento do motor da partida ao regime permanente. Sendo este período extremamente curto não serão então consideradas variações térmicas as quais ficam submetidas à máquina. Considera-se que o MIT é alimentado por um sistema elétrico de potência trifásico equilibrado, operando em 60Hz e sem distorções harmônicas. A partida do motor simulará a partida direta com tensão plena sendo aplicada aos enrolamentos de estator. Os parâmetros utilizados na simulação foram levantados de um MIT de 4 pólos, 220/380V, IP55 do fabricante WEG. A Tabela 1 apresenta os parâmetros do motor utilizado. rotor, em Webers. [ ] abc T é o vetor de corrente do esis = i i i as bs cs tator, em Ampères. [ ] abc T é o vetor de corrente do roir = i i i ar br cr tor, em Ampères. As matrizes de indutância mútua e de indutância própria são descritas pelas seguintes equações: Lsm Lsm Lls + Lsm abc L ss = Lsm Lls + Lsm Lsm (8) L L L + L sm sm ls sm (9) Lrm Lrm L + Lrm lr L rm Lrm abc L rr = Llr + Lrm Lrm Lrm Llr + Lrm T 2π 2π cos(θr ) cos(θr + 3 ) cos(θr − 3 ) 2π 2π abc Lrs = L cos(θr − ) cos(θr ) cos(θr + ) sr 3 3 cos(θ + 2π ) cos(θ − 2π ) cos(θ ) r r r 3 3 [ ] abc Labc sr = L rs T (10) (11) onde: Lls é a indutância de dispersão do estator (H). Llr é a indutância de dispersão do rotor (H). Lss é a indutância própria de estator (H). Lrr é a indutância própria de rotor (H). Lsm é a indutância mútua de estator (H). Lrm é a indutância mútua de rotor (H). Lsr é a indutância mútua entre rotor e estator (H). Desconsiderando as perdas no ferro, é possível expressar estas indutâncias em termos do número de espiras dos enrolamentos de rotor e estator, e a permeância do entreferro. As relações entre as indutâncias são expressas pelas seguintes equações: 2 (12) L =N P ss Tabela 1. Parâmetros do MIT. Linha Standard – IV Pólos – 60Hz – 220/380V Potência 1 cv Resistência de Estator 7,32 Ω Resistência de Rotor 2,78 Ω Indutância de Dispersão do 8,95.10-3 H Enrolamento de Estator Indutância de Dispersão do 5,44.10-3 H Enrolamento de Rotor Indutância de Magnetização 1,41.10-1 H Momento de Inércia do Rotor 2,71.10-3 kg.m2 Velocidade Síncrona 188,49 rad/s Escorregamento Nominal 3,8% Torque Nominal 4,1 Nm s g 2π 2 Lsm = N s Pg cos 3 (13) Lsr = N s Nr Pg (14) 2 Lrr = N r Pg (15) onde: Pg é a permeância magnética (Wb/A). Ns e Nr são o número de espiras no enrolamento do rotor e estator, respectivamente. Uma máquina idealizada é descrita por seis equações diferenciais de primeira ordem, uma para cada enrolamento. Estas equações são acopladas devido às indutâncias mútuas entre os enrolamentos. Em particular, os termos de acoplamento entre rotor e estator são função da posição do rotor. À medida que o rotor gira, estes termos de acoplamento variam com o tempo. Transformações matemáticas como as de 3 Metodologia e Treinamento das RNAs A metodologia para treinamento e validação da estrutura neural proposta neste trabalho é ilustrada no diagrama em blocos da Figura 2. Tal diagrama mostra uma estrutura formada pelo modelo matemático estudado e com a estrutura experimental montada do MIT. São apresentados ainda os passos numerados de 1 a 12. Na Figura 2, a fase inicial consiste em modelar a máquina de indução (passo 2), conforme descrito na 5054 XVIII Congresso Brasileiro de Automática / 12 a 16 Setembro 2010, Bonito-MS. Seção 1. A simulação do modelo do MIT gera os dados de treinamento e os dados de teste da estrutura neural proposta (passos 4, 5 e 6). Em seguida, a RNA é treinada (passo 7) com o algoritmo backpropagation descrito em Haykin (1999). A cada rede neural artificial treinada são apresentados os dados de teste (gerados no passo 4 e armazenados no passo 6). Desta forma, realiza-se o processo de validação da estrutura neural verificando-se o erro entre o valor real e o valor estimado. Este processo é chamado de validação cruzada (crossvalidation) sendo descrito nos passos 8 e 9. m é o número de sinais de entrada do neurônio; Xi é o i-ésimo sinal de entrada do neurônio; wi é o peso associado com o i-ésimo sinal de entrada; b é o limiar de cada neurônio; vj(k) é a resposta do j-ésimo neurônio em k; ϕj(.) é a função de ativação do j-ésimo neurônio; yj(k) é o sinal de saída do j-ésimo neurônio em k. MIT Velocidade Medida Tensão Corrente RMS RMS Estimador Neural Velocidade Estimada Erro Figura 3. Estrutura de Estimativa da Velocidade do MIT Utilizando RNA. Cada neurônio artificial, baseado nos sinais de entrada, é capaz de computar a respectiva saída por intermédio do ajuste de seus pesos. A função de ativação de cada neurônio da primeira camada escondida é a função tangente hiperbólica, enquanto a função de ativação do neurônio de saída é a função identidade. O processo de ajuste dos pesos da rede (wj) associados ao j-ésimo neurônio de saída é feito pelo cálculo do sinal de erro ej(k) (entre a resposta desejada e a resposta estimada) em relação à k-ésima iteração ou k-ésimo vetor de entrada. Este sinal de erro é calculado da seguinte forma: Figura 2. Diagrama em Blocos da Metodologia. Em seguida, propõe-se o teste da estrutura neural, treinada e validada por dados de simulação, com dados experimentais. Os dados são coletados na estrutura de ensaios de máquinas elétricas, conforme a Figura 2 (passos 1 e 3). Os dados experimentais são apresentados à rede neural artificial previamente treinada com dados de simulação e observa-se os resultados de generalização (passos 10, 11 e 12). É importante ressaltar que o método proposto neste trabalho considera um primeiro processo de validação através de dados simulados e, em seguida, com dados experimentais. Na literatura são encontrados processos de treinamento e validação cruzada envolvendo máquinas elétricas com dados gerados valendo-se de dados do modelo ou de dados experimentais do MIT. Os dados de entrada da RNA PMC são formados por valores eficazes (RMS) de tensão e corrente de linha da alimentação do MIT. A saída da RNA é a velocidade. A saída deste estimador neural é comparada com o valor desejado, gerando-se assim o sinal de erro, conforme ilustrado na Figura 3. O neurônio artificial pode ser modelado matematicamente como segue: e j (k ) = d j (k ) − y j (k ) onde dj(k) é a resposta desejada do j-ésimo neurônio de saída. Somando-se todos os erros quadráticos produzidos pelos neurônios de saída da rede em relação à k-ésima iteração, tem-se: E (k ) = i =1 y j (k ) = ϕ j (v j (k )) 1 p 2 ∑ e j (k ) 2 j =1 (19) onde p é número de neurônios da saída. Para uma configuração de pesos ótima, E(k) é minimizado por intermédio do ajuste dos pesos sinápticos wji. Os pesos associados à camada de saída da rede são recalculados usando-se a seguinte expressão: w ji (k ) = w ji (k ) − η ∂E (k ) ∂w ji (k ) (20) O peso sináptico wji está conectando o j-ésimo neurônio da camada considerada ao i-ésimo neurônio da camada anterior, sendo η a constante que determina a taxa de aprendizado do algoritmo backpropagation. O ajuste dos pesos pertencentes às camadas escondidas é feito de forma análoga. Os passos para m v j (k ) = ∑ X i .wi + b (18) (16) (17) onde: 5055 XVIII Congresso Brasileiro de Automática / 12 a 16 Setembro 2010, Bonito-MS. o ajuste destes pesos são detalhados na bibliografia consultada (Haykin, 1999). Quadro de Comando 4 Resultados Simulados e Experimentais Carga na Armadura Torquímetro Girante Encoder Óptico MIT Nesta seção são apresentados dados de simulação e de experimentos para uma estrutura neural treinada com o objetivo de estimar a velocidade no eixo do MIT. A Tabela 2 apresenta os diversos parâmetros usados no treinamento da RNA proposta. A Figura 4 mostra os resultados de generalização da estrutura neural treinada e validada com dados de simulação dentro de uma faixa de tensão (214-226 V). Neste caso, o MIT foi submetido a um conjugado resistente de 3 Nm. Gerador CC Sensores Hall Sistema de Aquisição de Dados Alimentação de Campo do GCC Figura 5. Estrutura de Ensaios. A Figura 6 apresenta o resultado de generalização do MIT submetido a um conjugado de carga de 2,5 Nm em regime permanente. Na Figura 7 é apresentado o resultado de generalização da estrutura neural proposta neste trabalho operando na faixa de 214 a 226 V com 4 Nm de carga no eixo. Tabela 2. Parâmetros da RNA PMC. Arquitetura da rede: Perceptron Multicamada Tipo de treinamento: Supervisionado Número de Camadas: 3 Neurônios da 1ª camada escondida : 5 Neurônios da 2ª camada escondida: 10 Algoritmo de treinamento: Levenberg-Marquardt backpropagation Taxa de Aprendizado: 1.10-3 Épocas de treinamento: 2000 Erro quadrático requerido: 1.10-3 Função de ativação das camadas intermediárias: Tangente hiperbólica Função de ativação da camada de saída: Linear Estimativa de Velocidade: 214V - 226V 200 180 160 Velocidade (rad/s) 140 120 100 Velocidade (em regime: 183.2 rad/s) Velocidade Estimada 80 60 40 20 0 -20 100 200 300 400 500 600 700 800 Amostras Os dados coletados através da bancada de ensaios experimentais ilustrada na Figura 5 foram apresentados à estrutura neural treinada com dados de simulação, cujo processo fora denominado como bivalidação cruzada em Goedtel (2007). Entretanto, a generalização não apresentou resultados satisfatórios, pois os dados de simulação não apresentavam ruídos e não linearidades encontrados nos dados reais. Assim, um segundo passo de treinamento da RNA utilizou 10 conjuntos de dados de treinamento, sendo 8 conjuntos gerados a partir da modelagem do MIT e 2 conjuntos medidos experimentalmente, cujo processo é denominado bi-validação cruzada modificada (Goedtel, 2007). Figura 6. Estimativa de Velocidade na Faixa de 214-226 V e 2,5 Nm de Conjugado de Carga. Estimativa de Velocidade: 214V - 226V 200 180 160 Velocidade (rad/s) 140 120 100 80 60 Velocidade (em regime: 182.8 rad/s) Velocidade Estimada 40 20 0 -20 100 200 300 400 500 600 700 800 Amostras Figura 7. Estimativa de Velocidade na Faixa de 214-226 V e 4 Nm de Conjugado de Carga. Estimativa de Velocidade: 200V - 206V 250 Velocidade (rad/s) 200 Algumas situações de análises, tais como acompanhamento da eficiência energética e predição de falhas, exigem o monitoramento apenas da velocidade em regime permanente. Assim, dentro da proposta deste trabalho, é apresentado um segundo estimador de velocidade baseado em RNA com menor custo computacional que o método proposto em Goedtel (2007) o qual foca a operação em regime permanente e transitório do MIT. 150 100 Velocidade (em regime: 178,6 rad/s) Velocidade Estimada 50 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Amostras Figura 4. Estimativa de Velocidade na Faixa de 214-226 V e 3 Nm de Conjugado de Carga em Regime Permanente. 5056 XVIII Congresso Brasileiro de Automática / 12 a 16 Setembro 2010, Bonito-MS. consideradas as variações de parâmetros internos da máquina, tais como resistência do rotor e estator com a elevação da temperatura. Os resultados de generalização são melhorados à medida que a estrutura neural mapeia as características da dinâmica do sistema através do método de bivalidação cruzada modificada. Os resultados de simulação de uma estrutura neural com 5 neurônios na primeira camada escondida e 1 neurônio na camada de saída são apresentados na Figura 8. Os demais parâmetros da RNA são idênticos aos apresentados na Tabela 2. O erro médio de generalização para os dados gerados através de simulação foi de 0,8%. Agradecimentos Os autores agradecem o suporte do CNPq (474290/2008-5) e Fundação Araucária (06/560933). Referências Bibliográficas Bortoni, E. C. (2009). Are my motors oversized?, Energy Conversion and Management, Vol. L, pp. 2282-2287. Ghate, V. N. e Dudul, S. V. (2010). Optimal MLP neural network classifier for fault detection of three phase induction motor, Expert Systems with Applications, Vol. XXXVII 3468-3481. Goedtel, A. (2007). 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No tempo de operação da máquina fica implícita a variação paramétrica, em especial das resistências, em função da temperatura e a conseqüente capacidade de generalizar soluções. Estimativa de Velocidade: 214-226V 200 180 160 Velocidade Medida Velocidade Estimada Erro Relativo (*10) Amplitude (rad/s) 140 120 100 80 60 40 20 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 Tempo (amostras) Figura 9. Estimativa de Velocidade na Faixa de 214-226 V. 5 Conclusão Neste artigo foi proposto um estimador de velocidade para o motor de indução trifásico baseado em redes neurais artificiais em regime permanente e transitório, considerando uma faixa de tensão (216224 V) numa ampla faixa de conjugado de carga aplicada (1-6 Nm) A simplicidade computacional e a robustez frente à variação de parâmetros de alimentação e alteração de carga no eixo são questões de grande relevância na estimativa de velocidade. Além disso, foram 5057