O Espírito Libertino na Filosofia de Denis Diderot

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O Espírito Libertino na Filosofia de Denis Diderot
Henrique F. X. Torres
Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas, USP, SP
1.Objetivo
Trata-se aqui de analisar a filosofia de Diderot
sob o viés da libertinagem de espírito. Tal
abordagem consiste na apreensão daquilo que
julgamos a essência da filosofia de Diderot, isto
é, seu constante movimento, sua incessante
busca por hipóteses verdadeiras sem a
necessidade de se apegar a nenhuma delas.
Isto é o que aqui chamamos libertinagem de
espírito. Desconsiderar tal libertinagem significa
deixar de lado o que existe de essencial em
Diderot, e, por conseguinte, desconsiderar a
própria filosofia do enciclopedista.
2.Métodos
filosofia do enciclopedista, não passa de
reducionismo. Isto se deve exatamente ao fato
de Diderot não se prender por muito tempo em
determinadas hipóteses, ou por ele não se fixar
definidamente em nenhuma delas. 2) O espírito
libertino está em oposição ao espírito de
sistema. Diderot não é sistemático em
nenhuma das suas obras. Ele nunca edifica um
sistema sob uma verdade indubitável. Ao
contrário disso, ele parece o tempo todo muito
mais tentado pela dúvida do que pela certeza.
3) Tal procediemento expõe uma crença na
falibilidade da razão. Diderot costumeiramente
recorre a sonhos, à embriaguez e a delírios
para explicar aspectos fundamentais da sua
filosofia. Tudo isso, mostra que a razão muitas
vezes pode ser insuficiente para explicar o real.
Deste modo, a libertinagem de espírito constitui
uma crítica não só ao espírito sistemático e seu
método, mas também, uma crítica à própria
razão.
Consiste no nosso método a análise dos textos
“diderotianos” tendo em vista sempre a
abertura da obra de Diderot, intitulada, “O
Sobrinho de Rameau”. Tal abertura consiste
numa das mais famosas passagens dos
escritos filosóficos, onde Diderot evoca o seu
procedimento libertino. Daí em diante,
prosseguimos analisando quais são os
aspectos na vasta obra de Diderot que
denunciam a adoção de um modo de filosofar
libertino. A título de exemplo, podemos notar
que a obra de Diderot é notadamente marcada
pelos diálogos. O diálogo seria sob o viés
libertino, o melhor lugar para deixar as idéias
vagarem de um lugar a outro, sem a
necessidade de se prender à uma só tese, ou
de edificar um sistema.
A Conclusão que tiramos de tudo isso, é que a
filosofia de Diderot, consiste em grande medida
(se não na sua totalidade) de pura libertinagem
de espírito. Isto é, uma filosofia que se não se
deixa apreender por meio de nenhuma imagem
rígida, e que ao mesmo tempo em que constitui
uma crítica ao modo sistemático de filosofar
(tão recorrente na história da filosofia) propõe
um novo procedimento para o pensamento: a
libertinagem.
3.Resultados
5.Referências Bibliograficas
Os resultados obtidos nesta análise são: 1)
Não se pode imobilizar a filosofia de Diderot
por meio de imagens simples. Isso quer dizer
que, boa parte das classificações impostas à
DIDEROT, D. Textos Escolhidos. Tradução de
Marilena Chauí e J.Guinsburg. Col. “Os
Pensadores”. São Paulo, Abril Cultural, 1973.
4.Conclusão
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