Ação do homem sobre os recifes de corais

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Universidade Castelo Branco
Rainer Alves da Fonseca (Mat. 2007000249)
Corais
Rio de Janeiro
2008
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Rainer Alves da Fonseca (Mat. 2007000249)
Corais
Trabalho
realizado
para
o
cumprimento parcial da disciplina de
helmintologia
e
metazoários
inferirores, da graduação em Ciências
Biológicas.
Prof. Diego da Silva Ferreira
Rio de Janeiro
2008
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Sumário
Introdução..........................................................................................................04
Corais Pétreos ou Escleractinianos...................................................................05
Reprodução.......................................................................................................05
Crescimento.......................................................................................................06
Ação do homem sobre os recifes de corais.......................................................06
Importância dos recifes......................................................................................07
Ecologia.............................................................................................................08
Conclusão..........................................................................................................10
Anexos...............................................................................................................11
Bibliografia.........................................................................................................12
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1. Introdução
Por ser um dos ecossistemas mais frágeis do mundo, os recifes estão
sob ameaça constante. Nas últimas décadas, cerca de 35 milhões de acres de
recifes de corais foram destruídos pelo homem, em 93 países. Se continuar
assim, 70% dos corais do mundo serão destruídos ainda durante as nossas
vidas.
Os recifes de corais são formações biogênicas geralmente localizadas
em águas rasas, sobre a plataforma continental, região esta denominada zona
nerítica.
Nos últimos anos, mergulhadores e cientistas vêm se deparando cara à
cara com uma destruição cada vez maior da formação de corais. Isto
aconteceu em parte por causa da quantidade comparativamente pequena de
literatura que existia para descrever estas doença na natureza, mas também
por causa de uma falta quase total de experiência com perda aparente de
vários corais em seus próprios habitats.
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Corais Pétreos ou Escleractinianos
Os corais escleractinianos, embora semelhantes às anêmonas-do-mar,
são em grande parte coloniais e exclusivos em sua secreção de um esqueleto
calcário externo. O esqueleto proporciona à colônia um substrato uniforme
sobre o qual a colônia repousa. Os esclerosseptos podem contribuir para a
aderência dos pólipos dentro das taças tecais e proporcionar uma certa
proteção contra os predadores quando os pólipos se retiram.
A maioria dos corais escleractinianos habita os recifes tropicais
(hermatípicos) e alberga zooxantelas. As zooxantelas encontram-se em muitos
outros antozoários, bem como em algumas cifomedusas e alguns hidrozoários.
Octocorais.
Os alcionáceos coloniais ou corais macios, que são mais abundantes
nos recifes do Indo-Pacífico, em muitos aspectos são paralelos aos corais
escleractinianos,quanto à massa cenenquimal maciça que forma o substrato a
partir do qual os pólipos inviduais surgem.
As colônias ramificadas e em forma de bastão dos corais gorgonianos
são adaptadas para explorar a coluna de água vertical enquanto utilizam
somente uma pequena área de substrato para a ligação. A sustentação flexível
é proporcionada por um bastão axial orgânico central e separa as espículas
calcárias incrustadas no cenênquima.
Os penaltuláceos (que incluem as canetas do mar, as penas do mar e os
amores perfeitos do mar) são adaptados para a vida em fundos macios. Um
pólipo grande e primário, que determina a forma da colônia, não só proporciona
ancoragem na areia como também age como substrato a partir do qual os
pequenos pólipos secundários surgem.
Reprodução
Os corais reproduzem-se sexuada ou assexuadamente, formando
organismos solitários ou coloniais. O processo reprodutivo é influenciado pela
sazonalidade (exceto em regiões tropicais por fatores estressantes como
alterações na turbidez da água e temperaturas elevadas, e ocorre em períodos
curtos ao longo do ano. Os corais passam por uma fase pré-reprodutiva, uma
adolescência, chegando à maturidade e, pode-se encontrar, de acordo com a
espécie, organismos hermafroditos ou dióicos. Nas espécies sexuadas, o
desenvolvimento das gônadas inicia-se com a migração das células
germinativas primordiais, da mesogléia para a gastroderme. Então tem início a
formação de material nutritivo e a diferenciação gonadal. Já nas espécies
hermafroditas, a organização dos ovários e testículos, sugere que esses
organismos controlem a diferenciação das células germinativas, apresentando,
portanto, os dois tipos celulares (Barnes, 1996).
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A fecundação pode ocorrer através da fertilização externa ou por meio
da maturação de uma larva (plânula) no interior do pólipo. Dentre as
Scleractinias, um grande número de espécies apresenta fertilização externa e,
uma parcela menor de espécies desenvolve a larva plânula. O surgimento
desta última, dá-se 24 horas após a fertilização, quando trata-se de reprodução
sexuada.
Inicialmente a larva é esferóide e, aos poucos, adquirem forma ovalada
e movimentam-se por meio de minúsculos cílios. Já, no caso da reprodução
assexuada, é possível ocorrer: a fragmentação de uma colônia estável, a fissão
longitudinal de um pólipo solitário ou o desenvolvimento assexuado da plânula.
A reprodução sexuada permite maior variabilidade genética, apesar dos
organismos sofrerem maior risco de predação. Esse risco é menor para os
organismos que apresentam reprodução assexuada (Barnes, 1996).
Crescimento
A formação e crescimento de recifes começa com a fixação de larvas
planctônicos em substratos duros, como bordas submersas de ilhas e até
mesmo ao longo de continentes, dando início à formação de colônias. Após a
fixação da larva e sua metamorfose em pólipos, estes últimos secretam um
exoesqueleto de carbonato de cálcio, que irá formar a estrutura do recife. O
crescimento e expansão da estrutura do recife, forma a chamada franja de
coral, que se constitui no primeiro passo para a formação de atóis (Barnes,
1996).
Quando a franja de corais fixa-se em uma ilha vulcânica, crescendo
horizontal e longitudinalmente, pode ocorrer a formação de uma barreira de
corais. Dentre esse tipo de barreira, a mais famosa é a Grande Barreira de
Corais da Austrália que, na verdade, constitui-se de vários recifes juntos.
A taxa de crescimento dos recifes de coral, depende do equilíbrio entre o
crescimento horizontal e a calcificação dos pólipos com a taxa de distribuição
da estrutura da pedra calcária, onde se fixaram. O crescimento dos corais varia
de espécie para espécie e, está relacionado com a incidência de luz solar (o
crescimento é mais rápido durante o dia do que à noite), localização em águas
rasas, pouca suspensão de material particulado, presença de substâncias
químicas na água, predação e competição por espaço com outros organismos.
A idade e o tamanho da colônia podem interferir, promovendo a
diminuição
da
taxa
de
crescimento.
Ação do homem sobre os recifes de corais
O equilíbrio dos recifes de corais está sendo afetado pela depredação
que visa fins comerciais e, pelo aumento do número de partículas em
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suspensão nas águas litorânea, que resulta da grande quantidade de
sedimentos transportados pelos rios. Esse acúmulo de sedimentos nos rios, é
provocado pelo desmatamento, usos inadequados da terra, pela poluição
causada pelos engenhos de açúcar e por obras governamentais. Por exemplo,
a presença de petróleo na água prejudica a reprodução dos corais, pois
promove a liberação prematura de larvas que são incapazes de sobreviver em
suspensão na água e, também não conseguem se fixar. Nas larvas bem
desenvolvidas o petróleo provoca a assincronia (descoordenação) dos
movimentos ciliares, aguda contração da faringe, promovendo uma situação de
estresse fisiológico que tem como conseqüência o impedimento da fixação.
Em relação a depredação, esta apresenta dois objetivos principais:
1o – produção de calcário, que envolve a quebra ou dinamitação dos recifes;
2o – ornamentação de aquários com esqueletos de coral. Em pouco tempo os
coletores alteram a paisagem submarina de tal maneira, que tem-se a
impressão da passagem de um trator destruindo as formações dos recifes de
corais.
Importância dos recifes
A importância dos oceanos é algo conhecido de todos, já que cerca de
70% do globo terrestre é constituído de água salgada. Na EXPO 98, em
Portugal, foi divulgado que cerca de 80% da biodiversidade mundial e 80% do
oxigênio que nós respiramos vem dos mares.
Um dos ambientes mais importantes dos mares é o ambiente recifal. A
importância dos recifes de corais consiste no fato de que estes ambientes dão
suporte e abrigo a uma variedade de comunidades marinhas, muitas delas de
interesse econômico direto, como os peixes, os polvos, as lagostas, os
camarões, as algas, entre outros, servindo de habitat para mais de 25% de
toda vida marinha. Estima-se que entre um e nove milhões de espécies estão
associadas aos recifes de corais, pois a produtividade primária dos ambientes
recifais é muito alta, unicamente comparável à das regiões de manguezais. Isto
se deve, sobretudo, às algas que fazem simbiose com os corais, as chamadas
zooxantelas.
Além da sua grande importância ecológica, a importância dos recifes
para o homem, direta e indiretamente, é imensurável:
Produção de alimento: 1/5 de toda proteína animal consumida vem do
mar;
Proteção da costa: os recifes protegem a costa de erosão, tempestades,
ondas, etc., tanto que nas regiões onde estes foram dinamitados (por exemplo,
a região de Suape-PE), a erosão marinha cresce rapidamente.
Proteção climática: organismos fotossintetizantes marinhos utilizam o
CO2 que iria para a atmosfera, amenizando o efeito estufa;
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Farmacologia: além das substâncias antivirais e bactericidas encontradas nas
gorgônias, metade de toda a pesquisa de medicamentos para o câncer está
voltada aos organismos marinhos;
Odontologia: fabricação de próteses dentárias;
Medicina: reparação de fraturas com esqueleto de corais;
Indústria de cosméticos: uso de algas, etc., em diversos produtos;
Economia: peixes, jóias, areia, etc.
Lazer: turismo, mergulho, etc.
Os recifes têm ainda importância histórica e cultural: o nome do estado
de Pernambuco, por exemplo, vem do indígena e significa "pedras furadas",
devido às cavidades e às tocas existentes nos recifes. E, é claro, o nome da
nossa capital Recife deriva também deste belo ecossistema.
Mais de meio milhão de pessoas em todo o mundo moram próximas de
recifes de corais. Uma estimativa diz que os ambientes recifais são
responsáveis por serviços e recursos (turismo, proteção costeira, alimento,
etc.) que, se calculado em valores monetários, equivaleriam a mais de 375
bilhões de dólares por ano. A destruição de apenas um quilômetro de recifes
de corais causa um prejuízo de até $1,2 milhões. Vale salientar que estas
estimativas servem apenas para fins comparativos, já que o valor real de um
ecossistema está muito acima de qualquer quantia em dinheiro.
Ecologia
Os recifes de corais são encontrados em todos os mares do planeta –
leste asiático, Oceano Pacífico e regiões tropicais. Porém, o aspecto dos corais
varia de acordo com as características do ambiente, onde, esses organismos
são encontrados.
Os recifes de corais apresentam alta produtividade graças às
associações estabelecidas com diversos organismos, ocorrendo interações
como mutualismo e competição interespecífica e predação pelas estrelas do
mar. Dentre esses organismos associados, alguns peixes contribuem no
processo de reciclagem de nutrientes; algas, caranguejos e certos
lamelibrânquios alojam-se nos recifes, porém sem prejudicá-los. Diferente de
alguns moluscos, ouriços, esponjas e anêmonas, que instalam-se nos recifes
de uma forma mais agressiva (Odum, 1988).
A alimentação dos corais é bastante variada: recebem nutrientes
produzidos pelas zoochantela no processo fotossintético, absorvendo-os por
meio de seus tecidos envolventes. Os corais alimentam-se, ainda, de lavar de
crustáceos, ovos de peixes, etc., que capturam através dos cnidoblastos
(Barnes, 1996).
Há uma enorme variedade de peixes habitando nos recifes de corais,
pois, estes ambientes fornecem: riqueza de alimentos, proteção contra
predadores, locais para desova e desenvolvimento de alevinos. Devido a
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presença desses peixes, a atividade pesqueira é intensa nas áreas de recifes.
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Conclusão
Crescimento populacional: a superpopulação amplifica todos os problemas citados
acima.
Como se pode deduzir, as conseqüências da destruição dos recifes de corais são
muitas. Além das perturbações ecológicas (alterações na teia alimentar, perda de habitats,
extinção de espécies, etc.), a destruição dos recifes causa erosão costeira e uma série de
problemas econômicos, tais como diminuição na atividade turística, perda de economias de
subsistência e forte impacto negativo na economia de países-ilha.
No entanto, existem várias medidas que podem ajudar a proteger os recifes de corais:
Criação e manutenção de parques marinhos, reservas biológicas e áreas de proteção
ambiental.
Regulamentação e fiscalização da pesca; Educação ambiental; Turismo ecológico;
Gestão integrada dos ambientes recifais, envolvendo a comunidade; Pesquisa e Restauração
de áreas degradadas.
Crescimento populacional, a superpopulação amplifica todos os problemas citados
acima.
Acima de tudo, para que os recifes de corais sejam preservados, é preciso cuidar do
meio ambiente como um todo. Afinal, o globo terrestre é um grande ecossistema
completamente interligado.
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Anexos
Foto de um coral fechado logo após absorver uma partícula de alimento.
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Bibliografia
RUPPERT, Edward E.; BARNES, Robert D. Zoologia dos Invertebrados. ed.
São Paulo: Roca, 1996
BARNES, R.D. & RUPPERT, E.E., (1996). Zoologia dos Invertebrados. 6º
edição. Editora Roca Ltda.
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