Controle biológico de plantas daninhas Controle biológico

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Controle biológico de
plantas daninhas
1
Conceito amplo
Utilização de organismos vivos capazes
de matar, controlar o crescimento,
expansão populacional e/ou reduzir a
capacidade competitiva de uma ou mais
espécies de plantas daninhas; ;
2
Agentes de controle biológico


Insetos fitófagos;

Fungos fitopatogênicos;

Bactérias e vírus fitopatogênicos;

Peixes;

Outros;outros
Nachtigal,2009
3
Em populações naturais de Eichhornia crassipes é possível
observar que grande parte da plantas apresentam cicatrizes
foliares decorrentes da ação de Neochetina eichhorniae e N.
bruchi, infecções secundárias de fungos Cercospora spp,
Acremonium
zonatum,
Uredo
eichhorniae,
outros
microrganismos,predação de raízes por peixes e moluscos
(Pitelli et al, 2003)
4
O objetivo do controle biológico não é a
erradicação da população de plantas
que ocorre em determinada área
mas
sim a redução da sua densidade a níveis
aceitáveis (Tessmann, 2011)
5
Características
Método limita-se a determinadas plantas
daninhas;
Agente de controle biológico é específico
ao hospedeiro;
6
Considerações gerais
Aplicabilidade:
Área da ciências das planta daninhas
Plantas invasoras em pastagens;
Plantas infestantes de corpos hídricos:
Canais de irrigação/drenagem, lagos e represas,
plantios inundados, rios;
Plantas daninhas resistentes a herbicidas;
Produção orgânica;
aa
7
Estratégias utilizadas no controle biológico
de plantas daninhas
Estratégias
Clássica
Bioherbicida
Repositiva
8
Estratégia Clássica ou Inoculativa – Tessmann,
2011

Estratégia aplicável nos casos de plantas
daninhas que foram introduzidas em áreas
novas
e
que
estejam
separadas
geograficamente dos inimigos naturais
nativos;
9
Estratégia clássica

Mais adequada para plantas daninhas
exóticas
recém
introduzidas
e
que
apresentam grande expansão populacional ;

Aplicada no controle de plantas invasoras de
pastagens extensivas, reservas florestais e
ecossistemas aquáticos;
10
Estratégia clássica

Objetivo: regular a população da planta daninha alvo num programa de longo prazo. Não é adequada
para resolver problemas imediatos.

Características:
• elevado custo inicial
• impossibilidade de previsão do sucesso
• Irreversibilidade do processo
• Estudo de especificidade extremamente rigoroso
11
Estratégia clássica - sucesso
Depende
•
•
capacidade de auto-perpetuação dos
agentes;
capacidade de dispersão natural;
12
Exemplos clássicos

Opuntia spp - Austrália

Salvinia sp - Austrália

Eichhornia crassipes - EUA e África
13
Opuntia spp
14
Opuntia spp


Pitelli et al, 2003
Introduzida na Austrália 1839  ornamental
e alimentícia
1850-1875  cerca viva
Espécies introduzidas
•
•
•
•
O. inermis
O. auratiaca
O. streptocantha
O. tomentosa
O. stricta
O. monocantha
O. imbricata
15
Opuntia spp





Pitelli et al, 2003
1895  incluída entre 10 piores plantas daninhas da
Austrália;
1912  início do controle químico com Pentóxido de
Arsênico por pulverização;
1915  60 milhões de acres inutilizados como pastagens,
com taxa de invasão de 1.000.000 acres/ano; ;
1920  Formação da “Comissão de estudo e controle do
cactus” ;
1920 - 1925  Entomologistas enviados às Américas para
procura de inimigos naturais da Argentina até sul dos EUA;
16
Cuidados dos entomologistas



Apenas fossem introduzidos predadores
exclusivos do cactus;
Que os insetos viessem livres de seus inimigos
naturais;
Nas condições australianas, mesmo com
restrições alimentares, o inseto continuasse
predador exclusivo do cactus;
17
Agentes que se tornaram estabelecidos

Cactoblastis cactorum (Lep.)
Olycella junctolineela (Lep.)
Chelinidea tabulata (Col.)
Chelinidea opuntiaea (Col.)
Dactylopius opuntiae (Hom.)
Moneilema ulkey (Col.)
Moneilema variolare (Col.)
Argentina
EUA
EUA
EUA
EUA
EUA
México

Tetranychus opuntiaea (Ácaro)
EUA






18
Após três anos



Chelinidea tabulata (Col.)
Dactylopius opuntiae (Hom.)
Tetranychus opuntiaea (Ácaro)
EUA
EUA
EUA
baixa pressão de predação
19
Controle Biológico Clássico

Lepdoptera

Cactoblastis cactorum

Origem do agente :
Argentina
Pitelli et al, 2003
http://www.aphis.usda.gov/plant_health/plant_pest_info/cactoblastis/pgallery.shtml
20
Cactoblastis cactorum




Levados 2750 ovos, 1925
Até 1927  criados em gaiolas e liberados
ovos no campo  9 milhões de ovos
1929  coleta de ovos diretamente no
campo
Até 1930  três bilhões de ovos liberados
21
Gaiolas utilizadas para
distribuição dos insetos no
campo
22
Cactoblastis cactorum
23
Liberação no campo: 1927-1930
http://www.aphis.usda.gov/plant_health/plant_pest_info/cactoblastis/pgallery.shtml
24
alto poder de
predação
destruição da
planta
25
Liberação no campo: 1927-1930
http://www.fs.fed.us/wildflowers/rareplants/whyare/index.shtml
http://www.aphis.usda.gov/plant_health/plant_pest_info/cactoblastis/pgallery.shtml
26
Segundo Pitelli et al (2003) em 10 anos obtiveram uma recuperação de 95% áreas infestadas
27
Salviniaceae
Salvinia sp.
28
Salvinia molesta
http://www.invasive.org/browse/hostimages.cfm?host=2785
29
Salvinia molesta

Cyrtobagous salvinae

Fêmea: 300 ovos

Larva 4mm
alimenta-se rizoma e
brotos , causa
nanismo
http://www.invasive.org/browse/detail.cfm?imgnum=1355043
30
Salvinia molesta
x Cyrtobagous salvinae
31
Cyrtobagous salvinae
32
Salvinia molesta
Lake Moondarra Austrália
http://www.invasive.org/browse/detail.cfm?imgnum=1929041
http://www.invasive.org/browse/detail.cfm?imgnum=1929040
14 meses
33
Salvinia molesta
Sydney - Austrália
http://www.invasive.org/browse/detail.cfm?imgnum=1929043
http://www.invasive.org/browse/detail.cfm?imgnum=1929042
34
Eichhornia crassipes
35
Eichhornia crassipes


Florida (EUA)
Introdução do IN
1972 da América do
Sul
http://www.invasive.org/browse/detail.cfm?imgnum=0002077
36
Eichhornia crassipes
Neochetina sp
http://www.invasive.org/browse/detail.cfm?imgnum=5212024
37
Eichhornia crassipes

Coleóptero

Neochetina eichhorniae
Neochetina bruchi


Origem do agente:
América do Sul
38
Eichhornia crassipes
Neochetina bruchi
Neochetina eichhorniae
http://www.invasive.org/browse/detail.cfm?imgnum=0002075
39
Eichhornia crassipes
Kenya Kisumu Yacht Club Lake Victoria
http://www.invasive.org/browse/detail.cfm?imgnum=0002096
http://www.invasive.org/browse/detail.cfm?imgnum=0002097
40
Eichhornia crassipes
Uganda
http://www.invasive.org/browse/detail.cfm?imgnum=0002098
http://www.invasive.org/browse/detail.cfm?imgnum=0002099
41
Eichhornia crassipes
42
Eichhornia crassipes
Sameodes albigutallis
43
Alternanthera philoxeroides
44
Controle Biológico Clássico de Alternanthera
philoxeroides
http://www.invasive.org/browse/detail.cfm?imgnum=4723009
45
Alternanthera philoxeroides

Coleoptera

Agasicles hygrophila
Selman &Vogt ,1971

Origem do Agente:
Argentina
Tessmann (2011)
http://www.invasive.org/browse/detail.cfm?imgnum=4723004
46
Solanum viarum




Solanácea
planta perene
Introduzida na
Flórida em 1980
Infestação de
pastagens
http://tsa.ifas.ufl.edu/00Documents/TSA-TMGMV_Promotional_Presentation_082206.pdf
47
http://tsa.ifas.ufl.edu/00Documents/TSA-TMGMV_Promotional_Presentation_082206.pdf
48
3 MESES
Medal & Cuda, 2010
49
Tessmann (2011)
50
Carduus nutans
http://www.invasive.org/browse/subinfo.cfm?sub=3011
51
Carduus nutans
http://www.invasive.org/browse/subinfo.cfm?sub=3011
52
Carduus nutans
Puccinia carduorum
http://www.invasive.org/browse/detail.cfm?imgnum=0023081
53
Chondrilla juncea
http://www.invasive.org/browse/detail.cfm?imgnum=5435908
http://www.invasive.org/browse/detail.cfm?imgnum=5435907
54
Puccinia chondrillina
http://www.invasive.org/browse/detail.cfm?imgnum=0022097
55
Estratégias utilizadas no controle biológico
de plantas daninhas
Estratégias
Clássica
Bioherbicida
Repositiva
56
Estratégia Bioherbicida ou Inundativa
(Nachtigal,2009)
Consiste na seleção de inimigo natural
que já ocorre na população normalmente
patógenos endêmicos com um grau
aceitável de especificidade de hospedeiro
e segurança a planta não-alvo (Templeton
et al 1979)
57
Estratégia bioherbicida

Organismos são liberados em altas
populações, provocando expressivo e
imediato impacto na dinâmica populacional
ou na competitividade da planta daninha
(Pitelli et al, 2003)
58

Organismos incapazes
de se manter em altas
populações naquele
ambiente, necessitando
constantes liberações
para manter o nível de
controle (Pitelli et al,
2003)
N º ind iv íd uo s
Estratégia bioherbicida
16
14
12
10
8
6
4
2
0
Inoculações ou liberações de inseto
0
10
20
30
40
50
60
Tempo
59
Estratégia bioherbicida

Estratégia
altamente
cara,
eficaz
embora
e
possa
ser
comercialmente
explorada
60
Estratégia Bioherbicida


Estratégia mais adequada para espécies
nativas ou naturalizadas
Planta alvo apresenta microflora e
microfauna associadas
Pitelli et al,2003
61
Estratégia Bioherbicida
DeVine®-Ridings ,1986
Phytophthora palmivora
Morrenia odorata
Citros (EUA)
Tessmann,2011
R
62
Estratégia Bioherbicida
Collego®-TeBesst et al,1992
Colletotrichum gloeosporioides
f. sp. aeschynomene
Aeschynomene virginica
Soja e Arroz (EUA)
90% controle
R
63
Bioherbicida para Solanum viarum

Solvinix

Virus: TMGMV

Forte reação de
hipersensibildade
33 dias da aplicação
http://tsa.ifas.ufl.edu/00Documents/TSA-TMGMV_Promotional_Presentation_082206.pdf
64
http://tsa.ifas.ufl.edu/00Documents/TSA-TMGMV_Promotional_Presentation_082206.pdf
65
Bioherbicidas Registrados - Nachtigal, 2009
66
Etapas para desenvolvimento de bioherbicida





Seleção da planta alvo;
Levantamento e identificação de fungos
associados e e ocorrência na região;
Estudos da biologia e ciclo de vida do fungo;
Estudo sobre as condições ambientais que
afetam o desenvolvimento da doença;
Compatibilidade com adjuvantes e herbicidas;
67
Etapas para desenvolvimento de bioherbicida





Viabilidade do patógeno em armazenamento;
Produção massal do fungo;
Eficiência do pré-requisito em condições de
campo;
Registro e licenciamento;
Produção e comercialização;
68
http://www.iobcnrs.com/documents/joint_meeting/10Microbial_Control_in_the_Amercia/4.%20Boyetchko%20IOBC%20May%202010.pdf
69
http://www.iobcnrs.com/documents/joint_meeting/10Microbial_Control_in_the_Amercia/4.%20Boyetchko%20IOBC%20May%202010.pdf
70
Principais obstáculos no desenvolvimento de
bioherbicida








Eficiência no campo;
Formulação inadequada;
Dependência de molhamento foliar;
Proteção contra UV;
Formulação e concentração do inóculo;
Resistência / tolerância das plantas;
Tecnologia de aplicação;
Integração do produto nos sistemas de produção;
71
Pesquisadores relacionados ao controle biológico
Brasil:

José T. Yorinori - Embrapa Soja

Sueli Mello – Embrapa Cenargen

Glaucia de Figueiredo Nachtigal – Embrapa Clima
Temperado

Robinson Antonio Pitelli – Unesp Jaboticabal

Robert W. Barreto - UFV
72
UNESP -Jaboticabal
Laboratório de Controle Biológico de Plantas Daninhas
Prof. Giorgio de Marinis
Coordenação: Prof. Dr. Robinson Antonio Pitelli
Euphorbia heterophylla – Bipolaris euphorbiae
Senna obtusifolia- Alternaria cassiae
Eichhornia crassipes- Cercospora piaropi
Egeria densa – Fusarium sp
Sagittaria montevidensis – Cylindrocarpon sp
73
Euphorbia heterophylla – Bipolaris euphorbiae
UNESP - Jaboticabal
74
Senna obtusifolia- Alternaria cassiae
UNESP -Jaboticabal
75
Senna obtusifolia- Alternaria cassiae
UNESP -Jaboticabal
76
Senna obtusifolia- Alternaria cassiae
UNESP -Jaboticabal
77
E.crassipes- Cercospora piaropi
UNESP -Jaboticabal
Ávila, 2002
78
UNESP -Jaboticabal
Ávila, 2002
79
Egeria densa
http://www.invasive.org/browse/subinfo.cfm?sub=3019
80
81
82
Egeria densa – Fusarium sp
Unesp-Jaboticabal
83
Sagittaria montevidensis

Chapéu de couro

Alismataceae
sementes

Fiorillo, 2007
84
Reservatório
de Santana
Santana
Reservatório de
out.
2001
out. 2001
Fiorillo, 2007
85
Reservatório de Santana
fev. 2002
Fiorillo, 2007
86
Fiorillo,2007
87
Isolados decorrentes
de coletas de campo

Levantamento de
inimigos naturais
fungos fitopatogênicos

Sagittaria
montevidensis
Cylindrocarpon sp.
(FCAV#4)
88
Controle Biológico de Plantas
Daninhas


Eficácia do agente de controle
Determinação da gama de hospedeiros
e especificidade do agente
89
Determinação da gama de hospedeiros e
especificidade de Cylindrocarpon sp., agente
de biocontrole de Sagittaria montevidensis


17 espécies
10 famílias botânicas
inoculação: 1x107 conídios/ml
90
Eichhornia crassipes
PONTEDERIACEAE
Heteranthera reniformis
Pontederia cordata
91
Egeria densa
Hydrocharitaceae
Limnobium grandiflorus
Limnobium spongia
92
Ludwigia sedoides
Onagraceae
Ludwigia elegans
93
Salviniaceae
Salvinia sp.
94
Menyanthaceae
Nymphoides indica
95
Haloragaceae
Myriophyllum brasiliensis
96
Typhaceae
Typha sp.
97
Alismataceae
Sagittaria montevidensis
Fiorillo, 2007
98
Cylindrocarpon sp.
 Gama
de hospedeiros
 fotos
Sagitaria restrita
 Especificidade a Sagittaria montevidensis
FIORILLO, 2007
99
Cylindrocarpon sp como agente de
biocontrole de Sagittaria montevidensis






Plantas de interesse econômico
Concentração de inóculo
Época e número de aplicações
Suscetibilidade da hospedeira
Produção massiva de inóculo e formulação
Compatibilidade de mistura em tanque com
produtos químicos
100
Estratégias utilizadas no controle biológico
de plantas daninhas
Estratégias
Clássica
Bioherbicida
Repositiva
101
Estratégia repositiva (Pitelli et al, 2003)

Se estabelece um tamanho populacional do agente de
controle biológico que seja ideal para manter a população
da planta daninha na densidade desejada

repõe-se o número de indivíduos que faltam para atingir a
densidade necessária
102
Estratégia repositiva
Exemplo

Ctenopharyngodon idella
(carpa-capim) para o
controle de Hydrilla
verticillata em lagos:
40 animais/hectare
103
Ctenopharyngodon idella
Antes liberação
104
Ctenopharyngodon idella
Após liberação
105
C. idella
106
Pistia stratiotes
carpa capim
Ctenopharyngodon idella
107
Referências Bibliográficas







Avila, Z.R. Estudo de Cercospora piaropi como agente de controle biológico de
Eichhornia crassipes e sua associação com o herbicida 2,4D. 2002. 89 f. Tese
(Doutorado em Produção Vegetal) – Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias,
Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, 2002
Fiorillo,C.M.T. Controle Biológico de Sagittaria montevidensis com Cylindrocarpon
sp. 2007. 78f. Tese (Doutorado em Produção Vegetal) – Faculdade de Ciências Agrárias e
Veterinárias, Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, 2007.
Medal J.C. ; Cuda ,J.P. Establishment and initial impact of the leaf-beetle Gratiana
boliviana (chrysomelidae), first biocontrol agent released against tropical soda apple
in Florida. Florida Entomologist, v93, n.4, p. 493-500, 2010.
Nachtigal, G.F. Controle biológico de plantas invasoras exóticas no sul do Brasil
por meio de fitopatógenos: principios e estratégias aplicações em ecossistemas
agrícolas e naturais. Embrapa Clima Temperado. Documentos 256, 49p. 2009.
Pitelli et al, 2003, link referenciado:
http://sbcpd.org/portal/images/stories/downloads/2simposio/controlebiologicodeplantasdani
nhas.pdf
Tessmann, D.J. Controle biológico : aplicações na área de ciência das plantas
daninhas. In: Biologia e Manejo de Plantas Daninhas. Oliveira et al (ed). Cap. 4 , p.79-94,
2011.
108
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