Revista Brasileira de Informática na Educação – Número 4 – 1999 ESTADO DA ARTE EM ESPAÇOS VIRTUAIS DE ENSINO E APRENDIZAGEM Neide Santos Laboratório de Engenharia de Software - PUC-Rio COPPE/Sistemas/UFRJ Caixa Postal 38 068 - 22 453 900 RJ-Brasil [email protected] Resumo: A Internet torna-se cada vez mais um meio familiar de acesso à informação e de trabalho cooperativo, alterando diversos setores sociais. As novas tecnologias da comunicação começam também a provocar impactos no setor educacional, com a promessa de construção de cenários inovadores, apoiados em diferentes formas de Educação baseada na Web (EBW). Neste artigo, apresentamos um estado da arte em EBW e analisamos o potencial dos espaços virtuais, a partir de diretrizes traçadas para este fim. Abstract: The Internet gradually becomes an usual way of gathering information and working cooperatively. As a result, it is changing many social settings. Networking technologies also start to stress educational setting, promising new pedagogical scenarios, supported on different kinds of Webbased education (WBE). In this paper, we present a state-of-the-art in WBE and analize the environments potentiality from preliminary guidelines. Palavras-chave: Tecnologias de rede e educação. Educação baseada na Web. Aprendizagem cooperativa apoiada por computador. Frameworks para aprendizagem cooperativa. Análise das formas de EBW. 1. INTRODUÇÃO A Internet torna-se, gradativamente, um meio comum de troca de informações, acesso a especialistas em inúmeras especialidades, formação de equipes para trabalho cooperativo, independentemente das distâncias geográficas, e acesso a arquivos e repositórios remotos de informação. De forma diferente das inovações tecnológicas surgidas nos últimos anos, a Internet rompe as barreiras geográficas de espaço e tempo, permite o compartilhamento de informações em tempo real e apoia a cooperação e a comunicação, também em tempo real. Este novo cenário tecnológico, econômico, social e cultural é cada vez mais familiar a todos nós. A educação formal, contudo, apresenta uma tendência histórica em retardar a incorporação de inovações em suas práticas pedagógicas. Os produtos do avanço tecnológico têm sido absorvidos, usados e dominados primeiramente nos setores mais modernos da sociedade, a seguir nos setores mais conservadores, depois em nossas casas e, por último, na escola. O poder de sedução da Internet, entretanto, pode alterar este quadro, pois formas efetivamente inovadoras de educação utilizando serviços da Internet podem ser pensadas e postas em prática. Há muitas formas de uso das redes de comunicação, sendo algumas delas roupagens novas para velhas concepções pedagógicas. O objetivo deste artigo é apresentar um estado da arte em educação virtual e analisar seu potencial inovador, a partir de diretrizes de análise colhidas na literatura disponível. Revista Brasileira de Informática na Educação – Número 4 – 1999 2. ESTADO DA ARTE EM EDUCAÇÃO VIRTUAL APOIADA NA INTERNET O uso educacional das tecnologias de rede apoia-se em diferentes vertentes de pesquisa e desenvolvimento, e este uso pode ser reunido em seis modalidades: ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ Aplicações hipermídia para fornecer instrução distribuída; Sites educacionais; Sistemas de autoria para cursos à distância; Salas de aula virtuais; Frameworks para aprendizagem cooperativa; e Ambientes distribuídos para aprendizagem cooperativa. Entre as aplicações hipermídia para instrução distribuída, encontram-se (i) cursos multimídia com objetivos educacionais definidos, tarefas a serem realizadas pelos alunos, formas de avaliação e suporte para comunicação com os pares e com o professor; e (ii) cursos no formato hipertexto, compostos de páginas Web, seguindo o modelo de livro-texto, normalmente sem tutoria. De um modo geral, tais cursos não são oferecidos gratuitamente. A imensa maioria dos cursos existentes na Internet pertence ao segundo enfoque. Estes cursos seriam o que Schank (1994) denomina page-turning architecture, adotando o formato “pressione o botão para a próxima página”. Pode-se, contudo, encontrar cursos sobre quase todos os assuntos na Web. Os sites educacionais reúnem um conjunto de funcionalidades, tais como biblioteca de software educacional, espaços para comunicação, software para download, links para outras páginas Web e jornais. Entre estes sites, destacam-se Study Web, The Internet Public Library e The World Lecture Hall. Entre os sites brasileiros, são descritos Aprendizagem Cooperativa à Distância do Projeto Kidlink-Br, Escolanet e Projeto Aprendiz. Há inúmeros sistemas de autoria para cursos à distância usando tecnologias de Internet1. Neste artigo, descrevemos HM-Card, LearningSpace, TopClass, Virtual-U e WebCT. As salas de aula virtuais estendem o conceito dos sistemas de autoria ao ampliarem o espaço de interatividade e de comunicação e cooperação. Neste caso, estão AulaNet e ClasseVirtual. Na perspectiva de frameworks, encontram-se Habanero, Promondia e Worlds. Belvedere, CaMILE, Collaboratory Notebook, CSILE e NICE são exemplos típicos de ambientes distribuídos para aprendizagem cooperativa. QSabe e WebSaber são exemplos brasileiros deste tipo de ambiente. Nas próximas subseções, estas abordagens serão descritas. 2.1 SITES EDUCACIONAIS Na categoria de sites educacionais, estão reunidas diferentes formas de apoio ao trabalho docente e ao aprendizado autônomo dos estudantes. Os sites a seguir descritos 1 Estudos comparativos sobre sistemas para cursos à distância estão disponíveis em: Center for Curriculum Transfer and Technology. A Comparison of Web-Based Delivery Applications http://www.ctt.bc.ca/landonline/index.html; Central Queenslanad University. WebClass Tools Comparison - http://webclass.cqu.edu.au/Tools/Comparisons/index.html; MacGreal, R. [1998]. Integrated Distributed Learning Environments (IDLEs) on the Internet: A Survey. Educational Technology Review. No 9, 25-31. Revista Brasileira de Informática na Educação – Número 4 – 1999 podem ser considerados como representativos desta modalidade de suporte à educação virtual. ♦ Study Web - http://www./studyweb.com Study Web reúne uma coleção de 28.000 sites, entre sites educacionais sobre conteúdos curriculares, classificados por disciplina e por série escolar, e sites de referência. Uma máquina de busca e mecanismos de orientação aos usuários tornam as consultas a Study Web rápidas e seguras. Análogo ao Study Web, há KStudio [http://beatles.les.inf.puc-rio/kstudio/] do Projeto Kidlink-Br, reunindo mais de 3.000 sites educacionais brasileiros. ♦ The Internet Public Library (http://www.ipl.org/ref/) É uma biblioteca virtual, reunindo sites com informações/software sobre uma gama muito variada de tópicos curriculares e de interesse geral. É dotada de uma interface amigável e atraente. Os mecanismos de orientação aos usuários, tais como marcos de navegação, mapas, pathfinders, entre outros, evitam a desorientação do usuário e tornam as consultas seguras. A biblioteca virtual tem interface e conteúdos customizados para dois tipos de usuários - adolescentes e jovens. É importante assinalar a existência de pelo menos duas bibliotecas virtuais brasileiras: a Biblioteca do Estudante Brasileiro, da Escola do Futuro [http://www.futuro.usp.br] e a Biblioteca Virtual do Projeto Kidlink-Br [http://venus.rdc.puc-rio.br/kids/kidlink/bv/]. ♦ The World Lecture Hall - http://www.utexas.edu/world/lecture/ É um site contendo links para cursos criados por professores de todo o mundo que estão usando a Web para distribuir material didático. O site provê um serviço de tradução de cursos para diversos idiomas, inclusive português, e permite que os autores incluam seus cursos como páginas referenciadas a partir do site. No momento, os cursos estão classificados em 75 categorias, tais como Artes, Bioquímica, Ciência da Computação, Ciências Políticas, Engenharia Civil, Geografia, Humanidades, Saúde, Sociologia e Zoologia. ♦ Site ACD - http://www.rdc.puc-rio.br/kids/kidlink/acd/acd_index.htm O site ACD é dirigido a professores e estudantes do Projeto Kidlink-Br, com o objetivo de incentivar e apoiar atividades de aprendizagem cooperativa, e foi desenvolvido em torno de três espaços principais de cooperação - Sala de Estudos, Sala de Aula Virtual e Oficina de Aprendizagem. A Sala de Estudos é composta de uma Bancada de Estudo, de um Mural de Dicas e de um Bloco de Notas. A Bancada de Estudos simula uma bancada real, com links externos com informações para a realização das tarefas escolares. O Mural de Dicas reúne informações úteis para o estudo individual, em grupo e com o apoio da Internet. O Bloco de Notas funciona como uma agenda privada para a anotação de pontos importantes das aulas, marcação de provas e de compromissos escolares, assim como para a administração de suas tarefas e de seu tempo. A Sala de Aula Virtual é o local da ACD onde ocorrem cursos interativos, tutorias e seminários virtuais, desenvolvidos com o ambiente AulaNet. A Oficina de Aprendizagem é o local para construção social do conhecimento. Para tanto, há uma Oficina do Texto, uma Oficina de Solução Cooperativa de Problemas e os Espaços de Cooperação-Comunicação. A Oficina do Texto é voltada para a produção cooperativa de textos sobre temas propostos pelos professores ou pelos estudantes, com o apoio das Revista Brasileira de Informática na Educação – Número 4 – 1999 listas de discussão e do chat do Kidlink. A Oficina de Solução Cooperativa de Problemas tem o apoio do ambiente WebSaber [Santos, 1998a]. Nos Espaços de Cooperação-Comunicação, há a oportunidade de comunicação/cooperação livre entre estudantes, professores e entre estudantes-professores, para a solução de problemas, utilizando listas de discussão e chat do Kidlink. ♦ Escolanet - http://www.escolanet.com.br O site põe à disposição dos usuários uma série de informações e serviços educacionais. Há sites de estudos, cobrindo conteúdos da principais disciplinas do ensino fundamental e médio, espaços para discussão e “bate- papo”, páginas com diversão e dicas, esporte e saúde, além de um guia do professor. ♦ Projeto Aprendiz - http://www.uol.com.br/aprendiz/ É um site de educação e cidadania voltada para professores, estudantes e aprendizes em geral. O projeto compõe-se de um resumo semanal das notícias da área, colunas, relatos de personalidades sobre professores que marcaram suas vidas, fórum de discussão sobre experiências de ensino, prêmios, dicas de links e um livro didático interativo. Sua concepção é bastante diferente da concepção do Escolanet, pois tem caráter mais informativo. Disponibilidade - todos os sites listados são de acesso público. Os sites Kidlink-Brasil e ACD têm acesso livre, mas a participação nas listas de discussão e nas sessões de chat estão restritas a usuários cadastrados. 2.2 SISTEMAS DE AUTORIA PARA CURSOS À DISTÂNCIA2 Foram selecionados para análise os sistemas LearningSpace, TopClass, Virtual-U e WebCT, por serem os mais difundidos nos Estados Unidos da América. Estes sistemas começam a ter uma comunidade de usuários também no Brasil. A possibilidade de criação de repositórios de cursos foi um fator decisivo na escolha de HM-Card. ♦ HM-Card – http://www.iicm.edu/hmcard/ HM-Card permite a construção de repositórios de courseware, compostos de páginas Web, imagens estáticas e vídeos, integrados em módulos interativos. O repositório é um site Web, com o material educacional armazenado em um servidor Web e com o acesso simultâneo de diversos clientes. Os módulos são as unidades principais do courseware, cujos conteúdos podem ser desde páginas ligadas de forma linear até complexas unidades interativas de courseware com gráficos, animação, facilidades de anotações, perguntas e avaliação de respostas. O repositório de courseware é um pool de módulos HM-Card, referenciados como documentos HTML. O sistema provê editores para confecção e apresentação de cursos hipermídia: HM-Card Editor, HMCard Linker e HM-Card Viewer. A independência entre os editores permite a reutilização de conteúdos, mas torna a autoria de cursos uma tarefa artificial. O acesso a cursos desenvolvidos com HM-Card pode se dar a partir de link em página Web ou stand-alone. O sistema fornece suporte para cooperação, através de ponteiros para email e newsgroups. Esta funcionalidade não está disponível na versão para fins 2 Esta parte do artigo baseia-se em Melo, W. [1998]. Sala de Aula Virtual Cooperativa. Dissertação de Mestrado, Rio de Janeiro, COPPE Sistemas/UFRJ. Revista Brasileira de Informática na Educação – Número 4 – 1999 avaliatórios. A interatividade do material, considerada um ponto alto do HM-Card, traduzida em tratamento de respostas e avaliação do desempenho do aluno, também não pode ser testada, por não estar disponível o help do sistema na versão usada. ♦ LearningSpace - http://www.lotus.com/home/nsf/tabs/leanspace LearningSpace possui cinco bases de dados Notes interconectadas, fornecendo um ambiente para desenvolvimento e entrega de cursos. O sistema é composto de: ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ Agenda: módulo central para que os participantes naveguem através dos materiais de curso de acordo com o projeto instrucional e a estrutura do curso criada pelo professor. Através deste módulo, os estudantes podem conhecer os objetivos da aprendizagem, as tarefas a serem realizadas, os prazos marcados para navegação nos materiais do curso e as perguntas a serem respondidas. A agenda pode ser organizada por dias, semanas ou meses, bem como por módulos para instrução autodirigida. Centro de Mídia: base de conhecimento criada pelo professor ou pelo projetista, com o conteúdo relacionado ao curso, como o acesso a fontes externas, como WWW e outros repositórios de recursos educacionais. O conteúdo de cada curso pode ser texto, vídeoclips, gráficos, planilhas eletrônicas, simulações, entre outros. Sala de Curso: ambiente interativo para que os alunos tenham discussões privadas e públicas, entre si e com o professor, para compartilhamento de informações e execução de trabalhos em grupo. A sala de curso proporciona atualmente somente suporte para cooperação assíncrona, mas está previsto suporte para cooperação síncrona através de recursos de whiteboard e videoconferência. Descrição dos Participantes: homepages criadas pelos alunos e professores com informações para contato, fotografias, experiência e interesses. Gerenciador de Avaliação: ferramenta de avaliação que permite ao professor enviar perguntas e receber respostas dos alunos de forma privada. Para isso, as perguntas são colocadas na agenda e são enviadas por correio eletrônico para os alunos, que as enviam de volta junto com a resposta acessível somente para o professor. ♦ TopClass - http://www.wbsystems.com/ TopClass integra ferramentas de aprendizagem colaborativa, de entrega e gerenciamento de conteúdo e de gerenciamento de pessoas. A conectividade entre os participantes é baseada na Web através de um browser padrão. O sistema roda sobre a Internet ou em redes locais corporativas. Há um sistema de mensagem para comunicação entre alunos e entre alunos-professor, a participação em múltiplas listas de discussão e atividades personalizadas para alunos. Em TopClass, os cursos são construídos pelo professor a partir de Unidades de Material de Aprendizado que podem ser livremente exportadas ou importadas de curso para curso, podendo conter testes de múltipla escolha. Os estudantes e professores são agrupados em “classes” e o acesso ao material do curso, grupos de discussão e avisos são gerenciados automaticamente, de forma que somente os participantes autorizados possam obtê-lo. TopClass indica, para cada usuário individual, o status do material de curso definido para ele através de mensagens do tipo: novo, velho, lido ou não lido. O professor também tem acesso a esse status para monitorar o progresso do aluno. ♦ Virtual-U - http://emediadesign.com/sfu/index.html Virtual-U é um sistema baseado em um servidor que possibilita a criação de cursos em browser Web. O sistema possui os seguintes componentes: Revista Brasileira de Informática na Educação – Número 4 – 1999 ♦ ♦ ♦ ♦ Sistema de Conferência: oferece a possibilidade de configurar grupos cooperativos, definindo tarefas e objetivos e a criação de subconferências. Ferramenta de Estruturação do Curso: possibilita a criação de cursos on-line sem conhecimento prévio de programação, através de templates que auxiliam o professor em aspectos relevantes como leituras necessárias e definição de conferência de grupo. Livro de Grau: gerencia a base de dados onde estão armazenados os níveis de desempenho dos alunos em um determinado curso. São apresentadas as atividades avaliadas, realizadas em forma gráfica ou de texto. Ferramentas de Administração do Sistema: utilizadas pelo administrador do sistema, incluindo criação e manutenção de cursos e definição de privilégios de acesso. ♦ WebCT - http://homebrew1.cs.ubc.ca/webct/ WebCT é um sistema para a criação de ambientes educacionais baseados na Web, fornecendo uma variedade de ferramentas, como chat, trilha do progresso do aluno, organização de projeto em grupo, auto-avaliação, controle de acesso, ferramentas de navegação, investigações auto-marcadas, correio eletrônico, geração de índice automático, calendário de curso, homepages dos alunos e pesquisas do conteúdo do curso. Um curso em WebCT está organizado em torno de uma homepage principal, com ligações para componentes de conteúdo do curso, como páginas de conteúdo, ou para outras páginas, além de ferramentas do curso, como correio eletrônico, autoavaliação e glossário. O sistema proporciona diferentes visões do curso, dependendo da classe do usuário. Há quatro classes de usuários: ♦ ♦ ♦ ♦ Administrador: há um único administrador, que não pode configurar ou adicionar conteúdo ao curso, mas apenas iniciar um curso e abrir um curso vazio para um projetista. O administrador pode cancelar cursos e mudar a senha dos projetistas. Projetista: para cada curso, um único projetista é considerado pelo sistema e, normalmente, esse projetista é o professor do curso. O projetista pode manipular o curso de diversos modos: criando perguntas, checando o progresso dos alunos, definindo grupos de trabalho dos alunos, etc. Instrutor: cada curso pode ter um número qualquer de instrutores. O instrutor tem os mesmos privilégios de um estudante, mas também pode corrigir provas. Alunos: cada curso pode ter qualquer número de alunos. Os estudantes não podem manipular o conteúdo do curso. O projetista do curso cria as contas dos alunos. Disponibilidade - todos os sistemas estão bem descritos em suas homepages. Alguns ambientes, como LearningSpace e TopClass, oferecem excelentes white papers. HMCard dispõe de uma versão para fins avaliativos e o download do sistema depende de senha fornecida pelo administrador. Cursos desenvolvidos em LearningSpace podem ser acessados via browser Web, após obtenção de senha. As ferramentas para construção de cursos em Virtual-U e WebCT são freeware. TopClass pode ser usado gratuitamente por 120 dias. 2.3 SALAS DE AULA VIRTUAIS Buscando facilitar a passagem gradual de professores e estudantes da sala de aula presencial para a sala de aula virtual, alguns sistemas ampliam os espaços de comunicação e cooperação entre os participantes de um curso. AulaNet e ClasseVirtual podem ser vistos como exemplos de salas de aula virtuais. Revista Brasileira de Informática na Educação – Número 4 – 1999 ♦ AulaNet - http://aulanet.les.inf.puc-rio.br/aulanet/ AulaNet é um ambiente para criação, manutenção e assistência de cursos baseado na Web, desenvolvido no Laboratório de Engenharia de Software do Dpto de Informática da PUC-Rio [Lucena et al., 1998]. Um curso no AulaNet é um conjunto de aulas voltadas para a apresentação de conteúdos aos alunos. Os conteúdos podem ser apresentados como transparências, textos de aulas, vídeos e imagens. Para enriquecer o processo de aprendizagem, AulaNet prevê a indicação de fontes complementares de informação. A interatividade do curso é garantida por uma série de serviços Internet de comunicação e cooperação, entre alunos e entre alunos-professor, simultâneos ou não, tais como correio eletrônico, listas de discussão, grupos de discussão, sessões de chat e videoconferências. AulaNet apoia-se nas seguintes premissas básicas: ♦ ♦ ♦ os cursos criados devem possuir grande capacidade de interatividade, de forma a atrair a participação intensa do aluno no processo de aprendizagem; os mecanismos para a criação de cursos devem corresponder aos de uma sala de aula convencional, acrescidos de outros normalmente disponíveis no ambiente Web; deve ser possível a reutilização de conteúdos já existentes em mídia digital, através da importação de arquivos. AulaNet considera como atores envolvidos no processo de criação/assistência: ♦ ♦ ♦ o autor: criador do curso, participando desde a descrição inicial do mesmo até a entrada dos conteúdos. Poderá ser ou não o responsável pela aplicação do curso. Caso positivo, assume também a função de Professor, podendo contar ou não com o auxílio de professor co-autor; o aluno: usuário final, representando o público-alvo a quem o curso se destina. O professor pode dar ao aluno status de co-autor de aulas do curso. o administrador: facilitador da integração professor/curso/aluno, tratando de questões de natureza eminentemente operacional, como inscrição do aluno, divulgação da agenda e das notícias do curso, etc. ♦ Classe Virtual - http://www.cos.ufrj.br/~washi/classevv1.0/ Classe Virtual é um protótipo de sala de aula virtual cooperativa, implementado a partir do modelo SAVIC, ambos desenvolvidos no contexto de uma dissertação de mestrado na COPPE/Sistemas/UFRJ [Melo, 1998]. Como sistema análogo, Classe Virtual tem três classes de usuários - administrador, professor e aluno, mas se diferencia dos sistemas de autoria por seu compromisso efetivo com atividades cooperativas. Classe Virtual tem dois modos: autoria e aluno. O modo de autoria possibilita a criação ou determinação de material educacional, através de um conjunto de recursos, tais como Informações, Conteúdo, Aulas, Prova, Nota, Discussão e Trabalho. O modo aluno permite assistir e participar de uma disciplina. O compromisso com a cooperação entre os participantes surge nas opções Discussão e Trabalho. Em Discussão, através de uma ferramenta de cooperação assíncrona desenvolvida para este fim, os estudantes compartilham conhecimento, obtêm esclarecimentos e aprofundam tópicos estudados. Trabalho é apoiado por uma ferramenta de edição cooperativa síncrona. Os trabalhos desenvolvidos são gravados no servidor Classe Virtual com nome de arquivo e título definidos pelo professor da disciplina. O ambiente de edição cooperativa, que possui um indicador de presença dos participantes e chat, leva os alunos a cooperarem entre si para a elaboração do trabalho e realizarem sessões de brainstorming. Revista Brasileira de Informática na Educação – Número 4 – 1999 O protótipo Classe Virtual foi desenvolvido usando alguns serviços disponíveis na Internet, trazidos para o browser Web, através de scripts em Pearl. O software para chat EveryChat foi estendido, passando a apoiar a edição cooperativa. Disponibilidade - o ambiente de criação e aplicação de cursos do AulaNet é acessado mediante senha fornecida pelo administrador do ambiente. A criação de disciplinas em Classe Virtual requer senha, mas os conteúdos existentes são acessados livremente, sendo necessária senha também para as atividades cooperativas. 2.4 FRAMEWORKS PARA APRENDIZAGEM COOPERATIVA Frameworks permitem o desenvolvimento de ambientes customizáveis integrando ferramentas disponíveis. Existem alguns frameworks na Internet, unindo ferramentas para aprendizagem cooperativa ou para trabalho cooperativo, mas que podem ser usados para fins educacionais. Foram escolhidos para análise Habanero, Promondia e wOrlds, desenvolvidos com propósito de pesquisa, e que privilegiam a cooperação síncrona. ♦ Habanero - http://www.ncsa.uiuc.edu/SDG/Software/Habanero/Tools Desenvolvido pelo National Center for Supercomputing Applications, o framework permite o compartilhamento de objetos Java com pares distribuídos pela Internet. É composto de uma Biblioteca de Ferramentas Cooperativas, com todas as facilidades encontradas na rede, sendo dirigido para alunos da escola elementar e secundária. O mecanismo de colaboração desenvolvido em Java permite que os usuários compartilhem qualquer coisa que possa ser enviada pela Web (HTML, gráficos, dados), além de som e vídeo ao vivo. A versão básica de Habanero inclui uma interface de software que permite que qualquer aplicação se torne cooperativa. Habanero já superou a fase de versão beta, sendo um ambiente relativamente seguro de trabalho, mas carece de suporte pedagógico para que os professores desenvolvam tarefas cooperativas com seus alunos. ♦ Projeto wOrlds - http://acsl.cs.uiuc.edu/kaplan/navigating.html Focado no desenvolvimento de uma próxima geração de framework para trabalho cooperativo, wOrlds fornece a seus usuários uma coleção de locais, se fundamentando na Teoria dos Locais [http://acsl.cs.uiuc.edu/kaplan/theory.html]. Segundo a teoria, um local é caracterizado por seus participantes (as pessoas que usam o local), seus objetivos (a razão de estar lá) e suas especificidades (os instrumentos que se adaptam aos objetivos dos usuários). Quando uma sessão wOrlds é iniciada, é apresentado o local casa, com uma barra de ferramentas com recursos de áudio para discussão com outros visitantes. Estas ferramentas dão acesso a facilidades e ferramentas padronizadas. Os ícones das Ferramentas, quando selecionados, desempenham uma ação padrão. O framework utiliza uma metáfora bastante interessante e as ferramentas disponíveis podem viabilizar situações proveitosas de aprendizagem cooperativa. ♦ Promondia-http://www4.informatik.uni-erlangen.de/Projects/promondia.www6 Anteriormente denominado Como, o sistema padroniza a comunicação interativa entre usuários da Internet. Ele opera com applets que implementam formas particulares de comunicação, como sessão de chat, jogo, agenda de um encontro, sessão apoiada em whiteboard. Os usuários podem começar uma sessão, se reunir ou ser convidados para as sessões. A interface comum entre usuários é uma applet IRCClient, que conecta o Revista Brasileira de Informática na Educação – Número 4 – 1999 usuário ao sistema e permite que ele veja quem mais está usando as demais partes de Promondia, conversando ou começando uma nova sessão. O sistema é divertido e pode ser potencialmente útil para aprendizagem cooperativa. Disponibilidade - Habanero, ao lado de NICE, é talvez o ambiente mais bem descrito entre os aqui apresentados. Além de homepage e das ferramentas desenvolvidas para fins de aprendizagem, toda a programação em Java que compõe o framework está disponível na Internet, permitindo que os usuários customizem uma aplicação. Promondia e wOrlds não oferecem mais a possibilidade de download. Até recentemente, estes ambientes forneciam a possibilidade de uso de algumas funcionalidades e nossa análise baseia-se no teste destas funcionalidades. 2.5 AMBIENTES DISTRIBUÍDOS PARA APRENDIZAGEM COOPERATIVA3 É crescente o número de ambientes distribuídos para aprendizagem cooperativa. Selecionamos, para apresentação, Belvedere, CaMILE, Collaboratory Notebook, CSILE e NICE, por serem os ambientes mais representativos desta linha de educação virtual. A escolha de QSabe e WebSaber baseia-se no fato de ambos serem protótipos recentes desenvolvidos em universidades brasileiras. ♦ Belvedere - http://advlearn.lrdc.pitt.edu/belvedere/ Belvedere é um ambiente para suporte à prática de discussão crítica de teorias científicas, baseado no paradigma colaborativo. Este ambiente se resume em um groupware em rede, usado para a construção de representações de relações lógicas e retóricas dentro de um debate, e cuja interface se assemelha a um editor gráfico. Belvedere provê os estudantes com formas concretas de representar componentes abstratos e relacionamentos entre teorias e argumentos. Idéias e relacionamentos são representados como objetos que podem ser apontados, ligados a outros objetos e discutidos. Belvedere pode ser utilizado por estudantes fisicamente próximos uns aos outros, trabalhando simultaneamente, de forma síncrona; estudantes compartilhando argumentos em tempos diferentes, de forma assíncrona; e estudantes trabalhando simultaneamente, mas localizados remotamente entre si. Segundo Suthers [1996], o ambiente combina três abordagens para aprendizagem: aprendizagem colaborativa, aprendizagem guiada, e aprendizagem baseada em problemas (forma de learning-bydoing). Cada um destes aspectos é coberto por uma categoria de software educacional dentro do ambiente: groupware para aprendizagem, tutor inteligente e simulação. Belvedere também provê facilidades para autoria de fontes de conhecimento on-line que podem ser acessadas e copiadas pelos estudantes. A utilização destas facilidades levou à construção de coleções de informações em vários campos de conhecimento científico. O ambiente foi estendido para servir como um browser Web, permitindo que os autores utilizem ferramentas HTML existentes e para referenciar páginas WWW. ♦ CaMILE - Collaborative and Multimedia Interactive Learning Environment http://www.cc.gatech.edu/gvu/edtech/CaMILE.html CaMILE é um ambiente assíncrono de suporte à colaboração para Web, com o objetivo de estimular a aprendizagem, sendo voltado para a análise em um nível alto de agregação: fóruns de discussões com grupos múltiplos ou uma classe inteira [Guzdial, 3 Esta parte do trabalho baseia-se em Santoro, F.; Borges, M.; Santos, N. [1998]. Um Framework para Estudo de Ambientes de Suporte à Aprendizagem Cooperativa. Anais do IX SBIE. Revista Brasileira de Informática na Educação – Número 4 – 1999 1997]. Todos os acessos ao sistema são realizados através de browser Web que acessa um servidor único. A interface do sistema é baseada em formulários e é igual para todos os usuários. As discussões no CaMILE são contextualizadas como em um newsgroup, porém o contexto é persistente, e está sempre disponível para os usuários, não “desaparecendo” após a visualização. Similar a CSILE, CaMILE provê uma facilidade na qual os estudantes são solicitados a identificar o tipo de colaboração que estão apresentando (p. ex., uma questão, uma nova idéia, uma refutação, etc.) e são oferecidas sugestões de frases produtivas iniciais para serem usadas em cada um destes tipos de notas. As notas podem conter tudo que uma página Web pode conter. De acordo com Guzdial [1997], uma diferença importante entre newsgroups e CaMILE é que este ambiente apoia colaboração ancorada, ou seja, cada nota individual pode ser referenciada unicamente através de um browser Web. Isto quer dizer que o endereçamento direto de notas permite que páginas Web contenham hiperlinks para um contexto de discussão CaMILE. As âncoras funcionam como índices e lembretes do que estudantes discutiram sobre um determinado contexto. ♦ Collaboratory Notebook - http:// typhoon.covis.nwu.edu/tech-support/nb.html Collaboratory Notebook é um ambiente multimídia em rede para construção de conhecimento, desenvolvido para ajudar estudantes, professores e cientistas a compartilhar questionamentos sobre os limites do tempo e do espaço. Desta forma, estende a metáfora do notebook do laboratório do cientista com facilidades para compartilhar questionamentos entre múltiplos parceiros em projetos que podem estar distribuídos por várias instituições. Entre estas facilidades, o sistema provê uma estrutura de suporte para diálogo científico, direcionada para as tentativas dos estudantes de aprender sobre ciência através de projetos [O’Neill, 1994]. De acordo com O’Neill [1994], a estrutura de organização da base de dados do ambiente é construída como a metáfora de uma biblioteca, tendo como elementos primários de interface prateleiras de livros, notebooks e páginas. A cada página escrita por um usuário, deve ser associado um ícone, que indica ou descreve aquilo que foi escrito (informação, comentário sobre o que outra pessoa escreveu, questão, conjectura, evidência a favor, evidência contra, plano para ação, ou passo dentro de um plano). As páginas que possuem relacionamento com outras são ligadas pelo sistema através de links hipermídia com os ícones correspondentes. ♦ CSILE - Computer-Supported Intentional Learning Environments http://csile.oise.on.ca/demo.html CSILE é uma base de dados coletiva, em rede, que contém idéias de estudantes, em formato textual ou gráfico, disponível para todos os participantes. Neste ambiente multimídia, os estudantes geram “nós”, contendo uma idéia, ou uma parte de informação relevante a um tópico em estudo. Os dados são indexados e organizados de tal forma que possam ser acessados por meio de uma série de canais, permitindo, então, que estudantes que estão estudando um tópico em um determinado domínio possam acessar informação relacionada em um outro domínio. Os estudantes produzem informação, formulam questões, provêem feedback e avaliação, e organizam o conhecimento na base de dados [Gay, 1996]. Segundo Gay [1996], CSILE é baseado em três linhas de pesquisa: aprendizagem intencional (tentativa de alcançar um objetivo ativamente, diferente de simplesmente tentar se sair bem em tarefas ou atividades escolares); processo de especialização (processo de solução progressiva de problemas e avanço além dos limites de competência atuais); e reestruturação de escolas como comunidades de construção de conhecimento. A ênfase do CSILE é na aprendizagem Revista Brasileira de Informática na Educação – Número 4 – 1999 cooperativa, apesar da responsabilidade por esta experiência ser do professor e dos estudantes. ♦ NICE - Narrative, Immersive, Constructionist/Collaborative Environments http://www.ice.eecs.uic.edu/~nice/ NICE tem como objetivo a construção de ambientes virtuais de aprendizagem para crianças, baseados em teorias de narrativa, construcionismo e colaboração. O sistema foi projetado para ser executado no CAVE, um ambiente de realidade virtual do tamanho de um sala, onde várias pessoas podem se mover livremente, tanto física como virtualmente [Johnson et al., 1998]. Um framework teórico, que combina idéias da teoria de aprendizagem construtivista, técnicas de narrativa e colaboração provê a fundamentação para o ambiente. No NICE, é possível realizar a construção com blocos de construção virtuais, que são modelos VRML, com características que brinquedos físicos ou ferramentas de aprendizado não possuem: as crianças podem pegar objetos pesados ou grandes, transferi-los para outras crianças remotamente localizadas, combiná-los em novos objetos, ou simplesmente observar modificações em seus atributos com o tempo. Um dos produtos da atividade de construção no ambiente NICE é a narrativa, ou seja, as estórias formadas e criadas pelas crianças que participaram de uma interação com o sistema. Todas as ações ocorridas no ambiente são adicionadas à estória formada continuamente, mesmo quando não representa uma interação das crianças. A seqüência da estória passa por um parser, que troca algumas palavras pela sua representação icônica e a publica em uma página WWW. Os principais objetivos do NICE são: aprendizagem a partir de múltiplas perspectivas, aprendizagem sobre como colaborar com outras pessoas, aprendizagem pelo controle e exploração ativa de variáveis do ambiente, programação por demonstração, exploração de estruturas de estórias e criação de um produto final. Os ambientes descritos são apresentados com detalhes, incluindo a avaliação de seu uso experimental, em Santoro [1998]. ♦ QSabe4 QSabe, desenvolvido no Departamento de Informática da Universidade Federal do Espírito Santo, é um ambiente inteligente para a troca cooperativa de informações, apoiado por uma rede de computadores, a partir de um serviço de perguntas e respostas. O sistema é capaz de catalogar dinamicamente o perfil de colaboradores e atuar como um distribuidor inteligente de mensagens. Utilizando a metáfora de ambientes groupware, QSabe atua como um assistente interpessoal, permitindo que cada membro do grupo participe dos trabalhos, formulando e respondendo perguntas. ♦ WebSaber - http://beatles.les.inf.puc-rio.br/websaber/ambiente/indice.htm A 1a versão de WebSaber foi desenvolvida no Departamento de Informática da PUCRio, no contexto da pesquisa de pós-doutorado da autora deste artigo. O ambiente é voltado para a resolução cooperativa de problemas e é organizado segundo um modelo de hipertexto, sendo apoiado por um editor cooperativo, um Bloco de Notas e ferramentas de comunicação e cooperação da Internet. WebSaber direciona-se, preferencial mas não exclusivamente, para alunos do ensino médio, coordenados por um tutor. Utiliza a metáfora de uma sala de reunião - Meeting Room, como o local principal das interações entre estudantes e tutor, para a resolução cooperativa de 4 Na fonte consultada, a URL não está disponível. Revista Brasileira de Informática na Educação – Número 4 – 1999 problemas. Este local é composto de um Hall, de uma sala de estar - SittingRoom e de uma sala de trabalho - WorkRoom. No Hall, em um mural, são apresentados problemas à espera de solução. Se os participantes aderem à busca da solução, entram na SittingRoom, o lugar das trocas sociais. Os encontros de trabalho ocorrem na WorkRoom, onde há ferramentas para comunicação e apoio à solução do problema. WebSaber diferencia-se de ambientes análogos por oferecer ao tutor suporte para tutoria e propor e apoiar uma forma abrangente de trabalho. A forma de trabalho proposta é uma variante dos passos utilizados no método científico clássico. Disponibilidade - Belvedere, CaMILE e WebSaber estão disponíveis na Internet. Há um demo de CSILE também disponível na Internet. Collaboratory Notebook está disponível somente para as escolas participantes do projeto CoVis [http://www2.covis.nwu.edu/papers/papers.html]. NICE não está disponível e a interação requer o uso de dispositivos de realidade virtual. Qsabe também não está disponível. 3. PROPOSTA DE DIRETRIZES DE ANÁLISE PARA FORMAS DE EDUCAÇÃO VIRTUAL A maioria dos ambientes apresentados neste artigo é bem conhecida no país, havendo no momento uma comunidade de usuários dos sistemas de autoria para cursos à distância, bem como de AulaNet. Escolanet, Aprendiz e Kidlink-Brasil são sites bastante difundidos no Brasil. Os sites Study Web e The Internet Public Library também são conhecidos, pelo menos pela comunidade acadêmica brasileira. O framework Habanero é uma referência obrigatória na área. Os ambientes de aprendizagem cooperativa nem sempre oferecem uma versão avaliativa, mas os pesquisadores em Computer-Supported Cooperative Learning (CSCL) referem-se sempre a NICE e CSILE, entre outros. Desta forma, entendemos que a contribuição deste artigo pode ir um pouco além da reunião e descrição das formas disponíveis de educação virtual. Dada a recente mas acelerada disseminação dos tipos de educação baseada na Web, é relevante a análise de seu potencial. Com este propósito, procuramos critérios de análise na literatura específica da área; porém, encontramos somente critérios comparativos para os sistemas de cursos à distância5. Estes sistemas atendem a uma forma particular de educação virtual baseada em cursos/aulas/disciplinas, mas muitos dos ambientes apresentados operam com outras metáforas. Procuramos, então, definir algumas diretrizes preliminares, extensíveis à análise de outros tipos de ambientes virtuais, apresentadas na próxima seção do trabalho. 3.1 Diretrizes Preliminares para a Análise de Formas de Educação Virtual As diretrizes propostas são fortemente baseadas nos trabalhos do Center for Curriculum Transfer and Technology e de Santoro, Borges e Santos [1998] e foram divididas em três grandes categorias: Características Gerais, Ferramentas de Apoio ao Professor e Ferramentas de Apoio ao Estudante. As diretrizes para análise das Características Gerais dos ambientes englobam aspectos relacionados às formas de trabalho educacional e ao desempenho e utilidade dos sistemas. As diretrizes referentes ao tipo de apoio que os ambientes fornecem a professores e estudantes são uma visão 5 Ver nota de rodapé 1, neste artigo. Revista Brasileira de Informática na Educação – Número 4 – 1999 simplificada de trabalhos voltados para a avaliação de sistemas de autoria para cursos à distância. CARACTERÍSTICAS GERAIS DO AMBIENTE Suporte ao trabalho educacional Enfoque pedagógico adotado ou subjacente Instrucionista Tipo de Tarefa Formas de Interação Qualidade ou Grau de Interação Atividades de Trabalho Cooperativo Construtivista Desenvolvimento de conteúdos curriculares Desenvolvimento de meta-habilidades cognitivas • aprendizagem de conceitos • solução de problemas • desenvolvimento de projetos • construção de conhecimento • fórum de discussões Assíncrona Síncrona Pequena Média Grande Coordenação de atividades Tomada de decisão Representação dos conhecimentos Memória de grupo Awareness Usabilidade Customização do ambiente a diferentes situações educacionais e diferentes usuários Facilidade de uso para professores e estudantes Facilidade de aprendizagem Consistência de interface Estabilidade do ambiente Existência de mecanismos de segurança (senha) Necessidade de conhecimento de HTML FERRAMENTAS DE APOIO AO PROFESSOR Suporte ao planejamento das atividades educacionais Suporte à confecção de atividades educacionais Monitoramento das atividades Suporte ao progresso do aluno Facilidades multimídia para a apresentação da atividade educacional Apoio para propostas de trabalhos em grupo Importação de recursos didáticos Suporte para desenvolvimento de atividades em diferentes formatos pedagógicos Suporte para desenvolvimento de atividades usando recursos didáticos variados Acompanhamento do progresso do aluno FERRAMENTAS DE APOIO AO ALUNO E-mail Compartilhamento Assíncrono Compartilhamento síncrono BBS Newsgroups Chat Editor Cooperativo Compartilhamento de aplicações Videoconferência Auto-avaliação Trilha de progresso Bookmarks Máquina de busca para localização de material educacional Anotações individualizadas Revista Brasileira de Informática na Educação – Número 4 – 1999 Neste ponto do artigo, cabe uma ponderação. Há, pelo menos, duas limitações sérias nos estudos análogos ao presente trabalho: ♦ ♦ a pouca profundidade de análise, já que são analisados um número grande de abordagens muito diferentes entre si; e a dificuldade de teste das funcionalidades dos sistemas com grupos de estudantes em situação educacional real. A realização de estudos setorializados pode resolver os problemas referentes à profundidade de análise. A segunda limitação pode eventualmente ser minimizada através da análise teórica dos ambientes. Neste sentido, estamos analisando os ambientes descritos desde 1996. Analisamos as possibilidades educacionais, sob a ótica do professor, dos sites Web Study e The Internet Public Library. Analisamos também a coleção de software educacional de Escolanet e usamos alguns dos desafios de matemática existentes no site para alimentar o banco de problemas de nosso ambiente WebSaber. Não nos detivemos na investigação da natureza pedagógica dos cursos disponíveis em The World Lecture Hall. Desenvolvemos o site ACD. Interagimos com HM-Card, WebCT e TopClass, desenvolvendo pequenos módulos de cursos. Logo, só testamos as ferramentas de apoio ao professor. Analisamos, em 1997, um curso sobre sistema solar desenvolvido no LearningSpace, mas atualmente, mesmo seguindo as instruções do site, a senha obtida apresenta problemas de acesso. Não conseguimos, ao longo de quase dois anos, obter a senha de professor de Virtual-U. Participamos do desenvolvimento de AulaNet e criamos dois cursos, sendo que um deles foi aplicado em três grupos de estudantes. Atualmente, os cursos ainda não estão publicados no site do ambiente. Classe Virtual é um protótipo desenvolvido em uma dissertação de mestrado que orientamos. Participamos de todas as etapas do desenvolvimento, testamos a funcionalidade do protótipo através da importação de uma aula, e avaliamos suas ferramentas de cooperação. Também temos estudado Habanero e as ferramentas cooperativas existentes no site desde 1996, mas não desenvolvemos uma aplicação customizada usando as classes Java disponíveis, por nos faltar a expertise necessária. Acessamos os espaços de comunicação de Promondia e wOrlds, para agendar um encontro. Não trabalhamos com nenhum dos ambientes distribuídos para aprendizagem cooperativa descritos, pois eles requerem a existência de um grupo de participantes atuantes. Desta forma, a análise dos ambientes distribuídos para aprendizagem cooperativa é baseada em fontes secundárias, normalmente informações e papers disponíveis nos sites, em revistas e anais de congressos e na troca de informações com outros pesquisadores da área. A seguir, os tipos de ambientes descritos serão analisados, a partir das diretrizes apresentadas. Revista Brasileira de Informática na Educação – Número 4 – 1999 3.2 Análise das Formas de Educação Virtual Os sistemas descritos na Seção 2 deste trabalho foram analisados, sempre que possível, segundo as diretrizes propostas na seção anterior. ♦ SITES EDUCACIONAIS Características gerais Os sites educacionais, notadamente The World Lecture Hall, Web Study, The Internet Public Library e Escolanet, podem ser de grande valia para professores interessados em localizar fontes de informação para complementar a aprendizagem de seus alunos. O Projeto Aprendiz requer análise mais aprofundada. The World Lecture Hall oferece cursos de graduação e pós-graduação, mas há um link que remete o leitor para o uso da Web em escolas elementares e secundárias americanas. O material disponível em Study Web é direcionado para estudantes do ensino fundamental e médio. O enfoque pedagógico adotado, as formas e o grau de interação entre estudantes-site podem variar de acordo com os objetivos do coordenador da atividade educacional. O professor pode, por exemplo, fornecer um tema e solicitar que os estudantes localizem, individualmente ou em grupos, as informações colhidas nestes sites e, a seguir, usem os espaços de comunicação para discussões e debates. Um dos problemas sérios com este tipo de educação virtual são as interfaces pouco consistentes, já que o site reúne e classifica coleções de páginas Web desenvolvidas por diferentes autores. A segurança e estabilidade do site dependem do desempenho da Internet. Ferramentas de apoio ao professor O ponto forte de sites Web não é, seguramente, o apoio ao professor para a criação de cursos, já que os sites não são espaços de autoria. No caso específico de ACD, há sugestões de trabalho para os professores nos locais disponíveis. Os usuários podem construir cursos, a serem inseridos no site, com ferramentas de autoria ou de criação disponíveis na Internet. Podem, também, desenvolver páginas Web, usando editores HTML. Este material é posto on-line através do webmaster do site. Não há suporte para avaliação dos estudantes. Study Web categoriza os sites de conteúdos por disciplina e série escolar; já The Internet Public Library fornece somente os conteúdos classificados por área de conhecimento. The World Lecture Hall põe à disposição dos professores e estudantes cursos categorizados por área do conhecimento, mas permite que novos cursos sejam incluídos no site. Escolanet oferece uma coleção de cursos - páginas Web, categorizadas por disciplinas. Ferramentas de apoio ao aluno O site ACD fornece aos estudantes ferramentas de comunicação e cooperação e bloco de anotações. Study Web oferece máquina de busca e espaço de comunicação. The Internet Public Library provê bookmarks, pathfinders e outros recursos de orientação ao processo de navegação, e dispõe de interfaces customizadas para adolescentes e jovens. Escolanet e Aprendiz põem à disposição dos estudantes fóruns de debates e chats. Nenhum dos sites prevê apoio para auto-avaliação e trilha de progresso. Observações Nos sites citados, com exceção de ACD desenvolvido com propósitos de incentivo à aprendizagem cooperativa, a cooperação entre os pares não é, certamente, o foco central. Talvez o ponto mais crítico nos sites Web Study e The Internet Public Library seja o fato de todas as informações estarem em língua inglesa. The World Lecture Hall merece ser melhor analisado, pois além de oferecer material didático construído em HTML, oferece também cursos desenvolvidos nos sistemas de autoria disponíveis. ♦ SISTEMAS DE AUTORIA PARA CURSOS À DISTÂNCIA Características gerais Os sistemas atendem melhor ao enfoque pedagógico instrucionista, sendo um dos pontos chave desta modalidade de sistema a apresentação de conteúdos curriculares. A forma de Revista Brasileira de Informática na Educação – Número 4 – 1999 comunicação entre participantes é fortemente centrada em ferramentas assíncronas e não há necessariamente ênfase em atividades de trabalho cooperativo. Mesmo que facilidades de uso e de aprendizagem de sistemas computacionais sejam critérios subjetivos, os sistemas analisados atendem a estes critérios, não exigindo do usuário conhecimentos de informática ou outro tipo de conhecimento especializado. Neste caso, a única exceção é HM-Card. A versão usada ao longo de 1997 não é fácil de usar nem estável. Os demais sistemas são seguros e estáveis. WebCT é considerado o mais antigo dos sistemas de autoria para cursos virtuais, com a maior comunidade de usuários, sendo o sistema melhor avaliado pelo Center for Curriculum Transfer and Technology. Ferramentas de apoio ao professor Os ambientes fornecem bom suporte ao professor na construção e aplicação de cursos. TopClass permite a reutilização de conteúdos já desenvolvidos. WebCT fornece a maior variedade de ferramentas de comunicação. De um modo geral, há facilidades multimídia para a apresentação da atividade educacional, apoio para propostas de trabalhos em grupo, possibilidade de importação de recursos didáticos e suporte para desenvolvimento de atividades usando recursos didáticos variados (slides, textos, imagens) Ferramentas de apoio ao aluno Os estudantes dispõem de ferramentas para anotações, auto-avaliação, backtracking e buscas, e podem marcar sua trilha de progresso ao longo da assistência de um curso. Observações Os sistemas de autoria oferecem ao professor um conjunto integrado de ferramentas para criação e aplicação de cursos, fáceis de usar e baseadas na melhor tecnologia disponível hoje na Internet. Mas os cursos são mais facilmente desenvolvidos quando transportam para a Internet o enfoque dos cursos presenciais tradicionais. Com exceção de LearningSpace, os demais sistemas surgiram em universidades, passando depois a ser produtos comerciais. Talvez este fato explique as constantes alterações dos endereços de suas homepages e do status no acesso a versão freeware. É conveniente verificar periodicamente os endereços dos sistemas. ♦ SALAS DE AULA VIRTUAIS Características gerais AulaNet apoia tanto o enfoque pedagógico instrucionista quanto o construtivista. É estável, seguro e fornece plug-ins dentro do ambiente para a incorporação das ferramentas/software necessários. Sendo um ambiente para criação de cursos, é baseado na importação de arquivos em diferentes formatos - texto, imagens, vídeo, animações. As aulas são desenvolvidas a partir de um plano de aula, facilitando as atividades de planejamento e confecção de cursos. Está prevista a introdução de novas funcionalidades, entre elas, a customização da interface. Ferramentas de apoio ao professor O sistema fornece bom suporte ao professor na criação, manutenção e aplicação de cursos, é fácil de usar e não requer conhecimento de programação. Opera com a importação de conteúdos (arquivos de texto, som, vídeo, animações) construídos em outros produtos de software. Oferece facilidades para a construção, aplicação e correção de provas, através da ferramenta QUEST. Ferramentas de apoio ao aluno Na versão atual, há poucas ferramentas para que estudante gerencie sua aprendizagem, ou seja, ainda não estão disponíveis anotações, trilha de progresso e auto-avaliação. No entanto, AulaNet oferece ferramentas síncronas de comunicação (chat e videoconferência). Observações A principal vantagem de AulaNet é a liberdade dada ao autor para criar cursos segundo diferentes formatos pedagógicos. Esta característica o diferencia dos sistemas de autoria, onde Revista Brasileira de Informática na Educação – Número 4 – 1999 há um formato pedagógico de cunho instrucionista subjacente. O potencial de Classe Virtual não pode ser claramente analisado, pois o ambiente, mesmo tendo as principais funcionalidades implementadas, ainda está em fase de testes. ♦ FRAMEWORKS PARA APRENDIZAGEM COOPERATIVA Características gerais Como permitem customização, os frameworks podem gerar uma série de novos ambientes adaptados a necessidades e filosofias educacionais específicas. Ganhos em flexibilidade quase sempre ocasionam perdas na facilidade de uso. Os sistemas de autoria para cursos à distância são fáceis de usar, mas pouco flexíveis. Ou seja, os sistemas geram cursos padronizados, não sendo possível alterar funcionalidades, formato e formas de apresentação de conteúdos. Já os frameworks são flexíveis, permitindo, a partir de componentes básicos de interface e de objetos fornecidos pelo software, o desenvolvimento de aplicações cooperativas personalizadas. Mas tal customização parece requerer um esforço implementacional considerável. Ferramentas de apoio ao professor Os frameworks fornecem ao professor tão somente um conjunto de ferramentas para o desenvolvimento de atividades cooperativas. Promondia e wOrlds oferecem a mesma interface para todos os seus usuários. Habanero tem disponível um conjunto de ferramentas para desenvolvimento de atividades cooperativas: um editor cooperativo, que armazena até 50 K de informação textual, um editor gráfico, um espaço de votação, voltado possivelmente para negociação e tomadas de decisão, entre outras ferramentas. Ferramentas de apoio ao aluno As ferramentas de apoio ao aluno são as mesmas que estão disponíveis para o professorcoordenador da sessão cooperativa. Há ênfase em ferramentas de comunicação e cooperação síncronas. Observações Estes ambientes nem sempre são seguros. No site do Habanero são apresentados bugs e limitações atuais. Uma pequena interação com Promondia, agendando um encontro, mostra sua instabilidade. Promondia e wOrlds, com freqüência, têm acesso negado ou mudam de endereço Web. Mas estes frameworks podem apoiar formas inovadoras de aprendizagem. A restrição é que talvez os professores da educação básica – público a quem, por exemplo, Habanero é dirigido – não explorem a potencialidade do ambiente, por falta de suporte pedagógico. ♦ AMBIENTES DISTRIBUÍDOS DE APRENDIZAGEM COOPERATIVA Características gerais Estes ambientes adotam o paradigma construtivista, sendo voltados para o desenvolvimento de meta-habilidades cognitivas. NICE, CSILE, CaMILE, Belvedere e Collaboratory Notebook estão sendo usados experimentalmente e têm resultados de pesquisa a apresentar. Segundo os relatos, os ambientes, mesmo voltados para a aprendizagem cooperativa, nem sempre atingem o objetivo de cooperação entre os pares, apontando para a dificuldade do trabalho educacional cooperativo, especialmente à distância. Ferramentas de apoio ao professor e Ferramentas de apoio ao aluno Não se pode oferecer dados de análise, já que não houve interações e testes de desempenho dos ambientes, mas estão disponíveis ferramentas de comunicação e cooperação síncronas. Observações Os ambientes NICE, CaMILLE, Belvedere, QSabe e WebSaber rodam em browser Web. CSILE roda em MacIntosh e UNIX. Collaborative Notebook foi desenvolvido para MacIntosh, mas utiliza uma base de dados Oracle com protocolo TCP/IP. Todos os ambientes dispõem de boa documentação on-line. Revista Brasileira de Informática na Educação – Número 4 – 1999 4. CONCLUSÕES Neste artigo é apresentado um estado da arte abrangente, mas não exaustivo, em espaços virtuais de ensino e aprendizagem. Visando ampliar o escopo do trabalho, iniciamos a tarefa de analisar o potencial técnico e pedagógico das novas formas de educação apoiadas nas tecnologias da Internet. Para tanto, tivemos que compor diretrizes básicas de análise aplicáveis a todos os ambientes. As diretrizes propostas são fundamentadas nos trabalhos apresentados pelo Center for Curriculum Transfer and Technology [http://www.ctt.bc.ca/landonline/index.html] e por Santoro, Borges e Santos [1998]. Dada à variedade de formas de educação virtual, a análise mostrou-se pouco conclusiva, sugerindo não haver, entre as formas descritas, uma que se destaque por apresentar maior potencial técnico ou pedagógico. Parece, no entanto, existir formas mais adequadas aos diferentes objetivos educacionais. Se o objetivo educacional a ser atingido está relacionado com a transmissão e apreensão de conteúdos, os sistemas de autoria para cursos à distância são a melhor escolha. Se o objetivo do professor é fornecer aos estudantes fontes suplementares de informação, pode ser proveitosa a sugestão de consultas aos materiais disponíveis em sites como The World Lecture Hall, The Public Library e Study Web. Se há um objetivo educacional voltado para trabalho cooperativo entre estudantes, pode ser interessante que o professor proponha o uso das ferramentas disponíveis, por exemplo, em Habanero e nos espaços colaborativos do site ACD. De toda forma, a complexidade de análise aponta para a necessidade de uma avaliação formal e setorializada dos sites, sistemas, frameworks e ambientes disponíveis, com vistas a fornecer subsídios técnicos e pedagógicos seguros para professores e desenvolvedores. Uma análise do material disponível e das formas de trabalho nos sites Study Web e The World Lecture Hall, por exemplo, poderia constituir-se em trabalho útil, fornecendo indicadores sobre a viabilidade e pertinência da construção de sites brasileiros análogos. Por outro lado, alguns dos ambientes de criação de cursos virtuais descritos dispõem de versão freeware e podem, portanto, ser analisados através da construção e aplicação de materiais educacionais. Sugerimos que pesquisadores interessados desenvolvam cursos ou atividades educacionais e apresentem avaliações mais precisas. A análise dos frameworks e dos ambientes para aprendizagem cooperativa descritos envolve maior complexidade, uma vez que eles visam operar com formas menos estruturadas de aprendizagem. Nossa sugestão é a criação de uma lista de discussão ou de um newsgroup para a análise e discussão destes ambientes e de ambientes análogos. Outra sugestão refere-se a um melhor acesso a sistemas desenvolvidos por pesquisadores brasileiros. Dessa forma, poderíamos analisar e usar sistemas/ambientes disponíveis em língua portuguesa e mais adequados à nossa realidade cultural e educacional. Revista Brasileira de Informática na Educação – Número 4 – 1999 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Center for Curriculum, Transfer and Technology. A comparison of Web-based delivery applications. In http://www.ctt.bc.ca/landonline/index.html. Central Queenslanad University. WebClass tools comparison. In http://webclass.cqu.edu.au/Tools/Comparisons/index.html. Gay, G. [1996]. CSILE - Computer-Supported Intentional Learning Environments. In http://www.oise.utoronto.ca/~ggay/csile.htm. Guzdial, M. [1997]. Information ecology of collaborations in educational settings: Influence of tool. CSCL’97 Proceedings. Johnson, A.E., Roussos, M., Leigh, J., Vasilakis, C.A.; Barnes, C.R.,. Moher, T.G. [1998]. 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