O marketing pessoal no Orkut

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[UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES ]
O marketing pessoal no Orkut
O fenômeno das redes sociais
Autora: Tatiana Cioni Couto
Orientador: Prof. Marcelo Saldanha
31\03\2009
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Universidade Candido Mendes
Instituto a vez do Mestre
O MARKETING PESSOAL NO ORKUT
Nome do Curso: Pós-graduação em Marketing
Autora: Tatiana Cioni Couto
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Agradecimentos:
Agradeço principalmente a meus pais que sempre acreditaram no
meu potencial e a todos os professores que passaram na minha
vida por terem acendido a luz do conhecimento.
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RESUMO:
O Brasil é o país com o maior número de internautas usando sites de
relacionamento, segundo pesquisa divulgada pela Nielsen no dia 9 de março
de 2009.
Hoje 80% dos brasileiros que navegam na internet estão ligados aos sites com
“comunidades de membros” como o Orkut e o Facebook que são mais
populares que e-mail com 66,8% de alcance global, e figuram no quarto lugar
entre os recursos mais utilizados na internet. Segundo o Ibope NetRatings, o
Orkut no Brasil tem 71,5% de usuários residenciais ativos.
A proliferação das redes sociais gerou um aumento de jovens conectados nas
comunidades de membros, com a necessidade de criar “ perfis pessoais”, onde
expõem suas preferências, histórico escolar, vida amorosa e profissional para
outros amigos igualmente conectados na mesma rede. Na socialização por
redes, o individuo usa a tecnologia de ponta para ligar-se interativamente com
outro, formando uma verdadeira teia social na web.
A influência das redes sociais é amplamente comprovada através do ranking
mundial: Brasil (80%), Espanha (75%), Itália (73%) e Japão (70%). Diante de
tal número, o meu estudo pretende definir e analisar como os jovens estão se
posicionando nas redes sociais, mais especificamente no Orkut.
Nesta
pesquisa pretendo avaliar como o marketing se apresenta nas chamadas redes
sociais e se o jovem sabe usar de modo benéfico a ferramenta para a
construção do seu marketing pessoal.
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INDICE
1.0 – Introdução pg 6
1.1 - Uma experiência pessoal pg 7
2.0 O Surgimento da Internet pg 8
2.1A revolução da internet na comunicação pg 11
3.0 A plataforma colaborativa pg 13
4.0 A Mensagem no hipertexto pg 14
4.1 A interação da mensagem pg 15
4.2 A instantaneidade como fruto da interação pg 15
5.0 O marketing na internet pg 16
5.1 O papel da globalização no consumismo pg 17
5.2 Marketing B2B , B2C e C2B
5.2.1 B2B pg 18
5.2.2 B2C pg 19
5.2.3 C2B pg 19
5.2.4 C2C: A rede social se encontra aqui pg 19
5.2.4.1
As comunidades virtuais pg 20
5.2.4.2
Comunidades virtuais como negócio pg 21
6.0 As pessoas nas Comunidades Virtuais pg 22
6.1 E onde entra o marketing pessoal? pg 24
6.1.2 –O Orkut pg 26
6.13 – O marketing pessoal no Orkut pg 30
7.0 Conclusão pg 32
8.0 Bibliografia pg 35
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1.0 - Introdução
A linguagem é um instrumento da socialização humana, sem ela nenhum ser
humano poderia se comunicar e se expressar: A noção de comunicação
recobre uma multiplicidade de sentidos. A criação do telefone permitiu que
pessoas se comunicassem verbalmente entre si mesmo havendo uma longa
distância; o advento da televisão trouxe imagem e cor às informações e a
criação de uma “rede global” através do computador resultou no espaço virtual,
uma combinação da imagem, cor e informação ao alcance mundial.
Com o surgimento da internet, foi possível criar um ambiente multimídia, onde
som (áudio), escrita (texto) e imagem (fotos e vídeos) estivessem integrados
em uma só mídia. A infra-estrutura da comunicação on-line baseia-se na
expansão das tecnologias de informação, na convergência de mídias, na
multiplicação da capacidade de transmissão de conteúdos.
No ambiente multimídia, surge a interação que muda a estrutura da
mensagem, antes caracterizada pelo modelo emissor-receptor. Através da
interface tecnológica, cada indivíduo pode ser um emissor ou receptor de uma
mensagem, independente da posição geográfica ou social, mas geralmente de
acordo com interesses em comum.
A interação foi possível graças a uma plataforma que se desenvolveu nos sites
comuns de notícias (ao abrir espaço para o leitor opinar abertamente sobre
uma matéria ou artigo), nos fóruns de discussões e nas comunidades virtuais.
As redes sociais como o Orkut têm diversas comunidades virtuais formadas por
seus membros.
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Nas redes sociais qualquer individuo pode se inscrever, sendo necessários a
compreensão do mínimo de informática e o acesso a internet, pelo computador.
Programas de governo incluem a inclusão digital para todos para minimizar a
exclusão das comunidades carentes a esta nova realidade.
Mesmo sem a completa inclusão digital, é impressionante constatar que 71,5%
dos usuários de internet estão no Orkut, a maior rede social do Brasil. Grandes
empresas em processos de seleção já analisam o perfil do internauta através
da comunidade escolhida: “Dependendo do ramo de atuação de um
profissional da área de tecnologia, não se pergunta se ele está em alguma rede
social, mas sim de quantas comunidades virtuais ele participa. E num cenário
de massificação do acesso a banda larga no Brasil, as consultorias de
recrutamento têm investido numa nova forma- simples e barata – de avaliar o
candidato a uma vaga: fuçar em seu perfil virtual”
(Infoabril 14 novembro
2008).
As redes sociais ainda são vistas pela maioria como apenas um passatempo,
um modo de socializar com amigos e contar onde estão , como se sentem, o
que estão fazendo ou apenas trocar opiniões. Nenhuma pesquisa aponta como
a rede social pode se transformar em um marketing pessoal.
1.1
- Uma experiência pessoal
No ano de 2001, já jornalista formada tive o grande prazer de ser uma das
pessoas que colaborou para a construção do conteúdo e dos serviços de um
portal de uma rádio no Rio de Janeiro, a Rádio Melodia. Quando me tornei
gestora de conteúdo, percebi que a comunicação não envolvia somente
linguagens, mas também tecnologia de ponta e administração de serviços
voltados para um público novo e tão sedento de novidades como eu.
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Em 2003, meu interesse pela web (e a necessidade profissional), me fez
procurar uma pós em jornalismo digital,onde então acordei um pouco mais para
a realidade da internet. Foi nesta época que entrei para o mundo da web.
Explorava os sites de busca, procurava novidades, praticava o idioma italiano
com italianos via chat, usava a webcam para conversar com amigos e inclusive
webcam com microfone para conversar com meus parentes situados na Itália
ao vivo e em tempo real no custo zero via Skype.
Em 2007 me tornei professora do curso de férias de Webjornalismo. Comecei
então a estudar as tendências e descobrir mais novidades. Construí um blog
pessoal, um wiki para perceber como funcionava e claro entrei para o Orkut. Na
rede social brasileira, consegui reencontrar amigos de infância e de escola,
mas também pude procurar comunidades do meu interesse e assim fiz,
escolhendo os temas webjornalismo, jornalismo digital, cibercultura e educação
à distância.
Procurei sem dúvida estabelecer meu próprio espaço, onde qualquer amigo ou
conhecido ao acessar pode saber dos meus gostos pessoais, do meu interesse
profissional e até onde estudei. Em 2007, fui chamada para ministrar aula via
Educação a Distância. No processo seletivo, meu Orkut foi um fator importante,
pois já mostrava o interesse pelo assunto ao participar de duas comunidades
referentes ao assunto. Foi só neste ponto que percebi que além de aprender
através do Orkut nas suas comunidades, poderia construir uma boa imagem
profissional pelo Orkut.
Na comunidade mais popular da internet, sou uma emissora de mensagens,
mas também receptora. Interajo, pesquiso, aprendo e até faço novos amigos
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virtuais. Cada vez mais utilizo a internet como ferramenta de marketing e foi
assim que escolhi o tema.
2.0 O Surgimento da Internet
A criação e o desenvolvimento da internet foram fruto de uma estratégia militar
e cooperação científica. O lançamento do primeiro Sputink, nos fins da década
de 50, assustou os centros altos de tecnologia. Neste momento a Agência de
Projetos de Pesquisas Avançadas (ARPA) do Departamento de Defesa dos
Estados Unidos entendeu que era importante criar um sistema de comunicação
de troca de pacotes comandada por um centro de comando e de controle, que
fosse invulnerável a ataques nucleares. A primeira rede de computadores se
chamava ARPANET que entrou em funcionamento no dia 1 de Setembro de
1969.
Em 1980, A National Science Foundation criou outra rede científica a CSNET
em colaboração com a IBM e criaram mais uma rede para acadêmicos não
científicos – a BITNET.
Em 1983 houve a divisão entre a ARPANET dedicada a fins científicos e a
MILNET, orientada para aplicações militares. A ARPANET encerrou as
atividades no dia 28 de fevereiro de 1990.
Em 1978, os cientistas Postel e Cohen dividiram o protocolo de comunicação
na rede em duas partes: Servidor (TCP)
e protocolo inter-redes (IP). O
protocolo resultante tornou-e o padrão de comunicação entre computadores
nos Estados Unidos em 1980. Mas a divulgação da internet para sociedade em
geral ainda esbarrava em uma série de dificuldades técnicas, tornando difícil
usar a ferramenta para localizar e receber informações. O novo salto
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tecnológico que permitiu a difusão da internet foi a criação de um novo
aplicativo: WWW.
A invenção da World Wide Web (a teia mundial) foi feita em 1990 pelo CERN –
Centro Europeu de Pesquisas Nucleares – chefiado por Tim Berners Lee e
Robert Cailliau. Através do CERN foi criada a linguagem HTML e foi formatado
o protocolo de transferência de textos e arquivos pela internet.
“O inicio do CMC (computação global mediada por computadores) em larga
escala ocorreu nos EUA, entre pós-graduandos e corpo docente de
universidades. E apenas em alguns anos depois, aconteceu um processo
semelhante no resto do mundo” (Castells, pg 440, 1999)
O primeiro navegador que surgiu foi em 1993 (Mosaic), mas o mais popular o
Netscape foi lançado em outubro de 1994: “Em fins da década de 1990, o
poder de comunicação da internet, juntamente com os novos progressos em
telecomunicações e computação provocaram mais uma grande mudança
tecnológica, dos microcomputadores e dos mainframes descentralizados e
autônomos à computação universal por meio da interconexão de dispositivos
de processos de dados, existentes em diversos formatos” (Castells, 1999, pg
89).
Em 1999, a internet conectava 63 milhões de computadores-servidores. Dados
coletados pelo DataFolha para a F/Nazca apontam que os brasileiros
conectados à internet são quase 50 milhões. Segundo a pesquisa, 39% da
população, considerando apenas os cidadãos com mais de 16 anos, acessam
a rede mundial de computadores.
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2.1 A revolução da internet na comunicação
A Internet permitiu uma revolução no modelo comunicacional. O novo sistema
de linguagem digital promove a produção a produção e distribuição de
palavras, sons e imagens de nossa cultura. Culturas de diferentes países,
estados, municípios estão todas interligadas no chamado ciberespaço “A
cultura dos primeiros usuários, com suas subcorrentes utópicas, comunais e
libertárias, moldou a Rede em duas direções opostas. Por um lado tendia a
restringir o acesso a uma minoria de usuários que entravam na rede por hobby,
as únicas pessoas capazes e desejosas de gastar tempo e energia
frequentando o espaço cibernético....mas à medida que os exageros das
primeiras tribos de informática recuam sob o fluxo implacável das novatas, o
que permanece das origens contraculturais da rede é a informalidade e a
capacidade auto-reguladora de comunicação, a idéia de muitos contribuem
para muitos, mas cada um tem a própria voz e espera uma resposta
individualizada” (Castells, pg 441, 1999).
As redes interativas de computadores estão crescendo exponencialmente,
criando novas formas e canais de comunicação, moldando a vida e sendo
moldadas por ela. A multiplicação das formas de comunicação aliada ao forte
aparato tecnológico contribuem para a construção de novas redes sociais que
passam a fazer parte do debate sobre a possibilidade de um espaço público
em escala planetária. Como afirma Negroponte (1995, pg 73) : “ No mundo
digital, o meio não é a mensagem: é uma das formas que ela assume. Uma
mensagem pode apresentar vários formatos derivando automaticamente dos
mesmos dados. Como no exemplo da previsão do tempo, o transmissor
enviará , no futuro,uma corrente de bits que poderá ser convertida de várias
maneiras pelo receptor. Os mesmos bits poderão ser contemplados de
diversas perspectivas”.
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A tecnologia torna realidades distantes de próximas, cortam distâncias e
revolucionam o conteúdo: “ Som, imagem e texto são convertidos em bits e
reconvertidos em seus respectivos conteúdos quando chegam a seus destinos.
Atividades paralelas tornam-se conexas. A televisão já não está simplesmente
conectadas aos diversos canais (grandes redes, TV a cabo, parabólica), mas a
tela faz o papel de visor, integrando os cassetes, os jogos eletrônicos e o
computador. A tecnologia de ponta confere um substrato material à
modernidade-mundo, articulando suas partes constituintes. Um evento remoto
torna-se próximo,e o que nos rodeia pode estar afastado “ (Ortiz,pg 63, 1994).
O remoto tornou-se próximo, pois o avanço da internet rompeu as barreiras e
permitiu a comunicação entre indivíduos que nunca se conheceram, através de
um simples clique. Sem barreiras, é possível vivenciar culturas e trocar
conhecimentos entre um país e outro, entre um continente e outro. Ianni
(1996) descreve que os meios de comunicação adquiriram maiores recursos,
mais dinamismos, alcances muito mais distantes, onde as novas tecnologias
podem ultrapassar barreiras, culturas, idiomas, regimes políticos, diversidade e
desigualdades sócio-econômicas e hierarquias raciais, de sexo e de idade.
A união de todas as mídias permitiu mais velocidade e multiplicou a capacidade
de propagação da informação: “Os meios de comunicação de massa (como o
rádio, os jornais e a TV) e própria internet despejam em cima de nós volumes
cada vez mais estonteantes. Somos massacrados por informações em
quantidades impossíveis de serem processadas pelo ser humano” (Agner,
2006, pg 76).
Mas é impossível falar no nascimento das comunidades virtuais, sem antes
abordar como surgiram as plataformas colaborativas e a web 2.0.
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3.0 A plataforma colaborativa
Após a criação da Internet, segundo alguns historiadores, a Web passou a
ganhar novas ferramentas de interação e colaboração. Esta fase é chamada de
Web 2.0: "Web 2.0 é a mudança para uma internet como plataforma, e um
entendimento das regras para obter sucesso nesta nova plataforma. Entre
outras, a regra mais importante é desenvolver aplicativos que aproveitem os
efeitos de rede para se tornarem melhores quanto mais são usados pelas
pessoas, aproveitando a inteligência coletiva" (O'Reilly ,2006)
Através das ferramentas interativas, os receptores podem se tornar emissores
da mensagem, participando de todo processo comunicacional, seja por
comunidades, listas de discussões, fóruns de discussão, correio eletrônico,
blogs ou canais abertos para opiniões.
O avanço da web na nova onda chamada de web 2.0 representa a união das
mídias em 1 canal. Na internet podemos ler o texto (mensagem), ver o vídeo
(videocast), ouvir o áudio (podcast), acompanhar um jogo ou uma noticia ao
vivo (streaming de vídeo e áudio), enviar nossos comentários ou sugestões,
criar fóruns personalizados sobre assuntos determinados ou acompanhar os
fóruns, formar comunidades virtuais, criar 1 perfil pessoal na internet e
conectar-se a amigos e até a desconhecidos, personalizar o conteúdo de uma
página conforme nosso gosto e até escolher que notícias acompanhar (RSS).
Um dos grandes diferenciais da web é o fato do usuário (receptor) poder ser
um emissor de mensagem, através das plataformas colaborativas, eles podem
sim enviar comentários, participar ativamente de um fórum ou comunidade
virtual (ou criar uma), ajudar a construir o conhecimento através de wikis.
O segundo diferencial da web é a personalização do conteúdo. Se o usuário
pode escolher a cara da sua página principal, escolher o noticiário que quer
acompanhar, ele tem a liberdade de focar nas suas necessidades. O terceiro
ponto da web é o hipertexto.
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4.0 A Mensagem no Hipertexto
A linguagem HTML (HyperText Markup Language - ou, em português,
Linguagem de Formatação de Hipertexto) é caracterizada por links, onde textos
e informações são divididas em tópicos sub-tópicos disponíveis de acesso do
usuário a 1 clique. O hipertexto mudou o modo de acesso a mensagem. Clica
quem quiser, onde quiser, como quiser: “Parece óbvio, mas o link – a chave
que difere o texto do hipertexto – é a melhor ferramenta da internet. É ele quem
faz de um parágrafo de nove linhas um texto-plataforma de onde sairão,
digamos, sete links para sete novos parágrafos de cinco ou seis linhas. Se
formos juntar todos os parágrafos, teremos um texto longo, com dezenas de
linhas. Ainda assim é um excelente exemplo de webwriting com objetividade. E
note bem o seguinte detalhe: o internauta navega pelos links, se quiser. Se
não, basta que atenha ao texto-plataforma” (Rodrigues, pg 21, 2000).
Levy(1993) ressalta como as mensagens circulam por hipertextos e afetam a
cultura:“ O conjunto das mensagens e das representações que circulam em
uma sociedade pode ser considerado um grande hipertexto móvel, labiríntico,
com cem formatos, mil vias e canais. Os membros da mesma cidade
compartilham um grande número de elementos e conexões da mega rede
comum. Entretanto, cada um tem apenas uma visão pessoal dele, totalmente
parcial, deformada por inúmeras traduções e interpretações.São justamente
estas associações indevidas, estas metamorfoses, estas torções operadas por
máquinas locais, singulares, subjetivas, conectadas a um exterior, que
reinjetam, movimento, vida no grande hipertexto social: na cultura” (Levy,
1993).
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4.1 a Interação da mensagem
Antes da internet, as pessoas interagiam através de telefone ou cartas. Muitas
vezes, o caminho pessoal ou profissional afastava um colega do outro e dentro
do dia a dia corrido de cada um, era difícil restabelecer um contato. Hoje
através da rede com um clique você pode descobrir um antigo amigo de
escola: “As pessoas estão mais conectadas do que jamais estiveram antes.
Aumentamos consideravelmente o número de amigos dos amigos e podemos
nos conectar com eles mais rápido e com uma frequência maior do que nunca”
(GODIN, 2001, pg 42).
A interação é o grande chamariz da internet: “O que caracteriza o novo sistema
de comunicação, baseado na integração em rede digitalizada de múltiplos
modos de comunicação, é sua capacidade de inclusão e abrangência de todas
as expressões culturais. Em razão da sua existência todas as espécies de
mensagens do novo tipo de sociedade funcionam em um modo binário:
presença\ausência no sistema multimídia de comunicação. Só a presença
nesse sistema integrado permite a comunicabilidade e a socialização da
mensagem....a inclusão da maioria das expressões culturais no sistema de
comunicação integrado baseado na produção, distribuição e intercâmbio de
sinais eletrônicos digitalizados tem consequências importantes para as formas
e processos sociais” (Castells, pg 46, 1999).
4.2 A instantaneidade como fruto da interação
No ciberespaço assim é construído o espaço virtual, onde a informação é
instantânea: “A cultura da virtualidade real associada a um sistema multimídia
eletronicamente integrado, contribui para a transformação do tempo em nossa
sociedade de duas formas diferentes: simultaneidade e intemporalidade. Por
uma lado, a informação instantânea em todo o globo, mesclada a reportagens
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ao vivo de lugares vizinhos, oferece instantaneidade temporal sem precedentes
aos acontecimentos sociais e expressões culturais... também ,a comunicação
mediada por computadores possibilita o diálogo em tempo real, reunindo
pessoas com os mesmos interesses em conversa interativa multilateral, por
escrito. Respostas adiadas pelo tempo podem ser superadas com facilidade,
pois as novas tecnologias de comunicação oferecem um sentido de
instantaneidade que derruba as barreiras temporais” (Castells, pg 553, 1999).
A intemporalidade do hipertexto de multimídia muda consequentemente as
mentes dos indivíduos no novo contexto cultural: “Primeiro, a história é
organizada de acordo com a disponibilidade de material visual, depois
submetida à possibilidade computadorizada de seleção de segundos de
quadros a serem unidos ou separados, de acordo com discursos específicos.
Educação
escolar,
entretenimento
de
mídia,
noticiários
especiais
ou
publicidade organizam a temporalidade do melhor modo, para que o efeito
geral seja um tempo não-sequencial dos produtos culturais disponíveis em todo
o domínio da experiência humana. Se as enciclopédias organizaram o
conhecimento humano por ordem alfabética, a mídia eletrônica fornece acesso
à informação, expressão e percepção de acordo com os impulsos do
consumidor ou decisões do produtor” (Castels, pg 554, 1999).
5.0 O marketing na internet
A disseminação de idéias e bens, um dos tentáculos do marketing ganhou um
forte aliado com todas as ferramentas digitais da internet: “As companhias de
softwares, provedores e guias de buscas na web transformaram-se, com
extrema avidez, em mega-empresas de comunicação on-line” (Moraes, 1998,
pg 163).
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Agências publicitárias perceberam a necessidade de se integrar na nova mídia
e se adaptar a nova realidade: “As holdings adotam técnicas de gestão e de
vendas que retenham a clientela com uma gama de serviços integrados
(publicidade comercial e institucional, marketing direto e de relacionamento,
comércio eletrônico, relações públicas, pesquisas qualificadas, produções para
a TV e internet)” (Moraes, 1988, pg 189).
O fim das barreiras no ciberespaço difundiu o consumismo: “Quanto mais a
vida social se torna mediada pelo mercado global de estilos, lugares e
imagens, pelas viagens internacionais, pelas imagens da mídia e pelos
sistemas de comunicação globalmente interligados, mas as identidades se
tornam desvinculadas – desalojadas – de tempos, lugares, histórias e tradições
específicos e parecem flutuar livremente....foi a difusão do consumismo, seja
como realidade, seja como sonho, que contribuiu para este supermercado
cultural” (Hall, 2002, pg 75).
Como afirma Nobrega (1950,contracapa): “ A internet vai promover (já está
promovendo) migração de valor em todos os setores do negócio. Os elos das
cadeias de valor se reconfiguram freneticamente”.
5.1 O papel da globalização no consumismo
Sem dúvida, a globalização foi o maior aliado da expansão do consumismo na
internet ou em outros meios. A velocidade dos fatos e a construção de uma
sociedade do conhecimento baseada no saber e aprender constante também
pressionou o mercado a uma adaptação. Em 1983, o diretor da revista de
Harvard de negócios, Theodor Levitt já ressaltava que o crescimento da
concorrência em escala global exigia uma visão estratégica mundial do
planejamento de mercado com vistas ao avanço da tecnologia, onde a
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empresa adota um modelo de administração “comunicativo” em rede,
comandado pela necessidade de livre circulação de fluxos (concepção,
produção, distribuição, sinergia das competências, captação do know-how e
interações na organização do trabalho: “A globalização torna-se uma grade de
leitura cibernética no mundo e da nova ordem mundial em gestação” (Mattelart,
pg 174, 1999).
5.2 Marketing B2B, B2C e C2B
A internet rapidamente começou a se tornar uma grande aliada do marketing.
Hoje existem campanhas especificas do chamado marketing digital. Como não
há estudos, é impossível saber qual ação de marketing chegou primeiro na
internet, mas é fato que as empresas chegaram para ficar on-line: “Grande
parte dos negócios do mundo de hoje em dia é conduzida por meios de redes
digitais que conectam pessoas e empresas. A Internet, uma vasta rede de
computadores, conecta, no mundo inteiro, usuários de todos os tipos uns aos
outros a um repositório de informações incrivelmente amplo.....a internet
proporcionou aos profissionais de marketing uma maneira completamente
nova de criar valor para os clientes e de construir relacionamento com eles. A
internet mudou fundamentalmente as noções que os clientes
têm de
praticidade, velocidade, preço, serviços e informações sobre produtos” (Kotler,
2007, pg 444).
5.2.1 B2B
No modelo B2B(empresa-empresa), empresas constroem o marketing on-line
através de sites, redes de negociação e outros recursos: “A empresa DELL
montou sistemas costumizados para mais de 113 mil clientes organizacionais e
institucionais ao redor do mundo....o site Premier DELL.com de cada cliente
pode incluir uma loja on-line
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customizada de computadores, relatórios e
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ferramentas de compra e administração de ativos, informações técnicas
específicas para o sistema utilizado, links para informações úteis no amplo site”
(Kotler , 2007, pg 445)
5.2.2 B2C
No modelo B2C(empresa-consumidor), é oferecido a venda on-line de produtos
e serviços aos consumidores finais. O usuário entra em um site comercial e faz
compras de diversos produtos no sistema chamado e-commerce: “ A Amazon
oferece em sua livraria virtual mais de 2,5 milhões de títulos e vale U$ 17,5
bilhões, mais do que todas as livrarias norte-americanas juntas. A Dell
Computer já abocanha uma fatia de venda de 19% de venda de computadores
nos Estados Unidos. A Dell já totalizou, em 1998, uma venda mundial diária de
U$ 12 milhões através da interrnet.....O supermercado Pão de Açúcar vende
milhões pela internet: 24% dos pedidos são passados através da rede....As
vendas on-line , no Mercosul, atingiram cerca de U$ 200 milhões em 1999”
(Souki, pg 199 e 200, 2008)
5.2.3 C2B
No modelo C2B (consumidor-empresa), os clientes comunicam-se com a
empresa através dos sites, podem enviar sugestões, criticas e dúvidas. A
maioria das empresas atualmente convida clientes potenciais e existentes a
enviar sugestões e perguntas por meio dos sites Web da empresa.
5.2.4 C2C: A rede social se encontra aqui
No modelo C2C, o marketing é consumidor-consumidor, ou seja, entre
pessoas: “O C2C envolve troca de informações por meios de fóruns de internet
que atraem grupos específicos de interesse especial...um exemplo são os logs
da web, ou blogs, diário on-line nos quais as pessoas divulgam seus
pensamentos, normalmente sobre um tema definido....hoje em dia a blogosfera
consiste em mais de dez milhões de blogs, com 40 mil novos blogs surgindo a
19
20
cada dia....muitas empresas estão hoje explorando os blogs como um veículo
para
atingir
clientes
cuidadosamente
selecionados....outras
empresas
montaram seus próprios blogs” (Kotler, 2007, pg 446).
A troca de informação por grupos específicos também se configura claramente
nas comunidades criadas dentro do Orkut. “ Eu amo viajar”, “ Eu uso AllStar”,
“Eu amo o Milan” são alguns exemplos de comunidades dentro do Orkut, onde
usuários com o mesmo interesse se unem para trocar idéias, novidades, etc: “A
euforia em direção a espaço virtual pode ser comparada à corrida do ouro no
século passado. Através da internet podemos ‘visitar’ em tempo real familiares
distantes, amigos e, principalmente clientes” (Souki, pg 200, 2008)
O consumidor fala claramente com outro consumidor em comunidades que
falam bem ou mal de uma marca. A comunidade do site comercial de vendas
Submarino tem 4.664 pessoas que participam. Perfumes o Boticário tem
27.124 adeptos. A Universidade Cândido Mendes tem 5.620 inscritos e o a Vez
do Mestre 1659.
Algumas empresas já enxergam uma comunidade como meio de negócios: “A
popularidade dos blogs e outros fóruns na internet resultou no surgimento de
sites Web comercialmente patrocinados chamadas Comunidades na Web, que
exploram as propriedades C2C da internet. Estes sites permitem que os
membros se reúnam on-line e troquem opiniões e informações sobre questões
de interesses em comum” (Kotler,2007, pg 452)
5.2.4.1 As comunidades virtuais
A comunicação mediada pela internet é um fenômeno social recente demais
para que a pesquisa acadêmica tenha tido a oportunidade de chegar a
20
21
conclusões sólidas sobre seu significado. Mas alguns autores arriscam-se a
analisar ou tentar explicar o tema.
Negroponte (1995) ressalta que o espaço da informação não se limita de forma
alguma a três dimensões. Segundo ele, a expressão de uma idéia ou linha de
pensamento pode incluir uma rede multidimensional de indicadores apontando
para novas formulações ou argumentos, os quais podem ser evocados ou
ignorados, podendo assim reordenar informação, expandir frases e fornecer de
imediato definições de palavras. A participação do usuário é constante, como
afirma Negroponte (1995), tais vinculações podem ter sido embutidas no texto
pelo próprio autor, no momento da publicação, ou podem ser feitas
posteriormente pelos leitores ao longo do tempo, onde as mensagens se
tornam elásticas e podem ser esticadas ou escolhidas de acordo com as ações
do leitor.
5.2.4.2 Comunidades virtuais como negócio
Empresas e empreendedores começaram a ver o potencial das comunidades
vrituais como um negócio. Kotler (2008) descreve : “O Ivillage
é uma
comunidade na web na qual as mulheres podem trocar informações , suporte e
soluções sobre questões relacionadas à família, alimentação, condicionamento
físico, relacionamentos, relaxamento, lar e jardinagem, notícias e praticamente
qualquer outro assunto. O site atrai mais de 25 milhões de novos visitantes a
cada trimestre...o MY Family.com deseja ser a mais ativa comunidade on-line
do mundo para as famílias. Ele fornece sites Web familiares gratuitos e
privados nos quais os membros das família podem se conectar on-line para
conduzir discussões familiares, compartilhar notícias, criar álbuns de fotos,
manter um calendário para os eventos familiares, montar árvores genealógicas
e comprar presentes para os membros da família de maneira rápida e fácil. Os
visitantes dessas comunidades na Internet desenvolvem um forte senso de
coletividade. Essas comunidades são atraentes para o anunciante porque
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atraem visitas freqüentes e longas dos consumidores com interesses comuns e
fatores demográficos bem definidos” (pg 452).
6.0 As pessoas nas Comunidades Virtuais
Todos os autores citados acima foram para exatamente chegar nas pessoas.
Ora, o marketing já é utilizado em todas as áreas da internet, o C2C
especificamente comprova já um marketing voltado para as comunidades
virtuais.
As comunidades virtuais são criadas por pessoas. Mas como surgem as
comunidades
virtuais?
“As
comunidades
podem
ser
relativamente
formalizadas, como no caso dos fóruns patrocinados ou sistemas de BBS, ou
formadas espontaneamente por redes sociais que se conectam à rede para
enviar e receber mensagens” (Castells, pg 443, 1999).
Dentro das comunidades virtuais, os códigos de conduta são puramente
informais “Uma das pedras angulares da Internet reside no fato de constituir
uma esfera pública não-sujeita a regulamentações externas. Os estatutos
éticos das comunidades virtuais se esboçam no interior dos seus cosmos
produtivos, por motivações cooperativas e coordenações de qualidade e
vocações informais...a inexistência de um comando central não impede que as
coletividades construam suas estruturas de conhecimento...as comunidades
virtuais reorganizam, a todo instantes, as massas de dados disponíveis on-line,
por conexões transversais e interativas” (Moraes, 2001, pg 75)
A interconexão permite a troca de informações em um canal interativo sem
fronteiras, um contato a um clique: “Uma comunidade virtual é construída sobre
as afinidades de interesses, de conhecimentos, sobre projetos mútuos, em um
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processo de cooperação ou de troca, tudo isso independente das proximidades
geográficas e das filiações institucionais” (Levy, 1999,pg 127).
Como todo instrumento de comunicação de massa, as comunidades virtuais
têm seu ponto fraco e forte: “Uma distinção fundamental na análise da
sociabilidade é entre os laços fracos e fortes. A Rede é especialmente
apropriada para a geração de laços fracos múltiplos. Os laços fracos são úteis
no fornecimento de informações e na abertura de novas oportunidades a baixo
custo. A vantagem da Rede é que ela permite a criação de laços fracos com
desconhecidos, num modelo igualitário de interação, no qual as características
sociais são menos influentes na estruturação ou mesmo no bloqueio da
comunicação. De fato, tanto off-line quanto on-line , os laços fracos facilitam a
ligação de pessoas com diversas características sociais, expandindo assim a
sociabilidade, para além dos limites
socialmente definidos do auto-
reconhecimento. Neste sentido, a internet pode contribuir para a expansão dos
vínculos sociais numa sociedade que parece estar passando por uma rápida
individualização e uma ruptura cívica. Parece que as comunidades virtuais são
mais fortes do que os observadores em geral acreditam. Existem indícios
substanciais de solidariedade recíproca na Rede, mesmo entre usuários com
laços fracos entre si. De fato, a comunicação on-line incentiva discussões
desinibidas, permitindo assim a sinceridade. O preço, porém, é o alto índice de
mortalidade das amizades on-line, pois um palpite infeliz pode ser sancionado
pelo clique na desconexão – eterna..... são redes sociais interpessoais, em sua
maioria baseadas em laços fracos, diversificadíssimas e especializadíssimas,
também capazes de gerar reciprocidade e apoio por intermédio da dinâmica da
interação sustentada” (Castells, pg 445-446, 1999).
Dentro do sistema de CMC, o sistema oferece a comunicação desinibida. Para
evitar excesso, as comunidades virtuais tem sua própria netetiqueta onde
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“ataques pessoais ou argumentação pejorativas para qualquer categoria de
pessoas (nacionalidade, sexo, idade, profissão, etc) em geral não são
permitidas. Os que fazem isto são excluídos pelo administradores do sistema a
pedido dos organizadores das conferências eletrônicas” (Levy, 1999, pg 128)
Uma nova geração virtual assim se forma: “A maioria das comunidades virtuais
estrutura a expressão assinada de seus membros frente a leitores atentos e
capazes de responder a outros leitores atentos...as comunidades virtuais
exploram novas formas de opinião pública (Levy, 1999, pg 129).
No livro Cibercultura, Levy conclui : “A interconexão para a interatividade é
supostamente boa, quaisquer que sejam os terminais, os indivíduos, os lugares
e momentos que ela coloca em contato. As comunidades virtuais parecem ser
um excelente meio (entre centenas de outros) para socializar, quer suas
finalidades sejam lúdicas, econômicas ou intelectuais, que seus centros de
interesse sejam sérios, frívolos ou escandalosos” (pg 132).
Ao estudar o modo do usuário usar a comunidade, Castells (1999, pg 446)
enfatiza que a esmagadora proporção de atividade de CMC ocorre no trabalho
ou em situações a ele relacionadas.
6.1 E onde entra o marketing pessoal?
Empresas já usam do marketing na internet, pessoas criam comunidades que
são verdadeiras propagandas (sim elas fazem o marketing): “Quando vemos a
proliferação de objetos e de marcas, de redes de comunicação e de acesso ao
consumo da perspectiva dos movimentos de consumidores e de suas
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demandas,percebemos que as regras – movéis – da distinção entre os grupos
da expansão educacional e das inovações tecnológicas e da moda também
interveem nestes processos” (Canclini, pg 61, 2006)
Estranhamente apesar de propagarem onde estudou, qual é marca de roupa
usa, o restaurante favorito, o clube esportivo amado e outras tantas escolhas
pessoais, maioria da internet parece que não sabe do poder atrás de uma
potente ferramenta de marketing digital. Ainda são poucos que exploram o
meio devidamente.
Maioria ainda escolhe comunidades que com certeza mancham seu perfil no
Orkut, como “odeio meu chefe”, “adoro pegas”, “beber, cair e levantar”. São
usuários da alta tecnologia, usam webcam, chat, teleconferência, mas ainda
não perceberam como usar seu próprio perfil para alavancar negócios.
Como afirma Mattelart, a era da informação é também a produção de estados
mentais. (pg 187, 1999). Se podemos produzir uma imagem positiva porque
não usar?
Alguns modelos de publicidade já preevem a disseminação do uso da imagem
como ferramenta: “ O modelo de publicidade de mão única indica uma
atividade de comunicação orientada para obter uma imagem favorável,
disseminando apenas informações favoráveis e medindo sucesso ou fracasso
de um evento ou de uma ação” (Duarte, pg 347, 2008).
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O autor Mcluhan, famoso no meio da comunicação pela frase o meio é a
mensagem, afirma em seu livro: “Cada produto que molda uma sociedade
acaba por transpirar em todos e por todos os seus sentidos” (pg 37, 1964).
6.1.2 – O Orkut
Na rede social do Orkut, cada pessoa pode criar seu perfil com a descrição
pessoal (quem sou eu), idade, aniversário, local onde mora(cidade, estado e
país), se tem filhos, paixões(gostos pessoais), esportes (atividades esportivas
praticadas ou não), atividades, música(preferência de músicos, bandas, etc),
cozinha(preferência de comida), vídeos e fotos pessoais.
Em Fotos (quadro abaixo), cada usuário pode criar quantos álbuns quiser e
mostrar para seus amigos ou conhecidos. Uma configuração de segurança
permite escolher quem irá ver as fotos.
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Em Vídeos (quadro abaixo), a pessoa pode escolher vídeos pessoais postados
no You Tube, ou então, escolher vídeos interessantes que estejam na internet
e botar no perfil. No meu perfil há muito tempo, já havia escolhido (antes
mesmo da pesquisa) o vídeo: A reputação no mundo digital (RP 2.0) como
mostra abaixo.
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Em perfil, a pessoa pode se descrever com todas suas características. Mas
uma vez em configurações também é possível bloquear a visualização do perfil
para quem não desejar.
Depois de desenvolver um perfil pessoal o usuário pode participar de quantas
comunidades virtuais quiser, basta procurar o tema e se inscrever. A pessoa
também pode criar sua própria comunidade.
Ao participar de uma comunidade, automaticamente ela está fazendo parte de
um grupo de pessoas com o mesmo interesse em comum. O usuário então
pode tanto só acompanhar as mensagens e discussões de temas, como postar
sua própria observação.
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Em comunidades , cada usuário pode escolher qual irá participar. Na tela
abaixo é possível ver que todos usuários podem escolher suas comunidades e
procurar em categorias especificas (quadro a direita). A rede social do Orkut
agrega inúmeras comunidades de diversos temas.
Estudiosos unem-se para formar uma grande plataforma colaborativa, onde
todos contribuem para um conteúdo, como por exemplo, a comunidade
Educação a Distância com 8 mil membros, onde diversos tópicos do EAD são
debatidos por dia.
Na comunidade Trabalho para Jornalistas, 16 mil membros acompanham,
participam e colaboram em postar oportunidades de empregos para
jornalistas.A Comunidade tem regras que aceitam só postar vagas com a
descrição completa da vaga.
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Os usuários comuns também participam ativamente criando comunidades
como: homem tem que ter caráter 11 mil membros, eu adoro homem cheiroso
93 mil membros e eu amo viajar 43 mil membros. O eu une as pessoas em
torno das comunidades sem dúvida são os interesses em comum.
A empresa APC SOFTWARE faz a seguinte propaganda no seu site: "Aumente
seu número de clientes captados através da Internet. Turbine o marketing de
sua empresa na Internet, atraindo clientes com maior potencial ao seu site.
Campanhas eficientes geram resultados satisfatórios. Saiba como podemos
utilizar o Orkut para fins de MARKETING. O Orkut no Brasil é um fenômeno
com uma grande concentração de brasileiros online. Quem pensa que o Orkut
é apenas um ponto de encontro de amigos, ou uma forma de retomar velhos
contatos, está muito enganado. Atualmente, dentro do orkut existem
comunidades com temas variados que facilitam a ampliação da rede de
contatos e a acessibilidade ao público alvo. E pensando nisso, a APC Software
desenvolveu ferramentas eficientes e sistemas exclusivos que atendem as
necessidades da sua empresa com total dinamismo, praticidade, segurança e
rapidez,
economizando
tempo,
dinheiro
e
proporcionando
excelentes
resultados. Somos pioneiros no desenvolvimento de Soluções para Marketing
Segmentado e Publicidade Virtual no Orkut”.
Se uma empresa já criou soluções de marketing para o orkut, porque o
profissional também não pode usar da ferramenta gratuita?
6.1.3 – Marketing pessoal no Orkut
Algumas pessoas já enxergam a nova ferramenta de marketing, fazem do seu
perfil pessoal no Orkut uma verdadeira ferramenta para divulgar a sua imagem
ou seus produtos. Na matéria Orkut, um aliado à seleção de profissionais, a
jornalista Tatiana Amaral já mostra como até seleção profissional analisa a
comunidade relacionamentos : “ Se você pensa que o Orkut é apenas um site
de relacionamento para encontrar amigos distantes ou conseguir um
namorado, por exemplo, está muito enganado. Os sites com esse perfil vão
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além disso. Atualmente,
empresas estão utilizando
esses endereços
eletrônicos como forma de ferramenta de recrutamento e seleção de
profissionais para o mercado de trabalho. No Brasil, o Orkut é o site de
relacionamento mais popular com cerca de 12,9 milhões de usuários, sendo
que 52,2% estão na faixa de 18 a 25 anos. Em geral, é nessa idade que os
jovens almejam o primeiro emprego e buscam melhor colocação no mercado.
Por causa dessas visitas, algumas vezes inesperadas, alguns usuários estão
mudando os seus perfis para não serem prejudicados”.
Ser visto e ser lembrado foram os motivos principais que o fotográfo Ioan Bratu
criou a comunidade BarraRJ, marca registrada dele inclusive no site
profissional de fotos: “ Criei a comunidade porque achei interessante para ser
lembrado. Isto foi há 3 anos atrás, mas isto não me deu retorno. Então coloquei
as fotos do meu trabalho profissional no meu perfil pessoal. Meu público é
muito focado e sou conhecido por ele. A internet é só para meu público que me
vê sempre”.
A jornalista Sathya Beltran Ribeiro além de ter criado diversas comunidades,
usa como centro de informação e divulgação profissional : "Eu uso o Orkut para
divulgação profissional sim, através de comunidades e contatos de pessoas
que conheço, acabo trocando o msn com essas pessoas pois não as adiciono
no Orkut, gosto de adicionar somente pessoas que eu conheço mesmo,
pessoalmente. Nas comunidades existem muitas vagas e divulgação de
cursos, se eu não estivesse no Orkut dificilmente teria tanta informação. Sathya
criou uma série de comunidades, entre elas: Trabalho/estágio - comunicação membros: 59 - Criada em 22 de janeiro de 2008; ARTISTA, AGÊNCIA E
PRODUTORA - membros: 889 - Criada em 1 de agosto de 2007; Jornalismo e
Jornalistas do RJ - membros: 218 - Criada em 4 de junho de 2006;
Telejornalismo Telejornalistas - membros: 51 - Criada em 24 de dezembro de
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2006; Jornalista multimídia - membros: 15 - Criada em 10 de julho de 2008;
Assessores de Imprensa - membros: 197 - Criada em 6 de fevereiro de 2007;
Jornalismo Jornalistas de moda - membros: 42 - Criada em 25 de outubro de
2006; Comunicação - Comunicólogos - membros: 193 - Criada em 17 de
setembro de 2005.
Na contramão dos outros entrevistados, o jornalista Gustavo Nagib criador da
comunidade Pão Duro, relativa à sua coluna no Extra afirma: ‘Se o Orkut pode
ser uma ferramenta positiva para trabalhos, ainda não fiz uso”.
7.0 CONCLUSÃO
Kotler (2007, pg 453) tenta prever o futuro do marketing on-line : “O marketing
on-line continua a oferecer tanto uma grande promessa quanto muitos desafios
para o futuro. Seus defensores mais fervorosos ainda vislumbraram um
momento no qual à internet e o marketing on-line substituirão revistas, jornais e
até lojas como fontes de informações e compras. A maioria das empresas,
entretanto, tem uma visão mais realista. Sem dúvida o marketing on-line vai se
tornar um modelo bem-sucedido para algumas empresas....entretanto para a
maioria das empresas, o marketing on-line permanecerá somente como uma
abordagem importante para o mercado que funcione em conjunto com outras
abordagens em um mix de marketing totalmente integrado. Apesar dos muitos
desafios, grandes e pequenas empresas estão rapidamente integrando o
marketing on-line em suas estratégias e mixes de marketing. À medida que
continuar a crescer, o marketing on-line provará que é uma poderosa
ferramenta de marketing direto para construir relacionamentos com os clientes,
aumentar as vendas, divulgar informações sobre a empresa e o produto e
entregar produtos e serviços de modo mais eficiente e eficaz.”
Concordo plenamente com a visão do Kotler sobre ações de marketing on-line
com o uso do mix de marketing. Trazendo isto para o lado da imagem pessoal
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na internet, se a pessoa pode criar um perfil e escolher suas comunidades, ela
pode muito bom usar todas as ferramentas web 2.0 integradas com outras
ações e utilizar do marketing on-line e também do mix de marketing.
Hoje em dia é possível ter um blog (site gratuito na internet sobre assunto que
a pessoa quiser), um fotoblog (site gratuito de fotos), vídeos (usando o youtube
e postando vídeos grátis) e estar no Orkut. O profissional pode ser multimídia a
custo zero. Se ele for um educador,por exemplo, pode botar seu material no
blog, postar as fotos de suas turmas em fotoblog, usar palestras em vídeos e
ainda por cima integrar-se com todos alunos através do seu perfil no Orkut. Ele
pode assim promover suas aulas, arrumar novos alunos, tornar-se conhecido e
com isto ser uma referência, ser citado em estudos, artigos e seminários e até
receber convites atrativos para novos empregos. Tudo isto ao alcance de
apenas 1 clique.
A internet surgiu como uma explosão de tecnologia,suas ferramentas
aumentam a cada dia. Falta o usuário saber utilizá-las a seu favor. É
importante lembrar que o Marketing C2C já é utilizado nos Estados Unidos
largamente como Kotler citou em diversas comunidades. Hoje em dia nenhuma
campanha de marketing pode desprezar o marketing digital. As empresas já
acordaram para a realidade, constroem sites, e-commerces, blogs, wikis,
utilizam do You tube para divulgar seus produtos e novidades, vigiam o Orkut
(quando não estão no Orkut formando suas próprias comunidades).
Agora é a vez de o consumidor despertar e também fazer sua propaganda.
Através do Orkut ele pode falar com outros consumidores (C2C) e também
podem falar com empresas (C2B). Pode criar um perfil pessoal forte, participar
de comunidades importantes (ou criá-las) e ser lembrado sempre. Pode tentar
vender o espaço da sua comunidade (como já fizeram os americanos) e pode
se promover sim. As empresas estão na web, as pessoas também.É uma nova
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mídia, é um novo meio. Então o mundo do marketing digital mal nasceu, mas é
hora de saber explorar bem sua imagem, pois já tem gente de olho.
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