Release 2008 - Naná Vasconcelos

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Naná Vasconcelos
Eleito oito vezes como melhor percussionista do mundo pela revista norte-americana Down
Beat, Naná Vasconcelos lançou seu último CD inédito, “Trilhas”, na abertura do espetáculo de
dança “Corpos de Luz”, em 2006, em São Paulo, ano em que completou 50 anos de carreira.
Na ocasião, o percussionista ministrou seu workshop orgânico. Nas aberturas do Carnaval do
Recife, 2007 e 2008, regeu cerca de 600 batuqueiros de maracatu, recebendo convidadas
especiais, como Maria Bethânia, Marisa Monte, Elza Soares e Lia de Itamaraca,Caetano
Veloso.
Naná Vasconcelos completou 50 anos de carreira em 2006 e lançou o CD inédito
intitulado “Trilhas”, que reúne músicas compostas para diversos espetáculos, no Brasil e
exterior. O CD abre com “Corpos de Luz”, composta para espetáculo homônimo da Cia Dança
Vida, que trabalha com jovens da periferia de Ribeirão Preto e foi idealizado pela psicóloga e
coreógrafa Paula Vital. O espetáculo aconteceu em outubro de 2006, no Teatro do Colégio
Santa Cruz, em São Paulo.
Desde então, o percussionista vem se apresentando no Brasil e exterior e se
concentrando na já tradicional abertura do Carnaval do Recife. Regendo cerca de 600
batuqueiros, que representam 14 nações de maracatu, Naná também conta, todos os anos,
com a presença especial de suas convidadas. Na abertura do Carnaval de 2007, Maria
Bethânia abrilhantou a festa com sua magia. Já no Carnaval deste ano, as participações
ficaram por conta de Marisa Monte, Elza Soares e Lia de Itamaracá, numa festa sem
precedentes, onde público e a mídia brasileira puderam testemunhar uma dos maiores
espetáculos dos últimos tempos.
Trajetória recente de Naná Vasconcelos Eleito oito vezes como melhor percussionista do mundo, segundo a revista norteamericana Down Beat, Naná Vasconcelos segue consolidando também sua carreira
internacional. Dias 8 e 9 de setembro gravou DVD na Polônia ao lado de Leszek Mozdzek,
virtuoso pianista erudito, com uma apresentação ao ar livre e outra no teatro de Varsóvia. O
projeto “Polônia Carioca” nasceu depois das apresentações que ambos fizeram juntos no Rio
de Janeiro, uma no morro da Mangueira e outra na Central do Brasil. “Armamos o piano no
meio do povo e tocamos”, lembra Naná.
Em julho, o percussionista esteve na Alemanha, onde realizou shows todos com casa
lotada. De lá, seguiu para Turquia e encerrou o Festival de Jazz de Istambul, junto com Arild
Andersen e Kudsi Erguner. Nessa oportunidade, a gravadora ECM Records aproveitou para
registrar o show do trio e gravar um CD e DVD que devem ser lançados ainda este ano. Antes,
entre os dias 9 e 11 de julho, Naná participou como convidado da gravação do CD do também
percussionista Murat Verdi.
Somado a tudo isso, o percussionista trabalha com a reconhecida Cia. de Dança Balé
de Rua, de Uberlândia, compondo a trilha sonora e ensaiando o espetáculo “Balé de Rua –
Dança e Percussão do Brasil”, para ser apresentado nos próximos dias 7 e 8 de novembro, no
Teatro Mogador, em Paris, um dos mais importantes da capital francesa. Baseado na própria
história da companhia mineira, ou seja, um grupo de dança de rua da periferia de uma cidade
do interior do Brasil, que rapidamente conquistou o público nacional e agora projeta-se
internacionalmente, Naná Vasconcelos foi escolhido para criar a trilha sonora e orientar os
músicos.
CD Trilhas de Naná Vasconcelos
O CD “Trilhas” apresenta mais de uma versão para o espetáculo “Corpos de Luz”. Além
de abrir o trabalho com a faixa que carrega o nome do espetáculo, o CD fecha com “Corpos de
Luz Tupan”, com letra do próprio Kaká Werá Jecupé, cantada e arranjada por Naná. Além
delas, outras trilhas de filmes e espetáculos, como “Quase dois irmãos”, para filme homônimo
de Lucia Murat, “Nizinga”, também de filme homônimo de Rose Lacret e Otávio Bezerra e “Ori,
canção pra Aisha”, sobre filme de Raquel Geber. Completam o CD “Olho no olho”, movimento
para o espetáculo “Corpos de Luz”, “Roda Moinho”, inspirado em textos de Denise Milan, para
peça de teatro encenada em Nova York, “Jasmim (Luz Morena)”, uma “trilha pessoal” de Naná,
inspirada nas filhas dele e “Incelença”, feita para espetáculo do grupo Balé de Rua de
Uberlândia, outro projeto de responsabilidade social em que o percussionista está envolvido e
que teve estréia em Paris, em novembro de 2006.
A consagração do “Diário de Naná”
O documentário “Diário de Naná”, dirigido por Paschoal Samora, foi selecionado para a
competição oficial do 19º IDFA – Festival Internacional de Documentário de Amsterdã, que
acontece entre 23 de novembro e 3 de dezembro e é considerado o mais importante festival de
documentários do mundo. O documentário, que já foi consagrado no festival brasileiro “É Tudo
Verdade” deste ano, com o prêmio ABD, da Associação Brasileira de Documentaristas,
participará na categoria “Lobo de Prata”, destinado às produções de média duração. O diretor
foi convidado pela organização do festival para representar o “Diário de Naná” em Amsterdã.
O documentário mergulha numa pesquisa de sons da região do Recôncavo baiano a
partir de uma viagem do percussionista pernambucano ao redor da Bahia. Com uma hora de
duração, o documentário registra as impressões de Naná na busca das raízes da musicalidade
brasileira e mestiça daquela região.
Biografia compacta
Juvenal de Holanda Vasconcelos nasceu no Recife. Mesmo depois de duas décadas
tocando pelo mundo, morou em Paris e Nova York, as influências de sua terra estão presentes
em tudo o que faz. Dotado de uma curiosidade intensa, indo da música erudita do brasileiro
Villa-Lobos ao roqueiro Jimi Hendrix, Naná aprendeu a tocar praticamente todos os
instrumentos de percussão, embora nos anos 60 tenha se especializado no berimbau.
Depois das mais variadas experiências musicais, Naná Vasconcelos mudou-se para o
Rio de Janeiro e começou a trabalhar com Milton Nascimento. Em 1970, o saxofonista
argentino Gato Barbieri o convidou para juntar-se ao seu grupo. Apresentaram-se em Nova
York e Europa, com destaque para o festival de Montreaux, na Suíça, onde o percussionista
encantou público e crítica. Ao término da turnê, fixou residência em Paris, França, durante
cinco anos, onde gravou o seu primeiro álbum - “Africadeus” (71). No Brasil, Naná gravou o seu
segundo disco “Amazonas” (72). Começou, então, uma bem-sucedida parceria com o pianista
e compositor Egberto Gismonti, durante oito anos, que resultou em três álbuns - “Dança das
Cabeças”, “Sol do Meio-Dia” e “Duas Vozes”.
De volta a Nova York, formou o grupo “Codona”, com Don Cherry e Colin Walcott,
também gravando e fazendo turnê com a banda do guitarrista Pat Metheny. Trabalhando com
artistas das mais variadas tendências, Naná Vasconcelos gravou com B.B. King, com o
violinista francês Jean-Luc Ponty e com o grupo de rock americano Talking Heads, liderado por
David Byrne. Em 1986, de volta ao Brasil depois de dez anos, fez turnê recebida com
entusiasmo pelo público. Nessa altura, Naná já havia trabalhado nas trilhas dos filmes
"Procura-se Susan Desesperadamente”, de Susan Seidelman, estrelado por Rosanna Arquette
e Madonna, e "Down By Law", do cultuado diretor Jim Jarmusch, além de “Amazonas”, de Mika
Kaurismäki.
O trabalho de Naná sempre demonstrou a amplitude do seu talento, e nos anos 80
gravou o disco “Saudades”, concerto de berimbau e orquestra. Depois, vieram os álbuns “Bush
Dance” e “Rain Dance”, suas experiências com instrumentos eletrônicos. Daí por diante, Naná
esteve envolvido mais diretamente com o cenário musical brasileiro ao fazer a direção artística
do festival Panorama Percussivo Mundial (Percpan), em Salvador, e do projeto ABC Musical,
além de participações especiais em álbuns de Milton Nascimento, Caetano Veloso, Marisa
Monte e Mundo Livre S/A, entre outros.
Em meio a inúmeros lançamentos fora do país, Naná Vasconcelos lançou no Brasil o
disco “Contando Estórias” (94), depois os CDs "Contaminação" e “Minha Lôa”. No fim de 2005,
lançou “Chegada”, pela gravadora Azul Music, e em 2006, o CD mais recente, intitulado
“Trilhas”. Com raízes pernambucanas, Naná idealizou o projeto ABC das Artes Flor do Mangue,
trabalho com crianças carentes. Uma trajetória de vida que esbanja virtuosismo musical e
integridade pessoal em tudo o que faz e toca. Informações mais detalhadas sobre o artista
podem ser encontradas no seu site - http://www.nanavasconcelos.com.br
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