8º Dia: 16/01/2013 REALIDADE OU FICÇÃO?! Na quarta-feira pela manha visitamos o Hospital Santa Tereza, localizado na cidade do Crato-ce, uma instituição privada que conta com 160 internos. O quadro de profissional é composto por quatro médicos entre clínicos e psiquiatras, psicólogo, enfermeiros, técnicos de enfermagem, assistente social, além de estagiários. Além do Santa Tereza, tem o hospital dia que acolhe pessoas que já estão em fase de recuperação. Chegamos ao Hospital e fomos recebidos pela enfermeira especialista em Saúde Mental, Alana. Num primeiro momento ela nos apresentou a instituição e seu funcionamento. Algo me chamou atenção em se tratando da fala da profissional quando relata não acreditar na existência da Rede de Saúde Mental enquanto atuante, pois não há comunicação entre os equipamentos de saúde. Ao ser indagada se a instituição entrava em contato com os equipamentos de saúde mental, quando o paciente retornava para as cidades de origem ela responde: “Não, pois o nosso trabalho é aqui” (SIC). Além disso, percebemos que uma das maiores dificuldades encontradas para atender aos pacientes, é a falta de profissionais, que em sua minoria não conseguem dar conta de uma demanda muito grande ou até mesmo dar atenção a mais aos mais “necessitados”. Quando realizamos a visita, o que percebemos foi o total abandono dessas pessoas com problemas mentais. Isso porque não há investimento adequado para que se realizem trabalhos com estes, além da estrutura não ser adequada, para atender a demanda que é crescente. Em seguida visitamos tanto na ala masculina, como na ala feminina. Tudo o que foi visto doeu, embora já tivesse ido ao local outras vezes como estagiaria. Ao termino da visita ao Santa Tereza, fomos ao Hospital dia que possuem tratamento intermediário e substitutivo. No período da tarde visitamos o Centro de Atenção Psicossocial CAPS-I, localizado na cidade de Barbalha. Chegando ao local algo logo me chamou a atenção que era a falta de uma placa informativa sobre o lugar. Não tem como entender que ali se tratava de um equipamento da saúde. No interior do CAPS-I, a estrutura é composta por sala de estimulação precoce, muito sujo por sinal e com uma tomada ao alcance das crianças, sala de reunião, sala de atendimento médico, sala de coordenação, refeitório, sala de terapia ocupacional e psicologia juntos, sala de enfermagem e triagem, sala de repouso e cozinha. Pela estrutura nota-se que o local não tem a mínima condição de está funcionando prestando serviço que se propõe. Embora na fala da profissional, foi relatado que mesmo sem uma estrutura adequada, o serviço era de qualidade. Quando indagada sobre o trabalho multiprofissional nos relatou que sempre que possível sentam junto para discutir sobre situação do paciente, exceto o médico que não participa. Percebemos claramente em sua fala a existência do modelo verticalizado. E por fim, visitamos o CAPS-III também na cidade de Barbalha que é uma total contradição do que presenciamos no CAPS anterior. Começando pela estrutura física do espaço totalmente limpo, organizado e dividido. Possui até TV por assinatura, pois como foi relatado pelo coordenador Tiago, estão com um projeto de criar um cinema para os usuários se divertirem. Além disso, tem a disposição do CAPS-III, uma Sprint nova com ar condicionado e totalmente confortável para transportar os usuários. No que se refere à assistência aos usuários eles são bem assistidos começando pela alimentação que é frutas, iogurte, frango da melhor qualidade, etc. O coordenador nos mostrou um armário onde tem perfumes, material para manicure e pedicure, escovas, pranchas, material para pintura, e muito mais. Tudo isso em dobro, porque como destacou o mesmo ele gosta de tudo de dois para caso haja algum imprevisto. Inclusive há comutador, impressora e outros matérias novos sem uso guardado para uma eventual emergência. Fiquei pasma diante daquela realidade e da tamanha contradição com o CAPS-I. até que ponto está sendo feita de forma correta os recursos enviados para esses equipamentos e até onde está se tendo excesso de gasto? Isso porque numa festa para comemorar o dia das crianças foram gasto 6 mil. Quando questionado como ele fazia para conseguir tudo isso ele disse: “não temos dificuldade, é muito fácil era só pedir” (SIC). Para mim ficou bem claro o jogo politico existente ali. Acho que deveria haver uma fiscalização a mais.