A frase sera, ainda, ajirmativa, ou negaitva, conforme nela se ou negue alguma coisa. CONCEITO DE ORAC;AO Ora~ao e a frase - ou membro de frase - que se biparte no mente em suieito e predicado. Em certo tipo de oracao, pode, todavia (como se vera pouco faltar 0 sujeito. Serve de modelo a frase dec1arativa, manifestacao de urn jufzo, qualquer trace dominante de natureza emotiva, capaz de perturblf.. lhe a organizacao gramatical. . Comparem-se as duas frases: - A sala esui suja. -, expressao de uma opiniao refletida sobre e - 0 estado da sala, Que sala suja! -, frase interpretadora, principalmente, de nosso sentimento de diante da sujice da sala. Por af se ve que a diferen<;a entre frase e oracao reside na o grito 'socorro!' e uma frase, ja que expressa urn sentido todavia, nao e uma oracao, po is para isso carece dos elementos trutura caracterfsticos da oracao: nao esta partida em sujeito e cado. Por outro lado, em 'Quero que voce leia este livro ',0 'que voce leia este livro' uma oracao enquanto ao criterio porque possui os termos 16gicos fundamentais; nao e, porem. conteudo, uma frase, uma vez que nao tern sentido uniclrio e e 1. o SVJEITO o sujeito e expresso 'por substantivo, ?U equivalents de subs!antivo. s A vezes , urn substantivo sozinho expnme 0 sujeito da oracao: Deus e perfeito! Casos M, no .entan!o, em que sen.timos necessidade de precisar ou restringir a significacao do substantivo: srancas pombas castissimas voavam. Neste exemplo, 0 sujeito nao se compoe apenas de urn substantivo, mas ao contrario, de urn substantivo acompanhado de outros elementos que the precisam ou limitam 0 sentido fundamental. Diz-se, entao, que 0 substantivo e 0 nucleo do sujeito. Quando apresentar urn s6 nucleo, 0 sujeito simples; havendo rnais de urn ruicleo, charna-se composto. e Exemplos: A cegueira the torturava os tiltimos dias de vida (sujeito simples). A cegueira e a pobreza the torturavam os iiltimos dias de vida (sujeito cornposto). o sujeito ainda pode ser determinado, ou indeterminadn, se identificaval na oracao - explfcita ou implicitamente;indeterminado, se nao pudermos ou nao quisermos especifica-lo. Para indeterminar 0 sujeito, vale-se a lingua de urn dos dois expedientes: E determinadn, 1) Empregar 0 verbo na 3~ pessoa do plural, sem referencia anteIlOr ao pronome eles ou elas, e a substantivo no plural; 2) Usa-lo na 3~ pessoa do singular acornpanhado da partfcula se, que 0 verbo seja intransitivo, ou traga complemento preposicional. Exemplos: Fa/am mal daque/a moca. Mataram um guarda. TERMOS BAsICOS DA ORAC;AO Em sua estrutura basica, a oracao consta de dois termos: _ Sujeito: 0 ser de quem se diz algo; _ Predicado: aquilo que se diz do sujeito. 234 Vive-se bem aqui, Precisa-se de professores. SEM SUJEITO dar-se 0 caso de a oracao ser destitufda de sujeito: com ela, nos ao processo verbal em si mesmo, sem 0 atribuirmos a se~. Nem ha 0 prop6sito de esconder 0 sujeito, atitude psiOrtentadora das construcoss indeterminadas. 235 Sao oracoes sem sujeito - entre outras - as que denotam menos da natureza (chove, iroveiou ontem, anoitece tarde durant. verao) e as que tern os verbos haver, fazer. ser, empregados soalmente em construcoes como as seguintes:* I tercalando-se a Iocucao e que, deixa de prevalecer tal preferencia: n Que E QUE voces desejam? Quando E QUE 0 navio chegara? Ha grandes poetas no Brasil. Fatia muito frio naquele mes. Fez ontem tres anos que ele se doutorou. Era ao anoitecer de urn dia de novembro ... Seriam talvez duas horas da tarde. Hoje sao 22 de outubro. N ote-se que a impessoalidade de tais verbos se estende aos auxi" res que com eles formam perffrases, como se ve nos exemplos abaixo; Nao podia haver noticias mais tristes. Costuma haver reunioes as ter~as-feiras. Vai fazer cinco anos que voce se casou. COLOCA<;:AO DO SUJEITO NA ORA<;:AO Considera-se ordem direta aquela em que 0 sujeito vern no roRl da oracao, seguindo-se-lhe 0 verbo acompanhado dos seus compJe. mentos, com 0 primeiro lugar entre estes reservado para 0 objeto di_ Exemplo: Sua presence inspira confianca aos jovens. A lfngua portuguesa, entretanto, oferece grande liberdade de JIIIIo vimentos neste particular, permitindo-nos, com frequencla, adotar ordem inversa. Ha mesmo certas inversoes, especialmente do sujeito em rel~ ao verbo, ja consagradas pelo uso tradicional da linguagem culta INVERSAO NORMAL DO SUJEITO Nas condicoes a seguir enumeradas, a Indole do idioma inclina,cIB maneira not6ria, para a inversa€l verba + sujeito: a) Nasoracoes interrogativas, iniciadas por que, onde, quanta, ctif/A quando e porque: * 0 arrolamento das eonstrucoes impessoais foi feito por Epifanio Dias. historica portuguesa, 236 cit., pp. 15 a 22. Que desejam voces? Onde estao as criancast Quanto custou 0 /ivro? Como fugiu 0 ladr(1o? Quando chegara 0 navia! Porque foi embora a empregada? Do mesmo modo, quando a interrogacao nao comecar pelos refe·dospronomes ou adverbios, 0 comum e a coloca<;ao do sujeito antes ~overbo, indicando-se 0 valor interrogativo apenas pela promincia ascendente: Seu filho passou no ex arne? 0 navio chegara ainda hoje? b) Nas oracoes da voz passiva, construfdas com a partfcula se: Vendern-se carros usados. Nao se aceitam reclama(oes posteriores. c) Nas oracoes que contem uma forma verbal do imperativo _ sempreque, para efeito de reaIce, for enunciado 0 pronome pessoal sujeito: Ell nao cumprirei essas ordens absurdas; cumpre-as tu, se quiseres. d) Com os verbos direr, perguntnr, responder, etc., nas ora<;6es que aparecem como elemento adicional em que se acrescenta a pessoa que proferiu a oracao anterior: Renunciarei ao cargo! disse 0 ministro. - Que sabe a respeito do ponto sorteado? - perguntou 0 examinador, Tais ora<;6es podem vir intercaladas: Mas isso - exclamou 0 sacerdote - e urn sacri1egio! e) Quando a ora<;ao se inicia por adverhin fortemente enfatico: LA vao eles, la vao ... AQUI esta 0 seu dinheiro! inversao que requer cuidado E habitual, ainda que nao sistematica, a inversao do sujeito a VERcomo aparecer, chegar, correr, restar, surgir, - 0 que pode levar 0 leitor a interpretar como objeto direto 0 posposto. Convira, entao, lembrar-Ihe que, ao analisar uma , a primeira coisa que se faz exarninar a natureza do verbo e intransitivo, ou transitivo) e, logo ap6s, procurar 0 seu sujeito. INTRANSITIVOS e 237 pa natureza desse verbo e que decorrem os mais termos do predido. Verbos M que sao s~ficient~~ para, sozinhos, representar a nocao ~edjcativa. Chamam-se tntransittvos. P Exemplos: Neva. 0 soldado morreu. Todos fugiram. OutrOS, ao contrario, requerem, para a cabal integridade do predido a presenca de urn ea, Sb ou mais : . termos que lhes completem a cornreensao. ao os ver os transitivos. P Exemplos: Exemplos: Apareceu, enfim, 0 cortejo real. Chegaram boas noticiasi Correm, pela cidade, os boatos mais contraditorios. Restam, ainda, algumas esperancas. Meia-noite: surgiu 0 Ano Novo! 2. 0 PREDICADO o A crianc;:aencontrou] A crianc;:acomprou predicado pode ser: Nominal. Verbal. Verbo-nominal ou misto. A crianca deu Os alunos pedirarn PREDICADO NOMINAL o predicado nominal tern por micleo urn nome (substantivo, tivo, ou pronome). Consideremos as seguintes frases: Pedro e doente " esta " " " " " ad.!: " anda " permanece " continua " ficou " parece " Em todas, a declaracao feita relativamente ao sujeito Pedro co. se no adjetivo doente. Este adjetivo e, na realidade, 0 predicado; mas, pelos seus teres de forma e posicao, recebe particular mente 0 titulo de dicativo, ou, apenas - predicativo. Os verbos que af figuram estar, andar, permanecer, continuar, ficar, parecer) sao indicativos dos diversos aspectos sob os quais se considera a de doente em relacao a Pedro. Chamam-se verbos de liga9tlo. PREDICADO VERBAL o predicado verbal, que exprime urn fato, urn acontec uma acao, tern por micleo urn verbo, acompanhado, ou nao, de elementos. 238 (0 que") " A crianca acudiu 0 professor aludiu ] ] (a quem?) (a que") (0 que") (a quem?) Em funcao do tipo de complemento que exigem para formar uma expressaocompreensiva, os verbos classificam-se, pois, em dois grandesgrupos: .- Intransittvos: ou de predicacao completa. - Transitivos: ou de predicacao incompleta. PREDICADOVERnO-NOMINAL o OU MISTO predicado verba-nominal ou misto tern dois nucleos: urn, expresso porurn verbo, intransitivo ou transitivo; outro, indicado por urn nome, chamado, tambem, predicativo. A razao que 0 predicado misto representa a fusao de urn predicado verbalcom urn predicado nominal. Exprimindo urn fato, encerra a defini<;aode urn ser. Cumpre distinguir dois casos: e 1) 0 predicativo se refere ao sujeito da oracao: trem chegou atrasado, * o os elementos resultantes da decornposicao chegou. o trem seriam: (0 trem estava) atrasado. 'Nada mais claro nem mais conciso do que esses dizeres em que dois vocabulos associ ados , por duas proposicoes distintas. Partiu Mente resulta dos pensapartiu e estava doente quando partiu. Daf 0 usa, em latim e outros idiomas, nominativo para 0 anexo em tais frases. A analise do grarnatico ou lingiiista claro 6, volver a essa operacao psicologica nem decompor em muitas ?sque a linguagem se limita a expressar em dois vocabulos. " (Said Ali, Grahl. t6rica da lingua portuguesa, cit., p. 157, nota}. 239