JOSÉ OTÁVIO DE BARROS LEITE PREVENÇÃO DO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA NO MUNICÍPIO DE BANDEIRANTES ESF: PROJETO DE INTERVENÇAO CAMPO GRANDE 2011 JOSÉ OTÁVIO DE BARROS LEITE PREVENÇÃO DO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA NO MUNICÍPIO DE BANDEIRANTES ESF: PROJETO DE INTERVENÇAO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialização em Saúde da Família, sob a orientação do professor especialista Luciano Rodrigues Trindade. CAMPO GRANDE 2011 RESUMO Nas últimas décadas foram marcadas pela consolidação de evidências científicas do mais alto nível no manejo e avaliação das doenças cardiovasculares. A maioria das mortes dos pacientes com infarto agudo do miocárdio (IAM) ocorre nas primeiras horas, ainda na fase pré-hospitalar, indicando a gravidade da situação. E valido ressaltar que a metade das mortes por doença cardíaca coronariana (um quarto de um milhão por ano) está diretamente relacionada com o IAM, e pelo menos a metade destas mortes ocorre ate 1 hora após o inicio dos sintomas, e antes do paciente chegar à unidade de emergência do hospital. A educação da população para que se conscientize da gravidade e para que reconheça que existem fatores de riscos que aumentam a incidência do IAM, é uma preocupação da Saúde Pública, e o objetivo é de prevenir às complicações das patologias que podem ser evitadas ou controladas, por meio de um projeto de intervenção com um atendimento humanizado da equipe de saúde e esclarecedor a população. Palavras – chave: doenças cardiovasculares; infarto do miocárdio; projeto de intervenção; atendimento humanizado SUMÁRIO 1INTRODUÇAO .............................................................................04 2REVISAO LITERÁRIA ...............................................................06 2.1ANATOMIA E FISIOLOGIA CARDIACA .............................06 2.2IAM .............................................................................................07 2.3DIAGNOSTICO .........................................................................08 2.3.1QUADRO CLINICO ...............................................................08 3FATORES DE RISCO ..................................................................10 3.1TABAGISMO .............................................................................10 3.2HIPERTENSAO ARTERIAL ....................................................10 3.3DISLIPEDEMIAS .......................................................................11 3.4DIABETES ..................................................................................12 3.5SEDENTARISMO ......................................................................13 3.6OBESIDADE ...............................................................................13 4OBJETIVOS....................................................................................15 4.1GERAL ........................................................................................15 4.2ESPECIFICOS .............................................................................16 5METODOLOGIA ...........................................................................17 5.1PROJETO DE INTERVENÇAO ................................................17 6RESULTADOS ESPERADOS .......................................................20 CONCLUSAO ...................................................................................21 REFERENCIAS ................................................................................22 1 INTRODUÇAO As doenças cardiovasculares tem se apresentado, nas ultimas décadas, em proporções expressivas dentre as causas de morbidade e mortalidade, tanto nos países desenvolvidos como nos em desenvolvimento e a doença isquêmica do coração é o componente principal desta mortalidade. Dentro desse grupo de doenças, o infarto agudo do miocárdio (IAM) é a principal causa de morte, vitimando cerca 300 mil brasileiros por ano. Apesar dos avanços marcantes nas ultimas décadas, a prevenção, o diagnostico e tratamento do IAM, continua sendo o maior problema de saúde publica no mundo, quase 1,5 milhões de pacientes sofrem anualmente de IAM, cerca de (01) um paciente a cada vinte segundos (BRAUNWALD,1999). No passado, a identificação e o tratamento da doença cardíaca, enfocavam os homens de meia idade. Entretanto, mais recentemente estudos demonstram que outros seguimentos da população também são gravemente afetados por esses problemas. As doenças do aparelho circulatório representam a muitas décadas, principal causa de morte e um grande número de internações que são realizadas pelo SUS, na faixa etária de 30 a 60 anos, elevam muito o custo da saúde, em decorrência das complicações dessas patologias, levando inclusive a procedimentos de alta complexidade. Devemos dar maior atenção principalmente a Diabetes mellitus e a Hipertensão arterial, como fatores de riscos, fazendo na ESF, acompanhamento após identificação dos indivíduos, e desenvolver ações voltadas à promoção e prevenção das doenças crônicas em especial as citadas. Sabemos que somente com o apoio da União em conjunto com o Estado e Município, conseguiremos atendimento eficiente e redução da morbimortalidade, e com isso poderemos tratar e acompanhar aproximadamente 65% dos casos detectados. No estudo da Diabetes mellitus, chega-se a conclusão que afeta a população na faixa etária de 30 a 69 anos e a prevalência de 60 a 69 anos e a Hipertensão arterial na faixa de 18 a 70 anos, com prevalência entre 40 a 70 anos e é certo afirmar que a grande maioria da população afetada, esta desinformada e desconhece ser portadora dessas patologias, e os sabedores, revelam não seguir a risca as orientações dos profissionais de saúde. A grande preocupação nos dias atuais é assegurar um atendimento com qualidade, o que se torna possível por meio de um trabalho voltado para o acompanhamento, o respeito à dignidade do paciente da família e a promoção do trabalho em equipe. Esse trabalho deve ser desenvolvido por profissionais comprometidos e conscientes quanto aos seus deveres éticos e tecnicamente habilitados para o desenvolvimento de suas atribuições (NUNES, apud MOTTA, 2003). Na intenção de promover um melhor acompanhamento dos pacientes portadores de Hipertensão arterial e Diabetes mellitus, e contribuindo para a melhoria da qualidade de vida destes, optou-se propor melhor capacitação da equipe da saúde da família, para melhorar o desempenho e desenvolvimento das ações. Motivação deste assunto de considerável interesse para sociedade teve inicio durante atendimento a população do município de Bandeirantes – MS, onde se verificou elevado número de pacientes com Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus e muitos descompensados, que levaram a complicações como o IAM, e que se houvesse assistência multidisciplinar e os cuidados individualizados, poderiam estar saudáveis. 2 REVISAO LITERÁRIA 2.1 Anatomia e fisiologia cardíaca O coração é um músculo que bombeia sangue para todas as partes do corpo, sendo as câmaras esquerdas responsáveis pelo bombeamento do sangue rico em oxigênio para os tecidos. As artérias coronárias transportam o sangue rico em oxigênio para a superfície do coração e para dentro do próprio músculo cardíaco. São três as principais artérias coronárias: Artéria coronária direita, A descendente anterior e a Circunflexa, essa importante artéria ramificam-se em artérias menores que suprem de sangue cada parte do músculo cardíaco. Pois quando a oclusão do fluxo sanguíneo da artéria coronária devido a trombos, ocorre o infarto agudo do miocárdio (GUYTON e HALL, 1997). O sistema cardiovascular é formado por coração, artérias capilares e veias e é responsável pelo transporte e oxigênio e nutrientes aos tecidos, alem de remover gases carbônicos e metabólicos. O coração é um propulsor de fluxo sanguíneo venoso para o sistema pulmonar e de fluxo sanguíneo arterial para todo corpo. Essa capacidade é resultante de cinco características únicas do tecido cardíaco: Automaticidade: capacidade de iniciar seus próprios impulsos elétricos; Excitabilidade: capacidade de responder a estímulos elétricos; Condutividade: capacidade de transmitir o estimulo elétrico; Contratilidade: capacidade de distender e retrair com uma única unidade; Ritmicidade: capacidade de repetir o ciclo com regularidade; O infarto agudo do miocárdio é uma doença onde uma parte ou toda a artéria coronária fica obstruída, não permitindo que o miocárdio receba suprimento de sangue e oxigênio. Ocorrendo então, isquemia do miocárdio. Os fatores de risco incluem uma historia familiar, doença coronária, angina, DM, fumo, obesidade, hipertensão arterial, sedentarismo (POTTER E PERRY, 1998). É o processo pelo qual, áreas de células miocárdicas no coração são destruídas permanentemente, ocorre necrose, ou seja, morte das células. É geralmente causada pela diminuição do fluxo sanguíneo nas artérias coronárias devido à formação de ateroma, trombo e embolo (ROGERS, OSBORN E POUSADA, 1992). Significa a morte das células cardíacas causadas por isquemia prolongada. Em geral, essa isquemia é causada por trombose e o vaso espasmo sobre uma placa aterosclerótica. O processo migra do subendocárdico para o epicárdico. A maior parte é caudada por formação de trombo sobre placas vulneráveis, ricas em lipídios, e esta associada a erosão de placa de ateroma (DAVIS, 2000). 2.2 Infartos agudo do miocárdio-conceito Infarto agudo do miocárdio é o processo pelo qual o tecido miocárdio é destruído em regiões do coração desprovido de um suprimento sanguíneo suficiente, em redução no fluxo sanguíneo coronariano. A causa dessa diminuição no fluxo sanguíneo e o estreitamento repentino de uma artéria coronária pela aterosclerose, ou pela obstrução total de uma coronária por embolo ou trombo. A redução do fluxo sanguíneo coronariano também pode ser resultado de um choque ou hemorragia, em todos os casos, há um desequilíbrio grave entre o consumo e a demanda do oxigênio pelo miocárdio (SMELTZER e BARE, 2002). Define-se por infarto agudo do miocárdio, uma área do músculo que apresenta fluxo zero ou fluxo tão pequeno a ponto de não manter a função do músculo cardíaco esta infartado. (GUYTON e HALL, 1997). Para Smeltzer e Bare (2002), infarto agudo do miocárdio é um processo no qual região do músculo cardíaco sofrem diminuição prolongada e severa de suporte de oxigênio, sendo assim provocando uma isquemia prolongada e conseqüente necrose da área lesada. 2.3Diagnóstico O diagnostico do infarto agudo do miocárdio é realizado com base no quadro clinico, nas alterações eletrocardiografias e na elevação dos marcadores bioquímicos de necrose (DAVIS, 2000). 2.3.1 Quadro clínico O quadro clínico clássico de IAM se caracteriza por dor precordial ou retroesternal, por vezes epigástrica, com irradiação para membros superiores (esquerdo), mandíbula e ou região dorsal. Algumas vezes a apresentação clinica é atípica, sem dor característica, com manifestação de desconforto, peso ou mal estar torácico (STEFANINI, KASINSKI e CARVALHO, 2004). O infarto do miocárdio pode ocorrer na ausência de dor, mas com náuseas, mal estar, dispnéia, taquicardia ou ate confusão mental (TOPOL e MARSO, 1999). Pacientes que sofrem de IAM, em geral, parecem ansiosos e consideravelmente angustiados (BRAUNWALD, 1999). No infarto agudo do miocárdio o exame físico pode evidenciar fácies de dor, palidez, sudorese, extremidades frias, náuseas e vômitos. Os níveis pressóricos e a freqüência cardíaca podem ser normais aumentando ou diminuindo (LAGES 2001). A característica do IAM é a dor prolongada, localizada na região subesternal, epigástrica, abdominal alta ou precordial, e se irradia para o pescoço, ombro, mandíbula, braço esquerdo e mão esquerda. A dor do IAM dura mais tempo (tipicamente a varias horas) se comparada a da angina, não sendo confiavelmente aliviada por repouso ou por nitroglicerina. O inicio do IAM geralmente não esta relacionado ao esforço ou a outros fatores precipitantes aparentes. No entanto, o IAM tende a começar durante o estresse físico ou emocional em poucas horas após o despertar, com mais freqüência do que pode se explicar. Estima-se que pelo menos 20% dos IAMs são indolores (silenciosos) ou atípicos não reconhecíveis. Os pacientes idosos e com diabetes apresentam uma tendência particular a um infarto do miocárdio indolor ou atípico, podendo ocorrer de um terço ate a metade de tais paciente. 3 Fatores de risco 3.1 Tabagismo O tabagismo e o fator de risco importante para coronariopatias, responsável por um quinto das mortes por DVC, e por 29% da mortalidade por DAC. O número de cigarros fumados diariamente esta diretamente relacionada ao risco de infarto do miocárdio. Após o primeiro ano de cessação do tabagismo, o risco para doença cardiovascular significativamente, e após cinco anos esta próximos do normal, desaparecendo em torno de 10 a 15 anos. E importante estimular fortemente o paciente a parar de fumar se necessário com auxilio de programas especifico, inclusive reposição de nicotina. Estudos epidemiológicos e clínicos demonstraram que o fumo, hipercolesterolêmica e hipertensão arterial representam os principais fatores de risco para IAM (BORGES, 2005). 3.2 Hipertensão arterial A hipertensão arterial e um dos fatores de mortalidade por DCV. A cada 10mmHg que aumenta a pressão sistólica ocorre significativo aumento do risco de eventos cardiovasculares/idade,ou seja,aumento de 20% nos indivíduos na faixa de 35 a 64 anos e de 13% entre aqueles com idade acima de 65 anos.O aumento correspondente na pressão arterial diastólica é de 13 a 19% nas respectivas faixas etárias.Os portadores de hipertensão arterial tem risco 2 a 4 vezes maior para DCV,quando comparados ao normotensos.A PAS é responsável pelo comprometimento dos órgãos-alvo(coração,cérebro e rim),ao passo que a PAD esta relacionada a arteriopatia periférica ( BORGES, 2005). O objetivo na prevenção primaria ou secundaria é manter os níveis pressóricos a baixo de 140/90mmHg (abaixo de 130/85 em diabéticos miocardiopatas). A hipertensão sistólica na mulher e importante percussor para óbito, tanto em negras como em brancas, ao passo que a hipertensão diastólica se relaciona com maior mortalidade em mulheres negras. Na mulher, o desenvolvimento de hipertensão arterial esta associado ao aumento do peso corporal, ao consumo de álcool, ao menor consumo de magnésio e de alimentos ricos em fibras. O aumento do volume de ejeção, uma conseqüência do maior débito cardíaco, geralmente na presença de freqüência cardíaca normal, pode ser responsável, em parte, pela hipertensão e hipertrofia ventricular esquerda dos indivíduos obesos (WALSH, 1973). 3.3 Dislipidemias Doenças primárias ou secundárias que alteram desfavoravelmente o nível sérico de colesterol total ou suas frações (HDL, LDL, VLDL) ou os níveis de triglicérides. As dislipidemias, sobretudo as que se associam ao aumento do LDL colesterol são principal fator para aterosclerose e, secundariamente, para as doenças cardiovasculares (PEDROSO e OLIVEIRA, 2007). A importância da redução dos níveis plasmáticos de LDL-colesterol na prevenção secundaria tem sido demonstrada em estudos que utilizaram medicamentos para reduzir esta lipoproteína em pacientes após episódios de IAM. Existem hoje evidencias dos efeitos benéficos da utilização de estatinas precocemente, após evento coronariano agudo, com o objetivo de estabilizar a placa aterosclerótica. A introdução dos medicamentos redutores de colesterol na fase de hospitalização determina maior adesão do paciente ao tratamento ao longo do tempo. É importante lembrar que após episódios de IAM os níveis de lipídios levam 4 a 6 semanas para voltar aos níveis basais. 3.4 Diabetes mellitus É o conjunto de doenças metabólicas que provocam hiperglicemia por deficiência insulina. Essa deficiência pode ser absoluta, por baixa produção, ou relativa devido à resistência periférica à insulina. As complicações cardiovasculares e cerebrovasculares são as mais graves e contribuem para mais da metade dos casos de infarto Agudo do miocárdio. Acomete cerca de 10 milhões de brasileiros em proporção similar entre homens e mulheres. Pelo menos um quarto dos pacientes não sabe que são diabéticos e, sem tratamento, evoluirão para as complicações graves. (PEDROSO E OLIVEIRA, 2007). O diabetes mellitus é um fator de risco importante para DAC, devido a alta incidência de mortalidade decorrente da associação entre o diabetes e o infarto do miocárdio. O diabetes tipo II esta associado a significativamente aumento do risco de mortalidade cardiovascular, com incidência que pode chegar a 60%, dos quais aproximadamente 80% por IAM. Entre os pacientes com síndromes coronárias agudas, aqueles portadores de diabetes, por si só, são considerados de mais alto risco para evolução com reinfarto ou óbito. 3.5 Sedentarismo Estudos epidemiológicos têm mostrado que o combate ao sedentarismo com atividades físicas regulares reduz o risco de eventos coronarianos. O risco relativo para morte por coronariopatias é de 1,9 entre pessoas que se mantêm sedentárias no trabalho em relação às que tem ocupação que leva a alguma atividade física. Os mecanismos pelos quais a pratica de exercícios físicos reduz risco para eventos coronarianos estão relacionados ao controle de outros fatores de risco. Assim, o aumento da atividade física eleva os níveis de HDLcolesterol, diminuindo a resistência a insulina, contribui para a redução do peso para a redução da pressão arterial. O exercício contribui para melhora da função cardiovascular, na medida em que aumenta o debito cardíaco máximo e a quantidade de extração de oxigênio do sangue pelos tecidos. (PEDROSO E OLIVEIRA, 2007). Em termos de prevenção, e importante indagar ao paciente, na avaliação de rotina, sobre a atividade física no dia-a-dia e os hábitos de exercício físico. A meta é que as pessoas se exercitem com atividade aeróbica regularmente durante 30 minutos diariamente, ou pelo menos cinco vezes por semana. São aconselhados programas supervisionados por médicos para aqueles que têm baixa capacidade funciona e outros problemas de saúde 3.6 Obesidade A obesidade tem sido considerada verdadeira epidemia. Tendência a menor atividade física e modificação nos hábitos alimentares, com maior ingestão de gorduras e carboidratos, têm determinado maior número de obesos na população. O risco que a obesidade determina para a saúde não está relacionado somente com grau, mas também com a distribuição da gordura corpórea. Assim, a chamada obesidade visceral, caracterizada pela excessiva adiposidade no abdome e na cintura, esta relacionada à maior risco de DAC e IAM, tanto em homens como em mulheres. A obesidade freqüentemente acompanha outros fatores de risco para IAM, como hipercolesterolêmica, baixos níveis de HDL-colestrol, hipertensão arterial, intolerância a glicose ou mesmo diabetes, hoje considerados no conjunto como síndrome plurimetabólica. Para a correção adequada destes distúrbios e fundamental adesão a dieta restrita e aos exercícios físicos. Para a prevenção primaria e secundaria das doenças cardiovasculares deve-se te como meta alcançar o peso ideal (BORGES, 2005). Com prevalência atual de cerca de 12% crescendo a cada ano, a obesidade está se tornando um dos mais graves problemas de saúde publica por ser relacionado à hiperlipidemia, hipertensão diabetes mellitus que são fatores de risco de doença cardiovascular, cerebrovasculares ( PEDROSO e OLIVEIRA, 2007). A obesidade pode acelerar a aterosclerose pela sua influencia sobre dois agentes críticos, a hipertensão arterial e a concentração dos lipídeos séricos. O efeito da obesidade quando considerado das conseqüências da hipercolesterolemia e da hipertensão é mais suscetibilidade acentuada aumentando à morte súbita e ao Infarto agudo do miocárdio (WALSH, 1973). 4 OBJETIVOS 4.1 Objetivos gerais Fatores de riscos são muitos, mas podemos citar aqueles de elevada importância e de fácil acompanhamento e controle pela ESF, onde temos a certeza que uma equipe bem treinada e motivada, levará a população descrita, a uma melhor qualidade de vida, com o controle das patologias. Sabemos que a Hipertensão Arterial e a Diabetes Mellitus, são os principais fatores de risco do IAM, mas podemos também acrescentar a Hereditariedade, a Hipercolesterolemia, o Hipertrigliceridemia e Tabagismo. HEREDITARIEDADE – precisamos estar atentos a pessoas que na família, por exemplo, parentes próximos tiveram infarto, angina ou foram operados do coração antes dos 60 anos, porque o aspecto genético é relevante para o desenvolvimento das doenças que levam ao IAM. HIPERTENSÃO ARTERIAL – o controle da pressão arterial e mante-la em níveis adequados, é fundamental para prevenir doenças cardíacas. DIABETES MELLITUS – controlar a glicemia é indispensável nas pessoas portadoras da doença. COLESTEROL – o controle do metabolismo das gorduras tem de ser sistemático e permanente e existem medicamentos eficazes que ajudam a manter o colesterol total e frações dentro dos padrões de normalidade. TRIGLICERÍDEOS – controlar a ingestão de carboidratos e praticar exercícios físicos para melhor controle dos triglicerídeos. TABAGISMO – a nicotina é um dos mais agressivos fatores de risco das doenças cardíacas. 4.2 Objetivos específicos É importante frisar que uma boa alimentação acompanhada de exercícios físicos uma boa qualidade de vida, com certeza serão a grande prevenção no controle das doenças que levam ao IAM. A hereditariedade já nos informa que aquele indivíduo deverá ter o controle da saúde desde cedo, para que, pelo menos amenize ou diminua a probabilidade de desenvolver patologias e complicações que levem ao IAM. A Hipertensão Arterial e a Diabetes Mellitus como grandes fatores de risco ao IAM, deverão ser diagnosticados, tratados e acompanhadas pela equipe multidisciplinar, com controle de exames específicos e uso de medicamentos corretos em horas prescritas, pelo médico. Uma alimentação adequada e controlada por nutricionista, e pratica exercícios físicos, pelo menos meia hora por dia quatro vezes por semana, mas sempre acompanhado por médicos, e verificar constantemente a pressão arterial. Sempre procurar a ESF para encaminhamento de exames específicos, como ECG e teste ergométricos, a fim de avaliar o aparelho cardiovascular quando submetido a esforço físico. O fornecimento de medicamentos pela rede de atenção básica, não pode ser interrompida, o que poderá prejudicar a saúde dos seus usuários. Os exames laboratoriais básicos deverão ser postos a disposição, para o controle, das taxas de colesterol total e frações e outros exames que se façam necessários para prevenção. O tabagismo deve ser combatido intensamente, e para tanto já existem recursos para aqueles que precisam e querem se livrar da nicotina, que aumenta a frequência cardíaca e o espasmo dos vasos sanguineos, aumentam também a predisposição da placa ateroesclerótica de formar trombos.. O estresse também deverá ser controlado, pois ele pode aumentar a probabilidade de manifestações das doenças coronarianas, desde que associadas com outros fatores de risco. A PREVENÇÃO É PARA TODOS E TAMBÉM PARA AQUELES QUE JÁ TIVERAM INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO 5 METODOLOGIA Trata-se de um estudo de avaliação dos fatores de risco para prevenir o IAM, tendo como ponto de partida, inúmeros casos em Bandeirantes-MS, cujo final foi à evolução dos pacientes que desenvolveram IAM por falta de prevenção na ESF. Para viabilizar o alcance dos objetivos propostos neste estudo, considera-se pertinente o apoio de órgãos de fundamental importância, como a União, o Estado e Município, com as estruturas da secretaria de saúde e conselho municipal de saúde. O desenvolvimento da pesquisa teve também consulta a literatura de IAM, junto ao Ministério da Saúde, a publicações de estudos de prevenção de renomados professores, e de publicações de trabalhos voltados para prevenção de fatores de risco do IAM. Os estudos mostraram os fatores de riscos mais comuns que podemos combater e as intervenções que podemos fazer para evitar. Por tudo isso procuraremos desenvolver um projeto de intervenção descrito a seguir. 5.1 PROJETO DE INTERVENÇAO O Projeto divide-se em 4 etapas: 5.1.1 Capacitação de multiplicadores para atualização de profissionais da rede básica na atenção à HA e ao DM A atualização dos profissionais da rede básica deve ser através de palestras, de cursos de orientação na busca de novos casos, de reciclagem do programa de Hiperdia, de estudo de casos clínicos, sendo desenvolvidas estas orientações e treinamento principalmente na sua área de atuação, e esta educação desses profissionais das unidades básicas, deverá ser permanente, e a capacitação presencial. 5.1.2 Campanha de informação e de identificação dos casos suspeitos de HA, DM e promoção de Hábitos Saudáveis de Vida Campanha informativa para a população sobre a HA e DM e sobre os fatores de riscos e complicações dessas patologias; esta etapa deve atingir toda população que atender ao chamado, com idade igual ou superior a 18 anos para HA e 30 anos para DM. 5.1.3 Confirmação diagnóstica e início de terapêutica Os casos suspeitos de DM e HA devem ser vinculados às Unidades Básicas de Saúde e/ou as Equipes de Saúde da Família, onde devem ser solicitados os exames necessários para a confirmação diagnóstica e início do tratamento adequado. Nessas doenças crônicas e pouco sintomáticas e cujos tratamentos implicam em mudanças de hábitos de vida, devemos buscar formas adequadas e criativas para enfrentá-las. 5.1.4 Cadastramento e vinculação dos pacientes portadores de HA e DM às unidades básicas de saúde Da mesma forma devemos vincular os casos confirmados às Unidades Básicas de Saúde e/ou Equipes de Saúde da Família, para o acompanhamento clínico e laboratorial, e aqueles que necessitarem de atendimentos especializados e/ou internação hospitalar deverão ser encaminhados para os demais níveis de complexidade do sistema de saúde pactuados pela secretaria de saúde. 5.2 POPULAÇÃO ALVO É a população acima de 18 anos para HA e acima de 30 anos para DM e segundo o IBGE existem cerca de 40 milhões na faixa etária a partir de 40 anos, e 75% destes se utilizam do SUS, ou seja, cerca de 30 milhões. 5.3 OPERACIONALIZAÇÃO DO PROJETO A capacitação dos profissionais de saúde, principalmente os médicos e enfermeiros, é primordial para o sucesso do plano, e essas capacitações devem ser através de cursos sobre HA e DM. Aos Agentes Comunitários de Saúde, deverão ser levadas informações e orientações de como identificar os fatores de riscos para HA e DM, através de vídeos e materiais didáticos, encontrados na rede pública. Os exames complementares devem ser ofertados, para identificação de alterações metabólicas e comprometimento de órgãos que apresentem lesões, e é de fundamental importância para acompanhamento dos portadores de HA e DM, e nos casos em que houver necessidade de atenção especializada, será necessário a pactuação com centros maiores para atendimento do fluxo de pacientes, através da referência e contra-referência. Existe uma padronização de exames complementares no SUS para atender a demanda. Importante lembrar e frisar que a partir de 1998 foi fundamental a aprovação da Política Nacional de Medicamentos (PNM), que assegurou o acesso da população a medicamentos essenciais gratuitos eficazes e de qualidade, estando disponíveis nas unidades básicas, o Captopril 25 mg, o HCTZ 25 mg e o Propranolol 40 mg para a HA e para DM a Glibenclamida 5 mg, a Metformina 500/850 mg, além da insulina NPH 100ui. 5.4 OPERACIONALIZAÇÃO DAS ETAPAS Na primeira etapa de capacitação, os profissionais devem ser orientados para o aprimoramento do diagnóstico, tratamento e controle da HA e DM. Para a divulgação, devemos contar com apoio de cartazes, radio comunicação, camisetas, e associações sem fins lucrativos, palestras e distribuição de folhetos, etc. Na etapa 2 para a detecção de DM, devese utilizar exames de resultado rápido, como a glicemia capilar realizados pelos glicosímetros e os casos considerados suspeitos deverão ser encaminhados para exames laboratoriais mais específicos, ou seja glicemia de jejum e glicemia pós-prandial. A detecção de suspeitos de HA devera ser seguida o protocolo instituído pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, e também distribuídos folders, cartazes, folhetos explicativos para a população alvo. Nestas fases deverão ser feitas parcerias com todas as áreas de saúde, com compromisso de fornecimento de materiais, apoio de ações educativas, ofertas de medicamentos essenciais, mobilização de pessoal da secretaria de saúde, conselho municipal de saúde, e divulgação do trabalho de busca ativa de novos casos e de casos suspeitos. 6 RESULTADOS ESPERADOS Correção do estilo de vida da população e intervenção em fatores de risco coronariano; Adaptar a população as restrições, mudanças de hábitos, cuidados e medicação às necessidades de cada um deles, para garantir uma qualidade adequada de vida; Interrupção do tabagismo: uma medida essencial por ser o maior fator de risco cardiovascular que pode ser removido completamente; Adotar atividade física regular a população de risco: Contribui para a melhora da saúde e qualidade de vida ao promover emagrecimento quando necessário, redução do risco cardiovascular, melhora do condicionamento cardiorrespiratório e locomotor; Ter atendimento humanizado e esclarecedor a população adotando várias estratégias a diferentes perfis de clientela; Dieta saudável adotada pela população, restrição de sal, reduzir o consumo de gorduras trans (hidrogenadas). Diminuição e manutenção aos demais fatores de risco (hipertensão, diabetes, obesidade, sedentarismo). Diminuir no mínimo 50% das mortes por IAM por meio da prevenção. CONCLUSÃO De fato, todo o conteúdo abordado neste trabalho especifica de forma geral, coerente e clara o processo de prevenção do infarto agudo do miocárdio e os métodos mais utilizados que levam a diminuir os fatores de riscos, sendo estes benefícios quando aplicados de forma adequada favorável a diminuição de casos, indicando um prognóstico positivo na maioria das vezes. Cabe ressaltar que muitos dos métodos deverão ser utilizados de forma continua e adequada sem interrupção, seja qual for à alegação do paciente. Visando a prevenção de um possível agravo a saúde individual e coletiva, com enfoque promoção e prevenção a saúde com incentivo a Educação em Saúde. Isto denota um aspecto positivo em relação à assistência prestada ao cliente em seu atendimento na ESF. Portanto são essas variáveis que auxilia no manejo adequado do paciente, aumentando desse modo a qualidade de vida de indivíduos em idade ativa. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS BRAUNWALD, E. Tratado de Medicina cardiovascular, São Paulo, 1999. GUYTON, Arthur C; Hall, John E. Tratado de Fisiologia Médica. 10 Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. MOTTA, C.L.A. Assistência de Enfermagem em Cardiologia, São Paulo: Iátria, 2003. POLANCZYK, C. A. Aplicando Protocolos na Doença Cardiovascular Arq. Bras. Cardiol. V. 82, n.4, p.307, Abr. 2004. SMELTZER C; BARE Brenda G. Tratado de Enfermagem Médico – Cirúrgica.