RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO

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APROVADO EM
14-07-2009
INFARMED
RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
1. NOME DO MEDICAMENTO
SAFLUTAN 15 microgramas/ml colírio, solução, recipiente unidose
2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA
1 ml de colírio, solução, contém 15 microgramas de tafluprost.
Um recipiente unidose (0,3 ml) de colírio, solução, contém 4,5 microgramas de
tafluprost.
Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.
3. FORMA FARMACÊUTICA
Colírio, solução, recipiente unidose (colírio).
Solução límpida e incolor.
4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS
4.1 Indicações terapêuticas
Redução da pressão intra-ocular elevada em glaucoma de ângulo aberto e
hipertensão ocular.
Como monoterapia em doentes:
que beneficiariam de um colírio sem conservantes
com resposta insuficiente à terapêutica de primeira linha
intolerantes ou com contra-indicação para a terapêutica de primeira linha.
Como terapêutica adjuvante aos beta-bloqueadores.
4.2 Posologia e modo de administração
Posologia
A dose recomendada é uma gota de SAFLUTAN no saco conjuntival do(s) olho(s)
afectado(s) uma vez por dia, à noite.
Não se deverá exceder uma dose por dia, dado que uma administração mais
frequente pode reduzir o efeito de diminuição da pressão intra-ocular.
Para utilização única, um recipiente é suficiente para ambos os olhos. Após a
aplicação, qualquer solução não usada deve ser imediatamente rejeitada.
Utilização em idosos:
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Não é necessário alterar a posologia em doentes idosos.
Utilização em crianças e adolescentes:
Tafluprost não é recomendado em crianças ou adolescentes com idade inferior a 18
anos, devido à ausência de dados de segurança e eficácia.
Utilização em caso de insuficiência renal/hepática
Tafluprost não foi estudado em doentes com insuficiência renal/hepática e, por
conseguinte, deve ser usado com precaução nesses doentes.
Modo de administração
A fim de reduzir o risco de escurecimento da pele da pálpebra, o doente deve limpar
qualquer excesso de solução na pele. Tal como com qualquer colírio, é recomendada
a oclusão nasolacrimal ou fechar suavemente a pálpebra após a administração. Tal
pode reduzir a absorção sistémica dos medicamentos administrados por via
oftálmica.
Se estiver a ser utilizado mais do que um medicamento oftalmológico tópico, cada
um deverá ser administrado com, pelo menos, 5 minutos de intervalo entre si.
4.3 Contra-indicações
Hipersensibilidade ao tafluprost ou a qualquer dos excipientes.
4.4 Advertências e precauções especiais de utilização
Antes de iniciar o tratamento, os doentes deverão ser informados sobre a
possibilidade de crescimento dos cílios, escurecimento da pele da pálpebra e
aumento da pigmentação da íris. Algumas destas alterações poderão ser
permanentes e podem causar diferenças no aspecto entre os olhos quando apenas
um olho é tratado.
A alteração na pigmentação da íris ocorre lentamente e pode não ser perceptível
durante alguns meses. A alteração da cor dos olhos foi predominantemente
observada em doentes com íris de cor mista, tais como castanho-azulado, castanhoacinzentado, castanho-amarelado e castanho-esverdeado. Em caso de tratamento
unilateral, é evidente o risco de heterocromia entre os olhos para toda a vida.
Não há experiência com tafluprost em glaucoma neovascular, de ângulo fechado, de
ângulo estreito ou congénito. Existe apenas experiência limitada com tafluprost em
doentes afáquicos e no glaucoma pigmentar ou pseudoexfoliativo.
Recomenda-se precaução ao utilizar tafluprost em doentes afáquicos,
pseudoafáquicos com cápsula posterior não íntegra ou com lentes de câmara
anterior, ou em doentes com factores de risco conhecidos de edema macular cistóide
ou irite/uveíte.
Não existe experiência em doentes com asma grave, pelo que se recomenda
precaução durante o tratamento.
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4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção
Não se prevê a ocorrência de interacções em seres humanos, visto que as
concentrações sistémicas de tafluprost são extremamente reduzidas após
administração oftálmica. Por conseguinte, não foram realizados estudos de
interacção medicamentosa específicos com tafluprost.
Em estudos clínicos, o tafluprost foi usado concomitantemente com timolol, sem
evidência de interacção.
4.6 Gravidez e aleitamento
Mulheres em idade fértil/contracepção
SAFLUTAN não deve ser utilizado em mulheres que possam engravidar, excepto se
estiver instituída contracepção adequada (ver secção 5.3).
Gravidez
Não existem dados suficientes sobre a utilização de tafluprost em mulheres grávidas.
Tafluprost pode ter efeitos farmacológicos nefastos durante a gravidez e/ou sobre o
feto/recém-nascido. Os estudos em animais revelaram toxicidade reprodutiva (ver
secção 5.3). Por conseguinte, SAFLUTAN não deve ser utilizado durante a gravidez,
excepto se for claramente necessário (no caso de não estarem disponíveis outras
opções de tratamento).
Aleitamento
Desconhece-se se o tafluprost é excretado pelo leite humano. Um estudo em ratos
revelou a excreção do tafluprost no leite materno após administração tópica (ver
secção 5.3). Por conseguinte, o tafluprost não deve ser usado durante o aleitamento.
4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas
Os efeitos de tafluprost sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas são
nulos. Tal como acontece com qualquer tratamento oftálmico, se a visão ficar
temporariamente turva após a instilação, o doente deverá esperar até que a visão
normalize antes de conduzir ou utilizar máquinas.
4.8 Efeitos indesejáveis
Em estudos clínicos, mais de 1200 doentes foram tratados com tafluprost, quer em
monoterapia quer como terapêutica adjuvante do timolol a 0,5%. A hiperemia ocular
foi o acontecimento adverso relacionado com o tratamento mais frequentemente
relatado. Ocorreu em, aproximadamente, 13% dos doentes que participaram nos
estudos clínicos com tafluprost, na Europa e nos EUA. Na maioria dos casos, foi
ligeira e levou à descontinuação do tratamento numa média de 0,4% dos doentes
que participaram nos estudos principais.
Os seguintes efeitos indesejáveis relacionados com o tratamento foram relatados
durante os ensaios clínicos com tafluprost, na Europa e nos EUA, após um
seguimento máximo de 12 meses:
Os efeitos indesejáveis são apresentados por ordem decrescente de frequência
dentro de cada classe de frequência.
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Afecções oculares
Muito frequentes (≥1/10): hiperemia conjuntival/ocular
Frequentes (≥1/100, <1/10): prurido ocular, irritação ocular, dor ocular, alterações
das pestanas (aumento do comprimento, espessura e quantidade), secura ocular,
descoloração das pestanas, sensação de corpo estranho no olho, eritema da
pálpebra, visão turva, lacrimejo aumentado, pigmentação da pálpebra, secreção
ocular, acuidade visual reduzida, fotofobia, edema da pálpebra e aumento da
pigmentação da íris.
Pouco frequentes (≥1/1000, <1/100): queratite punctata superficial, astenopia,
edema conjuntival, blefarite, desconforto ocular, ardor da câmara anterior, folículos
conjuntivais, conjuntivite alérgica, células na câmara anterior, pigmentação
conjuntival e sensação estranha no olho.
Doenças do sistema nervoso
Frequentes (≥1/100, <1/10): cefaleias
Afecções dos tecidos cutâneo e subcutâneas
Pouco frequentes (≥1/1000, <1/100): hipertricose da pálpebra
4.9 Sobredosagem
Não foram observados casos de sobredosagem. Não é provável que ocorra
sobredosagem após administração oftálmica. Se ocorrer, o tratamento deverá ser
sintomático.
5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
5.1 Propriedades farmacodinâmicas
Grupo farmacoterapêutico: Medicamentos usados no tratamento do glaucoma:
análogos da prostaglandina; código ATC: S01EE05
Mecanismo de acção
Tafluprost é um análogo fluorinado da prostaglandina F2α. O ácido de tafluprost, o
metabolito biologicamente activo de tafluprost, é um agonista altamente potente e
selectivo do receptor prostanóide FP humano. O ácido de tafluprost tem uma
afinidade 12 vezes superior para o receptor FP em comparação com o latanoprost.
Estudos farmacodinâmicos realizados em macacos indicam que o tafluprost reduz a
pressão intra-ocular através do aumento da drenagem uveoscleral do humor aquoso.
Efeitos clínicos na pressão intra-ocular
A redução da pressão intra-ocular inicia-se entre 2 e 4 horas após a primeira
administração e o efeito máximo ao fim de cerca de 12 horas após a instilação. A
duração do efeito mantém-se, pelo menos, durante 24 horas. Estudos principais
realizados com uma formulação de tafluprost contendo o conservante cloreto de
benzalcónio, demonstraram que o tafluprost é eficaz como monoterapia e tem um
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efeito aditivo quando administrado como terapêutica adjuvante do timolol. Num
estudo de 6 meses, o tafluprost revelou um efeito redutor da PIO significativo de 6 a
8 mmHg em diferentes alturas do dia, quando comparado com os 7 a 9 mmHg
obtidos com latanoprost. Num segundo estudo clínico de seis meses, o tafluprost
reduziu a PIO em 5 a 7 mmHg, quando comparado com 4 a 6 mmHg com timolol. O
efeito redutor da PIO do tafluprost manteve-se durante a extensão destes estudos
até aos 12 meses. Num estudo de 6 semanas, o efeito redutor da PIO do tafluprost
foi comparado com o seu veículo quando usado como adjuvante do timolol.
Comparado com os valores iniciais (medidos após um período de tratamento de 4
semanas com timolol), os efeitos redutores da PIO adicionais foram de 5 a 6 mmHg
no grupo do timolol-tafluprost e de 3 a 4 mmHg no grupo do timolol-veículo. As
formulações com conservante e sem conservante de tafluprost revelaram um efeito
redutor da PIO semelhante de mais de 5 mmHg num pequeno estudo cruzado com
um período de tratamento de 4 semanas.
Farmacodinâmica secundária
Quando foram tratados coelhos durante 4 semanas com uma solução oftálmica de
tafluprost a 0,0015%, uma vez ao dia, o fluxo sanguíneo da cabeça do nervo óptico
aumentou significativamente em comparação com os valores iniciais, quando
medidos por fluxometria a laser speckle aos dias 14 e 28.
5.2 Propriedades farmacocinéticas
Após administração oftálmica uma vez por dia de uma gota de colírio de tafluprost a
0,0015% sem conservante, em recipiente unidose, em ambos os olhos, durante 8
dias, as concentrações plasmáticas foram baixas e apresentaram perfis idênticos no
dia 1 e no dia 8. As concentrações plasmáticas atingiram o seu pico nos 10 minutos
após administração e reduziram para níveis inferiores ao limite mínimo de detecção
(10 pg/m) antes de uma hora após a administração. A média da Cmax (26,2 e 26,6
pg/ml) e da AUC0-último (394,3 e 431,9 pg*min/ml) eram idênticos nos dias 1 e 8,
indicando que foi alcançada a concentração do estado estacionário durante a
primeira semana de administração oftálmica. Não foram detectadas diferenças
estatisticamente significativas na biodisponibilidade sistémica entre a formulação
com conservante e sem conservante.
Num estudo em coelhos, a absorção de tafluprost no humor aquoso foi comparável
após uma instilação ocular única de solução oftálmica com conservante e sem
conservante de tafluprost a 0,0015%.
Em macacos, não se verificou uma distribuição específica de tafluprost radiomarcado
no corpo íris-ciliar ou coróide, incluindo o epitélio retinal pigmentado, o que sugere
uma baixa afinidade pelo pigmento da melanina.
A principal via metabólica de tafluprost em humanos consiste na hidrólise para ácido
de tafluprost, bem como na beta-oxidação para os ácidos de tafluprost
farmacologicamente inactivos, 1,2-dinor e 1,2,3,4-tetranor, os quais podem ser
glucuronados ou hidroxilados. O sistema enzimático do citocromo P450 (CYP) não
está envolvido no metabolismo do ácido de tafluprost.
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5.3 Dados de segurança pré-clínica
Os dados não clínicos não revelam riscos especiais para o ser humano, segundo
estudos convencionais de farmacologia de segurança, toxicidade de dose repetida,
genotoxicidade e potencial carcinogénico. Tal como com outros agonistas PGF2, a
administração oftálmica tópica de doses repetidas do tafluprost em macacos
produziu efeitos irreversíveis na pigmentação da íris e aumento reversível da fissura
da pálpebra.
Foi observado um aumento da contracção do útero de ratos e coelhos in vitro em
concentrações de ácido de tafluprost que excederam 4 a 40 vezes, respectivamente,
as concentrações máximas plasmática de ácido de tafluprost em humanos. A
actividade uterotónica do tafluprost não foi testada em preparados de útero humano.
Foram realizados estudos de toxicidade reprodutiva no rato e no coelho com
administração intravenosa. Em ratos, não foram observados efeitos adversos na
fertilidade, nem no desenvolvimento embrionário precoce, com uma exposição
sistémica superior a 12000 vezes a exposição clínica máxima, baseada na Cmax ou
superior a 75 vezes baseada na AUC.
Em estudos convencionais de desenvolvimento embrio-fetal, o tafluprost causou
reduções de peso corporal fetal e aumentos de perda pós-implantação. O tafluprost
aumentou a incidência de anomalias esqueletais em ratos, bem como a incidência de
malformações do crânio, do cérebro e da coluna em coelhos. No estudo em coelhos,
os níveis plasmáticos de tafluprost e dos seus metabolitos foram inferiores ao nível
de quantificação.
Num estudo de desenvolvimento pré-natal e pós-natal em ratos, foi observada
mortalidade acrescida em recém-nascidos, redução do peso corporal e atraso no
desdobramento do pavilhão auricular na descendência, após administração de doses
de tafluprost 20 vezes superiores à dose clínica.
Os estudos experimentais realizados em ratos com tafluprost radiomarcado
mostraram que cerca de 0,1% da dose aplicada topicamente nos olhos foi transferida
para o leite. Dado que a semi-vida do metabolito activo (ácido de tafluprost) no
plasma é muito curta (não detectável ao fim de 30 minutos em humanos), a maioria
da radioactividade provavelmente representou metabolitos com pouca ou nenhuma
actividade farmacológica. Com base no metabolismo do fármaco e nas
prostaglandinas naturais, espera-se que a biodisponibilidade oral seja muito baixa.
6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS
6.1 Lista dos excipientes
Glicerol
Di-hidrogenofosfato de sódio di-hidratado
Edetato dissódico
Polissorbato 80
Ácido clorídrico e/ou hidróxido de sódio para ajustamento do pH
Água para injectáveis.
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6.2 Incompatibilidades
Não aplicável
6.3 Prazo de validade
2 anos.
Após a primeira abertura da saqueta de alumínio: 28 dias.
6.4 Precauções especiais de conservação
Conservar no frigorífico (2ºC – 8ºC).
Após abertura da saqueta de alumínio:
Manter os recipientes unidose dentro da saqueta de alumínio original
Não conservar acima de 25ºC
Rejeitar um recipiente unidose aberto com eventuais restos de solução,
imediatamente após a utilização.
6.5 Natureza e conteúdo do recipiente
Recipientes unidose de polietileno de baixa densidade (PEBD) acondicionados em
saquetas de alumínio. Cada recipiente unidose contém um volume de enchimento de
0,3 ml e cada saqueta de alumínio contém 10 recipientes.
Estão disponíveis as seguintes apresentações: 30 recipientes unidose de 0,3 ml e 90
recipientes unidose de 0,3 ml.
É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.
6.6 Precauções especiais de eliminação
Não existem requisitos especiais.
7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Merck Sharp & Dohme, Lda.
Quinta da Fonte - Edifício Vasco da Gama, 19 - Porto Salvo
P.O. Box 214
2770-192 Paço d' Arcos
8. NÚMERO (S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE
INTRODUÇÃO NO MERCADO
10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO
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