C23S_NOTURNO_QUIMICA_TEORIA_2014_ALICE 18/12/13 09:39 Página 253 Físico-Química FRENTE 1 MÓDULO 11 Termoquímica: Entalpia: Reação Exotérmica e Endotérmica 1. PROCESSO EXOTÉRMICO E ENDOTÉRMICO Todas as reações químicas e todas as mudanças de estado físico liberam ou absorvem calor. Processos exotérmicos → → liberam calor Processos endotérmicos → → absorvem calor Exemplo Mudanças de estados físicos: Qreação = Qágua Qágua = m . c . Δt Q = quantidade de calor m = massa em gramas c = calor específico da água ( cal 1 ––––– g. oC ) Δt = variação da temperatura 2. VARIAÇÃO DE ENTALPIA (ΔH) O calor de um processo medido a pressão constante é chamado variação de entalpia, simbolizado por ΔH. ΔH = calor liberado ou absorvido em qualquer processo físico e químico (pressão constante). 3. ΔH EM PROCESSOS EXOTÉRMICOS O processo perde energia, pois é liberado calor. ΔH < 0 indica processo exotérmico. Hi > Hf ΔH < 0 ΔH = Hf – Hi Q = ΔH (a pressão constante) O calor liberado ou absorvido por uma reação química recebe o nome de calor de reação, podendo ser medido em joules, quilojoules, calorias ou quilocalorias. O calor de reação pode ser determinado experimentalmente (com um calorímetro) ou por meios teóricos (serão vistos nas aulas seguintes). Esquema de um calorímetro: O sinal de ΔH indica o sentido da transferência do calor, isto é, da reação para o ambiente ou do ambiente para a reação. ΔH > 0: processo endotérmico ΔH < 0: processo exotérmico Exemplos H2O(v) → H2O(l) ΔH = –10,5kcal Cgrafita + O2(g) → CO2(g) ΔH = –94kcal 4. ΔH EM PROCESSOS ENDOTÉRMICOS O processo recebe energia, pois é absorvido calor. ΔH > 0 indica processo endotérmico. ΔH > 0 Hf > Hi ΔH = Hf – Hi – 253 C23S_NOTURNO_QUIMICA_TEORIA_2014_ALICE 18/12/13 09:39 Página 254 Exemplos 5. NOTAÇÃO ANTIGA H2O(l) → H2O(v) ΔH = +10,5kcal 1 H2O(v) → H2(g) + –– O2(g) 2 ΔH = +58kcal Reação exotérmica: lado direito (calor positivo). Reação endotérmica: lado esquerdo ou lado direito (calor negativo). Lei de Hess – Cálculo do ΔH MÓDULO 12 1. EQUAÇÃO TERMOQUÍMICA Equação química com o valor do ΔH Exemplos 1) Cgrafita + O2(g) → CO2(g) ΔH = – 94kcal (25°C, 1atm) Interpretação: Quando 1mol de Cgrafita e 1mol de O2(g) reagem a 25oC e 1atm para originar 1mol de CO2(g), a reação libera 94kcal. A quantidade de calor de um processo (ΔH) é diretamente proporcional à quantidade de matéria (mols) de seus participantes. • do estado físico das substâncias: H2O(g) ΔH = – 58kcal 1 H2(g) + ––– O2(g) 2 H2O(l) ΔH = – 68kcal H2O(s) ΔH = – 70kcal ΔH depende: • da quantidade das substâncias: Cgrafita + O2(g) → CO2(g) 1mol 1mol 1mol (25oC, 1 atm) 2Cgrafita + 2O2(g) → 2CO2(g) 2mol 2mol 2mol ΔH = –188kcal (25oC, 1atm) libera 188kcal 254 – A temperatura é fixada em 25°C. A pressão é fixada em 1atm. Observação Se um processo for exotérmico em um certo sentido, será endotérmico no sentido contrário. 1 H2(g) + –– O2(g) → H2O(l) 2 ΔH = – 68kcal (exotérmica) ΔH = + 68kcal (endotérmica) ΔH = + 68kcal (25oC, 1atm) Interpretação: Quando 1mol de H2O(l) se decompõe a 25oC e 1atm para originar 1mol de 1 gás H2 e ––– mol de gás O2, a 2 reação recebe do início até o fim 68kcal. • da temperatura e da pressão (se houver gás na reação). 1 H2O(l) → H2(g) + –– O2(g) 2 1 2) H2O(l) → H2(g) + –– O2(g) 2 ΔH = – 94kcal libera 94kcal a) Reação endotérmica: Fe2O3(s) + 3C(s) + 491,5 kJ → → 2Fe(s) + 3CO(g) b) Reação exotérmica: C3H8(g) + 5O2(g) → → 3CO2(g) + 4H2O(l) + 2046kJ 2. CÁLCULO DO ΔH PELO MÉTODO DA SOMA DE REAÇÕES OU ETAPAS – LEI DE HESS Assim, a síntese da água sólida libera mais calor que a síntese da água gasosa e água líquida. • do estado alotrópico: Cgrafita + O2(g) → CO2(g) ΔH = – 94kcal Cdiamante+ O2(g) → CO2(g) ΔH = – 94,5kcal A substância simples diamante tem um conteúdo energético maior que a substância simples grafita, pois na sua combustão libera mais calor. Antes de 1840, o ΔH era determinado pelo método direto, isto é, experimentalmente por meio de um calorímetro. Exemplo 1 H2(g) + –– O2(g) → H2O(v) 2 ΔH = – 58kcal ↑ valor obtido experimentalmente Em 1840, Hess começou a calcular o ΔH pela soma de reações com ΔH conhecidos. 1 1) H2(g) + –– O2(g) → H2O(l) 2 ΔH1 = – 68kcal C23S_NOTURNO_QUIMICA_TEORIA_2014_ALICE 18/12/13 09:39 Página 255 2) H2O(l) → H2O(v) ΔH2 = +10kcal ––––––––––––––––––––––––––––– 1 H2(g) + –– O2(g) → H2O(v) 2 ΔH = – 58kcal Observe que ΔH = ΔH1 + ΔH2. O ΔH da síntese da água vapor é calculado pela soma dos ΔH (ΔH1 + ΔH2) das equações 1 e 2. Roteiro para obter o ΔH pelo método da soma de reações 1) Somar convenientemente as equações com ΔH conhecidos. 2) O resultado deverá ser a equação química com ΔH desconhecido (ΔH = ΔH1 + ΔH2 + … ). MÓDULO 13 ΔHf de H2(g) = 0 ΔHf de O2(g) = 0 ΔHf de N2(g) = 0 ΔHf de Na(s) = 0 É o calor liberado ou absorvido na reação de formação de 1mol de uma substância a partir de substâncias simples no estado-padrão. O estado-padrão de uma substância simples é a forma física e alotrópica mais abundante em que ela se apresenta a 25°C e 1atm. O2(g) → padrão O3(g) → não é padrão C(gr) → padrão C(d) → não é padrão C(gr) = grafita C(d) = diamante Exemplos 1 O (g) → H O(l) H2(g) + –– 2 2 2 Tabela de ΔHf (kcal/mol) C(gr) zero CH3OH(l) –57,0 NaCl(s) –98,6 CH4(g) – 17,0 C(d) +0,5 O2(g) CO2(g) –94,0 O3(g) C(gr) + 2Sromb → CS2(l) ΔHf = + 19kcal Sromb: enxofre rômbico entalpia de formação do sulfeto de carbono líquido ΔHf = + 34kcal entalpia de formação do ozônio gasoso Em decorrência da definição do ΔHf, temos uma convenção importante. Substância simples no estado-padrão → zero N2(g) zero H2O(l) – 68 +34,0 NH3(g) –11,0 CS2(l) +19 2. CÁLCULO DO ΔH PELO MÉTODO DAS ENTALPIAS DE FORMAÇÃO As entalpias de formação das substâncias podem ser usadas para calcular o ΔH de uma reação. Para isto, aplicamos a seguinte fórmula: ΔH = ∑ ΔHf produtos – ∑ ΔHf reagentes ΔHf = – 68kcal entalpia de formação da água líquida → ΔHf = 0 O ΔH depende apenas dos estados inicial e final. Entalpia de Formação 1. ENTALPIA OU CALOR DE FORMAÇÃO: ΔHf 3 –– O2(g) → O3(g) 2 Observação O ΔH será sempre o mesmo, não importa se é determinado pelo método direto ou pelo método da soma de reações. Esse raciocínio permite entender a Lei de Hess. ∑: somatória Seja uma equação genérica: aA + a.ΔHfA bB → b.ΔHfB cC + c.ΔHfC dD ΔH = ? d.ΔHfD ΔH = ∑ ΔHf produtos – ∑ ΔHf reagentes ΔH = [c . ΔHfC + d . ΔHfD] – [a . ΔHfA + b . ΔHfB] 3. EXEMPLO Calcule o ΔH do processo: CH4(g) + 2 O2(g) → CO2(g) + 2 H2O(l) Reação CH4(g) + 2 O2(g) → CO2(g) + 2 H2O(l) ΔHf(kcal/mol) –17 0 –17 – 94 2 (–68) – 94 – 136 = – 230 – 255 C23S_NOTURNO_QUIMICA_TEORIA_2014_ALICE 18/12/13 09:39 Página 256 ΔH = ∑ ΔHfprodutos – ∑ ΔHfreagentes Exemplos CH4(g) + 2 O2(g) → CO2(g) + 2 H2O(l) ΔH = – 230 – (–17) ΔH = – 213kcal ΔH = – 213 kcal entalpia de combustão do metano Observação De um modo geral, o ΔH assume o nome da própria reação. MÓDULO 14 HCl(aq) + NaOH(aq) → NaCl(aq) + H2O(l) ΔH = – 13,8kcal entalpia de neutralização Energia de Ligação 1. ENERGIA DE LIGAÇÃO OU ENTALPIA DE LIGAÇÃO É a energia necessária para quebrar um mol de ligações no estado gasoso. A quebra de ligações é sempre um processo endotérmico, portanto, ΔH é sempre positivo. Exemplos • H2(g) → 2H(g) ΔH = + 436kJ/mol Nesse exemplo, são necessários 242kJ para quebrar 1 mol de ligações simples (Cl — Cl). Outros exemplos • O2(g) → 2O(g) ΔH = + 497 kJ Nesse exemplo, são necessários 497kJ para quebrar 1 mol de ligações duplas (O = O). • N2(g) → 2N(g) ΔH = + 945 kJ Nesse exemplo, são necessários 436kJ para quebrar 1 mol de ligações simples (H — H). • Cl2(g) → 2Cl(g) ΔH = + 242 kJ/mol 256 – Nesse exemplo, são necessários 945 kJ para quebrar 1 mol de ligações triplas (N ⬅ N) H | • H — C — H(g) → C(g) + 4H(g) ΔH = + 1653,6kJ | H Nesse caso, temos a quebra de 4 mols de ligações (C — H). Como a energia de ligação é expressa por mol de ligação, temos que: C23S_NOTURNO_QUIMICA_TEORIA_2014_ALICE 18/12/13 09:39 Página 257 Energia de ligação 1653,6 kJ C — H = + –––––––––– = + 413,4 kJ 4 Observações • Quanto maior a energia de ligação, mais forte é a ligação, ou seja, é mais difícil quebrá-la. • A energia fornecida na quebra de uma ligação será numericamente igual à energia liberada na sua formação, porém a energia de ligação é definida para o processo de quebra de ligações. Energias de ligação de moléculas diatômicas (kJ . mol–1) Os valores tabelados correspondem à energia média de ligação, no caso do O — H, a energia média de ligação corresponde a 463 kJ. A energia média de ligação é a média da variação de entalpia que acompanha a quebra de um determinado tipo de ligação. Ligação Entalpia de ligação média kJ/mol C—I 238 N—H 388 N—N 163 N=N 409 N—O 210 N=O 630 N—F 195 N — Cl 381 O—H 463 O—O 157 C—H 412 C—C 348 Molécula ΔH C=C 612 H2 436 C ⬅C 837 N2 944 O2 496 CO 1074 F2 158 Cl2 242 Br2 193 I2 151 HF 565 HCl 431 HBr 366 HI 299 2. ENERGIA MÉDIA DE LIGAÇÃO Certas ligações aparecem em várias substâncias, por exemplo, a ligação O — H. 3. CÁLCULO DO ΔH PELO MÉTODO DAS ENERGIAS DE LIGAÇÃO A partir do conhecimento das energias das ligações existentes nos reagentes e nos produtos, podemos calcular o ΔH de qualquer reação, relacionando a quantidade de energia absorvida na quebra de ligações e a quantidade de energia liberada na formação de novas ligações. Não se usa fórmula nesse tipo de cálculo de ΔH através das energias de ligação. Calcular o ΔH do processo H2(g) + Cl2(g) → 2HCl(g) sendo dadas: energia de ligação do H2 = 104 kcal/mol energia de ligação do Cl2 = 58 kcal/mol energia de ligação do HCl = 103 kcal/mol Resolução Reação H — H + Cl — Cl → 2H — Cl + 104 + 58 – 2 (103) quebra: + forma: – ΔH = – 44 kcal Água HO — H 492 kJ E. de ligação (kcal/mol) Metanol CH3O — H 437 kJ ΔH = + 104 + 58 – 206 – 257 C23S_NOTURNO_QUIMICA_TEORIA_2014_ALICE 18/12/13 09:39 Página 258 MÓDULO 15 Soluções: Solubilidade 1. SOLUBILIDADE DE SÓLIDOS EM LÍQUIDOS Exemplo solubilidade do KCl em H2O S = 34g / 100g de H2O a 20°C É a maior massa de uma substância que pode ser dissolvida numa certa massa de um líquido, a uma determinada temperatura. A solubilidade de uma substância em um líquido é representada da seguinte maneira: S = massa da substância / massa do líquido ( temperatura do líquido ) Compare os três exemplos seguintes: Observações • A solubilidade é também chamada de coeficiente de solubilidade. • A solubilidade é determinada experimentalmente. • A solubilidade pode ser expressa em massa/massa (mais usual), massa/volume e mol/volume. 258 – KCl S = 34g / 100g de H2O a 20°C K2Cr2O7 S = 12,5g / 100mL de H2O a 20°C CaF2 S = 2,15 . 10–4 mol / 1L de H2O a 20°C • Para a maioria das substâncias, a solubilidade varia com a temperatura. Exemplo solubilidade do KCl em H2O S = 34g / 100g de H2O a 20°C S = 37g / 100g de H2O a 30°C C23S_NOTURNO_QUIMICA_TEORIA_2014_ALICE 18/12/13 09:39 Página 259 MÓDULO 16 Curvas de Solubilidade. Solubilidade dos Gases em Líquidos 1. CURVA DE SOLUBILIDADE É a curva obtida por meio do gráfico da solubilidade (em ordenada) em função da temperatura (em abscissa). Curva ascendente. A solubilidade aumenta com a temperatura. Dissolução endotérmica (absorve calor). Curva descendente. A solubilidade diminui com a temperatura. Dissolução exotérmica (libera calor). 2. SOLUBILIDADE DE GASES EM LÍQUIDOS A solubilidade dos gases em líquidos depende da temperatura e da pressão. Reta pouco inclinada. A temperatura pouco afeta a solubilidade. Em temperatura constante, a solubilidade de um gás em um líquido é diretamente proporcional à pressão do gás acima do líquido (Lei de Henry). A solubilidade de um gás em um líquido diminui com o aumento da temperatura. – 259 C23S_NOTURNO_QUIMICA_TEORIA_2014_ALICE 18/12/13 09:39 Página 260 MÓDULO 17 1. SOLUÇÃO Qualquer mistura homogênea. Exemplos Concentração: %, g/L e mol/L A massa da solução é dada por: msolução = msoluto + msolvente A densidade da solução (d) é calculada através da fórmula: msolução d = ––––––––––– Vsolução Exemplo A solução obtida é colocada em um determinado recipiente e depois colocamos um rótulo com os seguintes dizeres: rótulo NaOH (aq) aq = aquosa 4,0g/L Podemos exprimir a quantidade do soluto em mol, então teríamos: rótulo NaOH (aq) 0,1 mol/L d = 1,41g/mL solução aquosa de HNO3 Essa solução tem uma massa de 1,41g em 1mL de volume. 40g –––– 1 mol 4g –––– x Podemos exprimir a quantidade do soluto em porcentagem em massa, então teríamos: 3. COMO PREPARAR SOLUÇÕES AQUOSAS rótulo Vamos utilizar os seguintes materiais para preparar uma solução aquosa: 2. COMPONENTES DE UMA SOLUÇÃO 4,0g de NaOH(s), soluto, com NaOH (aq) 0,4% em massa Considerando a massa da solução igual a 1000g. massa molar = 40g/mol 1 balão volumétrico de 1,0 litro água (solvente) Soluto é a substância que está sendo dissolvida. 1000g –––––– 4g ∴ x = 0,4% 100% –––––– x 4. CONCENTRAÇÃO DA SOLUÇÃO Solvente é a substância que efetua a dissolução. Essas relações numéricas são genericamente denominadas concentração da solução e podem ser expressas de diferentes maneiras (g/L, mol/L, % em massa). Inicialmente, devemos colocar os 4,0g de NaOH no balão volumétrico e adicionar uma pequena quantidade de água que permita a sua dissolução. A seguir, adicionamos mais água até o volume atingir a capacidade do balão, ou seja, 1,0L. 260 – ∴ x = 0,1mol quantidade de soluto ––––––––––––– = concentração quantidade da solução C23S_NOTURNO_QUIMICA_TEORIA_2014_ALICE 18/12/13 09:39 Página 261 Os principais tipos de concentração são: Concentração Fórmula Indica Unidade gramas por litro g/L msoluto C = –––––––––– Vsolução massa do soluto, em gramas, dissolvida em 1L de solução g/L mols por litro mol/L nsoluto M = ––––––––– Vsolução quantidade em mols do soluto dissolvidos em 1L de solução mol/L massa do soluto, em gramas, dissolvida em 100g de solução adimensional massa do soluto, em gramas, dissolvida em 106g de solução adimensional msoluto τ = –––––––––– msolução Título (τ) e porcentagem em massa de soluto (p) p = τ . 100 msoluto (mg) ppm = –––––––––––– msolução (kg) Partes por milhão (ppm) Para uma mesma solução, a concentração é constante, não depende da quantidade retirada. m soluto → msoluto = τ . msolução τ = ––––––––– msolução Por exemplo: ira ret L 0,5 concentração permanece 4g/L { NaOH(aq) 4g/L C Vsolução = τ msolução msolução C = τ . ––––––––– Vsolução C= τ.d d = g/L C = g/L d = g/mL a t ir re C = g/L L 25 0, C = 1000 τ . d concentração permanece 4g/L Observações 6. RELAÇÃO ENTRE C E • 1,0L = 1000mL = 1000cm3 msoluto • nsoluto = ––––––––– Msoluto • A concentração em mol/L pode ser representada por colchetes: [NaCl] = concentração em mol/L de NaCl 5. RELAÇÃO ENTRE C E τ msoluto → msoluto = C Vsolução C = ––––––––– Vsolução M msoluto → msoluto = C Vsolução C = ––––––––– Vsolução msoluto M = ––––––––––––– → msoluto = M . Msoluto . Vsolução Msoluto Vsolução { CVsolução = M . Msoluto . Vsolução C = M . Msoluto – 261 C23S_NOTURNO_QUIMICA_TEORIA_2014_ALICE 18/12/13 09:39 Página 262 MÓDULO 18 Diluição e Mistura de Soluções 1. DILUIÇÃO DAS SOLUÇÕES Diluir uma solução significa adicionar solvente a esta solução. Solução inicial Solução final → Solução mais concentrada Massa do soluto = m1 Solução mais diluída Massa do soluto = m2 = m1 Quantidade de matéria do soluto = n2=n1 Volume da solução = V2 V2 = V1 + Vsolvente Quantidade de matéria do soluto = n1 Volume da solução = V1 m1 C1 = –––– V1 n1 M1 = –––– V1 m1 C2 = –––– V2 inicial final m1 = C2V2 n1 = M2V2 m1 = C1V1 n1 = M1V1 C1V1 = C2V2 Ao diluir uma solução, verificamos: • A quantidade de soluto (m, n) permanece constante. • O volume da solução aumenta ( V2 > V1). • A concentração (C, M) diminui. 1.a solução m1 n1 V1 m1 C1 = ––– V1 n1 M1 = ––– V1 n1 M2 = –––– V2 equações da diluição M1V1 = M2V2 Observação: A operação inversa de diluir chama-se concentrar a solução. Concentrar consiste num aquecimento cuidadoso da solução, de modo a evaporar apenas o solvente. Nesse caso, continuam valendo as fórmulas apresentadas. 2. MISTURA DE SOLUÇÕES DE SOLUTOS IGUAIS Neste tipo de mistura, as quantidades de soluto (m, n) somam-se. 2.a solução m2 n2 V2 m2 C2 = ––– V2 n2 M2 = ––– V2 solução final mf = m1 + m2 nf = n1 + n2 Vf = V1 + V2 CfVf = C1V1 + C2V2 MfVf = M1V1 + M2V2 equações da mistura de soluções de solutos iguais Observação: Não sendo dado o volume final da mistura, deveremos considerá-lo como a soma dos volumes iniciais. Nem sempre os volumes são aditivos; por exemplo, na mistura água + álcool, ocorre contração de volume. 262 – C23S_NOTURNO_QUIMICA_TEORIA_2014_ALICE 18/12/13 09:39 Página 263 Química Orgânica FRENTE 2 Estrutura e Nomes dos Compostos Orgânicos: Nomenclatura dos Hidrocarbonetos de Cadeia Normal MÓDULO 11 1. NOMENCLATURA OFICIAL – IUPAC (UNIÃO INTERNACIONAL DE QUÍMICA PURA E APLICADA) O nome oficial de um composto orgânico é formado pela união de três partes: + Prefixo + Infixo N.o de átomos de carbono Sufixo Ligações entre átomos de carbono 1C → met só simples-ligações → an 2C → et 1 dupla-ligação → en 3C → prop 2 duplas-ligações → dien 4C → but 1 tripla-ligação → in 5C → pent 2 triplas-ligações → di-in Função Cada função tem um sufixo 6C → hex 7C → hept 8C → oct 9C → non 10C → dec H2C 2. HIDROCARBONETOS C CH2: propadieno (a vogal a foi coloca- da para que a palavra se tornasse foneticamente correta) São compostos orgânicos formados exclusivamente de C e H. Exemplos CH4,H3C CH3, H2C CH2, HC Fórmula geral: CxHy Sufixo: o Exemplos CH4: metano H3C CH3: etano H3C CH2 CH3: propano H3C CH2 CH2 H2C CH2: eteno ou etileno H2C CH CH3: butano CH3: propeno HC CH: etino ou acetileno H3C C CH • localizar a insaturação ( cadeias insaturadas com 4 C ou mais ou ) • numeração começa pela extremidade mais próxima da insaturação. • número que indica a posição da insaturação deve ser o menor possível e escrito antes do nome (IUPAC-1979). De acordo com IUPAC-1993, o número deve ser colocado antes do infixo que designa a insaturação. Exemplos H2C CH CH2 CH3 1 – buteno ou but-1-eno H3C CH CH CH3 2 – buteno ou but-2-eno H3C CH2 C H2C C CH C CH3 2 – pentino ou pent-2-ino CH3 1,2 –butadieno ou buta-1,2-dieno CH: propino – 263 C23S_NOTURNO_QUIMICA_TEORIA_2014_ALICE 18/12/13 09:39 Página 264 3. CLASSIFICAÇÃO DOS HIDROCARBONETOS DE CADEIA ABERTA Hidrocarboneto Cadeia Aberta Exemplo Alcano ou Parafina somente simples-ligações H3C — CH3 Alqueno ou Alceno ou Olefina 1 ligação dupla H2C = CH2 CnH2n Alquino ou Alcino 1 ligação tripla H3C — C ⬅ CH CnH2n–2 Alcadieno ou Dieno 2 duplas-ligações H2C = C = CH2 CnH2n–2 MÓDULO 12 Grupos de átomos que recebem nomes para facilitar a nomenclatura dos compostos orgânicos. sufixo: il ou ila H2 H3C — C — etil etila H2 H3C — CH2 — C — propil propila | H3C — CH — CH3 isopropil isopropila 264 – CnH2n+2 Nomenclatura dos Hidrocarbonetos de Cadeia Ramificada 1. GRUPOS ORGÂNICOS H3C — metil metila Fórmula Geral Exemplos H3C – Cl cloreto de metila H2 H3C – C – Cl cloreto de etila H2 H3C – CH2 – C – Cl cloreto de propila Cl | H3C – CH – CH3 cloreto de isopropila Observação Outros grupos importantes serão estudados no decorrer do curso. 2. NOMENCLATURA DE HIDROCARBONETOS RAMIFICADOS O nome completo de um hidrocarboneto ramificado deverá apresentar, nessa ordem: 1.o) As posições numéricas ocupadas pelos grupos. 2.o) Os nomes respectivos desses grupos (em ordem alfabética). 3.o) A nomenclatura da cadeia principal. Observações • Cadeia Principal é a maior sequência de átomos de carbono (mais longa). • A cadeia principal deve ser numerada de modo que os grupos recebam os menores números possíveis. • Se houver dupla ou tripla, a cadeia principal é a mais longa que contém a dupla ou tripla-ligação. A numeração da cadeia principal é sempre feita da extremidade mais próxima da dupla ou tripla-ligação. C23S_NOTURNO_QUIMICA_TEORIA_2014_ALICE 18/12/13 09:39 Página 265 Exemplos → → CH3 → 3 1 5 4 2 CH3 — CH2 — CH2 — CH — CH3 cadeia principal ramificação → → 2-metilpentano → → 4–etil–3–metil-heptano → 2,2,3-trimetil-hexano Nem sempre os átomos da cadeia principal aparecem numa mesma linha horizontal. MÓDULO 13 Nomenclatura dos Hidrocarbonetos Cíclicos Hidrocarboneto Cadeia Cíclica Cicloalcano ou Ciclano ligações simples CnH2n Cicloalqueno ou Cicleno 1 ligação dupla CnH2n–2 Aromático ou Areno com anel benzênico ––––––– 1. NOMENCLATURA DOS Exemplo Fórmula Geral Exemplos Os hidrocarbonetos aromáti- HIDROCARBONETOS CÍCLICOS cos apresentam uma nomenclatura particular, que não Quando temos um cicloal- segue as regras utilizadas na cano ou um cicloalqueno, devemos acrescentar a palavra ciclo antes do nome. ciclopropano ciclobutano ciclopenteno nomenclatura dos outros hidrocarbonetos. – 265 C23S_NOTURNO_QUIMICA_TEORIA_2014_ALICE 18/12/13 09:39 Página 266 Exemplos CH3 CH3 ou CH3 CH3 metilciclopropano metilbenzeno benzeno: C6 H6 ou naftaleno: C10H8 CH3 CH ou tolueno Para hidrocarbonetos cíclicos com dois ou mais grupos, temos as seguintes regras: 1. Admitir o ciclo como cadeia principal. 2. Numerar o ciclo de tal forma que os grupos apareçam com os menores números possíveis. 2. NOMENCLATURA DE CADEIAS MISTAS H3C Nos cicloalcanos e aromáticos com a presença de um único grupo, não há necessidade de numeração. 1,2-dimetilbenzeno orto-dimetilbenzeno 3 1,4-dimetilbenzeno para-dimetilbenzeno 1,3-dimetilbenzeno meta-dimetilbenzeno Para hidrocarbonetos aromáticos com dois grupos, temos: Prefixos Posições dos grupos orto 1e2 meta 1e3 para 1e4 CH3 1 2 3 CH — CH 2 3 3-etil-1,1-dimetilciclopentano MÓDULO 14 CH3 CH3 Álcool, Fenol, Aldeído e Cetona 1. ÁLCOOL, ALDEÍDO E CETONA Função Álcool Conceito Grupo Funcional Sufixo — OH — OH (hidroxila) R — OH – ol ligado a C saturado = O = —C H — (aldoxila) —C— na ponta da cadeia – al — entre dois carbonos R — C — R ou R — CO — R 266 – = — C — (carbonila) O = —C— O = = Cetona O = H—C H metanal formol O = R—C ou R — CHO H O O H2 H3C — C — OH etanol — Aldeído Aldeído O Exemplo – ona H3C — C — CH3 propanona acetona C23S_NOTURNO_QUIMICA_TEORIA_2014_ALICE 18/12/13 09:39 Página 267 hidroxibenzeno (fenol comum, ácido fênico) benzenol (1993) A característica mais importante da maioria dos fenóis é que eles apresentam propriedades desinfetantes. Exemplo creolina (mistura de fenóis). OH 2 — 3 OH OH | H3C — CH2 — CH2 | H3C — CH — CH3 1-propanol (propan-1-ol) 2-propanol (propan-2-ol) | H3C — CH2 — CH — CH3 2-butanol (butan-2-ol) ❑ Cadeias com grupos ou insaturações Ordem de prioridade na numeração da cadeia: Função > insaturação > grupo O 1 — CH3 3-metilbutanal H Álcool grupo álcool .................... + ico metanol (IUPAC) álcool metílico H3C — CH2 — OH ❑ tóxico; combustível (aviões a jato, carros de corrida); obtenção do formol; anticongelante. etanol (IUPAC) álcool etílico bebida alcoólica; combustível; solvente; desinfetante; obtenção do vinagre. Cetona nome dos grupos + cetona O – – OH 2 H3C — C H — CH2 — C — ❑ H3C — OH Exemplos 3 4. NOMENCLATURA UTILIZANDO GRUPOS 3. REGRAS DA IUPAC • No caso de o álcool apresentar três ou mais átomos de carbono, deveremos indicar a posição do grupo – OH por número; para isso, contamos a cadeia carbônica a partir da extremidade mais próxima do grupo – OH. 4 1 H3C— C— C — CH2 H2 CH3 3-metil-1-butanol O grupo hidroxila (– OH) é ligado diretamente no anel benzênico. OH — H 4 — 2. FENOL H3C – C – CH3 { Observação propanona (IUPAC) solvente de tintas, vernizes e dimetilcetona esmaltes. { OH | H2C = CH etenol Este tipo de composto não é um álcool, pertence a uma função denominada enol. – 267 C23S_NOTURNO_QUIMICA_TEORIA_2014_ALICE 02/01/14 17:04 Página 268 Ácido Carboxílico, Éster e Éter MÓDULO 15 1. ÁCIDO CARBOXÍLICO, ÉSTER E ÉTER Função Grupo Funcional — O = O— R—O—R 2. EXEMPLOS DE ÁCIDOS CARBOXÍLICOS Oácido metanoico (IUPAC) desinfetante; fixador de pigmenH– C ácido fórmico tos e corantes em OH tecidos O ácido etanoico (IUPAC) vinagre; produção ácido acético de polímeros OH ácido benzoico conservante de alimentos ácido etanodioico (IUPAC) OH ácido oxálico tomate; espinafre; fixador de tintas OH O O C– C OH Observações • O suor humano contém ácidos carboxílicos. • Os principais grupos derivados dos ácidos carboxílicos são: O H— C metanoíla ou formila 268 – O — CH3 etanoato de metila acetato de metila – oato de ila O — R ou R — COO — R Éter O H3C — C O H3C — C etanoíla ou acetila prefixo + oxi + hidrocarboneto O = — — — O = R—C C OH ácido etanoico ácido acético – oico OH ou R — COOH — O — entre carbonos H3C – C O = — OH H3C — C O = R—C presença de — C Éster Exemplo O = — Ácido Carboxílico presença de — C (carboxila) Sufixo H2 H2 H3C — C — O — C — CH3 etoxietano éter etílico 3. CARACTERÍSTICAS DOS ÉSTERES E ÉTERES • Os ésteres são substâncias muito abundantes na natureza e podem ser encontrados nas frutas, óleos e gorduras (origem vegetal e animal) e ceras (origem vegetal e animal). • Os principais flavorizantes (aromatizantes) artificiais são ésteres. Exemplos O H3C — C O — CH2 — CH3 etanoato de etila (IUPAC) flavorizante de maçã acetato de etila O H3C — (CH2 )2 — C O — (CH2)3 — CH3 butanoato de butila flavorizante de abacaxi O H3C — C O— (CH2 )7— CH3 etanoato de octila (IUPAC) acetato de octila flavorizante de laranja C23S_NOTURNO_QUIMICA_TEORIA_2014_ALICE 18/12/13 09:39 Página 269 • Principal éter H3C — CH2 — O — CH2 — CH3 etoxietano (IUPAC) éter dietílico éter etílico éter sulfúrico éter comum MÓDULO 16 solvente, anestésico Amina e Amida 1. PRINCIPAIS GRUPOS ORGÂNICOS H2 H3C — C — H3C — etil propil H3C — CH — CH3 H2 H3C — CH2 — CH2 — C — isopropil butil H2 H3C — CH — C — — — metil H2 H3C — CH2 — C — CH3 — — isobutil H3C — C — CH3 — H3C — CH2 — C — CH3 H s-butil (secbutil) CH3 t-butil (tercbutil) H2 C— H H 2C = C — fenil vinil H3C — N — CH3 trimetilamina | CH3 2. AMINAS São obtidas a partir da substituição de um ou mais hidrogênios da amônia (NH3) por grupos. R — NH2 = amina primária –1H — H—N—H benzil –2H H –3H R — N — R = amina secundária | H t-butilamina 3. AMIDAS O Presença do grupo — C — N— — R — N — R = amina terciária | R CH3 | H3C — C — NH2 | CH3 Nomenclatura IUPAC: nome do grupo + amina O Fórmula geral NH2 H3C — NH2 fenilamina (IUPAC) fabricação anilina de corantes { metilamina R —C ou R — CONH2 NH2 Nomenclatura IUPAC: sufixo amida – 269 C23S_NOTURNO_QUIMICA_TEORIA_2014_ALICE 18/12/13 09:39 Página 270 O = etanamida (IUPAC) – – amina — H3C — C NH2 acetamida (usual) benzocaína (anestésico local) O C – O – CH2 – CH3 H2N — éster NH2 ureia — O =C NH2 { presente na urina; primeiro composto orgânico obtido em laboratório; usada como adubo, na alimentação de gados e produção de medicamentos. 4. COMPOSTO DE FUNÇÃO MISTA 5. IONIZAÇÃO DOS COMPOSTOS ORGÂNICOS • ácidos carboxílicos água ⎯⎯→ H+ + R – COO– R – COOH ←⎯⎯ • fenóis: caráter ácido Composto que apresenta grupos funcionais diferentes. água ⎯⎯→ H+ + OH ←⎯⎯ O – Exemplos – NH2 – O – – H3C – CH – C ácido carboxílico OH amina fenol OH alanina (usada pelos organismos vivos na síntese de proteínas) • aminas: caráter básico ⎯⎯→ R – NH + + OH– R – NH2 + HOH ←⎯⎯ 3 Exemplos ⎯→ H + + H C — COO – H3C — COOH ←⎯ 3 ácido acético éter ⎯→ H + + OH ←⎯ O – CH3 eugenol (anestésico local) CH2 – CH – – CH2 270 – acetato – O fenóxido ⎯→ H C — NH + + OH– H3C — NH2 + HOH ←⎯ 3 3 metilamina metilamônio C23S_NOTURNO_QUIMICA_TEORIA_2014_ALICE 18/12/13 09:39 Página 271 MÓDULO 17 Isomeria Plana 1. ISÔMEROS igual fórmula molecular dois ou mais compostos apresentam diferentes diferentes fórmulas estruturais Exemplo: Fórmula molecular: C3H6 • Esse fenômeno é chamado de isomeria. — — CH2 H2C — CH2 H2C = CH — CH3 propeno ciclopropano isômeros O estudo da isomeria será dividido em duas partes: • isomeria plana; • isomeria espacial (estereoisomeria). mesma função; mesma cadeia; c) Isômeros de posição posição diferente: grupo funcional, insaturação ou ramificação. { Exemplo OH | H3C— CH — CH3 OH | H3C — CH2 — CH2 propan-2-ol propan-1-ol (OH está no C2) (OH está no C1) C3H8O C3H8O mesma função; Isômeros de mesma cadeia heterogênea; d) compensação posição diferente do ou metâmeros heteroátomo. { 2. CLASSIFICAÇÃO DA ISOMERIA PLANA Exemplo A isomeria plana (diferença entre os isômeros visível na fórmula estrutural plana) é subdividida em H3C— O — CH2— CH2— CH3 metoxipropano a) isomeria de função; H3C — CH2 — O —CH2—CH3 etoxietano b) isomeria de cadeia; (O está entre os C 1 e 2) (O está entre os C 2 e 3) c) isomeria de posição; C4H10O C4H10O d) isomeria de compensação (metameria); e) isomeria dinâmica (tautomeria). { funções diferentes; e) Tautômeros estão em equilíbrio; migração do H e da dupla. a) Isômeros de função: funções diferentes Exemplo O mesma função; { cadeia diferente. H etenol (enol) C2H4O OH O — — — H propanona (cetona) C3H6O — C — CH H— C — 3 — H — C —C — CH3 — but-1-eno (aberta) C4H8 H2C — CH2 | | H2C — CH2 ciclobutano (fechada) C4H8 H — H Exemplo H3C — CH2 — CH = CH2 — C—H H— C — H — C —C H etanal (aldeído) C2H4O OH O — b) Isômeros de cadeia Propanona (cetona) C3H6O — Propanal (aldeído) C3H6O H — H O || H3C — C — CH3 — H3C — CH2 —C H prop-1-en-2-ol (enol) C3H6O – 271 C23S_NOTURNO_QUIMICA_TEORIA_2014_ALICE 18/12/13 09:39 Página 272 MÓDULO 18 Isomeria Geométrica 1. ISOMERIA GEOMÉTRICA OU CIS-TRANS compostos diferentes: trans-1,2-dicloroeteno. cis-1,2-dicloroeteno e É um tipo de isomeria espacial presente em compostos de cadeia aberta com dupla ligação (mais importante) e em compostos de cadeia fechada saturada. 2. COMPOSTOS DE CADEIA ABERTA COM DUPLA-LIGAÇÃO Condição Deve haver ligantes diferentes nos átomos de carbono da dupla-ligação. b a b e c Os isômeros cis e trans têm fórmulas espaciais diferentes, portanto são isômeros espaciais ou estereoisômeros. C=C — b b a — — — b a — — C=C — — — — C=C a c — a a — a b d c d a b e a c Exemplos 3. COMPOSTOS DE CADEIA FECHADA SATURADA — — — — H — C = C — CH 2 — CH 3 but-1-eno (não apresenta isomeria geométrica H H H3C — C = C — CH 3 but-2-eno (apresenta isomeria geométrica) H H A dupla ligação impede a rotação entre os átomos de carbono da dupla. Os ligantes diferentes irão originar dois compostos diferentes: isômero cis e isômero trans. Condição Haver pelo menos dois átomos de carbono do ciclo com ligantes diferentes. O composto 1,2-dibromociclopropano ( Br ( apresenta isomeria geométrica, Br portanto existem dois compostos diferentes. Isômero cis: apresenta ligantes iguais ou de maior massa molar no mesmo lado com relação à dupla ligação. Isômero trans: apresenta ligantes iguais ou de maior massa molar em lados opostos. O composto 1,2-dicloroeteno ( ) H—C=C—H | Cl | Cl apresenta isomeria geométrica, portanto existem dois 272 – cis-1,2-dibromociclopropano trans-1,2-dibromociclopropano C23S_NOTURNO_QUIMICA_TEORIA_2014_ALICE 18/12/13 09:39 Página 273 FRENTE 3 Química Geral e Inorgânica e Físico-Química MÓDULO 11 Compostos Inorgânicos (II): Sais: Definição e Nomenclatura 1. TABELA DOS PRINCIPAIS ÂNIONS F–: ânion fluoreto I–: ânion iodeto Br–: ânion brometo Cl–: ânion cloreto Exemplos água ⎯⎯→ Na+ + Cl– NaCl ←⎯⎯ água ⎯⎯→ Mg2+ + SO 2– MgSO4 ←⎯⎯ 4 3. NOMENCLATURA DOS SAIS CN–: ânion cianeto nome do ânion de nome do cátion S2–: ânion sulfeto Exemplos NaCl: cloreto de sódio CaCO3: carbonato de cálcio NaHCO3: hidrogenocarbonato de sódio ou bicarbonato de sódio Ca3(PO4)2: fosfato de cálcio Fe2(SO4)3: sulfato de ferro (III) – NO3: – NO2: ânion nitrato ânion nitrito – MnO4: ânion permanganato – HCO3: ânion hidrogenocarbonato ou ânion bicarbonato 2– CO3 : ânion carbonato SO42–: ânion sulfato 2– SO3 : ânion sulfito 2– CrO4 : ânion cromato 2– Cr2O7 : ânion dicromato 3– PO4 : ânion fosfato Ni(NO3)2: nitrato de níquel (II) (verde) K2Cr2O7: dicromato de potássio (laranja) CuSO4 . 5H2O: sulfato de cobre (II) pentaidratado (azul) 3– BO3 : ânion borato 2. DEFINIÇÃO DE SAL PELA TEORIA DE ARRHENIUS É todo composto que apresenta um cátion proveniente de uma base e um ânion proveniente de um ácido. Exemplos cátion Na+ proveniente do NaOH (base) NaCl ânion Cl– proveniente do HCl (ácido) { 4. PRINCIPAIS SAIS Sais Aplicações NaCl alimentação, soro fisiológico (0,9% de NaCl), conservação de carnes e peixes. CaCO3 calcário, mármore, obtenção da cal (CaO), adição aos solos para diminuir acidez, fabricação de vidro e cimento, formação de cavernas. NaNO3 salitre do Chile, fertilizante e componente da pólvora (NaNO3 + C + S). NaHCO3 bicarbonato de sódio, antiácido estomacal (Sonrisal, Eno etc.), extintor de incêndio tipo espuma, fermento de bolos, pães etc., componente dos talcos desodorantes. Na2CO3 barrilha ou soda, fabricação de vidro, tratamento da água. { 2+ MgSO4 cátion Mg proveniente do Mg(OH)2 (base) 2– ânion SO4 proveniente do H2SO4 (ácido) Os sais são compostos iônicos e, em solução aquosa, sofrem dissociação iônica. – 273 C23S_NOTURNO_QUIMICA_TEORIA_2014_ALICE 18/12/13 09:39 Página 274 MÓDULO 12 Óxidos: Definição, Nomenclatura, Óxidos Básicos e Óxidos Ácidos 1. ÓXIDO É um composto formado de oxigênio e outro elemento (E) menos eletronegativo. Fórmula geral: ExOy Eletronegatividade: E < O Exemplos Na2O, CaO, Al2O3, CO, CO2, NO, NO2, SO2, SO3, Cl2O. Observação: OF2 (fluoreto de oxigênio) não é óxido. CaO: óxido de cálcio. 2. NOMENCLATURA DOS ÓXIDOS 4. ÓXIDOS ÁCIDOS COMUNS (mono) (di) óxido de (tri) (di) nome de E (tri) Os prefixos mono, di, tri etc. indicam os valores de x e y na fórmula do óxido. O prefixo mono, diante do nome de E, é comumente omitido. Exemplos Reação de CaO com H 2O. óxidos dos não metais Exemplos CO2, SO2, SO3, NO2. Reações CO: monóxido de carbono Óxido ácido + água → ácido CO2: dióxido de carbono Óxido ácido + base → sal + água SO3: trióxido de enxofre Fe3O4: tetróxido de triferro P2O5: pentóxido de difósforo Cl2O7: heptóxido de dicloro E → Nox fixo → os prefixos mono, di, tri etc. podem ser omitidos. Exemplos Na2O: óxido de sódio CaO: óxido de cálcio Al2O3: óxido de alumínio 3. ÓXIDOS BÁSICOS COMUNS Óxidos dos metais alcalinos (1A) e alcalinoterrosos (2A) Exemplos CO2 + H2O → H2CO3 SO3 + H2O → H2SO4 O gás carbônico (CO2) está presente na água da chuva, na água com gás e nos refrigerantes. Reação para identificar a presença de CO2 : CO2 + Ca(OH)2 →↓CaCO3 + H2O insolúvel CO2 Exemplos Na2O, K2O, CaO, BaO Reações: Óxido básico + água → base Óxido básico + ácido → sal + água Exemplos CaO + H2O → Ca(OH)2 CaO + H2SO4 → CaSO4 + H2O 274 – CaCO3 Turvação C23S_NOTURNO_QUIMICA_TEORIA_2014_ALICE 18/12/13 09:39 Página 275 5. PRINCIPAIS ÓXIDOS ÓXIDOS CARACTERÍSTICAS CaO cal virgem ou cal viva, pintura a cal, argamassa, adição aos solos para diminuir acidez. CO2 gás carbônico, efeito estufa, gás da água com gás, refrigerantes e certas bebidas alcoólicas, no estado sólido é conhecido como gelo seco, sendo também utilizado no extintor de incêndio. CO tóxico, poluente. SO2 tóxico, poluente, causa a chuva ácida (H2SO4). NO2 gás marrom, poluente, causa a chuva ácida (HNO3) Fe2O3 Al2O3 x H2O SnO2 hematita, produção do ferro. bauxita, produção do alumínio. cassiterita, produção do estanho. 6. PERÓXIDOS Peróxidos são óxidos em que o oxigênio tem Nox= – 1. Apresentam a ligação: [O — O] Exemplos H2O2: peróxido de hidrogênio (água oxigenada): H — O — O — H Na2O2: peróxido de sódio:Na1+ (O — O)2– 2 BaO2: peróxido de bário: Ba2+ (O — O)2– 7. ÓXIDOS NEUTROS Óxidos neutros são óxidos que não reagem com a água, nem com os ácidos, nem com as bases. Os mais importantes são CO, NO e N2O (gás hilariante). – 275 C23S_NOTURNO_QUIMICA_TEORIA_2014_ALICE 18/12/13 09:39 Página 276 MÓDULO 13 Reação de Dupla-Troca – Tabela de Solubilidade 1. REAÇÕES DE DUPLA-TROCA Dois compostos reagem entre si, trocando seus componentes e dando origem a dois novos compostos. A equação geral é: AB + CD AD + CB A reação de dupla-troca só ocorrerá se um dos produtos (AD e/ou CB) for mais: • fraco • insolúvel • volátil 2. REGRAS DE SOLUBILIDADE EM ÁGUA Com o conhecimento de certas regras, podemos presumir se um composto é ou não solúvel em água, sem utilizar o valor da solubilidade (S) do composto. Observação Quando se afirma que um composto é insolúvel, na verdade queremos dizer que sua solubilidade em água é muito pequena, pois nenhum composto é totalmente insolúvel. As principais regras são: R) 1 R) 2 ÍONS MAIORIA Alcalinos e amônio Solúvel Li+, Na+, K+ e NH4+ NaCl, NH4MnO4 Nitrato Solúvel NO–3 AgNO3, Ca(NO3)2 Sulfato Solúvel SO2– 4 ZnSO4, Al2(SO4)3 EXCEÇÕES Nenhuma Nenhuma Insolúvel R) 3 BaSO4, CaSO4, RaSO4 SrSO4, PbSO4 Cloreto R) 4 Cl – Idem Br– e I– Solúvel Insolúvel CaCl2, AlCl3 AgCl, PbCl2 Insolúvel Carbonato, fosfato R) 5 3– CO2– 3 , PO4 Solúvel CaCO3, BaCO3, vide R) 1 Ca3(PO4)2, Ba3(PO4)2 Solúvel Insolúvel Bases R) 6 OH– 1A: NaOH, KOH AgOH, Zn(OH)2, Fe(OH)3, Mg(OH)2 276 – 2A: Ca(OH)2, Ba(OH)2, NH4OH ou NH3 C23S_NOTURNO_QUIMICA_TEORIA_2014_ALICE 18/12/13 09:39 Página 277 ❑ Exemplos de compostos insolúveis A reação entre NaCl e AgNO3 ocorre graças à formação de um composto insolúvel (AgCl). Precipitação de AgCl observada no momento em que uma solução aquosa de AgNO 3 é adicionada a uma solução aquosa de NaC l . AgCl Fe(OH)3 Cu(OH)2 3. EXEMPLO DE REAÇÃO DE DUPLA-TROCA Podemos escrever a reação entre NaCl e AgNO3 na forma iônica, utilizando a seguinte regra: separar os íons dos sais solúveis. NaCl + AgNO3 solúvel solúvel MÓDULO 14 AgCl + NaNO3 insolúvel solúvel – – – Na++ Cl + Ag+ + NO3 ⎯→ AgCl + Na + + NO3 ou insolúvel – Cl (aq) + Ag+(aq) ⎯→ AgCl(s) Reação de Dupla-Troca – Força e Volatilidade 1. FORÇA DOS PRINCIPAIS ÁCIDOS Ácido forte: ionização gera grande quantidade de íons. Como você pode decidir se um ácido ou base é fraco(a)? A maneira mais fácil é lembrar os poucos que são fortes (ver a lista a seguir), pois todos os outros serão, possivelmente, fracos. Alguns ácidos fortes: HCl ácido clorídrico H2O + – ⎯⎯→ ←⎯⎯ H + Cl muitos íons Ácidos dos halogênios – HCl, HBr e HI Ácido nítrico – HNO3 Ácido sulfúrico – H2SO4 Ácido fraco: ionização gera pequena quantidade de íons. H2O ⎯⎯→ H+ + H C – COO– H3C – COOH ←⎯⎯ 3 ácido etanoico poucos íons ácido acético Ácido perclórico – HClO4 Algumas bases fortes comuns: Hidróxidos do Grupo 1A – LiOH, NaOH, KOH Hidróxidos do Grupo 2A – Ca(OH)2, Sr(OH)2 e Ba(OH)2 – 277 C23S_NOTURNO_QUIMICA_TEORIA_2014_ALICE 18/12/13 09:39 Página 278 2. VOLATILIDADE Composto fixo: alto ponto de ebulição, isto é, dificuldade para passar para o estado gasoso. Composto volátil: baixo ponto de ebulição, isto é, facilidade para passar para o estado gasoso. ÁCIDOS BASES SAIS Fixos: H2SO4 e H3PO4 Volátil: NH4OH Fixas: as demais Voláteis: restantes: HCl, HF, Fixos: todos HCN, H2S, H3CCOOH, HNO3 3. PRINCIPAIS COMPOSTOS INSTÁVEIS Compostos que se decompõem Em uma reação de dupla-troca, devemos utilizar os produtos de suas decomposições. Exemplo com grande facilidade. H2CO3 ⎯⎯→ CO2 + H2O NH3 + H2O Ca CO3 + H2 SO4 CaSO4 + H2CO3 instável ácido carbônico NH4OH ⎯⎯→ hidróxido de amônio CaCO3 + H2SO4 ⎯⎯→ CaSO4 + CO2 + H2O 4. EXEMPLOS DE REAÇÕES DE DUPLA-TROCA Na2 S + 2 H Cl ⎯⎯→ 2 NaCl + H2S ácido forte ácido fraco Δ NaOH + NH4Cl ⎯⎯→ NaCl + NH4OH base forte 278 – base fraca e instável NaOH + NH4Cl ⎯⎯→ NaCl + NH3 + H2O Δ 2Na Cl + H2SO4 ⎯⎯→ Na2SO4 + 2HCl ácido fixo ácido volátil C23S_NOTURNO_QUIMICA_TEORIA_2014_ALICE 02/01/14 16:48 Página 279 MÓDULO 15 Cinética Química I: Velocidade (Rapidez) de uma Reação Química 1. INTRODUÇÃO Há reações químicas mais lentas e outras mais rápidas. Assim, por exemplo: apresentados foram determinados experimentalmente a partir de 0,8mol/L de água oxigenada. 2H2O2 → 2H2O + t = 0min 0,8mol/L O2 0 0 t = 10min 0,5mol/L 0,3mol/L 0,15mol/L t = 20min 0,3mol/L 0,5mol/L 0,25mol/L 3. VELOCIDADE MÉDIA DE UMA REAÇÃO (vm) A velocidade ou rapidez com que uma reação química se processa não é necessariamente a mesma ao longo de toda a sua duração. Por isso, costuma-se trabalhar com a velocidade média. t = 30min 0,2mol/L 0,6mol/L 0,30mol/L diminui aumenta aumenta É a relação entre a variação da concentração de um dos reagentes ou de um dos produtos e o intervalo de tempo no qual ocorreu essa variação. variação da concentração vm = ––––––––––––––––––––––––––– variação de tempo Δ[ ] ou vm = –––––– Δt A queima de uma vela demora algumas horas. Δ[ ] = variação da concentração em mol/L =[ ]f –[ ]i Δt = variação de tempo = tf – ti Assim, a velocidade média pode ser expressa por: Δ [reagente] vm = –––––––––––––– Δt Velocidade média de consumo ou A reação entre o metal potássio e a água ocorre numa fração de segundo. 2. VARIAÇÃO DAS CONCENTRAÇÕES DOS REAGENTES E PRODUTOS NO DECORRER DA REAÇÃO Consideremos a reação de decomposição da água oxigenada segundo a equação a seguir. Os dados Para qualquer reação química, sempre temos: quantidade do reagente diminui com o tempo quantidade do produto aumenta com o tempo Δ [produto] vm = –––––––––––––– Δt Velocidade média de formação Observações • vm é uma quantidade sempre positiva. • Para calcular vm, podemos usar outras grandezas, tais como: – 279 C23S_NOTURNO_QUIMICA_TEORIA_2014_ALICE 18/12/13 09:39 Página 280 Δm Δn ΔV vm = –––– vm = –––– vm = –––– Δt Δt Δt Δn = variação da quantidade de matéria Δm = variação da massa ΔV = variação do volume 4. EXEMPLO Calcular as velocidades médias com relação a H2O2, H2O e O2 no intervalo de 0 a 10min (usar os dados do item 2). vm H 2O2 vm H2O2 vm H 2O vm H2O 2 vm O2 0,15mol/L – 0mol/L ––––––––––––––––– 10min – 0min = 0,015mol/ L. min Nesse intervalo de 0 a 10min, temos a formação de 0,015mol de O2 por min. = 0,03mol/ L. min Complexo Ativado – Energia de Ativação Explica o caminho da reação, isto é, como os reagentes originam os produtos. Considere a reação genérica: AB + C → A + BC colisão origina complexo origina A + BC ⎯⎯→ ⎯⎯→ entre ativado AB e C [ABC] Complexo ativado de uma reação é uma estrutura instável e intermediária entre os reagentes e os produtos. • AB + C reagentes R Energia ER [ABC] complexo ativado [H2I2] → complexo ativado → 2. ENERGIA DE ATIVAÇÃO DE UMA REAÇÃO (Ea) É a energia fornecida aos reagentes para formar o complexo ativado dessa reação. + C reagentes A + BC produtos → [ABC] → A + BC complexo ativado produtos CA P ECA EP Sempre temos: ECA > ER e ECA > EP AB Exemplo → H2 + I2 reagentes vm O = 0,3mol/L – 0mol/L = –––––––––––––––––––– 10min – 0min 1. TEORIA DO COMPLEXO ATIVADO AB + C → reagentes Δ[O2] vm O = ––––––– 2 Δt = 0,03mol/ L. min Nesse intervalo de 0 a 10min, temos o consumo de 0,03mol de H2O2 por min. Δ[H2O] vm H O = –––––––– 2 Δt Δ[H2O2] vm H O = –––––––– 2 2 Δt MÓDULO 16 Nesse intervalo de 0 a 10min, temos a formação de 0,03mol de H2O por min. |0,5mol/L – 0,8mol/L| = –––––––––––––––––––– 10min – 0min R ER [ABC] energia fornecida complexo ativado Ea CA E CA energia liberada A + BC produtos P EP Cálculo de Ea: 2 HI produto Ea = ECA – ER Sabemos que a energia de ativação para uma reação • depende da natureza da reação. reação rápida: baixa Ea reação lenta: alta Ea • é independente da temperatura e da concentração. 3. CONDIÇÕES NECESSÁRIAS PARA HAVER A FORMAÇÃO DO COMPLEXO ATIVADO Observações • Nem toda colisão entre as partículas dos reagentes resulta em reação. • A colisão que resulta em reação é chamada de colisão efetiva. • O número de colisões efetivas é mínimo em relação ao número de colisões não efetivas. 280 – Considere a reação genérica: C23S_NOTURNO_QUIMICA_TEORIA_2014_ALICE 18/12/13 09:39 Página 281 Para haver a formação do complexo ativado, duas condições são necessárias: 1.a) A colisão deve ocorrer numa posição geométrica favorável à formação do complexo ativado. 4. DIAGRAMAS DE ENERGIA DE ATIVAÇÃO (Ea) A sequência: reagentes energia complexo energia produtos ativado liberada fornecida Ea é chamada caminho da reação. energia liberada > Ea: reação exotérmica (ΔH < 0) energia liberada < Ea: reação endotérmica (ΔH > 0) 2.a) A colisão deve ocorrer com energia igual ou superior à energia do complexo ativado da reação. Reação endotérmica (ΔH > 0) Observação Considerando a reação: A2 + B2 → 2AB Reação exotérmica (ΔH < 0) Quanto maior a energia de ativação, menor a velocidade da reação. A reação da direita (a seguir) é mais rápida que a reação à esquerda. MÓDULO 17 Fatores que Alteram a Velocidade de uma Reação: Temperatura, Superfície de Contato e Catalisador 1. INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA NA VELOCIDADE DE REAÇÃO implica Aumento da temperatura ⎯⎯⎯⎯→ Aumento da velocidade de reação Explicação: colisões mais energéticas → aumento do número de colisões efetivas – 281 C23S_NOTURNO_QUIMICA_TEORIA_2014_ALICE 18/12/13 09:39 Página 282 Exemplo Maior superfície implica ⎯⎯⎯⎯→ do reagente sólido Maior velocidade de reação Explicação maior superfície → maior número de colisões Exemplo Reação do CaCO3 com HCl em excesso. Reação do Sb com Br2 a 25oC (reação mais lenta) Reação do Sb com Br2 a 75oC (reação mais rápida) CaCO3 + 2HCl → CaCl2 + CO2 + H2O ↓ 10g (pedaço) v1 (25oC) CaCO3 + 2HCl → CaCl2 + CO2 + H2O ↓ 10g (pó) v2 (25oC) } v2 > v1 2. INFLUÊNCIA DA SUPERFÍCIE DO REAGENTE SÓLIDO NA VELOCIDADE DE REAÇÃO Quando um reagente está no estado sólido, a reação ocorre apenas na sua superfície. CaCO3 em pedaço (reação mais lenta) CaCO3 em pó (reação mais rápida) Quanto mais fragmentado está o sólido, maior é a superfície exposta. O número de colisões aumenta, determinando também um aumento na velocidade da reação. 282 – C23S_NOTURNO_QUIMICA_TEORIA_2014_ALICE 18/12/13 09:39 Página 283 Observação Sólidos em pó reagem mais rapidamente. 3. INFLUÊNCIA DO CATALISADOR NA VELOCIDADE DE REAÇÃO implica Catalisador ⎯⎯⎯⎯→ Maior velocidade de reação com catalisador (reação rápida) Explicação: Catalisador é uma substância que diminui a energia de ativação. Exemplo: Decomposição da água oxigenada. Observe os gráficos. 1) 2 H2O2 ⎯→ 2 H2O + O2 v1 (25°C) v2 > v1 MnO2 2) 2 H2O2 ⎯⎯→ 2 H2O+O2 v2 (25°C) MnO2: catalisador } ❑ Propriedades do catalisador • Não é consumido, portanto pode ser recuperado no final da reação. • Não altera o ΔH da reação. ❑ A decomposição da água oxigenada é mais rápida na presença de MnO2, pois este atua como catalisador. Ação do catalisador O catalisador forma um composto inter mediário com um dos reagentes, possibilitando para a reação um novo caminho (mecanismo), no qual a energia de ativação é menor. Exemplo NO2 1 O ⎯⎯→ SO2 + –– SO3 2 2 sem catalisador (reação lenta) { SO2 + NO2 → SO3 + NO 1 NO + –– O2 → NO2 2 NO2 = catalisador – 283 C23S_NOTURNO_QUIMICA_TEORIA_2014_ALICE 18/12/13 09:40 Página 284 MÓDULO 18 Equação da Velocidade 1. INFLUÊNCIA DA CONCENTRAÇÃO DOS REAGENTES NA VELOCIDADE DE REAÇÃO Para a maioria das reações químicas, temos: Aumento da concentração dos reagentes implica ⎯⎯⎯⎯→ Aumento da velocidade de reação Explicação Aumento do número Aumento do número de de moléculas dos ⎯→ colisões entre as moléreagentes. culas dos reagentes. Exemplo Decomposição da água oxigenada. 2 H2O2 ⎯⎯→ 2 H2O + O2 exp. 1 0,10 mol/L exp. 2 0,20 mol/L v = 1,01 . 10–3 mol/L . min v = 2,02 . 10–3 mol/L . min Observe que, ao dobrar a concentração da água oxigenada (reagente), a velocidade da reação dobrou. 2. EQUAÇÃO OU LEI DA VELOCIDADE DE REAÇÃO Equação que mostra a relação entre a velocidade de reação e a concentração do reagente. A equação da velocidade é determinada experimentalmente, isto é, comparando a variação da concentração do reagente com a variação da velocidade. Exemplos: a) 2 H2O2 → 2 H2O + O2 Vimos que, ao dobrar a concentração de H2O2, a velocidade da reação dobra. Isto sugere que a velocidade desta reação é diretamente proporcional à concentração de H2O2, portanto a equação da velocidade dessa reação é v = k [H2O2]1 reação de 1.a ordem v = velocidade da reação k = constante de velocidade (constante de proporcionalidade) [H2O2] = concentração em mol/L de H2O2 expoente 1 é chamado de ordem Cálculo do k Usando os dados do experimento 1, temos: v v = k [H2O2] ou k = –––––– [H2O2] 1,01 . 10–3 mol/L . min k = –––––––––––––––––––– 0,10 mol/L k = 1,01 . 10–2/min 284 – b) 2 H2(g) + 2 NO(g) → N2(g) + 2 H2O(g) Experimentos [H2] NO velocidade (mol/L . s) 1 0,10 0,10 0,10 2 0,20 0,10 0,20 3 0,20 0,20 0,80 Analisando e comparando os experimentos, temos: 1 e 2 [H2] 0,10 0,20 x2 v 0,10 0,20 2 e 3 [NO] 0,10 x2 0,20 v 0,20 0,80 x2 x4 冦 v é diretamente proporcional à [H2] 1.a ordem 冦 v é diretamente proporcional ao quadrado da [NO] 2.a ordem A equação da velocidade é: v = k [H2] [NO]2 reação de 3.a ordem c) NO2(g) + CO(g) → CO2(g) + NO(g) Experimentos [NO2] [CO] velocidade (mol/L . s) 1 0,1 0,1 5,0 . 10–2 2 0,1 0,2 5,0 . 10–2 3 0,2 0,2 20 . 10–2 Analisando e comparando os experimentos, temos: 1 e 2 [CO] v –2 0,1 dobra 5. 10–2 0,2 5. 10 2 e 3 [NO2] 0,1 x2 0,2 v 5,0 . 10–2 20 . 10–2 constante 冦 v não depende da [CO] ordem zero x4 冦 v é diretamente proporcional ao quadrado da [NO2] 2.a ordem A equação da velocidade é: v = k [CO]0 [NO2]2 ou v = k [NO2]2 reação de 2.a ordem Observações • A equação da velocidade não é obtida pela equação química correspondente. • A ordem nem sempre é igual ao coeficiente estequiométrico. Exemplo 2 H2O2 → 2 H2O + O2 v = k [H2O2]1 coeficiente da H2O2 é 2 ordem da reação com relação ao H2O2 é 1