Por muitos anos pratiquei e ensinei a Auriculoterapia fundamentada

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SOCIEDADE BRASILEIRA DE
AURICULOTERAPIA FRANCESA E AURICULOMEDICINA
www.auriculomedicina.com.br
“AURICULOTERAPIA FRANCESA - NOVOS PARADIGMAS”
Texto síntese: Dr. César Luís Bueno Gonçalves, FT, ACUP., QP
Por muitos anos pratiquei e ensinei a Auriculoterapia fundamentada na Medicina
Tradicional Chinesa (MTC) até que, após estudos mais aprofundados somados à
prática clínica e seus resultados, me rendi à Auriculoterapia Francesa, cuja prática
avançada é também conhecida como Auriculomedicina.
Esta difere totalmente em seu modus operandi da auriculoterapia chinesa e
pressupõe profundo embasamento em neurofisiologia (sistema neuroendócrino),
neuroanatomia e etiopatogenia, ao passo que aquela se baseia principalmente em
conceitos do taoismo.
Não só as formas de diagnóstico diferem como também a cartografia (mapa dos
pontos) e o embasamento teórico e prático.
O intuito aqui não é desmerecer a Auriculoterapia Chinesa mas sim apresentar aos
colegas, que ainda não conhecem, a Auriculoterapia e Auriculomedicina Francesas.
A escola francesa de Auriculoterapia não está, como na escola chinesa, associada às
teorias da MTC.
A escola francesa está associada ao desenvolvimento dos folhetos embrionários que
dão origem aos diferentes tecidos, órgãos, sistemas e aparelhos do corpo humano.
Durante suas pesquisas Nogier associou o endoderma, mesoderma e ectoderma a
diferentes partes da orelha externa.
Cada ponto auricular é uma terminação neuro-vásculo-humoral. O estímulo
exercido sobre ele percorre os ramos nervosos até o tronco cerebral e em seguida é
encaminhado ao córtex cerebral, onde é identificado (área onde queremos tratar).
O córtex envia uma mensagem para a glândula pituitária e como consequência são
liberadas as substâncias necessárias para ocorrer a ação no ponto.
Algumas substâncias conhecidas nesse mecanismo:
1. Endorfina: neurotransmissor que alivia as dores.
2. Encefalina: neurotransmissor semelhante à morfina.
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3. Serotonina: neurotransmissor que é usado em situações de ansiedade,
depressão etc.
4. Histamina: neurotransmissor que regula também as funções intestinais.
5. Prostaglandinas: são derivados de ácidos graxos e têm ação antiinflamatória e imunológica.
6. Dopamina: importante neurotransmissor estimulante do sistema nervoso
central, cujas anormalidades estão ligadas a doenças como esquizofrenia,
mal de Parkinson, compulsões as mais diversas etc.
A rica inervação do pavilhão auricular tem grande peso na obtenção de resultados
terapêuticos através do uso dos pontos auriculares. O pavilhão auricular é inervado
principalmente por nervos espinhais do plexo cervical como o auriculotemporal,
facial, glossofaríngeo, ramos do vago e simpático. Estes quatro nervos cerebrais e
dois espinhais, ramificam-se e distribuem-se em todo o pavilhão auricular,
conectando-o com o sistema nervoso central (SNC). Nenhum outro local no corpo
humano recebe tão rica inervação. A orelha é também o único local do corpo que
recebe inervação parassimpática (vago) fora do sistema visceral.
Os múltiplos métodos de estímulo usados no pavilhão auricular como a
implantação de agulhas, pressão mecânica sobre os pontos, estímulos elétricos,
ultrassônicos etc., provocam a sensação de chegada da energia, que é produzida
provavelmente pela excitação de numerosos receptores, especificamente receptores
dolorosos, que enviam os impulsos até o núcleo do trato medular do nervo
trigêmeo, de onde posteriormente são enviados à formação reticular do tronco
cerebral.
A formação reticular possui uma estrutura formada por neurônios ao longo do
tronco cerebral e que vão do bulbo ao tálamo. Esta estrutura reticular tem uma
composição característica, na qual este sistema neuronal possui um alto grau de
agrupamento dos impulsos nervosos, onde cada impulso regulador da atividade dos
órgãos internos e regulador a nível sensorial desempenha um importante papel.
As células do núcleo reticular estão constituídas por neurônios de associação do
tronco cerebral, onde elas relacionam os impulsos do cérebro e da medula, e as
fibras aferentes (de chegada) dos segmentos superiores e inferiores do tronco
cerebral.
A estrutura reticular elabora um sistema especial de síntese de sinais, que permite
considerar a mesma como um viabilizador da ação da auriculopuntura no sistema
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nervoso, não só no tratamento da dor, como também na regulação da atividade dos
órgãos internos.
Inúmeros trabalhos estão sendo realizados estabelecendo uma estreita relação sobre
a atividade elétrica dos pontos auriculares com o sistema nervoso central.
Em resumo, a auriculoterapia e a auriculomedicina são campos de pesquisa e
tratamento ao mesmo tempo antigos (já estabelecidos) e novos (muitas pesquisas
estão em andamento), que propiciam resultados excelentes no tratamento de
diversas doenças, com baixo custo e índice de complicações quase inexistente.
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