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TÍTULO: NOVO ESTUDO COMPARATIVO ENTRE AURICULOTERAPIA E CINESIOTERAPIA EM
PACIENTE COM CEFALEIA TENSIONAL
CATEGORIA: EM ANDAMENTO
ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE
SUBÁREA: FISIOTERAPIA
INSTITUIÇÃO: FACULDADE ANHANGUERA DE INDAIATUBA
AUTOR(ES): CARLA ROBATINI MOURA SILVA
ORIENTADOR(ES): GABRIELA MARIOTONI ZAGO
COLABORADOR(ES): MARCOS RODOLFO FIRMINO PINTO
Resumo
As cefaleias do tipo tensional geralmente são tratadas com fármacos,
porém, atualmente as pessoas buscam terapias alternativas. No que se refere
ao tratamento fisioterapêutico, há vários tipos de procedimentos relatados, e
vão desde a eletroterapia e auriculoterapia até técnicas de alongamentos e
relaxamentos. O objetivo desse estudo é verificar e comparar os efeitos da
auriculoterapia e da cinesioterapia na melhora do quadro álgico em pacientes
com diagnóstico de cefaleia do tipo tensional. Metodologia: Inicialmente foram
avaliados 22 indivíduos com idade entre 21 a 45 anos, que responderam a
escala visual analógica de dor e a um questionário de qualidade de vida.
Posteriormente foram submetidos a 10 sessões de fisioterapia em horários
distintos, 1 vez por semana, divididos aleatoriamente em três grupos: grupo de
auriculoterapia (1) e grupo de pontos gatilhos (2) e grupo controle (3), sendo
que apenas 16 permaneceram até o final da pesquisa. Os resultados
encontrados neste estudo permitem concluir que os efeitos das técnicas
aplicadas têm resultados significantes nos tratamentos desses pacientes.
Introdução
Atualmente uma das principais queixas clínicas entre as pessoas é a dor,
sendo a cefaleia a mais relatada pelos indivíduos. Isso ocorre devido às
mudanças diárias na vida, resultantes do estresse, da ansiedade, tensão de
diversas origens, entre outros motivos (RODRIGUES, 2001).
Segundo Guimarães e colaboradores (2007), na população em geral,
durante o curso de suas vidas, a prevalência de cefaleia é maior que 90%, e
representa em torno de 10,3% dos diagnósticos, ou seja, o terceiro mais
comum entre os médicos neurologistas.
Estima-se que no Brasil cerca de 1% dos casos de cefaléias sejam
decorrentes de patologias graves e que necessitam de atendimento imediato.
Porém, na maioria dos casos, mais importante do que o medicamento que
alivie os sintomas, é saber a causa da cefaléia (PINTO et al., 2007).
A cefaléia do tipo tensional (CTT) caracteriza-se, classicamente, por dor de
caráter constritivo (não pulsátil), geralmente bilateral, de intensidade leve a
moderada; não agravada por atividades físicas de rotina e com duração
variável entre trinta minutos e sete dias. Seus critérios diagnósticos atuais
foram
estabelecidos
pelo
Headache
Classification
Committe
of
The
International Headache Society em 1988. Embora seja reconhecida como a
forma mais comum de dor cefálica, é ainda muito pouco estudada. Escassos
são os conhecimentos acerca de seus mecanismos fisiopatológicos, seus
dados epidemiológicos, suas formas de apresentação e tratamentos, sejam de
cunho farmacológicos ou não.
Sabe-se que a eficácia do tratamento farmacológico isolado é relativamente
em longo prazo, ao passo que o tratamento não farmacológico vem
apresentando resultados mais duradouros, com efeitos mantidos por até três
anos (PINTO et al., 2007).
A fisioterapia como método de tratamento não farmacológico, tem
demonstrado bons resultados na diminuição da dor, nas suas intensidades,
duração e freqüência das crises de cefaléia. (CARVALHO, 2006; SOCIEDADE
BRASILEIRA DE CEFALÉIA, 2002; KRYMCHANTOWSKI, 2003; GIONA, 2003;
KOMATSU, 2003; WANNMACHER; FERREIRA, 2004; PINTO et al., 2007).
Um dos métodos que se pode atuar na fisioterapia é a auriculoterapia. A
analgesia por auriculoterapia envolve a estimulação de nervos de pequeno
diâmetro e limiar diferenciado. Esses nervos mandam mensagens à medula
espinhal, o que ativa os neurônios do tronco cerebral (área cinzenta
periaquedutal)
e
do
hipotálamo
disparando
mecanismos
de
opióides
endógenos. A resposta inclui mudança no nível plasmático ou liquórico de
endorfinas, encefalinas e hormônios relacionados a estresse (como hormônio
adrenocorticotrofico) (Ceniceros et. al., 1998). Outro mecanismo de ação da
auriculoterapia pode ser uma forma de estimular a expressão genética de
neuropeptídeos (Kaptchuk, 2002). O aumento de beta-endorfina foi proposto
para explicar o efeito analgésico da auriculoterapia, embora isso não explique
sua ação em outras condições clínicas. Endorfinas podem estar interagindo
com citocinas, algumas das quais modulam o componente inflamatório de
doenças nas quais a auriculoterapia pode ser útil. Especula-se que a
auriculoterapia pode amplificar a interação entre neuropeptídeos e citocinas.
(Bonta, 2002).
Outro método utilizado é a Cinesioterapia, onde pode-se destacar a
liberação de pontos gatilhos. Os mecanismos de contração muscular é
dependente de cálcio, e ocorre com o deslizamento entre os filamentos de
actina-miosina dentro do sarcômero. Ao alongar a fibra muscular, o que ocorre
é a separação desta ligação molecular dos filamentos. A presença de
sarcômeros densamente contraídos no caso das bandas tensas, cuja primeira
imagem foi apresentada com o auxílio da ultrassonografia (GERWIN E
DURANLEAU, 1997), sugerem que os Pontos Gatilhos (PG) tem origem no
mecanismo contrátil.
Segundo Balbinot (2006), há várias teorias para a fisiopatologia dos PG:
liberação de Ca+2, inflamação neurogênica, abertura das comportas de dor,
desfacilitação
do
fuso
muscular,
modificação
no
SNC,
reflexos
viscerossomaticos e somatoviscerais e dor referida, e sinais de SNA e
memória. Das teorias referidas, a mais aceita é a liberação de Ca+2 e afirma
que os PG ativos podem ser iniciados por um trauma que localmente abre o
retículo sarcoplasmático, liberando Ca+2. Este Ca+2 combina-se com o ATP
para continuamente ativar os mecanismos locais de contração, gerando
deslizamento e interação de actina e miosina com encurtamento do feixe
muscular afetado. Isto causa uma contratura local (banda tensa), ou seja, a
ativação de miofilamentos sem atividade elétrica e controle neurogênico. Esta
atividade gera alto gasto energético e colapso da microcirculação local. O
consumo energético sob condições de isquemia leva a depleção de ATP, o que
impede a recaptação do Ca+2 pelo retículo, criando um ciclo vicioso autosustentado (Musse, 1995).
Objetivos
O objetivo desse estudo é melhorar o quadro álgico, a freqüência das dores
e devolver a interação social; e ainda verificar a funcionalidade antes e após a
aplicação das técnicas de alongamentos associados à auriculoterapia, e
alongamentos associados à terapêutica de liberação de pontos gatilhos. Serão
comparados os dados obtidos nas avaliações antes do início do tratamento,
durante, e um mês após o tratamento.
Metodologia
Inicialmente foram selecionados e avaliados 22 pacientes, com idades de 21
a 45 anos, ambos os sexos, portadores de cefaleia do tipo tensional, e que
apresentaram os seguintes critérios de inclusão: dor de cabeça e dor na região
cervical há mais de três meses, ausência de tratamento cirúrgico prévio, sem
diagnóstico prévio de outra patologia próxima à coluna vertebral; e sem fazer
uso de medicação analgésica.
Os grupos formados são: grupo de auriculoterapia (Grupo 1), com 11
participantes; e grupo de cinesioterapia (Grupo 2) com 6 participantes; e grupo
controle (3) com 5 participantes, ambos submetidos a 10 sessões em horários
distintos, 1 vez por semana, com duração média de 45 minutos. Os sujeitos
foram divididos aleatoriamente em três grupos por meio de sorteio,
independente de sexo e idade, para que não houvesse influência no tipo de
tratamento.
Os fins e os métodos de tratamento foram antecipadamente explicados
antes da avaliação, e logo após os indivíduos assinaram o termo de
consentimento livre e esclarecido, concordando em participar voluntariamente
do estudo, segundo os critérios propostos pelo Comitê de Bioética, de acordo
com a Resolução CNS/MS 466/2012, em 22 de abril de 2014 sob o nº 624.591
A escala analógica visual (EVA) foi aplicada no início do tratamento e será
aplicada no final do tratamento, a qual consiste em o paciente receber
orientação para graduar sua dor, na escala que apresenta valores e 0 (zero) a
10 (dez), com o zero significando ausência de dor ou desconforto e o dez, o
máximo de dor experimentada pelo paciente (VISSCHER et al., 2004).
Para avaliar a qualidade de vida, os indivíduos responderam também no
início e responderão no final o questionário SF-36; e seu resultado será obtido
através da soma das pontuações de cada item.
Foi realizada avaliação pré-tratamento, com aplicação dos instrumentos de
medida supracitados, totalizando 3 meses de intervenção.
No grupo 1 os pacientes foram submetidos a alongamento bilateral dos
músculos
trapézio
superior,
escalenos,
elevador
da
escápula
e
esternocleidomastóideo (CHAITOW 2001) e aplicação dos pontos: Shenmen,
Rim, Fígado, Simpático, Analgesia pela Auriculoterapia.
No grupo 2 os pacientes foram submetidos a alongamento bilateral dos
músculos
trapézio
superior,
escaleno,
elevador
da
escápula
e
esternocleidomastóideo (CHAITOW 2001) e liberação dos pontos gatilhos dos
seguintes músculos: Esternocleidomatoideo, Escaleno, Músculos Suboccipitais,
Esplênio da cabeça e esplênio do pescoço, Trapézio Superior, Levantador da
Escápula.
No grupo 3 os pacientes foram submetidos a alongamento bilateral dos
músculos
trapézio
superior,
escaleno,
elevador
da
escápula
e
esternocleidomastóideo (CHAITOW 2001).
Todos os tratamentos foram realizados uma vez por semana, em sessões
com duração aproximada de 45 minutos.
Desenvolvimento
Em Junho de 2014 sete pacientes do grupo 1 (Auriculoterapia) realizaram
as dez sessões, no entanto ainda não foram reavaliados. Dois pacientes
desistiram no início do tratamento por indisponibilidade de horários, e um
paciente desistiu na quinta sessão por não obter nenhum resultado favorável
as freqüências e intensidade das dores.
O grupo 2 ( Ponto Gatilho) apenas quatro pacientes realizaram dez sessões,
no entanto ainda não foram reavaliados, duas pacientes desistiram na quinta
sessão por indisponibilidade de horários.
O grupo 3 ( Controle) os cincos participantes realizaram as dez sessões, no
entanto ainda não foram reavaliados.
Em Setembro, 01 mês após o término dos tratamentos, todos pacientes
serão reavaliados, totalizando 16 pacientes da amostra desse estudo.
Resultados Preliminares
Com a aplicação das propostas, espera-se que todos os participantes,
possam adquirir uma significativa diminuição da dor de cabeça constante, e
adquiram melhora na qualidade de suas vidas; embora somente no final dos
tratamentos saibamos qual das técnicas aplicadas apresentarão maior
eficiência.
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