Suas Tecnologias - Organização Educacional Farias Brito

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Professor Franzé Filgueiras
Ciências Humanas e
Suas Tecnologias
GEOGRAFIA
CONSERVAÇÃO DOS SOLOS
A conservação do solo passa necessariamente pelo conhecimento
macro que devemos ter do solo. Esse conhecimento aflora em estudos
feitos in locus do ambiente onde o solo foi formado e suas propriedades
estruturais. Em ambientes semiáridos, há o problema da salinização
pela intensa evaporação que ocorre nessa condição climática, daí o
desenvolvimento agrícola ter que ser lento, por ser local e por meio da
prática do gotejamento. Em ambientes muito chuvosos, quentes e úmidos,
há sempre o risco da laterita (crostas ferruginosas típicas de ambientes
tropicais) e da erosão pluvial, mais do que em qualquer outro ambiente.
Nesse caso a preservação da vegetação é decisiva para a manutenção
do solo e para evitar a formação de voçorocas (fendas abertas nos solos
pela erosão superficial e pela erosão do lençol freático). Em terrenos
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declivosos, de encostas de relevo planáltico, por exemplo, todo plantio
deve ser feito em curvas de nível ou em terraços (terraciamento) a fim
de diminuir a erosão superficial que desencadeia a formação de ravinas
(erosão de ravinamento que origina, de forma contínua, sulcos nos solos,
cujo fim desse processo é a formação de voçorocas). Em ambientes
rurais de uso da agropecuária, a prática do sombreamento, feito com
cultivos baixos em meio a cultivos permanentes, ajuda a diminuir o
processo erosivo. Outra técnica que objetiva prolongar a vida útil do
solo agrícola é a rotação de culturas, que consiste em trocar gêneros
agrícolas de posição para que enriqueçam o solo repondo nutrientes
perdidos com outro gênero. Já a prática da rotação de terras, além de
repor as propriedades minerais do solo ainda garante o “pousio” ou
repouso de parte do solo da propriedade.
O COMPROMETIMENTO DOS SOLOS NO MUNDO
PONTOS-CHAVE DE EROSÃO
1. EUA – Pressão insustentável sobre os solos de
cultivo de grãos.
2. México – Sofre erosão e secas.
3. NE brasileiro – 40 milhões de pessoas
sobrecarregam terras frágeis.
4. Norte da África – Erosão acentuada apesar da
tentativa de conter o avanço do deserto por meio
de cinturões de árvores.
5. Sahel – Provavelmente a pior área de erosão
eólica da Terra.
6. Botsuana-Namíbia – O excesso de gado
acelera a erosão.
7. Oriente Médio – A erosão, um problema de séculos,
se alastra com muito mais rapidez nos dias
atuais.
8. Ásia Central – Excesso de gado e descaso.
9. Mongólia – O crescente número de pessoas
e o aumento dos rebanhos sobrecarregam o
meio ambiente.
10.Yang Tse – A China perde, segundo estimativas,
5 bilhões de toneladas ao ano de loess, solo de
grande fertilidade.
11.Base do Himalaia – Área de grande erosão.
12.Beluquistão – (região do Paquistão a noroeste
do rio Indo) – A pecuária tradicional e os grandes
rebanhos são os responsáveis pela deterioração.
13.Rajastão – (Estado da Índia situado a noroeste,
cuja capital é Jaipur) – As secas estão se
tornando um fenômeno permanente.
14.Austrália – Longas secas, muitas vezes
agravadas por excesso de gado.
ADAS, Melhem e Sérgio. Panorama geográfico do Brasil: Contradições, impasses e desafios socioespaciais. 4. ed.
São Paulo: Moderna – p. 378; Fonte Norman Myers e outros (org.). Gaia: el atlas de la gestión del planeta, p. 37.
Exercícios
1. Desde antigas eras o homem vem encontrando novas técnicas
de uso do solo para a agricultura. Todavia, foi com a sociedade
do capitalismo, especialmente do capitalismo em sua fase
industrial e todo um novo processo dele decorrente, que o solo
conheceu o desgaste e, em alguns casos, a sua quase completa
extinção pedológica, o que fez necessário o desenvolvimento
de práticas agrícolas que objetivam conservar o solo.
Dentre elas, temos o “terraceamento” e o “plantio em curvas
de nível”. Quanto a estas, marque a alternativa que indica
corretamente as suas principais finalidades.
A) Reduzir a erosão e incrementar a infiltração da água no solo.
B) Diminuir a infiltração da água no solo e ampliar o escoamento
superficial.
C) Aumentar a evapotranspiração e reduzir a infiltração da água no
solo.
D) Combater a infiltração da água no solo e incrementar a
evapotranspiração.
E) Preservar a vegetação natural e aumentar o escoamento
superficial das águas.
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CRISE NA EUROPA
A Europa, sempre lembrada como uma região de altíssimo
desenvolvimento econômico e bem-estar social, agora tem sua imagem
associada a turbulências de mercado. Entenda como o descontrole das
contas públicas e as particularidades políticas do continente conduziram
a zona do euro a uma crise financeira que levará anos para ser totalmente
superada.
Por que a Europa passa por uma crise?
A formação de uma crise financeira na zona do euro deu-se,
fundamentalmente, por problemas fiscais. Alguns países, como a Grécia,
gastaram mais dinheiro do que conseguiram arrecadar por meio de
impostos nos últimos anos. Para se financiar, passaram a acumular dívidas.
Assim, a relação do endividamento sobre o PIB de muitas nações do
continente ultrapassou significativamente o limite de 60% estabelecido
no Tratado de Maastricht, de 1992, que criou a zona do euro. No caso da
economia grega, exemplo mais grave de descontrole das contas públicas,
a razão dívida/PIB é mais que o dobro deste limite. A desconfiança de
que os governos da região teriam dificuldade para honrar suas dívidas
fez com que os investidores passassem a temer possuir ações, bem
como títulos públicos e privados europeus.
Quais países se encontram em situação de risco na Europa e por
quê?
Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha – que formam o chamado
grupo dos PIIGS – são os que se encontram em posição mais delicada
dentro da zona do euro, pois foram os que atuaram de forma mais
indisciplinada nos gastos públicos e se endividaram excessivamente.
Além de possuírem elevada relação dívida/PIB, esses países possuem
pesados déficits orçamentários ante o tamanho de suas economias.
Como não possuem sobras de recursos (superávit), entraram no radar da
desconfiança dos investidores. Para este ano, as projeções da Economist
Intelligence Unit apontam déficits/PIB de 8,5% para Portugal, 19,4% para
Irlanda, 5,3% para Itália, 9,4% para Grécia e 11,5% para Espanha.
Grécia – Como já visto, a Grécia é o caso mais emblemático e mais
preocupante do grupo: o país tem a maior dívida da zona do euro, que
deve atingir 120% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010. No dia 5 de
maio, a União Europeia aprovou com ressalvas o plano fiscal de três
anos da Grécia para reduzir seu déficit fiscal. O euro, moeda do bloco,
poderia ter grande desvalorização se a Grécia der um calote, mas o país
e a UE disseram que isso não acontecerá e que o país não precisará de
ajuda financeira. O plano da Grécia prevê que o déficit fiscal do país volte
a menos de 3% do PIB em 2012. No ano passado, o déficit ficou em cerca
de 13%. O déficit fiscal é a diferença entre a receita do país com tributos
e outras fontes de arrecadação e os gastos. Sem dinheiro sobrando, o
país tem mais dificuldades para pagar suas dívidas.
Portugal – No ano passado, Portugal registrou um déficit fiscal
de 9,3% do PIB, maior do que o esperado. Enfrentando pressão para
reparar suas finanças, o governo português prometeu reduzir o déficit
para 8,3% do PIB neste ano. A União Europeia deu a Portugal até 2013
para reduzir o déficit para menos de 3% do PIB, o limite máximo aceito
pelas regras do bloco. O governo português disse que o déficit maior do
que o esperado no ano passado resultou de um declínio da arrecadação.
Em 2010, o governo tentará limitar os gastos por meio do congelamento
de salários de empregados do setor público e da tentativa de reduzir
a folha de pagamento do governo. Em dezembro, as agências de
classificação de risco Moody’s e a Standard & Poor’s alertaram para
possíveis rebaixamentos na avaliação da dívida de Portugal. “Todo
mundo tem se concentrado na Grécia, mas agora as pessoas estão
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acordando para o fato de que não se trata apenas da Grécia”, disse o
analista de câmbio Ian Stannard, do BNP Paribas.
Itália – Outro país que preocupa os investidores é a Itália, economia
bem maior que Grécia e Portugal, mas que também enfrenta dívidas altas
e crescimento econômico fraco, que deixa pouca margem para o governo
sair da situação fiscal desfavorável. A preocupação dos analistas é de
que a UE até poderia resgatar a Grécia e Portugal, mas não a Espanha
e a Itália, países bem maiores.
Espanha – Apesar de ter uma economia mais forte do que as de
Grécia e Portugal, a Espanha tem um problema de endividamento
privado, principalmente de mutuários de empréstimos habitacionais que
se viram em apuros quando a bolha imobiliária do país estourou. Os
grandes bancos espanhóis são sólidos, mas há problemas nas cajas de
ahorro, instituições regionais de pequeno porte com foco em poupança e
hipotecas e que tiveram um forte aumento da inadimplência. A recessão
no país é profunda: a taxa de desemprego chegou a 20%. Sua dívida
pública, em proporção do PIB, é metade da grega (53,2%). Porém, como
trata-se de uma economia muito maior, em volume, o endividamento
espanhol (de 1 trilhão) faria um estrago enorme em caso de insolvência
e é isso que preocupa os investidores.
veja.abril.com.br/noticia/economia/para-patriota-crise-europ. Acesso em 28 de maio 2012.
2. Analise os dois trechos de notícias abaixo.
ESPANHA, PORTUGAL E GRÉCIA DEVEM REDUZIR SALÁRIOS
Espanha, Portugal e Grécia terão que assumir sacrifícios
como uma redução de salários para recuperar competitividade,
afirmou o economista-chefe do FMI (Fundo Monetário
Internacional), Olivier Blanchard, em entrevista publicada nesta
terça-feira (2) pelo diário econômico francês Les Echos. Para o
FMI, o restabelecimento de competitividade pode exigir grandes
sacrifícios, como uma baixa dos salários. Essa será a maneira
encontrada pelos governos para sanar a dívida pública.
Disponível em: http://noticias.r7.com/economia/noticias. Acesso em 10/10/2010.
TRABALHADORES ALEMÃES E ITALIANOS OCUPAM AS RUAS
CONTRA ARROCHO
Dezenas de milhares de alemães protestaram neste sábado
(12) contra o que está sendo considerado como o maior pacote
de austeridade da Alemanha desde a Segunda Guerra Mundial.
O governo da coalizão direitista e cada vez mais impopular da
chanceler Angela Merkel acertou, na última segunda-feira, um
pacote de cortes orçamentários para trazer o déficit federal de
volta aos limites estabelecidos pela União Europeia até 2013.
Disponível em: www.vermelho.org.br. Acesso em 13/06/2010.
Pode-se afirmar corretamente que os trechos acima:
A) são excludentes, uma vez que tratam de questões distintas.
B) não fazem parte de um mesmo contexto, uma vez que o primeiro
trata do FMI e o segundo, da Alemanha.
C) relacionam-se porque mostram as políticas adotadas por
governos europeus na condução da crise econômica iniciada
em 2008 nos Estados Unidos.
D) completam-se porque abordam aspectos da criação da União
Europeia.
E) não se relacionam, uma vez que tratam de aspectos divergentes
quanto à resolução da crise econômica provocada pela União
Europeia.
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A polêmica em torno do aquecimento global é grande.
Há divergências, principalmente, em torno das causas e das formas
de combate ao problema (se é que ele existe). Sobre o assunto, leia os
textos abaixo.
Texto I
O PLANETA ESQUENTA E A CATÁSTROFE É IMINENTE. MAS
EXISTE SOLUÇÃO
Ondas de calor inéditas. Furacões avassaladores. Secas intermináveis
onde antes havia água em abundância. Enchentes devastadoras.
Extinção de milhares de espécies de animais e plantas. Incêndios
florestais. Derretimento dos polos. E toda a sorte de desastres naturais
que fogem ao controle humano. Há décadas, pesquisadores alertavam
que o planeta sentiria no futuro o impacto do descuido do homem com o
ambiente. Na virada do milênio, os avisos já não eram mais necessários –
as catástrofes causadas pelo aquecimento global se tornaram realidades
presentes em todos os continentes do mundo. Os desafios passaram a
ser dois: adaptar-se à iminência de novos e mais dramáticos desastres
naturais e buscar soluções para amenizar o impacto do fenômeno.
Adaptado de http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/aquecimento_global/contexto_int.html.
Acesso em 09/04/08.
Texto II
AQUECIMENTO GLOBAL: UMA IMPOSTURA CIENTÍFICA
O aquecimento global é uma hipótese fornecida por modelos
teóricos. São numerosas as contradições entre as previsões e os fatos
climáticos observados diretamente. A ignorância dessas distorções
flagrantes constitui uma impostura científica.
Os conhecimentos de climatologia são em geral limitados.
O IPCC reconhece-o quando afirma: “A aptidão dos cientistas para
fazer verificações das projeções provenientes dos modelos é bastante
limitada pelos conhecimentos incompletos sobre as verdades climáticas”
(UNEP-WMO, 2002, p. 7). Os modelos climáticos preveem aumentos
da temperatura. Essa conclusão tornou-se um postulado indiscutível
(UNEP-WMO, 2002, p. 7). Os modelos, fundamentados no efeito
radiativo, podem prever outra coisa que não seja aquecimento? Le
Treut (1997) escreve a esse propósito: “Os modelos, cada vez em maior
número e mais sofisticados, indicam sem exceção um acréscimo de
temperatura”. A unanimidade da resposta (pudera!) é, pois, considerada
como uma prova da capacidade dos modelos para prever o futuro. Mas,
para além da sofisticação dos cálculos, o resultado é no fim de contas
uma aplicação da regra de três simples, entre 1) a taxa de crescimento
do CO2 atual, 2) a suposta taxa futura e 3) a temperatura correspondente.
3. Os textos interpretam o fenômeno do aquecimento global,
que teria grandes repercussões geográficas. Analisando-os,
concluímos que:
A) o texto I é taxativo ao afirmar que o aquecimento global existiu e
cita provas que confirmam seu retorno no presente.
B) o texto I cita exemplos de fatos geográficos, como furacões
avassaladores e enchentes devastadoras, que servem como
prova irrefutável do aquecimento global.
C) o texto II reconhece o aquecimento global como um fato, mas
contesta os modelos climáticos criados para comprová- lo.
D) o texto II contesta a existência do aquecimento global, afirmando
que os modelos climáticos que analisam a variação de
temperatura da Terra são simplistas e falsos.
E) os textos não se opõem: na verdade, eles se completam,
o primeiro apontando os fatos que indicam a existência do
aquecimento global e o segundo analisando o modelo climático
que o comprova.
O ANO INTERNACIONAL DA ENERGIA SUSTENTÁVEL PARA
TODOS E O RIO+20
“Economia verde, desenvolvimento sustentável e erradicação da
pobreza” – a Conferência Rio+20, em comemoração aos 20 anos da
realização da Eco-92, no Rio de Janeiro, pelas Nações Unidas, é um
dos eventos mais esperados na agenda da ONU para 2012. Desde o dia
17 de maio de 2010, com o lançamento em Nova Iorque da Conferência
Rio+20, estamos vivendo uma intensa fase de preparação para a
realização desse grandioso evento. A Rio+20, que ocorrerá no Rio de
Janeiro, de 4 a 6 de junho de 2012, representa excelente plataforma para
que iniciativas referentes à temática Energia Limpa para Todos possam
ser discutidas, compartilhadas e venham a ser concretizadas, entrando
definitivamente na Agenda 21 de todos os países.
Segundo Ban Ki-moon, “Estamos ansiosos para a Rio+20, estamos
cientes de que a energia limpa e uma economia pouco dependente do
carbono são as chaves para destrancar a porta para um mundo mais seguro,
pacífico e próspero para todos. Contamos com os Líderes dos Governos, a
Sociedade Civil e o Setor Privado, para transformar esta visão em realidade.
Juntos podemos mudar a vida de bilhões de pessoas!”.
Objetivos:
A Rio+20 pretende rever os progressos obtidos pelos países no
cumprimento da Agenda 21 de crescimento econômico, desenvolvimento
social e proteção ambiental – estabelecida na Rio 92 –, suprir as
lacunas existentes, reafirmar o compromisso político dos Estados com
o desenvolvimento sustentável e estabelecer novos compromissos
necessários. Em tempos de grandes desafios – como as mudanças
climáticas, a insegurança alimentar, a instabilidade financeira e
econômica, o desemprego, os padrões de consumo insustentáveis
e a extinção de espécies –, o objetivo da conferência será encontrar
soluções combinadas para as crises econômica, social e ambiental, com
foco na economia verde, num contexto de desenvolvimento sustentável
e erradicação da pobreza.
Sites para consulta:
http://nossosemiarido.blogspot.com/2010/06/conferencia-rio-20.html
http://rebal21.ning.com/group/agenda21rio20
http://www.bage.rs.gov.br/agenda21/?p=897
4.
PRINCIPAIS MUDANÇAS DO NOVO CÓDIGO FLORESTAL
Redução de 30 m para
15 m da área de vegetação
nas margens dos rios
com até 5 m de largura
(que representam 90% da
malha hidrogáfica).
Pequenas propriedades
rurais não precisarão mais
ter área de vegetação
obrigatória (reserva legal).
Topos de morro e
áreas com declividade
acima de 45% poderão
ser desmatados.
http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/898878-protestos-esquentam-debate-sobrenovo-codigo-florestal.shtml. Acesso em: 03 jan. 2012.
A polêmica e os debates sobre a legislação do Novo Código
Florestal deixaram em campos opostos:
A) ambientalistas e ruralistas.
B) agricultores e pecuaristas.
C) madeireiros e agricultores.
D) urbanistas e ambientalistas.
E) ambientalistas e ecologistas.
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A NOVA CLASSE MÉDIA DO BRASIL
“Classe média, eu?” A ideia surpreende Josineide Mendes Tavares,
uma manicure de 34 anos, moradora da Rocinha, a favela mais conhecida
do Rio de Janeiro. Sua freguesia, formada por mulheres da zona sul, que
Josineide atende em domicílio, proporciona uma renda de R$ 1.500 a
R$ 2 mil por mês. Ela e os dois filhos pequenos vivem numa casinha
de 35 metros quadrados. Lá dentro, ela tem uma televisão de tela plana
de 29 polegadas, nova, equipada com serviço de TV por assinatura e
DVD. Fãs de Cartoon Network e Discovery Kids, as crianças assistem
à televisão sentados nas cadeiras de uma pequena mesa de jantar,
porque na sala apertada não cabe um sofá. O fogão de quatro bocas
é antigo, mas o freezer e a geladeira Josineide acaba de comprar.
Na laje, um extenso varal com roupas da moda e uma lavadora de
última geração. “Compro tudo em parcelas a perder de vista”, diz ela.
Ainda faltam um computador e um videogame. Ah!, sim. Josineide quer
mais um celular. Ela já tem dois, mas diz precisar do terceiro para estar
sempre à disposição da clientela.
Josineide e os filhos formam uma família típica da nova classe
média brasileira, segundo uma pesquisa divulgada na semana passada
pela Fundação Getulio Vargas (FGV), do Rio. De acordo com esse
estudo, nos últimos seis anos cerca de 20 milhões de brasileiros
deslocaram-se da base para o miolo da pirâmide social. Até há pouco
tempo classificados como pobres ou muito pobres, eles melhoraram de
vida e, como Josineide, começam a usufruir vários confortos típicos de
classe média. Sua ascensão social revela uma excelente novidade: pela
primeira vez na História, a classe média passa a ser maioria no Brasil.
São hoje 52% da população (eram 44% em 2002) – ou 100 milhões de
brasileiros, segundo a FGV.
Essa população emergente, com seu desejo de continuar a
consumir e seu foco no progresso pessoal, é um sintoma de que o Brasil
está melhorando. Em todos os países que alcançaram um alto grau de
desenvolvimento econômico e social, a maioria dos habitantes pertence
à classe média. Conhecer a nova classe média brasileira é, portanto,
fundamental para entender o futuro do Brasil. Quem são essas pessoas?
Como melhoraram de vida? Que impacto podem provocar? Quais
desafios trazem para o país?
O economista Antônio Delfim Netto, ex-ministro nos governos
militares, diz que a ascensão social em curso é do “mesmo gênero”
que a ocorrida nos anos 60 e 70. “Criaram-se empregos industriais com
bons salários, que permitiram à população comprar bens a que antes
ela não tinha acesso”, diz Delfim. A diferença é a ordem de grandeza.
A população brasileira aumentou, mudou do ponto de vista educacional
e atravessou uma revolução demográfica que reduziu o tamanho da
família. “Menos importante que o tamanho da renda é o povo sentir que
progrediu”, afirma Delfim. “A soma de salário e crédito abundante permite
que elas comprem bens de classe média.” Essa dinâmica, diz ele, cria
a possibilidade de expansão ainda maior da economia, movimenta o
mercado e põe mais gente no elevador social.
Revista Galileu /Vestibular 2009. p. 48.
A) Nos últimos anos, uma parcela significativa da população
brasileira deslocou-se do miolo para a base da pirâmide.
B) A classe média passou a ser maioria no Brasil; entretanto, o
número de pobres vem aumentando significativamente.
C) A pirâmide atual usou, como critérios, além da renda familiar, a
taxa de analfabetismo e a expectativa de vida.
D) O crescimento do miolo da pirâmide gera impactos no consumo,
pois reflete o aumento do poder aquisitivo da classe média.
E) O crescimento da base da pirâmide gera impactos no consumo,
pois reflete o aumento do poder aquisitivo da classe média.
Anotações
Disponivel em : revista.brasil.gov.br/especiais/rumo-ao-pleno-emprego/nova-c
5. Um dos acontecimento mais festejados pela economia
brasileira é a metamorfose da denominada nova classe média,
como pode ser vista na análise dos dados apresentados no
gráfico. Com base nas informação contidas no mesmo e nos
seus conhecimentos acerca do atual processo econômico do
Brasil, marque a alternativa correta.
FB no Enem – Nº 22 – Professor: Afonso Nogueira
1
2
3
4
A
D
E
C
5
A
Cl@udia: 31/05/12 – Rev.: TSS
OSG: 60420/12
4
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